quarta-feira, 17 de maio de 2017

Sanaúd, um filme brasileiro sobre a Palestina


FILME “SANAÚD – VOLTAREMOS “ , SEGUIDO DE DEBATE

20/maio – sábado – 16 h - Esporte Clube Sírio – Entrada franca

Av. Indianópolis, 1192 - Planalto Paulista, São Paulo – SP



É com muito orgulho e satisfação que apresentamos ao público o filme documentário Sanaúd, que em árabe significa voltaremos.

Em abril de 1980, uma delegação brasileira - formada por membros da Comissão de Justiça e Paz, deputados, jornalistas, líderes sindicais, historiadores, representantes da UNE (União Nacional de Estudantes) e da comunidade negra - viajou para o Oriente Médio. No Líbano, foram recebidos por Yasser Arafat, líder da OLP (Organização pela Libertação da Palestina) e acompanharam a dramática situação e luta do povo palestino por justiça e liberdade.

O documentário foi  produzido por uma equipe de cinema independente, nos campos de refugiados palestinos da Síria e do Líbano, com a direção e roteiro de José Antonio de Barros Freire e fotografia de Jorge Bouquet.

O ano de 1982 marcou profundamente um grupo de jovens brasileiros de descendência árabe: a invasão de Israel ao Líbano que resultou em mais de 17 mil civis mortos e o massacre de Sabra e Chatilla, acampamentos de refugiados localizados em Beirute, onde mais de 3 mil palestinos foram mortos por milícias libanesas que apoiavam o estado terrorista de Israel.

Em 1983 o grupo de jovens, inspirado no filme Sanaúd e nos acontecimentos no Libano, fundou a Associação Cultural Sanaúd, que tive a honra de presidir.

Em 15 de maio de 1948, há 69 anos, mais de 750 mil palestinos foram expulsos de suas terras e lares e mais de 500 cidades e aldeias palestinas foram eliminadas do mapa: os palestinos chamam de Nakba, a catástrofe.  Hoje,  são mais de 5 milhões  de refugiados palestinos que tem o direito de retornar à Palestina negado por Israel. Por isso os refugiados falam, gritam, lutam e sonham: VOLTAREMOS (SANÁUD). Voltarão à Palestina, livre, soberana, com Jerusalém Capital.

Não é por acaso que o nome desse blog é PALESTINA-SANAÚD-VOLTAREMOS!


Emir Mourad

Editor do Blog



Filme Sanaúd (Voltaremos) - 1980
Cartaz de 1980: apresentação do filme Sanaúd
no Sindicato dos Bancários - São Paulo

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segunda-feira, 15 de maio de 2017

Al Nakba, a catástrofe palestina: 69 anos


 15 DE MAIO DE 1948

Há 69 anos, mais de 750 mil palestinos foram expulsos de suas terras e lares. A catástrofe continua hoje como mais de 7 milhões  de refugiados palestinos que tem o direito de retornar negado por Israel. 


69 anos da catástrofe palestina



FILME “SANAÚD – VOLTAREMOS “  SEGUIDO DE DEBATE

20/maio – sábado – 16 h - Esporte Clube Sírio – Entrada franca

Av. Indianópolis, 1192 - Planalto Paulista, São Paulo – SP


Com Emir Mourad – Editor do Blog Sanaúd e ex-secretário geral da FEPAL - Federação Árabe Palestina do Brasil


Filme Sanaúd (Voltaremos) – 30 minutos

Em abril de 1980, uma delegação brasileira - formada por membros da Comissão de Justiça e Paz, deputados, jornalistas, líderes sindicais, historiadores, representantes da UNE (União Nacional de Estudantes) e da comunidade negra - viajou para o Oriente Médio. No Líbano, foram recebidos por Yasser Arafat, líder da OLP (Organização pela Libertação da Palestina) e acompanharam os conflitos entre israelenses e palestinos que já dizimou milhares de pessoas. Documentário produzido por uma equipe de cinema independente, nos campos de refugiados palestinos da Síria e do Líbano.
Direção e roteiro: JOSÉ ANTONIO DE BARROS FREIRE
Fotografia: JORGE BOUQUET


Embaixada do Estado da Palestina no Brasil convida




15 de maio de 1948: A guerra que não terminou


Vinicius Valentin Raduan Miguel* 


Todos os anos, nesta data, é relembrado o que os árabes/palestinos chamam de Al'Nakba (A Catástrofe) ou o que os judeus-israelenses comemoram como a Guerra de Independência, quando o Estado de Israel foi criado.

Uma problemática acompanhou a criação do Estado de Israel: Israel é um projeto que prega a exclusividade étnica e lingüística de um grupo (judeu/hebraico) em detrimento de todos os outros. A questão posta nos anos iniciais da colonização era "como lidar com a população árabe que lá vivia?". A solução encontrada foi uma deliberada e metódica eliminação física e cultural dos povos tradicionais, uma prática que encontra seu conceito jurídico na definição de "limpeza étnica". Desta forma, no ano de 1948, 531 vilas, 11 áreas urbanas e 30 cidades foram totalmente destruídas. No total, aproximadamente 800.000 pessoas (mais do que metade da população na época) foram expulsas (1) formando a atual massa de quatro milhões de refugiados que habitam os países vizinhos.

Refugiados palestinos - Al Nakba
Palestinos expulsos carregando seus pertenencias durante a Nakba, en 1948.  Foto: Fred Csasznik

Relembrar este dia é fundamental, pois marca uma data que tragicamente não terminou. A Guerra de 1948 não terminou por duas razões: (a) Israel se recusa a reconhecer o crime que cometeu e, desta maneira, aceitar as responsabilidades advindas de sua prática, como aceitar o retorno dos refugiados e/ou indenizar os sobreviventes expulsos de suas terras e; (b) o fator ideológico que motivou a guerra persiste. Em outras palavras, o projeto de Israel enquanto Estado sem árabes continua e a prática de limpeza étnica é um fantasma constante.

A analogia com o apartheid (2) é evidente: um Estado de brancos sem negros é inaceitável, mas um Estado de judeus sem árabes é permissível. Esta é a origem de todos os conflitos na região - muito além da concepção reducionista de embate apocalíptico-religioso em que uma aliança "Européia/Ocidental/Cristã" da "bondade" enfrenta os "malvados" "Orientais/Muçulmanos/Anti-Cristãos"3. Mas contestar esta prática racista é violência e a violência do fraco, mesmo que injustificada e em resposta a uma prévia violência, é terrorismo. Em contrapartida, a violência do poderoso se justifica e apresenta-se como legítima defesa!

Falar em enfrentamento entre Israel e Palestina esconde ainda outros problemas, não menos sutis. Mascara-se propositalmente que Israel é um Estado e a Palestina não existe enquanto tal. A Palestina persiste em um limbo jurídico definido como "territórios ocupados", uma condição em que a potência ocupante é responsável de fato pela administração. É sob estes fatos ignorados e falsificados pela mídia que é preciso entender os últimos acontecimentos na região, como a guerra em 2006 contra o Líbano e o recente massacre em Gaza, iniciado em dezembro de 2008.

A violência israelense, como todas as agressões colonialistas são desproporcionais. Na Guerra de 2006 contra o Líbano, por exemplo, são 44 civis israelenses mortos contra 1191 civis libaneses; na Guerra de 2008-2009 contra Gaza foram (3) civis israelenses contra 926 civis palestinos. Mas não só de nefastas estatísticas que se faz a desproporcionalidade. A cobertura histórica também é desproporcional e são poucas as menções feitas à tragédia árabe-palestina de 1948, contribuindo para seu "apagamento".

Neste sentido, a maior eliminação provocada por este verdadeiro crime de limpeza étnica foi a supressão do acontecimento da História, de maneira que ninguém sequer menciona este outro holocausto (4). Contra isso, celebrar o Dia da Catástrofe é lembrar. É um projeto educativo denunciando a limpeza étnica da Palestina como um projeto inacabado de Israel. Lembrar os métodos e práticas israelenses que se arrastam do passado até os dias de hoje devem servir para impedir que o plano de eliminação da Palestina se concretize. Repetindo o mantra que já nos acostumamos a ouvir: Nunca mais!

(1) PAPPE, Ilan. The ethnic cleansing of Palestine. Oneworld Publications, Oxford: 2007.

(2) Para mais informações, o website http://ApartheidNaPalestina.blogspot.com/ possui uma valiosa coletânea de artigos sobre o assunto.

(3) Não esquecer que existem outros grupos religiosos entre os palestinos, como cristãos
.
(4) Existem projetos de leis no parlamento israelense que buscam inclusive proibir manifestações lembrando o dia!



*Vinicius Valentin Raduan Miguel é cientista social pela Universidade Federal de Rondônia e mestrando em Ciência Política pela Universidade de Glasgow, Escócia. 


Nota do Blog: Este artigo foi publicado em 2009 e mantém a sua atualidade, pois Israel continua ocupando a Palestina,  realizando a limpeza étnica e negando/impedindo o direito de retorno dos refugiados à seus lares e sua terras.

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DOCUMENTÁRIO: A HISTÓRIA SIONISTA (THE ZIONIST STORY)

Do autor Renen Berelovich:   "Recentemente concluí um documentário independente, A história Sionista, no qual quero apresentar não apenas a história do conflito Israel/Palestina, mas também as razões centrais do mesmo: a ideologia sionista, seus objetivos (passados e atuais) e seu firme controle não somente da sociedade israelense mas também, e de modo crescente, da percepção que os ocidentais têm do Oriente Médio.”

O autor combina com êxito imagens de arquivo com comentários próprios e de outros, como Ilan Pappe, Jeff Halper, Terry Boullata e Alan Hart.




A LIMPEZA ÉTNICA DA PALESTINA E OS MITOS DA CRIAÇÃO DE ISRAEL

Assista a entrevista (legendada em português) com o historiador israelense ILAN PAPPE, onde discorre sobre como o sionismo, de forma planejada, executou e continua executando a limpeza étnica da Palestina: ocupação e roubo da terra, eliminação física e expulsão dos palestinos, apagamento da cultura e da história palestina. O mito da "guerra de defesa" de 1948. O mito que os palestinos abandonaram seus lares e terras. . A lógica sionista do massacre de Deir Yassin. O mito da democracia israelense. As perspectivas para o futuro.A perseguição que sofreu na Universidade Uma entrevista de um judeu que foi em busca da verdade e enfrentou todas as pressões com altivez e coragem.




A INVENÇÃO DA TERRA DE ISRAEL

Nesta conferência, o historiador israelense Shlomo Sand expõe a essência de seu novo livro, A invenção da terra de Israel, e debate com o público presente as ideias por ele desenvolvidas nesta obra e em seu livro anterior (A invenção do povo judeu).

Com sua costumeira contundência, Shlomo Sand desconstroi por completo a mitologia erguida pelos sionistas através da manipulação de citações bíblicas. O propósito de tal manipulação é de tentar justificar com argumentos religiosos a ocupação da Palestina e a expulsão de grande parte dos habitantes autóctones para, em seu lugar, assentar os contingentes de pessoas de ascendência judaica (majoritariamente oriundos da Europa oriental) que o sionismo conseguiu levar para lá.


PARTE 1









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SAIBA MAIS SOBRE A NAKBA:













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