1948: Massacre de Deir Yassin
O primeiro povoado escolhido foi Deir Yassin, invadido por 120 terroristas na madrugada de 9 de abril de 1948. Testemunhas oculares relatam que eles dispararam as armas imediatamente.
13.04.2011
Na madrugada de 9 de abril de 1948, 120 terroristas invadiram e ocuparam o povoado de Deir Yassin, a oeste de Jerusalém. Testemunhas oculares relataram que eles foram de casa em casa e abriram fogo contra seus moradores.
Quem visita Israel precisa procurar muito para encontrar vestígios de antigos povoados árabes. Em geral, tratam-se de ruínas. Na guerra de 1948, 400 povoados palestinos foram destruídos e seus moradores expulsos. Lugarejos que existem apenas em mapas antigos.
Cerca de 700 mil palestinos foram expulsos de suas casas, algo atualmente reconhecido por historiadores israelenses como um processo sistemático de banimento ou deportação.
Um dos símbolos deste processo foi Deir Yassin, uma localidade a oeste de Jerusalém. O vilarejo de 610 habitantes também serviu de refúgio para outras centenas de pessoas que tentavam escapar dos conflitos entre judeus e árabes. Como ficasse no território do futuro Estado Palestino, havia selado um acordo de boa vizinhança com os vizinhos judeus.
Fim do sonho de dois Estados
Em 29 de novembro de 1947, as Nações Unidas haviam decidido criar um Estado palestino e um israelense, sendo que Jerusalém seria internacionalizada. O Reino Unido anunciou a disposição de desistir de seu mandato sobre a Palestina. Mas o mundo árabe rejeitou a divisão. Também círculos nacionalistas radicais judeus não concordavam, por temer o avanço árabe.
À medida que se aproximava a data da retirada definitiva dos britânicos da Palestina, em 15 de maio de 1948, a situação ficou cada vez mais tensa e as manifestações se ampliaram, muitas vezes seguidas de conflitos armados.
Dois grupos judeus clandestinos arquitetaram um plano. O "Irgun", do posterior primeiro-ministro Menachem Begin, e o "Lehi": expulsar os palestinos que morassem no futuro território israelense.
Às 11 horas da manhã, o lugarejo estava tomado. Os terroristas começaram a ir de casa em casa para assassinar seus moradores, fossem crianças, mulheres ou idosos. A maioria dos homens a esta altura já tinha fugido.
Somente à tarde, quando os moradores judeus ortodoxos começaram a retornar do trabalho e a contar que os demais habitantes sempre foram pacíficos, o massacre teve fim, 250 sobreviventes foram transportados de caminhão e descarregados no lado árabe de Jerusalém.
Deir Yassin simplesmente deixou de existir. Embora as lideranças do movimento clandestino judeu "Hagana" tenham condenado o massacre, nada aconteceu com os responsáveis.
Carta de Einstein aos terroristas
Antes da criação do Estado de Israel, dois grupos terroristas judeus estavam trabalhando para limpar a Palestina dos seus habitantes árabes e os seus ocupantes britânicos. O mais brutal desses grupos foi Lohamei Herut Yisrael (Lutadores pela Liberdade de Israel), também conhecido como o LEHI ou o Gang Stern, após seu fundador Avraham Stern.
Grande parte do apoio financeiro a esses terroristas judeus vieram dos Estados Unidos. O Gang Stern recebeu dinheiro arrecadado com o nome mais pérfido, Amigos Americanos dos Combatentes pela Liberdade de Israel. O Sr. Rifkin Shepard foi o diretor executivo, após a partição da Palestina e da ONU, antes da criação de Israel em maio de 1948.
Rifkin solicitou para Albert Einstein que ajudasse o Gang Stern arrecadar dinheiro americano para compra de armas para expulsar os árabes e ajudar a criar um Estado judeu. Em 10 de abril, um dia depois do massacre infame de árabes de Deir Yassin, Einstein respondeu chamando os terroristas Stern Gang e criminosos enganados
A carta de Einstein de uma página, em seu papel de carta em relevo (veja abaixo), foi leiloado pela Sotheby's em 21 de junho de 2007. Ela foi comprada por Daniel McGowan, diretor executivo de Deir Yassin Remembered, por $ 8.500, mais comissão de US $ 1.700 e $ 175 de envio. Essa carta integrará os arquivos do Deir Yassin Remembered, que incluem documentos, fotografias e relatos de áudio do massacre.
Traducao: Emir Mourad
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A limpeza étnica da Palestina e os mitos da criação de Israel
Entrevista com o historiador israelense ILAN PAPPE, onde discorre sobre como o sionismo, de forma planejada, executou e continua executando a limpeza étnica da Palestina: ocupação e roubo da terra e expulsão dos palestinos. O mito da "guerra de defesa" de 1948. O mito que os palestinos abandonaram seus lares e terras. A perseguição que sofreu na Universidade. A lógica sionista do massacre de Deir Yassin. O mito da democracia israelense. As perspectivas para o futuro. Uma entrevista de um judeu que foi em busca da verdade e enfrentou todas as pressões com altivez e coragem. Legendado em português.