segunda-feira, 22 de agosto de 2016

A história da catarinense que trabalhou como voluntária em campo de refugiados na Palestina

Manuela Jorge - refugiados palestinos
Além de ampliar visão de mundo, Manuela Jorge casou-se com Dawud Alazraq, palestino 
nascido e criado no campo de refugiados de Aida - Foto: Felipe Carneiro / Agencia RBS


Manuela Jorge sempre se encantou pelas questões do Oriente Médio e direito humanitário. No dia seguinte à colação de grau em Relações Internacionais pela Unisul, em 2013, estava em um avião para passar seis meses na cidade palestina de Belém, na região da Cisjordânia, para trabalhar como voluntária no campo de refugiados de Aida. A proposta era ampliar a visão de mundo, mas não imaginava que a experiência fosse ser tão transformadora: ela se apaixonou, casou, adiou projetos de estudos no Canadá e conquistou uma bolsa na Universidade de Glasgow, na Escócia.

Antes de partir para a Palestina, a catarinense de 26 anos, natural de Florianópolis, fez um trabalho de imersão atuando na comunicação de duas ONGs locais. Entre ações militares de Israel e de guerrilha dos palestinos, aprendeu que as generalizações são ainda mais perigosas:

– O que mais me impressionou foi a diferença de visão que surge depois de se compreender melhor os outros e o seu mundo. Ter uma religião em comum não significa que são ou somos todos iguais.

Manuela acrescenta que a convivência com outras culturas em Belém, cidade que recebe muitos turistas, colabora para uma miscigenação de orientais e ocidentais. Ainda assim, ressalta a opressão do exército de Israel sobre os palestinos.


– É um território palestino de direito pela ONU, mas que está recortado pela força militar israelense. Aida é um lugar cercado por um muro ilegal, onde uma base do exército revida pedradas com tiros. Os palestinos vivem em estado de ocupação, sem liberdade ou perspectiva socioeconômicas – avalia a estudante.

Força a mais para buscar o sonho

As experiências culturais deram a Manuela o entendimento de que as relações humanas e entre países são extremamente conectadas e consequências umas da outras. Para ela, não há como desassociar a situação dos refugiados que cruzam o mar em situação precária para entrar na Europa com o caos que esses países enfrentam com as guerras no Oriente Médio.

— O mundo é muito mais do que vemos em casa nos noticiários. Construímos valores de "isso sempre foi assim, isso está longe demais, não me afeta" e esquecemos que são pessoas e que, sim, as consequências impactam o mundo inteiro — diz.

Sem pretensão de mudar o mundo, Manuela busca o sonho de tornar pelo menos a vida de algumas pessoas melhor. Depois de se afastar dos estudos, após o retorno para o Brasil, ela conseguiu uma bolsa na Universidade de Glasgow, na Escócia, para o mestrado em Direito Humano e Política Internacional.

Estudar fora era um sonho que mantinha desde 2013, em sua primeira passagem pelo Oriente Médio. O amor a levou a adiar os planos. Manuela se apaixonou por Dawud Alazraq, palestino nascido e criado no campo de refugiados de Aida. Os dois casaram ainda na Palestina e retornaram para o Brasil.

Até conhecer Dawud, Manuela tinha pretensões de fazer mestrado no Canadá, mas adiou o plano porque ele a afastaria do amado. Três anos depois, com incentivo do marido, resolveu retomar o objetivo. A resposta veio diretamente da Escócia, para onde ela embarca ao lado de Dawud no dia 28 deste mês.

Fonte: Diário Catarinense

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quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Google eliminou denominação geográfica Palestina, denuncia sindicato


Google, onde está a Palestina?




O nome da Palestina não aparece no Google Maps. Um sindicato denominado Fórum de Jornalistas Palestinos denunciou que o Google eliminou o nome do país de sua ferramenta cartográfica. Fontes da empresa indicaram ao EL PAÍS que o Google não apagou a denominação ou qualquer outra informação sobre a região e que não houve mudança em relação à Palestina nem à região em geral.

Em sua versão atual, o Google Maps não mostra nem “Cisjordânia” nem “Palestina” sobre o território cisjordaniano, mas mantém “Israel” nos territórios israelenses. Também não há denominação genérica no caso da Faixa da Gaza, embora apareça o nome da cidade de Gaza.

O sindicalizado de jornalistas atribui a suposta decisão do Google a um “plano israelense para firmar seu nome como Estado legítimo nas gerações futuras e abolir o nome da Palestina para sempre”. “O movimento pretende falsificar a história, a geografia e o direito dos palestinos a sua pátria”, indicou a organização, citada pelo site Middle East Monitor. O sindicato exigiu que a empresa de tecnologia se retrate das supostas mudanças. Musa Shaer, diretora da entidade, pediu “muita pressão” para que o Google devolva o termo Palestina ao mapa. O Twitter repercutiu a polêmica com a etiqueta Palestine is here.

Os mapas do Google mostram as fronteiras nacionais com uma linha contínua e grossa e as fronteiras regionais com uma linha mais fina. No caso de Cisjordânia e Gaza, a fronteira com Israel figura como uma linha tracejada. Sobre a divisa cisjordaniana se lê, em inglês, “Linha do acordo de armistício de 1949” e sobre a de Gaza, “Linha do acordo de armistício de 1950”. O Google marca com uma linha pontilhada os limites das Colinas de Golã. No caso da fronteira entre a Cisjordânia e a Jordânia, o mapa também opta por uma linha pontilhada, com a legenda “Linha do tratado de 1990”.

A ferramenta reconhece a localização dos territórios em sua ferramenta de busca por texto. Ao teclar “Palestina”, mostra-se o mapa completo de Israel e dos territórios palestinos. Ao introduzir “Cisjordânia”, destaca em vermelho especificamente o território cisjordaniano. A ferramenta responde mostrando uma ampliação da cidade da Gaza, não de toda a Faixa, quando se pede para localizar a zona.


Em um comunicado oficial que não menciona o caso específico de Israel e Palestina, a empresa com sede na Califórnia explicou que a informação de seus mapas provém de fontes diversas. “Os dados básicos (como os nomes de lugares, fronteiras ou rodovias) são obtidos de uma combinação de fornecedores e fontes públicas. Em geral, essa informação é muito completa e se atualiza continuamente, mas a quantidade de dados com que contamos varia de um lugar para outro”, aponta o Google.

Fonte: EL PAÍS


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