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quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Na terra do Natal - por Salem Nasser




Nos últimos tempos, um fenômeno apenas parece nos convidar a olhar de novo para a Palestina e ficar de novo perplexo


Por Salem Nasser*




Um slogan me fez lembrar o que não se deveria esquecer, que a Palestina é a terra do Natal.

Uma sequência de imagens convidava, justamente, a imaginar como seria o Natal na terra do Natal para seus habitantes históricos, e a comparar com o que aconteceria em outros lugares quaisquer.

Lado a lado eram contrapostas as cenas de celebração e de brilho e aquelas outras de destruição e de olhos de crianças desprovidos de brilho.

Duas personagens de um romance para ler nas férias lembram, talvez não sem algum ceticismo, que evocar o Natal atrai quase que necessariamente a frase paz na terra aos homens de boa vontade.

Não sei se por falta desses homens ou dessa boa vontade, mas não é paz que o Natal promete à Palestina.

Foto: Reprodução/UNRWA (2015)
Foto: Reprodução/UNRWA (2015)


A tragédia palestina tem já traços conhecidos, familiares. É um rosto tão machucado, cujas feridas nos foram expostas tantas vezes, que já não queremos olhar para ele. Ou pior, já não o notamos quando cruza agonizando o nosso caminho.

Não há nada, ou quase nada, de novo. Trata-se apenas de uma contabilidade incremental da desgraça: mais mortes, mais expulsões, mais casas demolidas, mais colônias e assentamentos, mais discriminação…

Nos últimos tempos, um fenômeno apenas parece nos convidar a olhar de novo para a Palestina e ficar de novo perplexo.

Vários jovens palestinos, outros menos jovens, algumas mulheres, no mais das vezes agindo sozinhos, com base numa decisão que é ela também tomada solitariamente, sem a inspiração ou a instigação de lideranças de qualquer natureza, sem qualquer motivação religiosa, tomam de uma faca de cozinha ou do volante de um carro e atacam soldados ou colonos israelenses.

O resultado, invariavelmente, é que soldados e colonos ficam feridos e o palestino ou a palestina morre. Essa morte não é apenas previsível, ela é praticamente certa e conhecida de antemão.

Quando essas notícias nos chegam, se prestamos alguma atenção a elas, a nossa tendência é a de condenar os palestinos que se comportam assim. Ou bem o fazemos porque, compreensivelmente, não sabemos simpatizar com esta violência que, montada sobre a surpresa, nos parece gratuita. Ou então o fazemos porque percebemos como essa violência que logo será dita terrorista machuca a imagem do palestino e de sua causa.

A pergunta que não fazemos é, no entanto, a única que faria algum sentido: quantas vezes e de que modos terríveis foi ferida a alma desta pessoa que se vê impelida ao gesto de violência impotente que resultará na sua morte? Como é que esta ocupação e esta máquina de humilhação cotidiana assassina a humanidade do sujeito e todas as suas esperanças?

A terra do Natal há muito nos mostra apenas a sua cara reversa, aquela das chagas e da Paixão.



*Salem Nasser é professor de Direito Internacional da FGV Direito SP.





domingo, 20 de dezembro de 2015

Espanha emite ordem de detenção contra Netanyahu

Espanha emite ordem de detenção contra Netanyu



O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e outros seis antigos e atuais ministros poderão ser detidos se entrarem em Espanha, depois de o Tribunal espanhol ter ordenado um mandado de detenção.



A decisão judicial foi motivada pelas ações israelitas durante os ataques à Flotilha da Liberdade em 2010.

O juiz espanhol do Tribunal Nacional Jose de la Mata ordenou à polícia e à guarda civil informá-lo se Netanyahu ou seis outros altos funcionários entrarem no país, uma vez que o Tribunal pode abrir um processo contra eles.


   


Junto com Netanyahu, as outras seis pessoas são: o ex-ministro das Relações Exteriores Avigdor Lieberman, o ex-ministro da Defesa Ehud Barak, o ex-ministro de Assuntos Estratégicos Moshe Yaalon, o ex-ministro do Interior Eli Yishai, o ministro sem pasta Benny Begin e o vice-almirante Maron Eliezer, que era responsável na altura pela operação das Forças de Defesa israelenses.



O caso, que fora congelado pelo juiz espanhol no ano passado, foi iniciado contra os responsáveis israelenses na sequência do ataque das Forças de Defesa de Israel (IDF) contra a chamada Flotilha da Liberdade em 2010.

Ele refere-se especificamente ao principal navio civil, o Mavi Marmara, parte da frota de seis navios que tentou romper o bloqueio israelense de Gaza para entregar ajuda humanitária.



Quando o navio se aproximou da costa de Gaza, os militares da IDF assaltaram o navio em um ataque que deixou 10 ativistas mortos.

A comunidade internacional acusou Israel da violação do direito internacional por causa das ações do IDF durante o incidente. A recente decisão do tribunal espanhol significa que Netanyahu, junto com os outros seis altos funcionários israelenses, podem ser acusados.



No entanto, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores israelense, Emmanuel Nachshon, disse ao Jerusalém Post que Israel reuniu todos os esforços diplomáticos para anular a decisão do tribunal espanhol.


"Nós consideramos isto uma provocação. Estamos trabalhando com as autoridades espanholas para que o processo seja cancelado. Nós esperamos que vá logo acabar".


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Artigo de junho de 2010 quando Israel assassinou os pacifistas a bordo de um dos barcos da Primeira Flotilha Internacional de Solidariedade a Gaza:


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domingo, 6 de dezembro de 2015

Presidente da Sociedade Palestina de Foz do Iguaçu é discriminado por Israel

Do Jornal do Iguassu

Foz do Iguaçu - PR - Jihad Ahmad Abu Ali nasceu em Foz do Iguaçu. Estudou na Jordânia de 1991 até 2003. Aos 33 anos de idade, é casado com Sarah Atari, e tem um filho. Iniciou sua atividade em defesa do povo palestino em 2008, quando participou do Palestinian Youth Network (PYN ), um congresso internacional de jovens palestinos, representando o Brasil. Atualmente é Presidente da Sociedade Árabe Palestina Brasileira de Foz do Iguaçu, membro da FEPAL – Federação Árabe Palestina do Brasil e membro do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz – CEBRAPAZ, do Paraná.

Jihad Abu Ali, Presidente da Sociedade Palestina de Foz do Iguaçu



Apesar de sua descendência árabe, de sua árvore genealógica palestina e de ser presidente da Sociedade Palestina de Foz do Iguaçu, Jihad Abu Ali não teve o seu ingresso, tampouco sua saída da Palestina, facilitados pelas autoridades israelenses. Assim ele começa o seu relato sobre a missão de solidariedade ao país ocupado:

“Começo a relatar a partir de minha entrada na Palestina. Estávamos o vereador Paulo Porto (PCdoB de Cascavel), que tem cara de europeu; o vereador Bobato, com cara de brasileiro; e eu, com nome revelando a descendência árabe. Com esse relato quero mostrar como o Estado de Israel é um estado racista. Só pelo fato do Porto ter aparência de europeu, falaram para ele: ‘Vá logo!’ (Go, go, go! – em inglês) e carimbaram rapidamente seu passaporte. Para o vereador Bobato já fizeram algumas perguntas, como se tinha dinheiro, cartão de crédito, passagem de retorno, e o que foi fazer no país. Mas eu, pelo fato de meu nome ser evidentemente árabe, sem ao menos saberem minha origem, se sou palestino ou não, já pediram para eu aguardar e colaram uma etiqueta em meu passaporte brasileiro escrito ‘segurança’, para ser revistado”, conta o presidente da Sociedade Palestina em Foz do Iguaçu.

Segundo Jihad, essa forma segregacionista de tratar qualquer um que tenha descendência árabe, sem importar se é brasileiro de pai e mãe, independente de raça ou cor, é uma constante. Assim começou a entrada da delegação de Foz na Palestina, que foi através do porto, porque para entrar na Palestina tem que passar pelo controle de Israel. Jihad foi retido para ser interrogado e os vereadores seguiram viagem, porque essa foi a orientação que receberam. Porto e Bobato voltaram duas vezes com a intenção de o liberar, porém, sem sucesso. “Infelizmente, você se sente refém na mão do inimigo. Não consegue fazer nada”, disse Jihad.

Os vereadores seguiram viagem, ingressando na Palestina, e se encontraram com o prefeito de Jericó, enquanto o integrante de origem árabe da delegação permaneceu por 5 horas nas mãos dos israelenses sendo interrogado. O controle de Israel queria saber o que ele foi fazer lá e qual o objetivo da visita. “Eu expliquei tudo, falei a verdade, até porque não havia o que esconder”, explica Jihad. Porto e Bobato chegaram a acionar os governos brasileiro e palestino, mas não houve muito o que fazer. “Lamentável! Eles deveriam facilitar o meu acesso, por eu ser palestino. Essa é uma de lutas nossas, dentro das medidas das Nações Unidas, que é o direito de retorno, que nos foi tirado. Quem saiu do território palestino até 1967 não tem mais o direito de retornar, não tem documento palestino”, relata Abu Ali.

O presidente da Sociedade Palestina em Foz do Iguaçu só conseguiu entrar na Palestina no final da noite, quando encontrou com a delegação e continuou a viagem. No retorno, o mesmo problema. Enquanto a saída de outras pessoas não foi dificultada, mais uma vez Jihad foi o último a ser autorizado a sair da Palestina, no sábado. Ou seja, ele foi o último a entrar no dia 14 de novembro e o último a sair no dia 20, só pelo fato de ter um nome de origem árabe.


Jihad e o Prefeito de Betunia
DENÚNCIA. Prefeito de Beitunia fazendo denúncia sobre a proibição imposta por Israel aos agricultores palestinos, os impedindo de acessar as suas terras


JORNAL DO IGUASSU – Jihad, dê-nos uma visão geral sobre essa viagem.

Jihad Abu Ali - É muito difícil resumir uma cidade como Jericó, que tem 10 mil anos, numa visita de seis dias. São 10 mil anos de história e você não consegue conhecer em todos os detalhes. Foi uma visita com uma agenda muito pesada, com aproximadamente 18 horas de trabalhos por dia. Os vereadores trabalharam muito, com compromissos políticos, encontros com ex-prisioneiros palestinos para contarem suas histórias, e muita coisa foi registrada. O importante é que o povo palestino sentiu que tem gente do outro lado do mundo que escuta a história deles, e está compromissado e comprometido em divulgar e explicar o que ocorre na Palestina para o outro lado do mundo. Isso foi notável. A gente percebeu que a importância e o carinho deles pela delegação foi muito grande, porque sabem que a voz deles estava chegando para o outro lado do mundo.

JI – Você vislumbra uma solução para essa opressão?

Jihad – O Estado de Israel tem que abrir mão da ocupação e deixar os territórios invadidos, porque está ocupando um espaço que não é dele, isso é visível. Os Palestinos que moram lá estão a 100, 200, 300 anos na terra. Eu tenho tio, avô, bisavô, sepultados lá, a 20, 30, até 50 anos. Meus familiares já estão ali a 300 anos. Então Israel está ocupando a nossa terra e a cada dia tomam mais terras. Buscam colonos de qualquer lugar do mundo e plantam dentro dos territórios para contaminar as regiões. Além de colocar os invasores nas nossas áreas, alegam que vão proteger esses invasores e fazem um cerco militar armado, dizendo que aquilo é uma área de segurança máxima, e dificultando os palestinos de circular de um bairro a outro. Isso acontece diariamente.

Jihad Abu Ali, apesar das dificuldades impostas para sua entrada na Palestina, classifica que a missão foi cumprida, e que para o sucesso da expedição foi fundamental a colaboração dos embaixadores do Brasil e da Palestina. O Presidente da Sociedade Palestina de Foz do Iguaçu encerrou com o sentimento de que a luta de seu povo está chegando no fim: “Sou palestino, morei muito tempo lá, conheço a realidade. Mas, a experiência que vivemos, minuto a minuto, dia-a-dia, lá, me mostrou que o povo palestino é um povo feliz. Já o povo de Israel é medroso, se esconde atrás de armas, de cercas. Este é o povo que está permanentemente com medo de ser atacado, enquanto o povo palestino está todos os dias em pé, trabalhando, buscando sua sobrevivência. A luta continuará. Já estamos a 68 anos ocupados, e essa ocupação está perto de acabar. A história comprova que nenhuma ocupação durou mais de cem anos, então está faltando um terço do tempo. Vamos ganhar essa luta, porque ela é a luta de um povo justo”, afirma Jihad.

O vereador Nilton Bobato, que é professor, fez uma avaliação da situação, e falou sobre os motivos que levaram Israel e Palestina a chegar no grau de intolerância que há hoje, que se iniciou em 1948 e se agravou em 1967, fornecendo elementos para enriquecer essa narrativa tão educativa e emocionante: “A Palestina é um país, uma terra que sempre existiu. Está ali há milhares de anos. É onde nasceu Jesus Cristo, onde Maomé pregou, onde se gerou boa parte da cultura ocidental. Em 1948, para resolver a questão da hegemonia nazista, foi criado o Estado de Israel, que foi colocado em um território que já existia. Foi colocado ali um outro país, não respeitando aquelas pessoas que lá já estavam. Apesar disso, em 1967 houve uma reocupação desse território, a partir desse estado criado. Desde então, eles ocupam todos os dias uma parte a mais desse território. Israel não cumpre nenhum dos acordos internacionais que foram firmados para desistirem daquele espaço. Então, todo aquele discurso de que os dois Estados precisam existir, depende de um respeitar a soberania do outro. Para entrar da Palestina precisa de autorização de Israel, isto é um absurdo. A Palestina é um estado ocupado por Israel, e a cada dia colocam mais gente dentro do território palestino. A ideia de Israel hoje, é acabar com a Palestina. Esse é o princípio chamado limpeza étnica. É isso o que está acontecendo na Palestina. Inclusive a produção agrícola é usurpada. Por exemplo, 80% do território da cidade de Beitume hoje é ocupado por colonos israelenses e os palestinos, para poderem produzir em suas próprias terras, precisam de autorização de um policial de Israel, até mesmo para abrir o portão da propriedade e colher as azeitonas produzidas em suas próprias oliveiras. A única solução é o mundo entender que Israel precisa cumprir leis, tirar os seus homens do território ocupado após 1948, que na época foi determinado pela ONU que seria dividido entre as duas nações”.


Jihad também observa os mesmos aspectos apontados por Bobato e entende que só há uma solução prática para a solução do conflito, que é o Estado de Israel devolver a soberania do Estado Palestino.


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quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo celebrou o Dia Estadual de Solidariedade com o Povo Palestino


Ato de solidariedade ao povo palestino na Assembleia de São Paulo
A partir da Esquerda: Deputado Estadual Luiz Turco, Nasser Attari, representante da Sociedade Árabe Palestino Brasileira de São Paulo e Ibrahim Alzeben, Embaixador da Palestina no Brasil
   

O Ato Publico em comemoração ao Dia Estadual de Solidariedade ao Povo Palestino, liderado pelo Deputado Estadual Luiz Turco, reuniu na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, lideranças comunitárias, entidades, partidos, autoridades religiosas e contou com a presença do Embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben.

A FEPAL – Federação Árabe Palestina do Brasil, enviou uma mensagem ao Deputado Luiz Turco que foi lida pelo representante da Sociedade Árabe Palestino Brasileira de São Paulo, Nasser Attari.

O Blog Sanaúd-Voltaremos reproduz a íntegra da mensagem da FEPAL e o artigo do Secretário de Políticas e Relações Internacionais do PC do B, José Reinaldo, sobre o ato público ocorrido na Assembleia.

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FEPAL - Federação Árabe Palestina do Brasil


Prezado companheiro,

Excelentíssimo Deputado Luiz Turco,


A FEPAL – Federação Árabe Palestina do Brasil, em nome da comunidade palestina no Brasil, agradece seu apoio e solidariedade com o povo palestino em sua longa jornada de 67 anos de luta pelos seus direitos nacionais inalienáveis ao retorno e autodeterminação, conforme as resoluções das Nações Unidas e do Direito Internacional.

A comunidade palestina no Brasil e, particularmente em São Paulo, é muito grata pelo carinho, hospitalidade e solidariedade com que os primeiros imigrantes palestinos foram recebidos, nas primeiras décadas do século passado, nesse grandioso país, o nosso amado e querido Brasil, solo pátrio de milhares de brasileiros descendentes de palestinos, cujos pais aqui chegaram para sobreviver, constituir suas famílias e contribuir para o desenvolvimento da nação brasileira.

A ONU – Organização das Nações Unidas- aprovou, em 1977, que o dia 29 de novembro de cada ano fosse celebrado o Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino como forma de lembrar que os 5 milhões de refugiados palestinos e o Estado da Palestina independente, com Jerusalém Capital, ainda clamam por uma solução.

No Brasil, desde os idos da década de 1970, quando o governo brasileiro autorizou a instalação do escritório da OLP - Organização para a Libertação da Palestina, único e legítimo representante do povo palestino, as ações e manifestações de solidariedade do povo brasileiro com o povo palestino, por parte de partidos políticos e entidades da sociedade civil, foram o alicerce que permitiu, até os dias de hoje, essa inestimável consolidação da relação de confraternização e amizade entre o Brasil e a Palestina.

A primeira Lei no Brasil que instituiu o dia 29 de novembro como Dia Estadual de Solidariedade ao Povo Palestino foi a Lei Nº 4.439, aprovada pela Assembleia Legislativa e promulgada pelo então Governador Franco Montoro em 07 de dezembro de 1984. Foi autor do Projeto dessa lei o Deputado Estadual Benedito Cintra. Hoje são 15 estados e municípios que aprovaram a Lei de solidariedade em todo o Brasil.

Prezado Deputado Luiz Turco,

Nesse mundo conturbado por intervenções militares de potencias ocidentais que assaltam as riquezas dos povos no Oriente Médio e em outras regiões do planeta, onde o povo palestino é privado de todos os seus direitos humanos e nacionais pela colonização e ocupação militar israelense, reafirmamos o nosso compromisso, de continuar a luta por um mundo mais justo, solidário e igualitário.

Agradecemos pelo seu ato de solidariedade e estamos convictos que essa amizade palestino brasileira irá se fortalecer cada vez mais.

Que no próximo ano possamos estar juntos em Jerusalém livre, capital do Estado da Palestina soberano e independente!

Viva o Brasil!

Viva a Palestina livre!

Receba o nosso fraterno abraço,


Emir Mourad

Secretário Geral da FEPAL
Federação Árabe Palestina do Brasil


Embaixador da Palestina no Brasil cumprimenta Dep. Luiz Turco
Embaixador Ibrahim Alzeben entrega a faixa da bandeira palestina ao Deputado Luiz Turco e agradece pelo apoio e solidariedade com o povo palestino



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DO BRASIL E DO PCDOB AO POVO PALESTINO: SOLIDARIEDADE INCONDICIONAL


   

Na última segunda-feira (30), sob a liderança do deputado estadual Luiz Turco, do PT de São Paulo, realizou-se na Assembleia Legislativa uma singela homenagem ao Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, transcorrido na véspera, uma data oficial no estado devido a uma lei de iniciativa do ex-deputado do PCdoB, Benedito Cintra, na década de 1980.


Por José Reinaldo Carvalho*


Foi um ato plural, que contou com a participação de dirigentes de entidades de movimentos populares, coordenadores de campanhas, partidos políticos e lideranças religiosas.

Destaco, entre outras, a presença do embaixador da Autoridade Nacional Palestina (ANP) no Brasil, Ibrahim al-Zeben, sempre lúcido na defesa da política levada a efeito pela Organização pela Libertação da Palestina (OLP), legítima representante do povo mártir, e na denúncia da ocupação israelense.

Al-Zeben ecoou na Assembleia Legislativa paulista o apelo do presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, para a criação em caráter emergencial de "um regime de proteção internacional do povo palestino".


O apelo tem importância em face dos assassinatos extrajudiciais cometidos pelas forças de segurança israelenses, da expansão das colônias e da persistência de todo tipo de violações dos direitos humanos perpetrados pela ocupação sionista, que, efetivamente é o reflexo no cotidiano de uma deliberada política de extermínio executada pelo Estado sionista. Os palestinos são expulsos de suas casas, impedidos de construir sua nação e quando protestam são duramente reprimidos, no mais das vezes presos e mortos. O Estado sionista visa, através do crime e da barbárie, aprofundar a ocupação e expandir os assentamentos, ignorando como letra morta as resoluções da ONU.

  
O conteúdo principal da fala do embaixador corresponde ao que dissera em outubro último o presidente da ANP, durante uma reunião especial do Conselho de Direitos Humanos da ONU: "É fundamental que cada um assuma as suas responsabilidades antes que seja tarde demais, penso principalmente nas Nações Unidas (...) e nos Estados-Membros das Nações Unidas" (...) "Faço um apelo ao Conselho de Segurança, que mais do que nunca é solicitado para criar um sistema internacional de proteção do povo palestino de forma urgente", disse o presidente palestino. "Nós precisamos de sua proteção. Protejam-nos, protejam-nos. Nós precisamos de vocês", afirmou.

O veemente apelo do presidente Abbas corresponde à conclusão a que chegou a ANP de que é "inútil perder tempo em negociações apenas pelo prazer de negociar". De acordo com ele, "é inaceitável imaginar que a atual situação persista, porque isso vai aniquilar todas as esperanças de uma paz baseada em uma solução de dois Estados".

Destaco ainda da fala do embaixador palestino no ato realizado na Assembleia paulista, a convicção com que defendeu o fim da ocupação como o único caminho que pode assegurar a proclamação do Estado Palestino independente.

Profundamente grato pela realização da homenagem, Al-Zeben pediu aos brasileiros que sejam porta-vozes da causa palestina, esclareçam, informem e mobilizem-se, incrementando o movimento de solidariedade.

Neste particular, permito-me uma breve reflexão sobre as atuais vicissitudes do movimento de solidariedade ao povo palestino, de gloriosa tradição em nosso país e em São Paulo. O ato do dia 30 na Assembleia Legislativa foi politicamente significativo mas mobilizou muito pouca gente, como têm sido incipientes as manifestações recentemente realizadas, em contradição com a generalizada simpatia e o amplo apoio que a causa palestina sempre despertou em nossa gente.

A causa palestina não pode nem deve ser usada e instrumentalizada para atacar os governos progressistas, a Autoridade Nacional Palestina, a Organização pela Libertação da Palestina e governos de países vítimas do intervencionismo das potências imperialistas ocidentais. Um movimento de solidariedade tem como finalidade precípua prestar solidariedade, não lhe competindo imiscuir-se nas questões políticas internas de outros povos e países. Deve pautar-se pela amplitude, o caráter de massas, a convergência e a unidade de ação, não sendo justo que sirva de trampolim para protagonismos individuais ou de grupos. E em nenhuma hipótese, será linha auxiliar de forças internacionais.

Os comunistas, que têm por princípio o internacionalismo e como orientação estratégia e tática o anti-imperialismo, têm como tarefa prioritária o apoio à causa da libertação nacional dos povos oprimidos. Por isso, na passagem de mais um Dia Internacional do Povo Palestino, explicitamos uma vez mais, em nome do Partido Comunista do Brasil, a nossa histórica, permanente, indeclinável e incondicional solidariedade ao povo palestino, martirizado pela ocupação israelense, apoiada pelo imperialismo estadunidense.

Defendemos a criação do Estado livre e independente da Palestina, com as fronteiras de 1967, capital em Jerusalém Leste e a repatriação dos refugiados. Defendemos ainda a libertação de todos os pesos políticos. Exigimos a retirada de todos os assentamentos israelenses nos Territórios Palestinos Ocupados e a queda do Muro de Separação. Exigimos que sejam cumpridas as resoluções da ONU e conclamamos ao reconhecimento do Estado Palestino como membro pleno da ONU e que os governos dos países membros das Nações Unidas reconheçam urgentemente o Estado da Palestina.

Apelamos pela urgente libertação de todos os prisioneiros palestinos detidos em prisões israelenses. Defendemos uma solução justa do problema dos refugiados palestinos, de acordo com a resolução 194 da ONU e outras resoluções das Nações Unidas.

Faz parte desta luta e da solidariedade ao povo palestino o apoio à campanha internacional pelo boicote, o desinvestimento e as sanções a Israel e a luta para que o governo brasileiro – que no fundamental tem uma posição justa quanto à questão palestina – cancele contratos de compra de equipamentos militares a Israel. O Estado sionista, ao violar as normas mais elementares do Direito Internacional não merece sequer as relações diplomáticas com o nosso país.


*Jornalista, editor do Blog da Resistência, secretário de Política e Relações Internacionais do PCdoB

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José Reinaldo, Secretário de Relações Internacionais do PCdoB
José Reinaldo discursa no ato de solidariedade ao povo palestino




Mesa do ato de solidariedade com o povo palestino







Cartaz do ato público de solidariedade ao povo paelstino



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