FEPAL - FEDERAÇÃO ÁRABE PALESTINA DO BRASIL
NOTA – 15/05/2012
A VITÓRIA DOS PRISIONEIROS PALESTINOS
TRANSMITIMOS NOSSAS SAUDAÇOES E FELICITAÇÕES A TODOS OS
PRISIONEIROS PALESTINOS PELA VITÓRIA CONQUISTADA APÓS DOIS MESES DE GREVE DE
FOME CONTRA O REGIME CARCERÁRIO ISRAELNESE E SEUS BRUTAIS E CRIMINOSOS MÉTODOS
DE TORTURA, PRIVAÇÕES, DETENÇÕES ADMINISTRATIVAS, PROIBIÇÃO DE VISITA DE
FAMILIARES E TANTAS OUTRAS BARBARIDADES COMETIDAS CONTRA ESSES HÉRÓIS DA
LIBERDADE E DA JUSTIÇA.
COMEMORAMOS COM O POVO PALESTINO ESSA GRANDE VITÓRIA DOS
PRISIONEIROS QUE TEVE O APOIO E SOLIDARIEDADE DE TODOS OS PARTIDOS E ORGANIZAÇÕES
DA SOCIEDADE PALESTINA, DA OLP- ORGANIZAÇÃO PARA A LIBERTAÇÃO DA PALESTINA, DA
ANP- AUTORIDADE NACIONAL PALESTINA, DA CRUZ VERMELHA, DOS PAISES NÃO ALINHADOS
E DE VÁRIOS GOVERNOS E MOVIMENTOS DE SOLIDARIEDADE COM O POVO PALESTINO.
A DETERMINAÇÃO E A CORAGEM DOS PRISIONEIROS EM SUA GREVE DE
FOME, SOMADA A PRESSÃO INTERNACIONAL, FORAM DETERMINANTES PARA FAZER COM QUE
ISRAEL FOSSE DERROTADA EM CONTINUAR OS TRATAMENTOS DESUMANOS, CRIMINOSOS E
ILEGAIS CONTRA TODOS OS PRISIONEIROS.
DAQUI DO BRASIL, NESSA DATA COMEMORATIVA DOS 64 ANOS DA
NAKBA – A CATÁSTROFE PALESTINA, A COMUNIDADE PALESTINA E A DIREÇÃO DE SUA
FEDERAÇÃO REAFIRMAM O COMPROMISSO DE CONTINUARMOS SOLIDÁRIOS E IRMANADOS COM A LUTA DOS
PRISIONEIROS E DO SEU POVO: O DIREITO INALIENÁVEL AO RETORNO E
AUTODETERMINAÇÃO, PELO ESTABELECIMENTO DO ESTADO PALESTINO LIVRE E SOBERANO,
TENDO JERUSALÉM COMO CAPITAL.
PORTO ALEGRE, 15 DE MAIO DE 2012.
FEDERAÇÃO ÁRABE PALESTINA DO BRASIL
ELAYYAN ALADDIN EMIR MOURAD
PRESIDENTE SECRETÁRIO
GERAL
..........................................................................................................
CARTA AO PROGRAMA 'ESPECIAL' DA GLOBO NEWS
São Paulo, 11 de maio de 2012.
Sr. Luiz Cláudio Latge, Diretor Executivo de Jornalismo da Globo,
Sra. Eugenia Moreyra, Diretora do Globo News,
O programa Especial da Globo News “Convivência entre israelenses e
palestinos é tensa em prisão de segurança máxima”, veiculado no dia 06 de maio
de 2012, trata o sistema penitenciário israelense como justo, moderno,
sofisticado e democrático. No entanto, esta visão não corresponde à realidade.
Cerca de 2000 prisioneiros políticos palestinos realizam uma greve de fome
desde o dia 17 de abril último, em protesto pelo fim das detenções
administrativas arbitrárias realizadas pelas forças de segurança israelenses,
pelo cumprimento da IV Convenção de Genebra, que proíbe o traslado de
prisioneiros dos territórios palestinos ocupados para o interior de Israel e
por melhores condições de tratamento nas prisões: fim do confinamento em
solitárias, fim da tortura física e psicológica, direito a receber visitas de
parentes, advogados e médicos e acesso a livros, revistas e jornais.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) solicitou nesta
terça-feira a Israel que autorizasse a transferência para um hospital de seis
prisioneiros palestinos que estão em greve de fome.
O governo palestino e a União Europeia externaram na ultima terça
feira, preocupação com o estado de saúde dos prisioneiros palestinos em greve
de fome em Israel, em alguns casos, há mais de dois meses.
O governo do primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, afirmou
nesta terça-feira que "considera Israel plenamente responsável pela
segurança dos prisioneiros em greve de fome".
"As missões da UE em
Jerusalém e em Ramallah estão preocupadas com a deterioração do estado de saúde
dos detidos palestinos em greve de fome há mais de dois meses. A UE pede ao
governo de Israel que ponha a sua disposição toda a assistência médica
necessária", informaram as missões em um comunicado.
O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas,
reiterou hoje o chamado à ONU para que exerça mais pressão sobre Israel e salve
a vida de prisioneiros palestinos em greve de fome.
O chefe da missão palestina na ONU, Riyad Mansour, em carta a
vários órgãos da entidade, inclusive o Conselho de Segurança e a Assembleia
Geral, para que atuem urgentemente para forçar à potência ocupante a cessar
suas práticas ilegais de detenção administrativa e violações dos direitos
humanos, descrevendo como ilegal a detenção administrativa de palestinos nos
territórios ocupados, um conceito manejado por Israel para manter enclausuradas
a pessoas sem acusações nem realização de julgamentos.
A reportagem veiculada pela Globo News tenta deslegitimar essas
reivindicações e ao mesmo tempo apresentar os prisioneiros políticos, inclusive
crianças, como se fossem terroristas desumanos. Contrariando princípios básicos
do jornalismo, como “ouvir o outro lado”, a matéria deixou de ouvir fontes da
Autoridade Nacional Palestina e ignorou fatos registrados por ONGs palestinas,
israelenses e internacionais, como a prisão, agressão e humilhação que
acontecem diariamente nas prisões israelenses, onde há inclusive mulheres e
crianças, detidas sem acusação formal, nem direito de defesa. A reportagem não
menciona que a maioria dessas pessoas, sobretudo as crianças, foram presas pela
resistência à ocupação, por exemplo, pelo arremesso de pedras contra tanques e
veículos blindados israelenses, empregados, várias vezes, na destruição de
aldeias e em operações militares de intimidação da população civil.
A equipe de reportagem da Globo News nada diz sobre os métodos
humilhantes de prisão, nem sobre os procedimentos nas cortes militares contra
réus palestinos. Omite o fato de que crianças palestinas são presas na
madrugada, vendadas e algemadas na frente de seus pais, que não podem
visitá-las nem recebem qualquer informação sobre elas por tempo indeterminado.
Os jornalistas não dizem que as crianças aprisionadas podem ficar até sete dias
nas celas antes de serem levadas à presença de um juiz, que sofrem maus-tratos,
tortura e até abusos sexuais na prisão, que são julgadas sozinhas, sem a
presença dos pais, e que 95% das sentenças emitidas contra elas se baseiam em
confissões obtidas à força. Hoje são cerca de 5 mil prisioneiros palestinos nos
cárceres israelenses, sendo nove mulheres, 350 crianças e 22 parlamentares.
A Globo News ignora que a Suprema Corte de Israel já considerou
ilegal a aplicação de dor física para obtenção de informações, e deixou de
informar que o escritório de defensoria pública do Ministério da Justiça de
Israel reconheceu as condições degradantes e desumanas das prisões israelenses.
A matéria veiculada não foi conduzida de acordo com critérios de
objetividade, imparcialidade e distanciamento político que norteiam o bom
jornalismo. Aproxima-se mais de uma peça de publicidade maniqueísta, com o
claro objetivo de apresentar Israel como um país “civilizado e democrático” e
os palestinos como “terroristas”, o que nem remotamente corresponde à realidade
dos fatos. Deixamos registrado aqui o nosso mais veemente repúdio a essa
distorção dos fatos, e convidamos a equipe de reportagem da Globo News a passar
uma semana na Faixa de Gaza, Cisjordânia e Jerusalém, para conhecer de perto os
sofrimentos vividos diariamente pela população palestina, vítimas da violência
e discriminação do apartheid de Israel, onde impera a ideologia sionista que
trouxe a NAKBA (Catástrofe) ao povo palestino, que comemora nesse 15 de maio
seus 64 anos de martírio e sofrimento.
Elayyan Aladdin
Eduardo Elias
Presidente da FEPAL
Presidente da FEARAB
Federação Árabe Palestina do Brasil Federação de Entidades Árabe Brasileiras
Emir Mourad
Claude Fahd Hajjar
Secretário
Geral da FEPAL Vice-
Presidente de FEARAB – América
Federação Árabe Palestina do Brasil Federação de Entidades
Americano Árabes