Na última sexta-feira (2) foi comemorado em todos os continentes o Dia Mundial de Al Quds (Jerusalém), com manifestações de rua e atos políticos em diferentes cidades. No Brasil, teve lugar uma solenidade em São Paulo, na Mesquita do Brás, organizada pela Associação Beneficente Muçulmana do Brasil.
O Dia Mundial de Al Quds (Jerusalém) foi instituído pela Revolução Iraniana, em 1979, sob a liderança do Aiatolá Khomeini, para ativar a luta pela libertação da cidade ocupada pelos sionistas israelenses.
Falando em nome da Embaixada iraniana no Brasil, o vice chefe da missão diplomática, Mahdi Rounagh destacou que o Dia Mundial de Al Quds (Jerusalém) se comemora neste ano quando a luta dos povos do Oriente Médio está vivendo um momento decisivo, por ele caracterizado como “despertar islâmico”. O diplomata enfatiza que está havendo na região uma intensificação da luta contra as potências imperialistas, nomeadamente os Estados Unidos e o regime sionista israelense.
De acordo com Mahdi, essas potências revelam a todo momento as “más intenções” dessas potências, que pretendem apropriar-se do levante dos povos da região para favorecer os seus interesses. O representante da República Islâmica iraniana ressaltou que esses levantes se voltam contra o “inimigo sionista” e que uma das lutas mais importantes que ali se desenvolvem é pela libertação de Jerusalém ocupada. “Os palestinos esperam a libertação da cidade e de toda a Palestina”, assinalou.
Mahdi Rounagh fez críticas à retomada das negociações anunciadas na semana passada pelo secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, entre a Autoridade Nacional Palestina e Israel. “O inimigo sionista e os Estados Unidos querem levar adiante o inútil e equivocado diálogo entre o regime israelense e a Palestina. É em vão, pois Israel não adere a nenhum acordo e a nenhuma norma”. O diplomata denunciou que Israel continua a política de assentamentos nos territórios palestinos, usurpando os direitos deste povo e levando adiante seu plano de tornar a Palestina um território judaico.
Ressaltando que “o mundo islâmico não reconhece a ocupação", o vice chefe da missão iraniana no Brasil fez um chamamento pela unidade nacional palestina, “para enfrentar o inimigo e recuperar o território usurpado”.
Por seu turno, o embaixador da Autoridade Nacional Palestina no Brasil, Ibrahim Al Zeben, discursou para os defensores da paz, saudando todos os que no Brasil lutam pela paz e defendem a devolução de Al Quds (Jerusalém) aos palestinos. Al Zeben disse ser grato pela solidariedade que seu povo recebe dos movimentos sociais e partidos políticos brasileiros, destacando o papel do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) e de sua líder, Socorro Gomes, que é também a presidenta do Conselho Mundial da Paz (CMP).
O embaixador palestino foi duro nas críticas “aos inimigos que querem acabar com nossa existência”. E reafirmou o compromisso de luta do seu povo e da Autoridade Nacional Palestina. “Lá permaneceremos, como as pedras, como as oliveiras, como a terra. Não abandonaremos os nossos prisioneiros. Seguiremos lutando até que a justiça chegue e ela chegará mais cedo do que tarde, pois o mundo árabe está mudando”.
Com um discurso vibrante, interrompido várias vezes por calorosos aplausos, a presidenta do Conselho Mundial da Paz e do Cebrapaz declarou que “ao celebrar o Dia Mundial de Jerusalém, reafirmamos a defesa que fazemos da causa palestina, que é uma causa de toda a humanidade”.
Socorro Gomes destacou que em pleno século 21 não podemos conviver com “as políticas e ações de uma poucas potências que revelam extrema crueldade”. Como exemplo dessas políticas e ações, citou as que o Estado sionista leva a cabo na Palestina ocupada.
Ressaltando que “não podemos admitir que os sionistas israelenses impeçam os palestinos de viverem livres”, a dirigente reiterou a exigência dos movimentos sociais de que “Israel devolva aos palestinos os territórios ocupados, devolva aos palestinos a sua capital, Jerusalém, e liberte os prisioneiros palestinos”. Segundo Socorro, este “é um clamor de toda a humanidade, um compromisso que vem do fundo de nossa alma”.
Socorro Gomes analisou o quadro político em desenvolvimento na região do Oriente Médio. Denunciou que “as políticas dos Estados Unidos e do regime sionista israelense são políticas terroristas levadas a efeito por inimigos da paz, que visam a controlar o Oriente Médio e suas riquezas, violando o direito internacional, praticando políticas intervencionistas, desencadeando guerras, vilipendiando a própria ONU e corrompendo o significado das palavras como liberdade e direitos humanos”.
A líder pacifista reafirmou a plena solidariedade com os povos que resistem e lutam contra essas políticas. Destacando que “cada povo é dono do seu destino”, defendeu a união dos povos, enalteceu “a heroica luta da Síria e de seu povo pela soberania” e o papel do Irã, “que resiste e é solidário com os povos em luta”.
Ao finalizar, Socorro Gomes lembrou que o imperialismo estadunidense, que se encontra em declínio, não é invencível, que sua derrocada é previsível e que a humanidade é solidária com os palestinos. “A unidade dos povos vai derrotar o sionismo e o imperialismo”, concluiu.
O ato em homenagem ao Dia Mundial de Al Quds (Jerusalém) foi saudado também por lideranças muçulmanas das Mesquitas xiitas e sunitas de São Paulo e da Igreja Cristã Ortodoxa.
Fonte: Redação do Vermelho
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