28 de Março de 2014 - 16h15
Colonos israelenses restringem direitos básicos aos palestinos
Nesta quinta-feira (27), a delegação da Terceira Missão de Solidariedade ao Povo Palestino, organizada pelo Comitê Pela Criação do Estado da Palestina, chegou à Cisjordânia trazendo representantes de entidades brasileiras. A primeira parada foi na cidade histórica de Jericó (fundada em 9.000 a.C.), onde foram recebidos pelo governador local, Majed Al-Fityani, que falou sobre a grave situação dos assentamentos israelenses na região fronteiriça.
Théa Rodrigues, de Ramallah para o Portal Vermelho
Foto: Théa Rodrigues/Portal Vermelho
Majed Al-Fityani governador da cidade de Jericó, na fronteira com a Jordânia. |
Por ser um governo de fronteira (135 km de fronteira com a Jordânia) e muito próximo a um dos check-points (postos militares de controle sionista), Al-Fityani disse que pela região circulam muitos militares israelenses.
Segundo ele, apesar de estar em território palestino, 85% de Jericó é considerado área militar e há 34 assentamentos israelenses, onde moram cerca de 6 mil judeus. “Nós trabalhamos para libertar nosso povo desta pressão”, afirmou Al-Fityani durante a reunião. Isso significa o claro descumprimento dos Acordos de Oslo – resultado de um dos processos de paz iniciados pelas partes nos anos 1990 – que consistia no consenso pela retirada das forças israelenses da Faixa de Gaza e Cisjordânia.
Segundo ele, apesar de estar em território palestino, 85% de Jericó é considerado área militar e há 34 assentamentos israelenses, onde moram cerca de 6 mil judeus. “Nós trabalhamos para libertar nosso povo desta pressão”, afirmou Al-Fityani durante a reunião. Isso significa o claro descumprimento dos Acordos de Oslo – resultado de um dos processos de paz iniciados pelas partes nos anos 1990 – que consistia no consenso pela retirada das forças israelenses da Faixa de Gaza e Cisjordânia.
O governo israelense controla também o abastecimento de água e de energia elétrica na Palestina. No caso de Jericó, 95% do bem essencial está nas mãos do governo de Israel. Os palestinos são impedidos pela administração sionista de furar seus próprios poços. Condicionalmente, se o fizerem, terão que assumir a responsabilidade do abastecimento também às colônias de israelenses.
De acordo com Al-Fityani, isso acaba se tornando um problema gravíssimo para os agricultores, que não podem seguir com os seus cultivos por falta de água. “Os agricultores já estavam aqui antes de 1967 [quando Israel ocupou a península do Sinai, Cisjordânia e Golán, estabelecendo um anel de segurança ao redor do país e intensificou os assentamentos israelenses em Gaza e na Cisjordânia]. Antes desta data tínhamos 200 mil pessoas vivendo aqui, mas depois da ocupação todos foram para a Jordânia e agora só temos 10% da população”, afirmou a autoridade.
Para Al-Fityani, essa redução também dificulta o desenvolvimento de Jericó. Além disso, ele lembrou que a maior parte da região é classificada como área C (segundo o Acordo de Oslo 2), onde eles não podem trabalhar e precisam da permissão do governo de Israel para fazer qualquer coisa, uma vez que a administração está sob total controle israelense. “O governo israelense também não autoriza que palestinos de outras regiões a trabalharem aqui”, ressaltou Al-Fityani.
“Israel usa o pretexto da segurança para manter a região nesta situação. Inclusive também não deixa que ninguém da Jordânia entre neste território”, disse ele. A razão real é econômica, explicou o governador de Jericó, pois o lucro dos agricultores israelenses que estão nos assentamentos é de 650 milhões de dólares por ano. “Os colonos exploram a agricultura local e o comércio de sais do Mar Morto para a indústria cosmética”, afirmou Al-Fityani.
Sobre a visita da missão, o governador de Jericó lembrou que o Brasil foi um dos primeiros países a votar a favor da criação de um Estado palestino e, por isso, Al-Fityani considera o povo brasileiro como um “povo-amigo”. Em seguida, pediu para que o grupo fizesse incessantes esforços na denúncia das contínuas violações de Israel aos direitos humanos dos palestinos e também ao direito internacional.
De acordo com Al-Fityani, isso acaba se tornando um problema gravíssimo para os agricultores, que não podem seguir com os seus cultivos por falta de água. “Os agricultores já estavam aqui antes de 1967 [quando Israel ocupou a península do Sinai, Cisjordânia e Golán, estabelecendo um anel de segurança ao redor do país e intensificou os assentamentos israelenses em Gaza e na Cisjordânia]. Antes desta data tínhamos 200 mil pessoas vivendo aqui, mas depois da ocupação todos foram para a Jordânia e agora só temos 10% da população”, afirmou a autoridade.
Para Al-Fityani, essa redução também dificulta o desenvolvimento de Jericó. Além disso, ele lembrou que a maior parte da região é classificada como área C (segundo o Acordo de Oslo 2), onde eles não podem trabalhar e precisam da permissão do governo de Israel para fazer qualquer coisa, uma vez que a administração está sob total controle israelense. “O governo israelense também não autoriza que palestinos de outras regiões a trabalharem aqui”, ressaltou Al-Fityani.
“Israel usa o pretexto da segurança para manter a região nesta situação. Inclusive também não deixa que ninguém da Jordânia entre neste território”, disse ele. A razão real é econômica, explicou o governador de Jericó, pois o lucro dos agricultores israelenses que estão nos assentamentos é de 650 milhões de dólares por ano. “Os colonos exploram a agricultura local e o comércio de sais do Mar Morto para a indústria cosmética”, afirmou Al-Fityani.
Sobre a visita da missão, o governador de Jericó lembrou que o Brasil foi um dos primeiros países a votar a favor da criação de um Estado palestino e, por isso, Al-Fityani considera o povo brasileiro como um “povo-amigo”. Em seguida, pediu para que o grupo fizesse incessantes esforços na denúncia das contínuas violações de Israel aos direitos humanos dos palestinos e também ao direito internacional.
Terceira Missão de Solidariedade ao Povo Palestino
Participam da Terceira Missão de Solidariedade ao Povo Palestino: Lejeune Mirhan Xavier de Carvalho – coordenador da 2ª Missão de Solidariedade e do Comitê pelo Estado da Palestina. Sociólogo, professor, escritor e arabista. Representante da Federação Interestadual dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Fitee) e da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB); Antônio Marsicano de Miranda – diretor do Sindicato dos Comerciários do ABC e da Federação dos Comerciários do Estado de São Paulo. Representa a Força Sindical; Thomas Henrique de Toledo Stella – historiador pela USP, mestre em Desenvolvimento Econômico pela Unicamp, professor de Relações Internacionais da UNIP e Secretário Geral do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz); Manoel Francisco de Vasconcelos Motta – Professor de Filosofia da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), doutor em Filosofia da Educação, nesta Missão representante da Federação Nacional dos Professores das Universidades Federais do Brasil (Pró-Ifes); Beatriz Bissio – socióloga, escritora, e jornalista, doutora em História, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), chefe do Departamento de Ciência Política e ex-editora da revista Cadernos do Terceiro Mundo e escritora; Marcelo Melo de Lima – engenheiro eletrônico da empresa Petróleo Brasileiro S/A (Petrobras); Nair de Faria Miranda – comerciária da Força Sindical; Antônio Victor – presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Sertãozinho; Diretor da Federação dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação do Estado de São Paulo e secretário adjunto de Relações Internacionais da Nacional da Força Sindical; Ângela Maria de Souza Vitor – trabalhadora da Força Sindical.
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ARTIGOS DA 2ª MISSÂO
DE SOLIDARIEDADE - ABRIL/ 2014
ARTIGOS DA 1ª MISSÃO DE SOLIDARIEDADE - JUNHO / 2012