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domingo, 9 de novembro de 2014

Relação com árabes será ampliada em mandato de Dilma

Assessor especial da Presidência afirmou que é preciso melhorar o relacionamento do Brasil com os países árabes. Latino-americanos também serão foco da política externa.






São Paulo – A relação com os países árabes será uma das prioridades da política externa do governo brasileiro no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. Em entrevista concedida ao canal de televisão GloboNews pouco antes do segundo turno das eleições e exibida na noite de segunda-feira (27), o assessor especial da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, afirmou que “há espaço” para aprofundar o relacionamento do Brasil com os países árabes, assim como com os países latino-americanos.

“Temos que dar mais consistência, por exemplo, à nossa presença no continente africano. Temos ainda espaço grande para melhorar nossas relações com o mundo árabe. Elas (as relações) iam muito bem, mas é verdade que com a chamada Primavera Árabe o cenário ficou um pouco conturbado”, afirmou Garcia na entrevista.

Marco Auréli Garcia, os árabes e o segundo mandato de Dilma
Garcia: relação com árabes pode melhorar.   
 Roosevelt Pinheiro/Agência Brasil
O assessor da Presidência também fez referência à relação do Brasil com países da América. “É evidente que temos que melhorar consideravelmente nossa relação com os nossos vizinhos da América do Sul, da América Latina e Caribe, sobretudo enfatizar mais as instituições multilaterais que existem aqui”, disse Garcia em referência ao Mercosul.

Durante a campanha eleitoral, a coordenação do comitê de Dilma Rousseff afirmou à ANBA que, se eleita, a candidata iria intensificar o diálogo e a cooperação com os países árabes.

Na ocasião, o comitê eleitoral afirmou que o Brasil tem fortes vínculos culturais com os países árabes devido à grande quantidade de imigrantes que o País recebeu, assim como observou que o Brasil tem tradição em buscar soluções negociadas para conflitos. Os coordenadores da campanha também lembraram que o País é um dos poucos a manter relações diplomáticas com todos os integrantes das Nações Unidas. Na mensagem, o comitê de Dilma afirmou que em um segundo mandato, a presidente iria intensificar a cooperação nas áreas de energia, educação, cultura e políticas sociais.



Evolução desde 2003



No ano passado, a corrente de comércio do Brasil com os países árabes chegou a US$ 25,4 bilhões e o saldo comercial encerrou o período com superávit de US$ 2,6 bilhões. O Brasil exportou US$ 14,036 bilhões, valor 5,2% inferior ao exportado em 2012. Mas desde 2003 o intercâmbio comercial entre o Brasil e os 22 países do Oriente Médio e do Norte da África saltou de um patamar de US$ 2,7 bilhões em embarques anuais para os US$ 14,036 bilhões de 2013.

Entre os motivos que levaram essas relações a cresceram está o fato de que no fim de 2003 o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) visitou Síria, Líbano, Emirados Árabes Unidos, Egito e Líbia. Após aquela viagem foi realizada a primeira edição da Cúpula América do Sul Países Árabes (ASPA), criada com o propósito de aproximação entre os líderes e sociedades civis dessas regiões.

As relações comerciais das duas regiões, no entanto, ainda são formadas basicamente pelo intercâmbio de commodities. O Brasil exporta carnes de frango e bovina, açúcares e minério de ferro, principalmente. Já os árabes enviam petróleo e seus derivados ao País, além de fertilizantes.

Aguardam votação no Congresso Nacional acordos de livre-comércio do Mercosul com a Palestina e com o Egito. A última edição da Cúpula Aspa foi realizada em 2012 em Lima, no Peru.

A presidente Dilma Rousseff foi reeleita pelo Partido dos Trabalhadores para o próximo mandato de quatro anos a partir de 1º de janeiro de 2015. Dilma derrotou o adversário Aécio Neves (PSDB) no segundo turno das eleições, realizado no domingo (26). A presidente Dilma Rousseff não visitou a região em seu primeiro mandato, mas o vice-presidente, Michel Temer, esteve nos Emirados Árabes Unidos, Líbano e Omã.


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