quarta-feira, 26 de junho de 2013

Nota de Falecimento - Embaixador Arnaldo Carrilho



NOTA DE FALECIMENTO


EMBAIXADOR ARNALDO CARRILHO -  1937 - 2013


Embaixador Arnaldo Carrilho no Forum Social Mundial Palestina Livre
Embaixador Carrilho na Conferência do Fórum Social Mundial Palestina Livre- Novembro/2013


Externamos nosso profundo pesar pelo falecimento do Embaixador Arnaldo Carrilho. Nossos sentimentos aos familiares e amigos desse homem que lutou com diplomacia e entusiasmo contra as injustiças e pela autodeterminação dos povos.

Primeiro embaixador do Brasil em Pyongyang, na Coreia do Norte, aos 72 anos, Carrilho teve 47 anos de carreira no Itamaraty, tendo passado 37 anos no exterior, sendo 12 no mundo islâmico e 10 na ásia. Abriu cinco postos: Jeddah, na Arábia Saudita, Berlim Oriental, Bissau, Praia, e Pyongyang. Além disso, serviu em quatro países comunistas: Polônia, Alemanha Oriental, Laos e Coreia do Norte. Antes de chegar a Pyongyang, Carrilho foi designado embaixador extraordinário junto à cúpula América do Sul – Países Árabes, uma iniciativa emblemática da lógica de cooperação sul – sul perseguida pela diplomacia nacional. Antes, ainda, em 2006, foi designado o primeiro representante do Brasil junto à Autoridade Nacional Palestina, em Ramalah.

Foi o primeiro embaixador brasileiro na Palestina de 2006 a 2007.

Nosso querido Embaixador sempre foi solidário, amigo e apoiador da luta do povo palestino por seus direitos ao retorno e autodeterminação.

Quando da morte, em 2008, do maior poeta palestino, Mahmud Darwish, recebemos do Embaixador Carrilho a seguinte mensagem:

“ Máhmude Deruíche vive! Para sempre! É próprio do destino dos que sofrem da doença-esperança. Vamos herdá-la, com vigor fortalecido. Abraço do Arnaldo C.”

Nossa eterna gratidão ao amigo do povo palestino.


Elayyan Aladdin - Presidente

Emir Mourad - Secretário Geral


Logomarca da FEPAL - Federação Árabe Palestina do Brasil


sexta-feira, 7 de junho de 2013

As crianças palestinas apanham como gente grande


crianças palestina são presas por Israel

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Anualmente, 700 menores de idade palestinos, entre 12 e 17 anos são presos pelo exército e a polícia de Israel na Cisjordânia e Jerusalém Oriental. Dá uma média de 2 por dia.



É o cálculo apresentado em recente relatório da UNICEF.

Vale até dezembro de 2012.

Neste ano, parece que esse número será maior. Segundo a Ong Defence por Child Inrernational, no primeiro trimestre, os israelense já tinham prendido 350 meninos, 17% a mais do que no mesmo período no ano passado.

Veja bem, a maioria desses meninos não era de delinquentes; seus crimes foram jogar pedras nos soldados ou veículos militares; distribuir panfletos, participar de manifestações ou pregar cartazes contra a ocupação; tentar atravessar as fronteiras da Cisjordânia; entrar em assentamentos judaicos; coisas assim.

Diz o relatório da UNICEF que os menores palestinos presos sofrem “o que representa tratamento ou punição cruel, desumana ou degradante, de acordo com os Direitos da Crianças e a Convenção Contra Torturas,” ratificados por Israel.

A UNICEF afirma ainda que esta violência “parece ser generalizada, sistemática e institucionalizada” durante a detenção, interrogatório, processo e eventual condenação e pena de prisão.

Comparando a situação dos meninos palestinos presos com a dos meninos israelenses, o relatório mostra que estes últimos são privilegiados.

Enquanto o menino israelense preso é levado a um juiz em até 12 horas, o palestino é obrigado a ficar esperando até 4 dias.

O israelense fica 2 dias sem poder chamar um advogado. Já o palestino só poderá chamar o seu num prazo de 90 dias. Isso se os policiais o avisarem de que tem direito a um advogado, coisa que não são obrigados a fazer.

O menino israelense pode ficar preso 40 dias sem acusação; o menino palestino, 60 dias.

Com 12 anos ou menos, o israelense não pode ficar detido até o dia do julgamento. Suas chances de absolvição antes do julgamento começar são de 80%. Já o palestino pode ficar preso durante 18 meses. E tem poucas chances de sair livre antes do julgamento: apenas 13%.

A lei de Israel não permite pena de prisão para meninos israelenses com menos de 14 anos. Sob as leis militares, meninos palestinos entre 12 e 14 anos não tem esse privilégio.

Estas informações do relatório da UNICEF foram confirmadas por uma comissão formada por 9 conceituados juristas ingleses, liderados por um ex-juiz da mais alta corte, sir Stephen Sadley.

Em estudo denominado “Crianças Sob Custódia Militar,” eles relatam as agressões físicas e verbais que as crianças palestinas sofrem quando presas.

E observam: “Cada ano, centenas de crianças palestinas ficam traumatizadas, às vezes irreversivelmente…e vivem sob risco constante de punições mais rudes no caso de voltarem a serem presas.”

Crianças confinadas em prisão solitária por longos espaços de tempo foi um fato constatado, o que, segundo o relatório, é considerado tortura pela Convenção dos Direitos da Criança, da ONU.

A justificação desta e das outras violências feita por um procurador militar, chocou os juristas ingleses: “Cada criança palestina é um terrorista potencial.”

A denúncia do que o exército vem fazendo contra as crianças palestinas foi feita também por soldados israelenses.

Eles criaram um movimento de veteranos, o “Quebrando o Silêncio” (Breaking The Silence).

Publicaram 850 relatos de soldados sobre ações violentas do exército israelense nos territórios ocupados.

Yehuda Shaul, ativista do movimento, informou que os documentos foram reunidos para mostrar a realidade do tratamento habitual imposto pelos soldados aos palestinos, particularmente crianças.

Um sargento de paraquedistas, que regularmente levava sob custódia meninos de 12/14 anos, por tentarem cruzar a fronteira com Israel, foi instruído a tratá-los não como crianças, mas como terroristas.

Ele também relatou um caso em que fez parte de um grupo de soldados encarregado de atirar com balas de borracha contra civis, à saída de uma mesquita. Caso alguma criança jogasse pedras neles, deveriam usá-las como escudos humanos.

“Você seguira o garoto, empurra sua arma contra o corpo dele. Ele não pode fazer um só movimento, fica totalmente petrificado. Apenas grita: no army, no army!”

Um veterano que serviu em Hebron, em 2010, conta como era o contato com as crianças palestinas presas: “Você nunca conversava com elas, elas sempre choravam, defecavam nas calças…”

Era o que acontecia muitas vezes:”Eu me lembro de ouvir o som delas evacuando nas calças…Eu me lembro, também,quando alguma urinava nas calças. Eu ficava indiferente a isso.”

Comentando esses fatos, Gerald Horton, da Ong Defense For Children International, declarou : “Não são incidentes isolados ou uma questão de umas poucas maçãs podres. É a consequência natural e previsível da política do governo.”

Leia-se: governo Netanyhau.

Falta alguém em Haia, no banco dos réus do Tribunal Criminal Internacional.


Publicado em 25/05/2013 no Olhar O Mundo

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