terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Raízes palestinas em exposição no Memorial do Rio Grande do Sul

Raízes palestinas em exposição no Memorial do Rio Grande do Sul


O Memorial do Rio Grande do Sul, da Secretaria da Cultura, abre na próxima quinta-feira (21), a exposição 'Memórias e identidade: raízes palestinas'. A solenidade da mostra, que tem o apoio da Liga dos Estados Árabes, Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Embaixada do Estado da Palestina no Brasil e Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), está marcada para as 19h30, na Sala dos Tesouros - 2º andar do Memorial.

Até o final de fevereiro serão expostos 23 vestidos típicos, colecionados durante 12 anos pela embaixatriz da Palestina no Brasil, Nahida Tamimi Alzeben. O público também irá conhecer um pouco do artesanato e da pintura palestina.

A arte faz parte da vida e das raízes do povo palestino, que herdou dos seus ancestrais cananeus e filisteus as habilidades manuais, que até hoje destacam e identificam sua cultura, pela diversidade de formas com que seus trabalhos são apresentados.

Com o barro de Jericó (a cidade mais antiga do mundo), os cananeus moldaram vasos. Em épocas mais recentes, registram-se os trabalhos entalhados em madeira da oliveira, a arte do vidro, as obras de arte em nácar e a arte do bordado em ponto de cruz, onde as linhas entrelaçadas formam desenhos maravilhosos, que decoram os vestidos das mulheres palestinas e objetos de decoração como almofadas, espelhos, quadros e outros. Por meio das cores e dos desenhos dos bordados pode-se identificar as cidades, regiões e mesmo o país de sua origem.

A mostra pode ser visitada de 21 de janeiro à 08 de março, de terça a sexta, das 10h às 18h, e sábados, domingos e feriados, das 12h às 17h. Nos próximos dias 23 e 24, a visitação será das 9h às 18h. A entrada é franca.


Texto: Ascom Cultura

Edição: Léa Aragón/Secom




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Logo da FEPAL - Federação Árabe Palestina do Brasil

EXPOSIÇÃO CULTURAL  “MEMÓRIAS E IDENTIDADE: RAÍZES PALESTINAS”


De 21 de Janeiro a 08 de Março de 2016

Abertura: 21 de Janeiro às 19:30


A arte faz parte da vida e das raízes do Povo Palestino, que herdou dos seus ancestrais Cananeus e Filisteus as habilidades manuais, que até hoje o destacam e identificam sua cultura, pela diversidade de formas com que seus trabalhos são apresentados.

Exposição cultural Raizes PalestinasCom o barro de Jericó (a cidade mais antiga do mundo), os Cananeus moldaram seus maravilhosos vasos. Em épocas mais recentes, registram-se os trabalhos entalhados em madeira da oliveira, a arte do vidro, as obras de arte em nácar e a arte do bordado em ponto de cruz, onde as linhas entrelaçadas formam desenhos maravilhosos, que decoram os vestidos das mulheres palestinas e objetos de decoração como almofadas, espelhos, quadros e outros. Através das cores e dos desenhos dos bordados pode-se identificar as cidades, regiões e mesmo o país de sua origem.

Nessa décima primeira edição , serão apresentados 23 vestidos típicos, colecionados durante 12 anos pela embaixatriz da Palestina no Brasil Nahida Tamimi Alzeben.

Durante a Exposição estará acontecendo o Fórum Social Mundial Temático em Porto Alegre ( 19 a 23 de Janeiro), um dos eventos mais importantes dos movimentos sociais a nível nacional e internacional. A exposição será encerrada no dia 08 de março em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Não há resistência  do povo palestino sem a mulher palestina.

O Secretário de Estado da Cultura, Sr. Victor Hugo Alves da Silva e a Sra. Maria Helena Nunes, Diretora do Memorial do Rio Grande do Sul e a Sra. Fátima Ali, Diretora da FEPAL – Federação Árabe Palestina do Brasil, contribuíram, de maneira decisiva, para a realização do evento.

REALIZAÇÃO:

Secretaria da Cultura do Governo de Estado do Rio Grande do Sul
Memorial do Rio Grande do Sul
Museu de Direitos Humanos do Mercosul

APOIOS:

Liga dos Estados Árabes
Câmara de Comércio Árabe Brasileira
Embaixada do Estado da Palestina no Brasil
FEPAL – Federação Árabe Palestina do Brasil

LOCAL:

Memorial do Rio Grande do Sul
Rua Sete de Setembro, 1020 – Centro Histórico – Porto Alegre

PERÍODO DE VISITAÇÃO:

De 21 de Janeiro a 08 de Março de 2016

ABERTURA:

21 de Janeiro às 19:30

HORÁRIO DE VISITAÇÃO:

De terça à sexta das 10h às 18h
Sábados, domingos e feriados das 12h às 17h

NOS DIAS 23 E 24 DE JANEIRO A VISITAÇÃO SERÁ DAS 9H ÀS 18H

ENTRADA GRATUITA


Fonte: Fepal


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quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Jean Wyllys diz ser “desonesto e irresponsável” chamar Israel de genocida

O Deputado Federal Jean Wyllys visita Israel


O genocídio de Israel contra o povo palestino: uma discussão “honesta e responsável”


Do site VIOMUNDO - por João Telésforo*


O Deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), em entrevista ao programa “Conexão Israel”, afirmou que seria “desonesto e irresponsável” chamar o Estado de Israel de genocida, por seus ataques criminosos contra o povo palestino.

Curiosamente, o partido de Jean foi um dos signatários de carta pública, em julho de 2014 (diante de mais uma série de ataques de Israel), na qual se afirmava que “o tom das ações israelenses tem sido de limpeza étnica, crimes de guerra e genocídio”. Quem terá razão?

O historiador israelense Ilan Pappé, Diretor do Centro Europeu de Estudos Palestinos na Universidade de Exeter (Inglaterra), considera, desde 2006, que o Estado de Israel comete genocídio na Faixa de Gaza, indo além das “clássicas” políticas israelenses de limpeza étnica contra os palestinos (remoção militarizada de um grupo étnico de determinados territórios).

Em novo texto de 2014, Pappé avalia que o genocídio segue em curso no “gueto” palestino de Gaza, de maneira incremental.

Michael Ratner, advogado, Presidente Emérito da renomada organização de direitos humanos Centro para Direitos Constitucionais (CCR), sediada em Nova Iorque, e Presidente do Centro Europeu para Direitos Humanos e Constitucionais, ex-Professor das Universidades de Yale e Columbia, concorda com a definição de Ilan Pappé, sobre “genocídio incremental” contra o povo palestino.

Em entrevista de 2014, refere-se aos “crimes de guerra” de Israel, ao “genocídio, crimes contra a humanidade, e apartheid”, e argumenta, citando Pappé, sobre os elementos jurídicos e fáticos que configuram esses crimes na situação.

Também há posições sólidas que não chegaram a resultados conclusivos sobre a existência de genocídio contra o povo palestino, embora tenham constatado outras gravíssimas violações ao direito internacional dos direitos humanos.

Richard Falk, professor emérito de Direito Internacional da Universidade de Princeton, afirmou, em relatório ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, durante seu mandato (2008-2014) como “relator especial da ONU para os direitos humanos nos territórios palestinos ocupados desde 1967”, que o Estado de Israel promove “colonialismo, apartheid e limpeza étnica” em suas ocupações na Palestina.

No que diz respeito à caracterização jurídica de genocídio, a posição de Falk é mais cautelosa, mas bastante longe de negá-lo como hipótese sem sentido, ou “desonesta e irresponsável”.

Em Setembro de 2014, Falk integrou sessão do Tribunal Russel (da sociedade civil) para analisar, do ponto de vista do Direito Internacional, a operação militar “Margem Protetora”, realizada por Israel na Faixa de Gaza em 2014, ao longo de 50 dias.

O júri, formado por indivíduos proeminentes de todo o mundo, destacados na defesa dos direitos humanos, e assessorado por uma equipe de juristas voluntários, analisou inclusive a acusação de genocídio, que ganhou muita força à época (acusação feita a Israel, inclusive, por 40 sobreviventes do holocausto nazista).

Em seu relato sobre as conclusões do Tribunal, Falk afirma que “o júri teve pouca dificuldade em concluir” sobre “uma série de crimes de guerra agravados pelo cometimento de crimes contra a humanidade, mais centralmente a imposição de um regime multifacetado de punição coletiva contra toda a população civil de Gaza, em violação flagrante e sustentada do Artigo 33 da Quarta Convenção de Genebra”. O júri também rechaçou a alegação de Israel de que a série de ataques teria caráter de “autodefesa”.

Sobre genocídio, adotando critérios jurídicos rigorosos (mais do que para qualificações políticas ou jornalísticas), o Tribunal Russel concluiu, após ouvir uma série de testemunhos (traduzo parte do relato de Falk):

“Houve consenso no júri que as evidências de genocídio eram suficientes para que fosse apropriado e responsável dar cuidadosa consideração à acusação de que o Estado de Israel cometeu o crime de genocídio durante a operação Margem Protetora.

Isso foi em si um reconhecimento de que havia uma atmosfera genocida em Israel na qual altos agentes do governo fizeram declarações apoiando a destruição, eliminação e subjugação dos palestinos de Gaza como um povo, e que essas declarações inflamatórias não foram repudiadas pelo governo Netanyahu nem submetidas à investigação criminal nem a quaisquer procedimentos legais.

Ademais, o bombardeio continuado de Gaza sob circunstâncias nas quais a população não tinha a oportunidade de sair da região ou procurar refúgio na Faixa de Gaza aumentaram a credibilidade à acusação de genocídio. O fato de que a ‘Margem Protetora” tenha sido a terceira operação militar de larga-escala e continuada contra essa população ilegalmente bloqueada, empobrecida e ameaçada também formou parte do contexto mais amplo de genocídio.

Ainda como pano de fundo, e talvez a consideração mais relevante de todas, Israel falhou em esgotar os meios diplomáticos antes de recorrer à força, como requerido pelo direito internacional e a Carta da ONU.

Israel teve a opção de levantar o bloqueio e explorar as opções de um acordo de longo prazo para existência pacífica, proposto pelo Hamas em inúmeras ocasiões nos anos recentes. Essas iniciativas foram desprezadas por Israel sob a alegação de que não negociariam com uma organização terrorista.

Apesar do peso incriminador desses fatores, houve dúvidas legais sobre a configuração do crime de genocídio. Os líderes políticos e militares de Israel nunca endossaram explicitamente a busca de objetivos genocidas, e pretensamente buscaram um cessar-fogo durante a campanha militar.

Não se constatou uma expressão oficial clara da intenção de cometer genocídio, como distinto da intensificação do regime de punição coletiva documentado de forma convincente. A presença de comportamento e linguagem genocidas, mesmo se usada em círculos governamentais, não é por si só suficiente para concluir que a operação Margem Protetora, apesar de sua escala e fúria, tenha chegado ao ponto de genocídio.

O júri concordou, no entanto, que cidadãos de Israel, inclusive agentes do governo, pareciam ser culpados em vários momentos do crime de Incitação ao Genocídio, previsto no Artigo 3(c) da Convenção de Genebra. (…) Em algum momento, o acúmulo de atos genocidas será razoavelmente entendido como suficiente para satisfazer o alto padrão probatório necessário para concluir que Israel cometeu genocídio”.

Ante a “atmosfera genocida”, a “incitação ao genocídio” e o conjunto de violações aos direitos humanos perpetradas por Israel contra o povo palestino, em especial os residentes de Gaza, o Tribunal Russel apelou à ONU e à comunidade internacional que ajam para prevenir qualquer comportamento adicional de Israel que possa configurar-se como genocídio.

Como se vê, há uma discussão jurídica séria sobre se os crimes de Israel chegaram ao ponto de constituir genocídio (sobre crimes contra a humanidade, colonialismo e limpeza étnica, há grau de consenso bem maior de que são praticados por Israel).

Existem diferentes avaliações respeitáveis sobre o assunto. Reduzir a acusação de genocídio contra o povo palestino a “desonesta e irresponsável” é que não tem qualquer consistência, e minimiza a necessidade (apontada pelo Tribunal Russel) de levar a sério que se trata no mínimo de um risco real, ante o qual é necessária a mobilização de toda a comunidade internacional.

A desqualificação da acusação de genocídio a Israel não condiz com a trajetória e a estatura política e intelectual de Jean Wyllys, parlamentar de enorme importância em múltiplas frentes de defesa dos direitos humanos.

Se iniciei este texto fazendo referência a ele, não é para “atacá-lo”, mas por reconhecer sua extraordinária influência, justamente conquistada, nas redes sociais e junto aos setores progressistas da sociedade brasileira, e a necessidade de oferecer um contraponto jurídico crítico fundamentado à sua afirmação pontual sobre o genocídio.

Afinal, como afirma Richard Falk em seu último livro, “Palestine: the Legitimacy of Hope”, “a luta palestina por autodeterminação tornou-se a questão moral internacional mais importante do nosso tempo”.

*João Telésforo é Mestrando em Direito, Estado e Constituição na Universidade de Brasília.


Leia também:


































Jean Wyllys visita Israel


quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

A mulher árabe, cristã e jogadora de futebol que fundou a seleção da Palestina e chegou à Fifa


Thaljieh quebrou tabus, fundou a seleção palestina e chegou à Fifa


Retrospectiva 2015 , do site Trivela:

O ano de 2015 foi repleto de grandes exemplos de mulheres que ganharam destaque por lutarem contra preconceitos e principalmente por seus direitos. Ainda estamos muito longe de chegarmos a algo razoável. Basta ver que a questão do aborto, por exemplo, ainda é tratada como tabu, quando na verdade é um problema de saúde pública. E para lembrar de uma das grandes mulheres inspiradores neste ano, trazemos uma grande história: Honey Thaljieh, uma palestina, que é cristã, fundou a seleção palestina feminina e chegou à Fifa, como dirigente. Desfrute conosco desta história publicada em 11 de fevereiro.


Mulher, árabe e cristã, Thaljieh quebrou tabus, fundou a seleção palestina e chegou à Fifa




O futebol feminino enfrenta resistência mesmo em países considerados liberais em termos de costumes. Na Palestina, a dificuldade é ainda maior. Os problemas sociais, políticos e culturais dificultam o que deveria ser simples: praticar um esporte. Honey Thaljieh não deixou que nada disso atrapalhasse. Buscou o seu sonho e tornou-se jogadora de futebol. Mais do que isso: fundou a seleção da Palestina, foi capitã do time e seguiu carreira no esporte. Aos 30 anos, a mulher nascida em Belém trabalha na Fifa, pelo esporte que ama, tentando fazer da liberdade que conquistou em tantas frentes na vida uma realidade para mais mulheres. Suas múltiplas identidades, que foram prisões, tornaram-se o motivo de ela conseguir mais liberdade.

(...)

“Tudo começou como um passatempo, mas percebi que amava aquilo. Então eu comecei a crescer e depois da primeira e da segunda intifada, enfrentamos desespero, destruição, guerra. A maioria perdeu a esperança”, contou a palestina. “Todas as noites, os soldados invadiam nossa casa e nos colocavam para fora, não importava se estava chovendo ou frio. Nosso carro foi destruído, meu primo foi morto. Era difícil ver os corpos no chão. Estas imagens estão sempre na cabeça. As vezes tenho pesadelos”, ela lembrou.

(...)

Leia aqui a matéria completa e conheça a trajetória de Honey Thaljieh.


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segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Diplomacia da birra: Israel ameaça o Itamaraty

Brasil rejeita embaixador  e Israel ameaça o Itamaraty


Brasil 247 - por Plínio Zúnica - 02/01/16


No último domingo, dia 27 de dezembro, Israel fez ameaças diplomáticas ao governo brasileiro, caso o Itamaraty persista na recusa à imposição do embaixador Dani Dayan. O Ministério das relações Exteriores afirmou que prefere tratar com um embaixador que não represente a colonização sionista da Palestina, e em resposta a vice-ministra de Relações Exteriores, Tzipi Hotovely, ressaltou que Israel não enviará outro embaixador. Hotovely enfatizou que Israel está lidando com o caso "de forma discreta", mas que adotará "ferramentas alternativas públicas" para repreender o Brasil.


Uma questão de protocolos, respeito e educação:

Em primeiro lugar, temos aqui um problema em relação à tradicional truculência política israelense. Não é a primeira vez que temos um atrito diplomático com Israel, e não é a primeira vez que isso acontece por causa da arrogância e falta de ética da diplomacia israelense. Em 2014, por conta do uso desproporcional de força e dos diversos crimes de guerra cometidos por Israel nos ataques à Gaza que deixaram mais de 2.200 mortos, o Itamaraty convocou o embaixador brasileiro em Israel de volta para casa, apenas para consultas sobre a operação. O então porta-voz do Ministério de Relações Exteriores israelense, Ygal Palmor, em uma demonstração tragicômica de imaturidade política, chamou o Brasil de "anão diplomático" e "um parceiro diplomático irrelevante", e ainda comparou o massacre contra a população de Gaza com o 7x1 da copa do mundo. O caso foi tão embaraçoso que o presidente israelense telefonou para a presidenta Dilma para pedir desculpas pela falta de profissionalismo de seu funcionário.

Desta vez foi Netanyahu quem passou por cima dos protocolos éticos da diplomacia internacional, declarando publicamente o seu novo embaixador antes de consultar o governo brasileiro. O nome de Dayan não foi uma indicação, e sim uma imposição. O próprio pivô da situação não faz nenhuma questão de esconder o despeito pela situação. Dani afirmou que Netanyahu não pressionou o governo brasileiro o suficiente para forçar a sua nomeação, e complementou em entrevista ao jornal Haaretz: "Não sei se serei o embaixador no Brasil e, pessoalmente, não me importa muito. Aliás, isso tornaria as coisas muito mais fáceis para mim [não ir para o Brasil], mas estou lutando pelo próximo embaixador que venha a ser um colono".

O governo Netanyahu não se cansa de mostrar que não possui nenhum respeito por leis e órgãos internacionais, diplomacia ou ética, e a nomeação forçada de Dayan foi mais uma prova de que também não possui nenhum respeito pelo Brasil.


Uma questão de coerência e respeito aos direitos humanos:

O principal problema, entretanto, é menos com o modo como Dayan foi colocado à força em Brasilia, e mais o que ele representa. Por trás de uma fala suave e aparência tranquila, Dayan é na realidade representante de uma política extremamente intransigente, cínica e agressiva, e seria impossível que o Brasil continuasse com sua posição de apoiador de um processo de paz entre Israel e Palestina lidando com um embaixador como ele.

A mídia sionista alega que Dani Dayan está sendo rechaçado "apenas" por morar em um assentamento, o que por si pode ser considerado um crime de guerra. O caso é que Dayan não é apenas um simples colono, e sim o principal propagandista dos assentamentos ilegais israelenses. Dayan dedica sua vida à defesa e expansão dos assentamentos, que são uma violação do Direito Internacional, condenados por praticamente todas as nações do mundo. Os assentamentos são uma das principais bases do sistema de Apartheid imposto sobre os Palestinos. São uma incontestável ferramenta de colonização e o maior obstáculo para o processo de paz e a criação de um Estado Palestino.

De fato, Dayan se declara abertamente contrário à solução de dois Estados, aprovada na ONU por ampla maioria. Ele é totalmente contra a existência de um Estado Palestino, e considera que não existe nenhuma solução para o conflito. Dani se refere à Cisjordânia (área da Palestina sob ocupação militar israelense) como "Judeia e Samaria", os nomes míticos da Israel bíblica, se recusando assim a reconhecer as fronteiras da Linha Verde de 1967.

Quando questionado, Dayan diz ter grande respeito pelos palestinos, mas seu plano é que eles continuem sendo um povo sem direitos políticos, vivendo em um sistema de segregação étnica sob a autoridade militar sionista. Ao contrário da maioria dos colonos, ele reconhece a existência de um povo palestino e considera que a sua narrativa nacional é legítima, mas dificilmente consegue falar de palestinos sem os taxar de terroristas, e acredita que as ambições de israelenses e palestinos são irreconciliáveis. Quem acredita que os interesses dos dois povos não podem ser conciliados obviamente não pode ocupar um cargo que tem a conciliação como prerrogativa.

Dayan é um homem com quem não há muita margem para negociação razoável mesmo com seus colegas sionistas. Em entrevista concedida à rede Al Jazeera em 2008, Dani afirmou que a retirada dos assentamentos de Gaza foi uma "limpeza étnica judaica" promovida pelo próprio governo israelense. Quando Bibi prometeu (mas não cumpriu) parar as construções criminosas de assentamentos, Dayan, então presidente do Conselho Yesha, disse que "se a paralisação persistir em qualquer sentido, nós prometemos empenhar todo esforço para lutar contra o governo de Netanyahu. Será o começo do fim".

Dayan se recusou a visitar a Africa do Sul durante o regime do Apartheid, porque considerava um sistema racista e injusto. Entretanto, afirmou em entrevista à rede Al Jazeera que a comparação feita por Desmond Tutu entre o Apartheid Sul Africano e o Apartheid Sionista é errada, e declarou, com toda a pompa e empáfia que lhe são características, que entende mais sobre Apartheid do que o reverendo Desmond, e que não há racismo na política colonial israelense.

Quando alguém passa por cima do direito de um país para rejeitar embaixadores, despreza as resoluções da ONU, a 4ª Convenção de Genebra, as decisões da Corte Internacional de Justiça, as posições políticas de praticamente todas as nações do planeta e ainda afirma que entende mais de apartheid do que a maior autoridade viva no assunto, é sinal de que não é uma pessoa com quem seja possível negociar.


Dani Dayan é um atentado contra a paz entre Palestina e Israel, e o Itamaraty mostra coragem, coerência e sabedoria ao não se curvar às ameaças sionistas de retaliação diplomática.

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Diga não a Dani Dayan para embaixador de Israel no Brasil



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domingo, 3 de janeiro de 2016

Roger Waters envia mensagem de paz e amor ao povo palestino

Roger Water envia mensagem de ano novo ao povo palestino


Além de ser um dos músicos mais renomados do mundo do Rock, Roger Waters é também um destacado militante pelos direitos humanos. Para começar 2016 o ex-baixista do Pink Floyd dedicou sua mensagem de ano novo ao povo palestino: “Estamos juntos. Paz e amor em 2016”.

Em sua página oficial no Facebook, o músico apresenta uma nova versão de clipe para a canção Hey You, lançada originalmente em 1979, no disco The Wall. Mesmo 37 anos depois, os versos – ilustrados com cenas de uma Palestina invadida – soam mais atuais que nunca. “O muro era muito alto/ como você pode ver/ Não importa o quanto ele tentasse/ ele não conseguia se libertar”.

O clipe traz a história de duas crianças palestinas que devido ao muro construído por Israel não conseguem mais chegar à praia e, em meio a bombardeios e territórios ocupados, encontram na imaginação fértil uma forma de “escapar” do cerco sionista.

Sensível e comovente, o clipe leva o espectador a refletir sobre a causa palestina por meio do cotidiano de uma população que teve sua rotina invadida e sua cultura violada.

O interesse de Roger Waters pela causa palestina começou em 2006 quando ele decidiu conhecer a Cisjordânia depois de fazer um show em Telavive. Desde então o músico faz ações e se manifesta em shows e entrevistas em defesa do povo palestino, além de apoiar o boicote aos produtos fabricados em Israel e condenar as atitudes sionistas do governo do país.

Assista neste link.



Do Portal Vermelho, Mariana Serafini


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