Por maioria
esmagadora de 128 votos, a Assembleia Geral das Nações Unidas decidiu não
reconhecer Jerusalém como capital de Israel, decisão tomada após o presidente
norte-americano ter ameaçado suspender a ajuda a países que votem contra os
Estados Unidos.
Uma resolução sobre
o estatuto de Jerusalém foi aprovada nessa quinta-feira (21) na
Assembleia-Geral da ONU, com 128 votos a favor, nove votos contra, e 35
abstenções, representando uma grande vitória e apoio ao povo palestino para
continuar sua luta na conquista de seus direitos nacionais inalienáveis ao
retorno e estabelecimento do seu estado palestino independente e soberano, com
capital Jerusalém Oriental.
A resolução
apresentada pelo Egito e pelo Iêmen reafirmava dez resoluções do Conselho de
Segurança de 1967 sobre Jerusalém, repetindo que o estatuto da cidade deveria
ser decidido em negociações entre israelitas e palestinianos, e não
unilateralmente como pretendem Israel e os EUA.
A resolução foi
levada à Assembleia-Geral após o veto americano a uma resolução no Conselho de
Segurança que declarava qualquer decisão sobre Jerusalém “inválida”. Não falava
diretamente dos Estados Unidos, mas foi uma resposta à declaração do presidente
norte-americano, Donald Trump, de que Jerusalém é a capital de Israel, e que a
embaixada norte-americana passaria de Tel Aviv, onde estão todas as outras
embaixadas, para Jerusalém, ignorando completamente o consenso internacional e
o estatuto da cidade, que afirma que a parte oriental de Jerusalém é capital da
Palestina (apesar de Israel dizer que é a sua capital e “indivisível”) e que
qualquer mudança deve ser decidida no final de negociações entre israelitas e
palestinos.
Ao contrário do que
acontece no Conselho de Segurança, na Assembleia-Geral não há veto - por outro
lado, as resoluções não são vinculativas.
Antes da votação, a
embaixadora norte-americana nas Nações Unidas, Nikki Haley, declarou: “Na ONU
somos sempre requisitados para fazer mais e dar mais. Por isso, quando tomamos
uma decisão sobre onde colocar a nossa embaixada, não esperamos que os aqueles
a quem temos ajudado nos atinjam. Na quinta-feira (21) vai haver uma votação
que criticará a nossa escolha. Os Estados Unidos vão saber os nomes",
ameaçando as nações que votassem contra a decisão de Trump.
Trump disse que
caso houvesse muitos votos a favor da resolução e contra seu país, os EUA
"poupariam muito", dando a entender que cortaria ajuda aos países que
dossem contra a sua decisão. Um dos países que mais recebe ajuda
norte-americana é o Egito, justamente aquele que apresentou a proposta.
A Turquia pediu aos
países para não se deixarem influenciar pela “chantagem” norte-americana.
Afeganistão e Mali retiraram o seu apoio à resolução após a pressão dos EUA,
mas, ainda assim, a decisão intervencionista de Trump e unilateral de Israel em
mudar o estatuto de Jerusalém contra a vontade e o direito do povo palestino
não foi aprovada.
Fonte:Portal Vermelho
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