segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Palestinos: Uma bofetada no rosto da política de Israel

Presidente do Estado da Palestina, Mahmud Abbas
Mahmoud Abbas, presidente palestino


A direção palestina festejou neste sábado (24) a recente resolução 2334 adotada pelo Conselho de Segurança (CS) da ONU que exige o fim dos assentamentos ilegais israelenses em territórios palestinos ocupados.

Na ocasião de sua mensagem de Natal, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, qualificou a decisão da ONU de ‘uma bofetada no rosto da política de Israel’.

Constitui, afirmou o dirigente, uma condenação absoluta aos ilegais assentamentos israelenses em terras palestinas, bem como um apoio (internacional) unânime à solução de dois Estados (Palestina e Israel).

Na Faixa de Gaza, Fawzi Narhoum, porta-voz do movimento palestino Hamas, no poder nessa região, destaca o fato de que a comunidade internacional representada no Conselho de Segurança ‘rechaçou as políticas agressivas israelenses de assentamentos (na Cisjordânia ocupada e Jerusalém oriental).

Por sua vez, a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), ao mesmo tempo em que celebrava a votação no Conselho de Segurança, alertou sobre a previsível reação israelense.

Tel Aviv e seus aliados farão todo o possível por impedir a implementação da resolução, destaca a FPLP em comunicado.

Na sexta-feira (23), Saeb Erekat, secretário geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), descreveu o dia como ‘um dia de vitória para o direito internacional, para a linguagem civilizada e a negociação, e de rejeição total das forças extremistas de Israel’.

A comunidade internacional, explicou à imprensa, tem expressado ao povo de Israel que o caminho para a segurança e a paz não vai ser materializado mediante a ocupação, mas pela paz, o fim da ocupação e o estabelecimento de um Estado palestino para conviver junto ao de Israel a partir das fronteiras de 1967.

Também a Jihad Islâmica palestina, nas palavras de seu porta-voz, Daud Shihab, qualificou a resolução 2334 de ‘uma clara condenação às políticas de ocupação (de Israel) e suas agressões contra o povo palestino’.

O documento aprovado no Conselho de Segurança, apresentado pela Nova Zelândia, Malásia, Senegal e Venezuela, exige que ‘Israel cesse imediata e completamente os assentamentos nos territórios palestinos ocupados, incluindo Jerusalém Oriental’.

Realça assim que as colônias israelenses, consideradas pela ONU como ilegais, ‘põem em perigo a viabilidade da solução dos dois Estados’.


Fonte: Resistência


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domingo, 11 de dezembro de 2016

Israel já tenta controlar tecnologia militar brasileira


No vácuo aberto por crise da Odebrecht, Elbit domina fornecimento de drones e sistemas de comunicação das Forças Armadas


Breno Costa - The Intercept - set/2016

Relaçao militar Brasil-Israel-Odebrech
Odebrecht é acusada de seguidas violações de Direitos Humanos na Palestina. / Reprodução


A crise financeira gerada pelas descobertas da Operação Lava Jato sobre os negócios do grupo Odebrecht acaba de provocar um efeito secundário preocupante: o crescimento expressivo, dentro do Brasil, da principal fabricante mundial de drones de uso bélico e alvo de fortes críticas de organizações de direitos humanos.

No último dia 5, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou a venda dos negócios de comunicação militar da Mectron Engenharia, empresa da área de defesa do grupo Odebrecht, para a Elbit Systems. Essa companhia é responsável pela fabricação de quase todas as aeronaves não tripuladas usadas por Israel em bombardeios na Faixa de Gaza, além de ter papel preponderante na vigilância que envolve o muro erguido pelos israelenses para separar o país do território palestino. Na última ofensiva de Israel, em 2014, a organização Defense for Children International relatou que 164 crianças foram mortas em ataques executados por drones fabricados pela Elbit.

A Elbit é a maior companhia privada da área militar dentro de Israel. Somente com a produção de drones e a venda deles para o Exército de Israel e forças armadas de outros países em todo o mundo, a empresa faturou US$ 1,2 bilhão em 2015, conforme seu último balanço.

Devido a esse envolvimento direto da Elbit Systems nas ações militares de Israel, a corporação é alvo de boicotes internacionais entre defensores dos direitos humanos e da causa palestina, mas também por parte de governos estrangeiros, que acabaram vetando negócios com a empresa. Entre eles, estão Suécia, Noruega, Dinamarca (cujos fundos de pensão retiraram investimentos feitos na empresa) e, mais recentemente, a França, que, em fevereiro deste ano, anunciou que não compraria mais drones produzidos pela Elbit.

No Brasil, entretanto, a companhia israelense opera normalmente. E com força. Desde 2008, quando a Elbit em Israel passou a ser vinculada com violações de direitos humanos depois que o Conselho de Direitos Humanos da ONU considerou que os ataques apoiados por drones na ofensiva de 2008-2009 contra a Palestina representaram graves violações de direitos humanos e possíveis “crimes de guerra e crimes contra a humanidade“, a principal subsidiária da empresa dentro do Brasil já recebeu mais de R$ 456 milhões das Forças Armadas Brasileiras, especialmente da Aeronáutica, de acordo com dados do Portal da Transparência do governo federal.

A empresa já tinha três subsidiárias dentro do Brasil. A principal delas, que atua na área de drones, é a AEL Sistemas Ltda, com sede em Porto Alegre.

O único sobressalto que os israelenses tiveram em suas operações no Brasil aconteceu no final de 2014, quando o então governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT) cancelou um acordo assinado no ano anterior com a AEL, que permitia financiamentos públicos à empresa, além de acesso a tecnologias produzidas por universidades gaúchas. O objetivo da parceria era a construção de um parque aeroespacial militar no Estado.

É essa empresa que irá herdar os negócios da Mectron na sensível área de comunicação militar – incluindo o desenvolvimento de computadores de missão para drones.

No pacote negociado, também estão sistemas de Rádio Definido por Software (RDS) e outros sistemas de comunicação, além, claro, de todos os contratos vigentes da Mectron com as Forças Armadas brasileiras. Nesse grupo está incluído, entre outros, um contrato de R$ 193 milhões com a Força Aérea Brasileira, assinado em 2012 e ainda vigente, para a produção de um moderno e inovador sistema de comunicação entre caças e torres de comando (projeto LinkBR-2).

Os israelenses da Elbit agora terão controle sobre isso – desde que as nossas Forças Armadas autorizem que os contratos da Mectron sejam repassados para a Elbit. Consultada a respeito pelo The Intercept Brasil, a FAB respondeu apenas que “O assunto está sendo analisado pela Força Aérea Brasileira”.

Para Michel Temer, drones usados no Brasil têm “resultado extraordinário”

A chegada dos drones israelenses ao Brasil começou em 2010. Em dezembro daquele ano, a Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate, vinculada ao Comando da Aeronáutica, acertou com a Aeroeletrônica (antigo nome da AEL, mas já controlada pela Elbit), o fornecimento de dois drones Hermes 450, fabricados pela empresa israelense.

Operação lava jato e Israel
Drone Hermes 450 em operação | Foto: Sgt. Johnson/Força Aérea Brasileira


Esses drones foram contratados sem licitação. O argumento do governo era a notória especialização da fabricante. De fato, o drone já tinha sido testado em combate havia pouco tempo. Na ofensiva de 2008-2009 ao território palestino, Israel usou e abusou desses mesmos drones para lançar bombas contra, supostamente, alvos militares.Centenas de civis morreram.

Naquele mesmo ano, no Brasil, a Polícia Federal também contratou drones, mas da EAE Soluções Aeroespaciais Ltda, uma joint ventureformada entre o grupo brasileiro Synergy, dos donos da Avianca, e a empresa estatal israelense IAI (Israel Aerospace Industries).

Em 2012, o então vice-presidente Michel Temer elogiou entusiasmadamente a eficiência dos drones israelenses da Elbit. Ao lado de um deles, em entrevista dada na ocasião, o então vice-presidente destacou que o avião não tripulado produz “um resultado extraordinário” e “uma eficiência extraordinária” no controle das fronteiras.



Os contratos de 2010 abriram as portas do Brasil para o mercado de drones. No ano seguinte, a Elbit anunciou uma união com a Embraer para criar uma empresa destinada a produzir aeronaves não tripuladas com design brasileiro, a Harpia Sistemas. Diante da crise econômica no país, a empresa acabou sendo fechada em janeiro deste ano. No entanto, em comunicado aos investidores, a Elbit deixou claro que as empresas “concordaram em trabalhar juntas no futuro”.

Os grandes eventos do país, mais especificamente a Copa do Mundo de 2014, serviram de impulso para as operações da Elbit no Brasil. Apenas em 2013, quando foi realizada a Copa das Confederações, a empresa recebeu R$ 102,6 milhões do governo, e os drones foram usados para monitorar inclusive as manifestações de rua daquele ano. Foi o maior valor registrado até aqui.


sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Disputa pelo falafel revela a essência racista de Israel

Culinária árabe palestina, falafel
Falafel é um bolinho frito de grão-de-bico bem temperado, prato típico árabe / Reprodução



Por Igor Fuser – Brasil de Fato


Em um mundo dilacerado por disputas geopolíticas, pelo racismo e pelas mentiras midiáticas, até mesmo a simples divulgação de uma receita culinária pode esconder – e, para quem fizer a leitura certa, revelar – as estruturas ideológicas criadas para perpetuar as injustiças.

Pelos misteriosos caminhos do facebook, chegaram até a minha tela duas postagens recentes, que remetem ao mesmo assunto – pratos tradicionais da cozinha árabe, apresentados pelos porta-vozes do sionismo como produtos culturais israelenses.

No dia 30 de novembro, o site da Federação Israelita de São Paulo publicou uma nota que começava com a seguinte frase: “Aprenda a fazer falafel, esse bolinho frito de grão-de-bico, bem temperado e saboroso, que faz parte da culinária israelense.”

Pouco depois, no dia 4 de dezembro, a página do consulado de Israel em São Paulo apresentava o halawi, iguaria servida desde o início do século passado nas lanchonetes de comida árabe no Brasil, como um “típico doce israelense/árabe feito à base de gergelim”.

Só com muita má-fé, desonestidade mesmo, alguém pode apresentar esses dois quitutes como israelenses. O falafel é o prato mais popular em todo o mundo árabe. A origem do nome vem do verbo árabe falfala, que significa "tempero". É consumido pelos árabes do Oriente Médio desde que eles se constituíram como povo, na época do profeta Maomé (Mohamed), no século 7, mas historiadores acreditam que já fazia parte da alimentação no Egito dos faraós, milênios antes da Era Cristã.

Quando os primeiros colonos judeus chegaram à Palestina, no final do século 19, vindos da Europa Oriental, eles não tinham o menor contato com a culinária árabe. Nunca tinham provado o falafel nem o halawi.

Aquela imigração se deu sob o impulso do sionismo, movimento político surgido na Europa, com o objetivo de construir na Palestina um país apenas para os judeus. Desde o início, os colonos sionistas formaram comunidades separadas na Palestina. Viviam à parte, sem se misturar com os árabes, aos quais desprezavam. Mas, espertos que eram, logo incorporaram o delicioso falafel à sua dieta cotidiana.

Pode parecer picuinha denunciar – como fazem intelectuais e ativistas árabes – a apropriação simbólica desses pratos pelos israelenses. Porém os palestinos, vale lembrar, são um povo árabe, e a preservação da sua cultura é parte inseparável da defesa do território.

Em 1948, os colonos judeus se apoderaram, pela força, de 80% das terras da Palestina, embora constituíssem menos de 30% da população, e lá instalaram o Estado de Israel. A maioria dos habitantes árabes foi expulsa e passou a viver, na condição de refugiados, em países vizinhos. Para “convencer” essas famílias a irem embora, as milícias sionistas invadiam aldeias palestinas e massacravam seus habitantes. Moradores do sexo masculino entre 10 e 50 anos de idade eram separados dos demais e executados, perante os olhos da comunidade. Os demais fugiam, apavorados.

Assim nasceu Israel. Os 20% do território palestino que ficaram de fora – a Cisjordânia e a Faixa de Gaza – foram ocupados depois pelos israelenses, por meio da guerra, em 1967, e até hoje mantidos sob seu controle. Lá vigora um regime de segregação racial semelhante ao apartheid da África do Sul.

Nos territórios ocupados, Israel instalou centenas de assentamentos judaicos, localizados nas terras mais férteis, no alto das colinas e ao redor dos mananciais de água, expulsando os moradores locais. Ligando esses assentamentos entre si e a Israel, construiu-se uma moderna rede de estradas, cercadas por arame eletrificado, por onde os palestinos são proibidos de trafegar.

O deslocamento dos moradores locais se dá de forma precária, condicionado à passagem por centenas de postos de controle do exército israelense. Lá os palestinos são humilhados diariamente, submetidos a longas esperas ou à proibição da passagem. Doentes morrem nas ambulâncias bloqueadas nesses check points, gestantes dão à luz e jovens veem frustrado o seu direito à educação por não conseguirem manter a frequência às aulas.

Em Israel propriamente dito, os palestinos constituem uma minoria subalterna. São moradores não judeus no único país do mundo que define a cidadania por um critério religioso. Na escola, as crianças palestinas são forçadas estudar uma versão deformada da “história” dos judeus, que glorifica a ocupação sionista da Palestina, ignorando a cultura islâmica e a riquíssima tradição histórica dos povos árabes.

O curioso é que, ao mesmo tempo que massacram e marginalizam os árabes, apoderando-se das suas terras, os israelenses também se apropriam, sistematicamente, do precioso legado cultural e material que encontraram na Palestina.

O símbolo visual de Israel, presente nos cartões postais, nos cartazes e nas camisetas vendidas aos turistas, não é nada que os sionistas tenham construído nos cem anos de usurpação. É a imagem do Domo da Pedra, um lindíssimo templo religioso muçulmano, situado no coração de Jerusalém, uma cidade anexada, ilegalmente, por Israel.

Em Tel Aviv, a maior cidade israelense, o bairro de maior interesse, repleto de ateliês de artistas, butiques descoladas e charmosos cafés, é Al Jaffa, com suas construções pintadas de branco e as vielas labirínticas no estilo dos típicos centros urbanos árabes. Os antigos moradores foram todos expulsos em 1948, sem indenização, sem nada.

Eu percorri aquelas ruas em 1991, na única vez que visitei Israel, como jornalista. Fazia parte de um grupo convidado pelo governo de lá, recepcionado por judeus brasileiros que haviam imigrado e se tornado cidadãos israelenses. Num dos vários passeios a que eles nos levaram, sempre muito gentis, percorremos a cidade velha de Jerusalém, com suas lojinhas de lembranças e badulaques para turistas. Os donos, comerciantes árabes, nos abordavam na rua, oferecendo seus produtos nos mais variados idiomas.

Nosso guia, um brasileiro-israelense, ficou muito irritado com a cena e tentou nos persuadir a boicotar aqueles humildes vendedores. “Não, não comprem nada desses árabes”, dizia ele. “Amanhã vamos visitar a parte judaica de Jerusalém e vocês poderão comprar as mesmas coisas por lá”.

Por aí se vê que a polêmica em torno do falafel e do halawi, como tudo o que diz respeito ao conflito palestino-israelense, nada tem de inocente.

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terça-feira, 29 de novembro de 2016

Resistência e ação na solidariedade ao povo palestino

Campo de Aida na Palestina
Mural no campo de refugiados de Aida, na Palestina, mostra o documento de identidade dos refugiados. Foto: Moara Crivelente



Por Moara Crivelente*



Há décadas demais, afirmamos a solidariedade ao povo palestino com números e fatos que expõem objetivamente a ocupação israelense. Há refugiados, mortos e prisioneiros demais, mas nenhum número enfatiza o suficiente que apenas um homem, mulher ou criança sob ocupação é demais. Este 29 de novembro, Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, não seria diferente. Afinal, é a data em que, em 1947, a “partilha” lançou a chamada “questão palestina”.

Todos os anos, movimentos solidários ao povo palestino em sua luta contra a ocupação israelense, em todo o mundo, marcam a data para recordar o momento crítico em que as Nações Unidas definiram a partilha iníqua da Palestina entre judeus e árabes, consolidando um projeto colonial impulsionado pelas potências britânica e francesa, no fim do século 19.



bandeiras


Decoramos os números das resoluções mais pertinentes, 181, 194, 242 e tantas outras que reafirmam – porque é inacreditavelmente necessário – os direitos mais essenciais do povo palestino, condendam a ocupação ou ainda reconhecem o direito de um povo sob ocupação à resistência.

A proposta de “partilha” acabou por validar, de certa forma, a narrativa étnico-religiosa sobre um “conflito” nascido do projeto colonialista, como em tantos outros lugares do mundo onde aparentes disputas identitárias foram instrumentalizadas pelos colonizadores. A separação do território e da população em linhas étnicas e religiosas foi em si um ponto baixo para a humanidade. Mas nem mesmo nestes moldes se estabeleceu o Estado da Palestina.

Embora haja algum consenso entre as vozes ditas “moderadas” sobre a estrutura política da situação na Palestina e o impacto destrutivo da ocupação crescente, desde o colonialismo e do imperialismo que a sustentam até a desumanização virulenta que a “justifica”, a questão ainda é permeada pelas representações étnico-religiosas de uma história milenar aparentemente sem solução e assim tratada.

No ano em que a Assembleia Geral das Nações Unidas declarou 29 de novembro o Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, em 1977, o Likud (“A Consolidação”) – partido de direita hoje no poder – ascendia em Israel, ainda como uma aliança, defendendo a anexação – embora o termo raramente seja usado – dos territórios palestinos ocupados na guerra de 1967: Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental.

Como hoje dito por membros dos partidos ainda mais extremistas, como o HaBayit HaYehudi (“Lar Judaico”) dos ministros da Justiça, Ayelet Shaked e da Educação e Assuntos da Diáspora, Naftali Bennet, alguns declaravam inspirações religiosas sobre o restante da Palestina e outros usavam jargões militares para promover a sua anexação, alegando que a defesa de Israel depende do que seria uma “zona de contenção” das nações árabes vizinhas.

Mesmo assim, aos palestinos se exige o compromisso com um “processo de paz” há muito enterrado na expansiva construção de colônias, nas reiteradas manifestações da liderança de direita em rejeição do Estado da Palestina, no encarceramento massivo, nas repetidas ofensivas militares, nos postos de controle esparramados, nos regimes que limitam ou impossibilitam a circulação, em um muro de separação quilométrico, no contínuo roubo de terras, no bloqueio completo da Faixa de Gaza, na negação do direito dos milhões de refugiados ao retorno e na perseguição dos defensores dos direitos palestinos na Palestina ocupada, em Israel e no exterior.

Dos oito milhões de palestinos, na Palestina ou na diáspora, em países vizinhos ou no resto do mundo, cinco milhões são refugiados – incluindo os expulsos dos territórios hoje israelenses, originários das cerca de 500 vilas destruídas pelas milícias sionistas durante a Nakba, a Catástrofe palestina, em massacres que marcam a história da luta nacional. Em documentos oficiais e discursos publicados, a “limpeza étnica” da Palestina era uma tática declarada.

Como afirma a ONU, o Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino é uma oportunidade de lembrar ao mundo que a pendência custa caro, cotidianamente, a um povo massacrado, mas que resiste. Para os aliados de Israel, a “potência ocupante”, como definido no direito internacional humanitário, a data é observada com algum incremento sempre insuficiente de apoio ao desenvolvimento de lógica liberal ou de apoio humanitário às agências da ONU que prestam assistência aos refugiados, enquanto sua cumplicidade ou respaldo a Israel – pelos EUA ou a União Europeia – são os reais patrocinadores da atual condição palestina.

A solidariedade internacional ao povo palestino é potente e a liderança de direita em Israel sabe disso. Não é à tôa que a perseguição e tentativa de intimidação de solidários, sejam autoridades políticas, acadêmicos, jornalistas ou defensores dos direitos humanos, intensifica-se. O objetivo central é isolar e punir o povo palestino por ousar a resistir. Por isso, reafirmar a solidariedade, neste e em todos os outros dias, é uma necessidade inexorável, transformada em ação.



*Moara Crivelente é doutoranda em Política Internacional e Resolução de Conflitos, diretora de Comunicação do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) e assessora da Presidência do Conselho Mundial da Paz.


Fontes: O Mundo & a Resistência , Cebrapaz e Portal Vermelho



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domingo, 27 de novembro de 2016

Fidel Castro, amigo da Palestina


Arafat e Fidel - foto 1



25/11/16 - PARTIDA DO AMIGO DA PALESTINA, COMANDANTE SUPREMO DA REVOLUÇÃO CUBANA, FIDEL CASTRO 


Que sua alma descanse em paz!

Hasta siempre, comandante!


رحيل صديق فلسطين القائد الأعلى للثورة الكوبية فيديل كاسترو

لترقد روحه بسلام



Arafat e Fidel - foto 2


CUBA E PALESTINA, UMA AMIZADE DESDE 1959

Durante a primeira visita de Che Guevara ao Egito, Israel atacou Gaza que estava sob administração egípcia. Ele visitou Gaza no dia 18 de junho de 1959. Esteve nos campos de refugiados palestinos, onde foi recebido com cânticos da revolução cubana e declarou apoio a causa palestina.

Fidel Castro, líder da revolução, saudou a fundação da Organização de Libertação da Palestina em 1964. Os primeiros contatos foram com a Al Fatah em 1965, cujo líder era Yasser Arafat, que se tornou presidente da OLP em 1969.

A primeira embaixada da Palestina na América Latina foi reconhecida por Cuba em 1974.

Cuba e Palestina mantiveram e mantem, até os dias de hoje, estreitos laços de amizade e cooperação.


Em 1959 Che Guevara esteve em Cuba
Gaza, Palestina - 18/06/1959 - Che Guevara e delegação palestino egipcia



Arafat e Fidel - foto 3















Arafat e Fidel - foto 4






Arafat e Fidel - foto 5
O primeiro-ministro cubano Fidel Castro e o líder OLP – Organização para a Libertação da Palestina, Yasser Arafat, juntam as mãos logo após o discurso de Arafat na sessão final da 7ª Conferência da Cúpula dos Não-Alinhados, em 13 de março de 1983 em Nova Délhi- Índia. 




Arafat e Fidel - foto 6
O presidente da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Yasser Arafat , durante sua visita a Cuba em dezembro de 1974, para estreitar as relações de amizade com Fidel Castro e Cuba.





Algumas fotos foram copiadas da Yasser Arafat Foundation مؤسسة ياسر عرفا: https://www.facebook.com/yafps/ 


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