quarta-feira, 27 de julho de 2011

Embaixador da Palestina no Brasil fala sobre a batalha na ONU


Nações Unidas pelo reconhecimento da Palestina

27/07/2011

BRASIL DE FATO - Internacional

O *embaixador da Palestina no Brasil fala sobre a batalha decisiva que se aproxima, na ONU, pelo reconhecimento de seu Estado.

Vinicius Mansur
De Brasília (DF)

 A Liga dos países Árabes já anunciou que solicitará à Organização das Nações Unidas(ONU), ainda este
 mês, a inclusão da Palestina como membro pleno desta entidade. A ONU deverá levar o tema à votação até o mês de setembro. Contando com amplo apoio na comunidade internacional, a luta palestina tentará escrever capítulos decisivos de sua história no próximo período. No Brasil, a Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) lançou no último dia 20 a “Campanha Estado da Palestina já!”.

O Brasil de Fato entrevistou o embaixador da Palestina no País, Ibrahim Alzeben, para abordar o atual estágio desta articulação internacional. Além disto, o embaixador também discorre sobre a importância brasileira e latino-americana nesta luta, revela que o Estado Palestino deverá ser reconhecido em breve pela Colômbia – único país sulamericano que ainda não o fez – e ainda comenta a atual conjuntura política em seu país sob a luz da “Primavera Árabe”. Confira a entrevista.

Qual o impacto da “Primavera árabe” para a luta palestina?

Quando começou a revolução Palestina, com a formação da OLP (Organização Para Libertação da Palestina, fundada em 1964), nós considerávamos que a imagem desta revolução era a Palestina, o coração árabe e o corpo internacional. Portanto, qualquer acontecimento no mundo árabe acontece no coração da causa palestina. Desejamos que nossa nação árabe, nossos povos, tenham uma democracia e uma independência verdadeira, merecem voltar a ter o papel que lhes corresponde na humanidade. Na nossa região nasce o abecedário, o comércio, a primeira cidade do mundo, nascem civilizações, o desenvolvimento da ciência, da literatura,. Lamentavelmente, faz uns séculos que essa nação está sendo colonizada, vivendo um atraso. Mas, todas as atuais mudanças do mundo árabe são a favor da Causa Palestina. Em todos estes levantamentos, na Tunísia, Síria, Egito, foi imediatamente colocada a posição de respeito à Causa Palestina. No Egito, tivemos medidas práticas no sentido de aliviar o cerco contra Gaza e a abertura gradual do posto fronteiriço.

Como estão os novos diálogos entre Fatah e Hamas?

Estamos ainda negociando. Só que não tem retrocesso, temos que formar um governo que satisfaça o interesse do povo palestino e que esteja de acordo com o direito internacional. É possível. A reconciliação é importante e é um problema que Fatah e Hamas devem resolver.

 O que motivou esse acordo?

O povo palestino não agüenta mais tanta divisão. É a força popular, o povo sempre tem a última palavra.

 A solicitação à ONU para que o Estado da Palestina seja reconhecido como um membro pleno dela é o objetivo central hoje? Existe unidade em torno disto?

O objetivo central palestino é a paz. O estado é uma garantia de ter uma vida digna e ter a paz. Para obter a paz precisa de instrumentos. Esse é um dos instrumentos imprescindíveis: um Estado que veja os interesses de sua população, sua segurança, em todos os sentidos, da mesma forma que Israel tem a sua segurança, através de um Estado. Isso é uma unanimidade na Palestina. Uma das principais bandeiras, então, é essa luta na arena internacional, a ONU vai ser a última batalha. Anteriormente tem que trabalhar nos países que são membros para, na hora da votação, obter esse lugar que nos corresponde. O melhor caminho seria um acordo bilateral entre Israel e Palestina, que eles fossem o primeiro país a reconhecer sua responsabilidade histórica e começassem a corrigir. Somos vizinhos, temos que tolerar, respeitar e conviver. Porque não é nenhum orgulho ter do meu lado um vizinho que está morrendo e não dar a mão. O vizinho não afetado tem obrigação moral, humana, de estender a mão. Não colocar nosso povo num cerco, não castigar Gaza, ela precisa ser reconstruída, já. Faz dois anos e meio que Gaza aguarda pela reconstrução, ainda tem mais de 60% morando em condições infra-humanas, a raiz daquele genocídio cometido por Israel. Mas já que não existe essa vontade política por parte de Israel, não temos outra. Vamos à ONU.


Como o senhor vê a possibilidade de um estado dentro das fronteiras de 1967?

É uma possibilidade real. A Palestina histórica são 27.009 quilômetros quadrados, ficaríamos com 6.090, mas sim, é possível, não seremos o único estado pequeno no mundo. Existe um povo que tem inteligência, território, vontade política e reconhecimento. Então, falta só o reconhecimento da ONU e esse é o tema de agora. Estamos sob ocupação, tudo bem. Ela não vai terminar em uma noite, mas não pode durar uma eternidade. Israel não pode seguir ocupando território nosso e nós não podemos seguir aceitando. Israel vai ter que ceder. Se eles seguem membros da comunidade internacional, vão ter que respeitar a carta magma.


Formado o Estado palestino, como seriam as relações com Israel?

Uma relação de vizinhos, não vejo outra relação de inimigos. Começando por Israel respeitando nosso direito de criar nosso estado independente, livre, soberano, viável. Tem que haver uma cooperação em todos os sentidos. Israel tem também que reconhecer sua responsabilidade histórica, de 63 anos até agora, de catástrofe palestina. Não foi um desconhecido que fez a catástrofe palestina, foi Israel. Claro, com apoio de outra superpotência. Tudo bem. Só que, diretamente, o responsável pelo holocausto judeu foram os nazi. Estavam apoiados por outros, verdade, mas tem o responsável.O responsável da nossa diáspora é Israel. Portanto, tem que reconhecer sua responsabilidade, pedir desculpas, indenizar os palestinos, proceder como uma nação civilizada.

 Em quantos países do mundo a Palestina tem embaixada?

Mais de 111 países que reconhecem o Estado Palestino. Não sei ao certo. E são mais de 90 embaixadas.

Quem foi primeiro país a reconhecer?

A Argélia, em 1988, 15 de novembro. A primeira representação no hemisfério ocidental foi em Cuba, em novembro de 1974. Depois o México, depois a Nicarágua, a raiz da revolução sandinista em 1979. Depois vieram representações da OLP em todos os países, inclusive no Brasil. Até 1993, tínhamos uma representação da OLP aqui, depois já se converte em uma delegação especial da Palestina e a partir de 3 de dezembro de 2010 já se converte em embaixada. Foi algo especial porque é a nossa primeira pedra fundamental nesse hemisfério, a primeira que construímos. Todas as outras embaixadas na América Latina são compradas, emprestadas, dadas ou alugadas. Aí sim começa a mudar a história na América Latina.

Por que?

Foi um passo decisivo. Depois veio Argentina, Equador, Bolívia, Suriname, Guiana e assim sucessivamente.

Todos os países da América do Sul já reconhecem?

Quase. Melhor deixar isso, porque possivelmente vai haver um reconhecimento em breve, não quero estragar as coisas.

Quais países na América do Sul ainda não reconhecem o Estado palestino?

Só falta a Colômbia.

 O senhor enxerga lutas em comum entre os latino-americanos e a Palestina?

A dignidade humana, a conservação de nossos recursos naturais, que eles estejam a serviço do bem-estar dos nossos povos, somos todos povos em luta. Somos considerados terceiro mundo, mas acho que essa denominação colonial para dividir o mundo em um, dois, três ou quatro não combina.

 O Tratado de Livre Comércio Mercosul-Israel atrapalha a luta palestina?

As relações de Israel em nível mundial atrapalham e não atrapalham. Atrapalham quando se põem a serviço da ocupação. Quando vendem armas ou munições, elas são usadas diretamente para fortalecer a ocupação, isso é uma a injustiça que não podemos aprovar. Israel, como Estado soberano, tem direito de manter relações. Agora, deve ter uma regra que regule as relações entre as nações. Portanto, essa relação com o Mercosul, se beneficiar assentamentos israelenses dentro do território palestino são condenáveis... Falamos com nossos parceiros que tivessem cuidado com as relações para não fortalecer estes assentamentos israelenses dentro do território palestino.

 Isto já acontece?

Acontece. Mas o Tratado ainda não está fechado. E o Mercosul tem um tratado de livre comércio com a Palestina, que já foi assinado, dia 19 de dezembro passado, em Foz do Iguaçu. No início de julho na Cúpula 41 do Mercosul, em Assunção, Paraguai. Palestina, junto com Japão, foram os únicos convidados com direito a fala. As relações com a América Latina estão se desenvolvendo e esperamos uma participação mais ativa no processo de paz. Essa campanha quer dizer que tem gente que sente a dor do povo palestino. O mundo deve se livrar já dessa dor, fazer justiça, para se voltar a outras tarefas importantes, como o meio ambiente estamos desperdiçando muita energia.

Qual o tamanho da comunidade palestina no Brasil?

Não temos uma estatística. Se você não tem Estado, não tem instituições sólidas e tem tarefas imediatas para fazer. Não é uma prioridade saber quantos palestinos temos aqui porque sabemos que todos estão a salvo, entre irmãos.

 Mas há alguma política para eles?

Temos um departamento de expatriados, tanto para o OLP como para ANP (Autoridade Nacional Palestina). Consideramos que os Palestinos na diáspora são uma reserva estratégica, a ponte que une a Palestina com o mundo. Nossa política é bem clara: um bom cidadão no Chile, no Brasil, na Colômbia vai ser um bom cidadão na Palestina. Trabalhamos de maneira que os palestinos possam ter livremente sua dupla nacionalidade, sem afetar a lealdade a nenhum dos dois. Essa tarefa pode ser feita perfeitamente e serve de ponte cultural, política, econômica e diplomática.


*Ibrahim Alzeben é embaixador da Palestina no Brasil. Jornalista, 56 anos, estudou na Jordânia e em Cuba. Como diplomata trabalhou em Cuba, Nicarágua, Peru, Bolívia, Brasil, Venezuela, Colômbia e Paraguai.

domingo, 24 de julho de 2011

O massacre na Noruega e Israel


La masacre del 22 de julio
Noruega e Israel

24-07-2011

María José Lera y Ricardo García Pérez
Rebelión


La masacre cometida el 22 de julio en Noruega se desarrolló en un contexto al que merece la pena prestar atención. Ha habido dos atentados, uno contra la sede del gobierno y otro en la isla de Utøya, con una diferencia de dos horas entre ambos.

En la isla de Utøya se celebraba una reunión-campamento de la Liga Juvenil de Trabajadores del Partido Laborista (Arbeidaranes Ungdomsfylking, AUF, por sus siglas en noruego) cuyo representante, Eskil Pedersen, es uno de los defensores más importantes del boicot a Israel en Europa, y con posicionamientos de gran importancia.

Boicot a Israel

La implicación de Noruega en el boicot a Israel es fundamental y hiere sensibilidades. El boicot universitario fue liderado por una de las instituciones académicas más importantes de Noruega, la Universidad de Bergen, que tiene intención de imponer un boicot académico contra Israel por un comportamiento que califica de similar al del apartheid (YNET, 24 de enero de 2010); la acompañó la junta rectora de la Universidad de Trondheim, donde se discutió y votó si unirse o no al boicot académico contra Israel.

Hace solo unos meses, en abril, este boicot universitario dio sus frutos y el propio Alan M. Dershowitz estuvo en Noruega y se ofreció a impartir conferencias sobre Israel en las tres universidades más importantes, si bien todas rechazaron su oferta, aunque sí habían sido invitados allí Ilan Pappé, o a Stephen Walt. La queja de Desrhowitz contra el «boicot de Noruega a los oradores pro-israelíes» se puede leer en el siguiente enlace: http://soysionista.blogspot.com/2011/04/el-boicot-de-noruega-los-oradores-pro.html.

El Ministro de Asuntos Exteriores de Noruega, Jonas Gahr Støre, dijo lo siguiente el día anterior a la masacre: «La ocupación debe terminar, el muro se debe demoler y hay que hacerlo ya»… y lo hizo en el mismo campamento donde se produjo la matanza (fuente: http://tinyurl.com/3zhsj4w).

Pie de foto: La AUF pide boicotear a Israel. Jonas Gahr Store, Ministro de Asuntos Exteriores de Noruega, fue recibido el jueves en el campamento de verano de la AUF que se desarrolla en Utøya, donde escuchó la petición de que Noruega reconozca al Estado palestino. Allí el ministro recorrió el campamento organizado por Eskil Pedersen, dirigente de la AUF (Reuters). 

El miércoles pasado, Eskil Pedersen afirmó que la Liga Juvenil de Trabajadores (AUF) quiere que Noruega imponga un embargo económico unilateral a Israel.

«La Liga Juvenil de Trabajadores tendrá una política más activa en Oriente Próximo y tenemos que reconocer a Palestina. “El dinero solo es dinero”, ahora tenemos que impulsar el proceso de paz hacia otra senda», declaró Pedersen.

Las acciones de BDS (boicot, desinversión y sanciones) fueron apoyadas en enero de 2006 por la Ministra de Economía (http://www.elreloj.com/article.php?id=16385) y se han hecho efectivas en retirada de inversiones. Concretamente, el 23 de agosto de 2010 Noruega comunicó que el Fondo de Petróleo Noruego (Norway Oil Fund) retiraba sus inversiones de la compañía constructora internacional Danya Cebus, que pertenece al fondo de inversiones Africa-Israel. En palabras de la Ministra de Economía «  “El Consejo de Ética enfatiza que la construcción en los asentamientos de los territorios ocupados constituye una violación de la Convencion de Ginebra relativa a la Protección de Civiles en Tiempo de Guerra,” señaló. “Varias resoluciones del Consejo de Seguridad de las Naciones Unidas y opiniones del Tribunal Internacional de Justicia han concluido que la construcción en los asentamientos israelíes en los territorios ocupados palestinos está prohibida bajo esta Convención,” dijo el ministro de Economía Sigbjoern Johnsen en una declaración ». (http://www.nocturnar.com/forum/economia/427216-fondo-noruego-retira-inversiones-de-companias-israelies.html)

La retirada de inversiones también se ha extendido al negocio de armas, y en septiembre de 2009 se canceló la inversión en Elbit, empresa armamentística israelí (http://www.haaretz.com/news/israel-summons-norway-envoy-to-protest-divestment-from-arms-firm-1.8535). Y no sólo han vetado la venta de armas a Israel, sino que en junio de 2010 la Ministra de Eucación noruega hizo un llamamiento internacional para que esta postura de boicot a las empresas armamentísticas israelíes fuese compartida por el resto de la comunidad internacional (http://www.swedishwire.com/nordic/4809-norway-calls-for-boycott-on-arms-to-israel), ante el asesinato por parte de Israel de nueve activistas turcos en el ataque a la Flotilla.

El boicot noruego está apoyado masivamente por la población y, según fuentes israelíes, en el año 2010 el 40 por ciento de los noruegos y noruegas se negaban a comprar productos israelíes (http://www.ynetnews.com/articles/0.7340.L-3898052.00.html)

Apoyo al pueblo palestino

Si Noruega ha destacado en el boicot a Israel, también lo ha hecho en declarar y reconocer a al Estado palestino. El 19 de Julio el presidente palestino Mahmoud Abbas visitó Noruega y el Ministro de Asuntos Exteriores noruego, Jonas Gahr Støre, declaró al informativo de TV2 que Noruega está dispuesta a reconocer al Estado palestino. Esas palabras son las que repitió durante la charla de Utøya: «Estamos dispuestos a reconocer al Estado palestino. Estoy a la espera del texto concreto de la resolución que los palestinos van a presentar ante la Asamblea General de Naciones Unidas en el mes de Septiembre» (fuente: http://english.ruvr.ru/2011/07/19/53408557.html).

En otoño se espera que el presidente palestino Mahmound Abbas exponga la cuestión ante Naciones Unidas, donde pedirá el ingreso en la organización y el reconocimiento del Estado palestino según las fronteras anteriores a la guerra de 1967 y con capital en Jerusalén Este. Ni Estados Unidos ni Europa apoyan la creación de un Estado palestino independiente.

Además, al ex Ministro de Asuntos Exteriores, Kare Willoch, le han regalado hace poco un pasaporte palestino y expresó su apoyo a los palestinos y su situación: «Me he dado cuenta de la muy grave injusticia a la que ha sido sometido el pueblo palestino y que realmente todo el mundo occidental tiene su responsabilidad en ello» (fuente: http://theforeigner.no/pages/news/abbas-to-meet-norwegian-foreign-minister/).


Reacciones de Israel

Israel no ignora estas acciones. De hecho, el 15 de noviembre de 2010 la prensa israelí publicó que «Noruega incita al odio contra nosotros» (fuente: ynetnews.com), lo que dio lugar a un grave conflicto diplomático. Israel acusó al gobierno noruego de financiar y fomentar la instigación descarada contra Israel. En ese caso la queja era por la financiación y participación de Noruega en la difusión de obras que informan del sufrimiento de la infancia en Gaza.

Este era el texto completo de la noticia:

Según informes recibidos por el Ministro de Asuntos Exteriores en Jerusalén, el municipio de Trondheim financia un viaje a Nueva York para los estudiantes que intervienen en la obra Monólogos de Gaza, «que trata del sufrimiento de los niños de Gaza como consecuencia de la ocupación israelí».

 La obra, escrita por un palestino de Gaza, se presentará en la sede de Naciones Unidas. La función se suma a una exposición de un artista noruego exhibida en Damasco, Beirut y Amán con la colaboración de las embajadas de Noruega en Siria, Líbano y Jordania.

La exposición muestra a bebés palestinos muertos junto a cascos del Ejército de Israel que recuerdan a los cascos de los soldados nazis y una bandera israelí empapada en sangre.

Los noruegos también contribuyen a distribuir en festivales de cine de todo el mundo un documental titulado Tears of Gaza («Lágrimas de Gaza»). Según el Ministro de Asuntos Exteriores, la película también trata del sufrimiento de los niños de Gaza sin mencionar a Hamas, los cohetes disparados en Israel y el derecho de este último a defenderse.

En la película aparecen habitantes de Gaza cantando Itbah al-Yahud, pero la traducción noruega dice «masacrad a los israelíes» en lugar de «masacrad a los judíos».

Además, se ha publicado hace poco un libro escrito por dos médicos noruegos que fueron los únicos extranjeros en Gaza que concedieron entrevistas durante la Operación Plomo Fundido.

El libro, que acusa a los soldados del Ejército de Israel de matar deliberadamente a mujeres y niños, es un éxito de ventas en Noruega y ha sido calurosamente recomendado nada menos que por el ministro noruego de Asuntos Exteriores, Jonas Gahr Støre.

 La embajada israelí en Noruega ha protestado enérgicamente contra la implicación de las autoridades en la demonización de Israel. «La política oficial y manifiesta de Noruega habla de comprensión y reconciliación --dijo el domingo por la noche una autoridad israelí--, pero desde la guerra de Gaza, Noruega se ha convertido en una superpotencia en lo que se refiere a exportar material multimedia orientado a deslegitimar a Israel mientras emplea el dinero de los contribuyentes noruegos a producir y difundir esos materiales».

 Daniel Avalon, vice-ministro de Asuntos Exteriores, ha declarado en una reunión con miembros del parlamento noruego que «este tipo de actividad aleja las posibilidades de reconciliación y favorece una radicalización de la posición palestina que les impide negociar». 

Los noruegos han respondido a las críticas israelíes diciendo que el gobierno apoya la libertad de expresión y que no intervendrá para alterar el contenido de obras de arte.

Fuente: http://www.ynetnews.com/articles/0,7340,L-3984621,00.html

La prensa israelí ha publicado más artículos destacando que las relaciones entre ambos Estados no pasan definitivamente por su mejor momento. Hay que añadir que Noruega siempre ha mantenido conversaciones con Hamas desde que se formó un gobierno de unidad en 2007, distanciándose así de la postura estadounidense y europea (http://www.norway.org.ps/News_and_events/Press_Release/Facts_about_Norway%E2%80%99s_position_with_regard_to_Hamas/) y molestando profundamente a Israel, como era de esperar (http://news.bbc.co.uk/2/hi/6470669.stm).

Las malas relaciones se vuelven a poner de manifiesto en las declaraciones del propio Presidente de Israel, Simon Peres, quien en mayo de 2011 dijo que dialogar con Hamas es apoyar a esta organización terrorista, a lo que Jonas Gahr Støre -Ministro de Asuntos Exteriores noruego- respondió: «condenamos a las organizaciones que están implicadas en el terrorismo, pero Noruega considera que tener unas listas en las que incluir a una organización para calificarla de terrorista no sirve a nuestros objetivos» (http://www.newsinenglish.no/2011/05/06/peres-criticizes-norway-on-hamas/).

Parece que son los noruegos quiénes están poniendo sobre la mesa la «definición de terrorismo», una simple etiqueta que da nombre a unas listas y condena inmediatamente a millones de personas a un bloqueo genocida o a un ataque mortífero.

Curiosamente, el «terrorista» noruego acusado de esta masacre, Anders Behring Breivik, está siendo señalado como titular de un blog llamado «Fjordman» y sus mensajes llevan tiempo apareciendo con enlaces en Jihad Watch y Gates of Vienna (http://www.wakeupfromyourslumber.com/blog/joeblow/zionists-admit-breivik-fjordman-breivik-rightist-mass-murderer-atlas-shrugged-contribut). Si esto es así, el blog de Fjordman muestra que Breivic sería un extremista neocon que odia a los inmigrantes y especialmente a los musulmanes y, además pro-israelí; véase el blog, «por qué la lucha de Israel también es nuestra lucha» (http://vladtepesblog.com/?p=21434).

Podría ser que, al final, los tentáculos del Estado de Israel no estén tan lejos de esta matanza; al fin y al cabo no habría sido la primera que cometen ni, lamentablemente, será la última. Eso sí, la Liga Juvenil de Trabajadores Noruega (AUF), el Ministro de Asuntos Exteriores noruego y su gobierno al completo han recibido un tremendo golpe.

Justamente quienes más se han posicionado en el rechazo a la política genocida de Israel hacia el pueblo palestino son quiénes más sufren, previamente advertidos por Israel de su «tremenda osadía»… algo que en el lenguaje israelí significa que se pagan las consecuencias.


*María José Lera es profesora de la Universidad de Sevilla y Ricardo García Pérez es traductor.


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