quarta-feira, 10 de novembro de 2010

TRIBUTO A YASSER ARAFAT (1939 -2004)

11 de Novembro de 2010 


6º aniversário da morte de Yasser Arafat





“A justiça da causa determina o direito da luta. Sou um rebelde e a minha causa é a liberdade”



يريدونني إما اسيراً، أو إما طريداً، وإما قتيلا.. لكن أنا بقول لهم؛ شهيداً شهيداً شهيداً



CARTA DE ARAFAT A LULA


Excelentíssimo Senhor Luís Inácio Lula da Silva
DD Presidente da República Federativa do Brasil


Nossas mais efusivas saudações.



     É com enorme satisfação que escrevemos esta carta a  V. Excia. para parabenizá-lo, bem como ao seu respeitável governo e ao seu povo amigo em nome do nosso povo palestino, suas lideranças e em meu nome em particular, por ocasião da sua posse oficial na Presidência da República Federativa do Brasil. Pedimos a Deus, do fundo do nosso coração, pleno êxito e sucesso em suas tarefas e elevadas responsabilidades no encaminhamento do seu país rumo ao desenvolvimento e à prosperidade.


     Aproveitamos esta feliz oportunidade para expressar a V. Excia. a nossa imensa satisfação pelos laços sólidos de solidariedade, amizade e cooperação que unem nossos países e nossos povos fraternos. A esses laços dedicamos sempre toda a atenção e cuidado, e nos orgulhamos do empenho mútuo que compartilhamos para desenvolvê-los e consolidá-los a serviço dos nossos interesses comuns, na defesa das causas justas e da paz, especialmente na construção de uma paz justa e ampla no Oriente Médio.

     Como é do conhecimento de V. Excia., nós e nosso povo estamos enfrentando uma agressão cruel, um sítio sufocante, uma guerra devastadora declarada contra nós pelo governo israelense, há mais de dois anos, que utiliza nela todos os instrumentos de matança, destruição e assassinato. O seu objetivo é impor uma solução sobre nós que sirva aos seus interesses e às suas ambições agressivas e sacramente a colonização e a ocupação das nossas terras e dos nossos lugares santos. Essa implacável agressão já paralisou e destruiu todos os meios de subsistência do nosso povo, o qual está enfrentando condições de penúria e de calamidade que o privam de exercer suas atividades diárias indispensáveis à sobrevivência, até de chegar aos lugares santos para fazer suas preces e deveres religiosos. Agora, nosso povo está sendo forçado a viver confinado em cantões isolados uns dos outros pelas barreiras de controle militar, e exposto diariamente a todo tipo de violação dos seus direitos humanos fundamentais e a repressão, humilhação, espancamento, e até morte à sangue-frio. 

     Apesar de tudo isso, procuramos superar nossas dores e continuamos comprometidos com o processo de uma paz justa e ampla, para o qual estamos trabalhando intensamente e envidando todos os esforços e iniciativas, regionais e internacionais, para o seu êxito, a começar por um cessar-fogo a ser seguido pela aplicação do plano “Mapa de Estrada” (Road Map), que lamentamos que tenha sido adiado para depois das eleições israelenses. Por outro lado, o governo de Israel permanece irredutível na prática de sua política de morte, assassinatos e de destruição contra o nosso povo, seus filhos e seus pertences, a fim de manter a situação presa a um círculo vicioso de violência e contra-violência. Essa política, perigosa e irresponsável, constitui o maior desafio para todos os defensores da paz dos bravos, da legitimidade internacional e dos valores humanos. O objetivo de Israel com tudo isso é fazer fracassar todos os esforços e tentativas internacionais para salvar o processo de paz e recolocá-lo no seu curso normal, como também sabotar os nossos esforços para alcançar um armistício e um cessar-fogo, bem como pôr um fim à morte de civis, sejam eles palestinos ou israelenses. Essa política serve a interesses internos eleitorais de Israel e aproveita-se de que a atenção do mundo está voltada para a questão do Iraque e a iminência de guerra contra esse país.

     Nessa etapa decisiva e difícil que atravessamos, enfrentando perigos e desafios, mantemos nossa fé numa paz justa e em seus benefícios para todos, trazendo segurança e estabilidade à região.

     Saudamos V. Excia., o povo brasileiro e os amigos em todo o mundo, todos os que crêem em Deus, todos que amam a liberdade e a paz, e os conclamamos a levantar a sua voz bem alto para que condenem e denunciem essa política israelense, com seus crimes contínuos contra nosso povo e sua autoridade nacional. Pedimos também uma ação rápida e eficaz para pôr fim a essa agressão e guerra destrutiva que Israel move contra nós, a fim de encontrar mecanismos internacionais que façam avançar o processo de paz e o retirem da sua crise e paralisia atuais. Com isso, poderá ser alcançada a paz justa e permanente para a região, garantindo segurança, estabilidade e os direitos para ambas as partes, dando, assim, oportunidade a nosso povo palestino que aspira a liberdade e independência, de construir o seu Estado independente com Jerusalém Oriental como sua capital e nele viver com segurança, paz e bom relacionamento com todos os seus vizinhos, inclusive Israel.

     Temos plena confiança em V. Excia. e no povo brasileiro e contamos muito com sua participação e interferência, nas instâncias internacionais e junto ao governo de Israel, no sentido de parar a guerra israelense contra nós, pôr fim à ocupação à qual estamos submetidos e alcançar a paz à qual todos os povos da região aspiram.

     Reiteramos nossas mais sinceras felicitações, desejando a V. Excia. saúde, felicidade e sucesso no cumprimento das expectativas de desenvolvimento e prosperidade para o povo brasileiro. 

       Com os melhores votos para V. Excia. e o povo brasileiro amigo.
         
Ramala, 28 de Dezembro de 2002



Yasser Arafat
Presidente do Estado palestino
Presidente do Comitê Executivo da OLP

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LULA RENDE HOMENAGEM A ARAFAT - 17/03/2010





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Inauguração da Rua Brasil, em Ramallah, Cisjordânia (Território Palestino Ocupado por  Israel)


Populares durante visita oficial do presidente Lula na Cisjordânia

Fotos: Ricardo Stuckert/PR








sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A OLP, enfim, decide valorizar a América do Sul e visita as comunidades palestinas

Tayseer Khaled conclui seus encontros com as comunidades palestinas no Brasil e Chile e retorna a Palestina

Concluiu Tayseer Khaled, Presidente do Departamento dos Expatriados no Comité Executivo da OLP- Organizacao para a Libertacao da Palestina, membro do Bureau Político da Frente Democrática para a Libertação da Palestina, a sua visita a vários países latino-americanos, incluindo Venezuela, Brasil e Chile, onde manteve uma série de reuniões com líderes e membros das comunidades palestinas desses países e discutiu com eles a situacao das comunidades e suas tarefas de organizar e desenvolver as suas relações com a OLP, já que as comunidades palestinas na diaspora sao consideradas bases populares da  OLP. e os palestinos na diaspora sao considerados membros naturais da OLP, em conformidade com o artigo IV dos seus Estatutos, o que confirma que os palestinos são todos membros naturais da OLP  no cumprimento do dever de libertar a  sua terra natal, de acordo com as suas energias e habilidades.

No Brasil, onde chegou depois de uma rodada de reuniões bem sucedidas com a comunidade na Venezuela, Tayseer Khaled visitou alguns estados e manteve encontros com lideres comunitarios. Em Brasília encontrou-se com lideres da comunidade e com os refugiados palestinos que fugiram para o Brasil para escapar do terrorismo sectario do qual foram vitimas em Bagdá. Esteve com as lideranças da comunidade da  Grande Porto Alegre que resultou em um acordo para convocar uma reunião ampla de todas as comunidades em todos os estados brasileiros no final deste ano, que resultaria na formacao de uma Comissão Preparatória  do Congresso da FEPAL – Federacao Arabe Palestina do Brasil, para eleger nova liderança para a comunidade no Brasil. Conforme o acordo, essa Comissao Preparatoria deve incluir todas as cores do espectro da política e das atividades econômicas, culturais e sociaisda comunidade.O Congresso da FEPAL devera ser realizado no primeiro semestre de 2011.

Tayseer Khaled participou de um programa de reuniões, visitas e seminários em Campo Grande e na regiao da Grande Porto Alegre onde se reuniu com Prefeitos, líderes das comunidades palestinas e árabes, das organizações civis e governamentais estaduais. No Município de Campo Grande, a comunidade palestina organizou uma grande manifestacao popular, onde, ao final do evento,  o Presidente da Câmara Municipal, o Sr. Powell Cioffi condecorou Taysser Khaled e o embaixador palestino Ibrahim al-Zabin  com a “Ordem de Mérito” na presença do Presidente da comunidade Jamal Salim e reperesentando o Governador do Estado.

Khaled encerrou seu programa de visitas ao Brasil na região da Grande Porto Alegre, onde vive uma numerosa comunidade palestina. Teve uma reunião com Sr. Elayyan Alladin, Presidente da FEPAL, com líderes comunitários, comerciantes, empresarios e com o presidente da comunidade palestina no estado do Paraná. Participou, juntamente com o embaixador da Palestina no Brasil, de em um seminário no clube palestino, que discutiu os últimos desenvolvimentos e acontecimentos políticos e do papel das nossas comunidades na luta nacional travada pelo povo palestino para defender os seus inalienáveis direitos nacionais ao retorno , `a auto-determinação e o estabelecimento do estado palestino independnete e Jerusalém como sua capital. Ele também se encontrou com os refugiados palestinos vindos do Iraque, protegidos e acolhidos oficialmente pelo Brasil.Taysser abordou os assuntos que preocupam os refugiados e relatou para os refugiados o encontro que teve com a ACNUR( Agencia da ONU para Refugiados)  onde foi acordado que a ACNUR deve continuar preservando os direitos e interesses dos refugiados , sendo que foi essa Agencia que supervisionou e organizou  a retirada forcada dos refugiados dos acampamentos de Rwueished e Alwalid . Taysser assegurou aos refugiados que o Departamento de Assuntos de Expatriados no Comité Executivo da OLP não poupará esforços no atendimento de seus interesses.

  
A última parada da turnê de Tayseer Khaled foi no Chile. Acompanhado da Embaixadora da Palestina no Chile, Dra. May Kayla, o Presidente Taysser manteve encontros com todas as personalidades, entidades e organizacoes da comunidade palestina no país, no qual a comunidade possui cerca de trezentos mil expatriados palestinos. Reuniu-se com membros da entidade Belém 2000 , o destacado empresario José Said e o Sr. Mario Nazzal, também se reuniu com líderes da Federacao Palestina do Chile, seu Presidente, o Sr.Abu Ghosh e o Sr.Geier Dharifeh. Reuni-se com o Conselho de Administração do Clube Palestino, que inclui a participação de milhares de pessoas da comunidade , com a Associação das Mulheres da Palestina e com a UGEP-União Geral dos Estudantes Palestinos do Chile. Visitou a Escola Árabe e se reuniu com a administração, os alunos e de membros da Associacao dePais. Em todos esses encontros, nos quais a Embaixadora da Palestina no Chile esteve presente, Taysser relatou aos líderes e membros da comunidade a  permanente evolução da luta política cruel que a liderança palestina trava com  o Governo de Israel anti-paz, relatou as opções de enfrentamento e as opções políticas na agenda da liderança palestina e do povo palestino, incluindo a opção de recorrer às Nações Unidas e convidar instituições e governos a reconhecer o Estado da Palestina nas fronteiras de junho de 1967 , o reconhecimento de Jerusalém como a capital do Estado da Palestina e aceitar o Estado da Palestina como um membro de pleno direito das Nações Unidas e ressaltou o papel das comunidades palestinas a participar na prestação de um amplo apoio para estas opções.

  
Tayseer Khaled, reuniu-se, durante a sua visita a estes países, com varios funcionários e autoridades de Ministeriros de relacoes exteriores e uma série de líderes partidários nesses países, onde apresentou o quadro da evolução política e as posições do Governo de Israel, que escolheu o caminho da política hostil de assentamento colonial ao invés de optar por uma solução política global do conflito para garantir a segurança e estabilidade para todos os povos e nações da região, incluindo o Estado da Palestina e de salvaguardar os direitos dos refugiados palestinos ao retorno para seus lares, em conformidade com as resoluções de legitimidade internacional e apelou para que apoiem as escolhas do povo palestino e seu direito nacional em face da política do Estado de Israel, anti-paz.

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