sábado, 7 de junho de 2014

Refugiado da Palestina canta na abertura do 64ª Congresso da FIFA em São Paulo

Mohammed Assaf se apresentará na abertura do encontro, que reunirá federações nacionais de futebol nos dias 10 e 11 de junho na capital paulista. Ele é ganhador do reality show Arab Idol.


Palestino, Mohammed Assaf canta na abertura da copa FIFA 2014


Vencedor da segunda edição do “Arab Idol” – versão dos países árabes do popular reality show americano “American Idol” – o palestino de 24 anos Mohammed Assaf, virá ao Brasil para se apresentar na 64ª de abertura do congresso da FIFA, que acontece em São Paulo no dia 10 de junho. Assaf é o primeiro cantor árabe a participar em um evento mundial da FIFA.

Filho de pais palestinos, Assaf nasceu na Faixa de Gaza e, quando tinha quatro anos, sua família se mudou para o campo de refugiados de Khan Yunis.

A vitória de Assaf no “Arab Idol” causou grande emoção no Oriente Médio. Milhares de palestinos foram às ruas em comemoração pela conquista do jovem refugiado na competição internacional. Antes de se tornar um sucesso, Assaf cantava em festas de casamento. Agora, com concertos organizados em várias partes do mundo, e seus vídeos vistos por milhões de pessoas, ele se tornou um ídolo para os palestinos.

Por sua história de vida e a força de suas músicas como forma de expressão artística e representação dos refugiados da Palestina, em junho de 2013, Assaf aceitou o convite para ser o embaixador da Juventude da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) e gravou uma música especialmente para a Agência.

Leia sobre  Mohammed Assaf, o novo herói do povo palestino


A música que Assaf tocará no evento da FIFA – intitulada Assaf 360 – foi produzida especialmente para a ocasião por Rodney “Darkchild” Jerkins, mundialmente conhecido por seus trabalhos com Michael Jackson, Mariah Carey e Whitney Houston. Os produtores libaneses Michel Fadl e Walid Al Fayed também colaboram na produção musical, bem como o letrista Nizar Francis. A composição mistura vários gêneros musicais e a letra fala sobre esperança, juventude e união.

A música faz parte da campanha “Give for Food” (Doe para a alimentação), da UNRWA, que tem por objetivo levantar fundos para ajudar aproximadamente um milhão de refugiados da Palestina na Síria, no Líbano, na Jordânia, na Cisjordânia e em Gaza. Para participar da campanha basta baixar o tema via Anghami+ ou iTunes. A renda desses downloads será 100% direcionada para a campanha.

Assista ao vídeo no youtube: http://youtu.be/y7Iiu1DvApg
Durante sua curta estadia em São Paulo, Assaf vai também se encontrar com os diretores da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, uma instituição que já apoia a UNRWA por meio de campanhas de arrecadação de fundos no Brasil, em apoio aos serviços de saúde oferecidos pela Agência.

A UNRWA proporciona assistência para cerca de 5 milhões de refugiados da Palestina na Jordânia, no Líbano, na Síria, na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, onde o jovem Mohammed frequentou a escola.


Mais informações:

Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio)

Valéria Schilling e Gustavo Barreto

(21) 2253-2211 e (21) 98202-0171 | (21) 98185-0582

unic.brazil@unic.org | valeria.schilling@unic.org | barretog@un.org


Fonte: ONU BR


terça-feira, 27 de maio de 2014

Papa Francisco atrai atenção à ocupação israelense da Palestina

A visita do Papa Francisco a Israel e à Palestina gerou entusiasmo. Para os que esperavam que ele se posicionasse contra a ocupação israelense e às violações dos direitos dos palestinos, o Papa não poderia ter sido mais literal e emblemático: prostrou-se diante do muro que representa a segregação, construído por Israel para cercar a Cisjordânia, e rezou.


Por Moara Crivelente, da Redação do Vermelho



Papa reza no Muro do Apartheid e da Vergonha contruido por Israel
A parada diante do muro da segregação – que continua confiscando terras
palestinas e deve atingir 800 quilômetros e oito metros de altura em grande
parte da sua extensão,mais alto que o muro de Berlim – foi um recado claro.
Enquanto visitava os locais sagrados em Jerusalém, nesta segunda-feira (26), último dia da viagem que começou no sábado (24), o Papa instou cristãos, judeus e muçulmanos a trabalharem juntos pela paz. Ele visitou o recinto da importante mesquita Al-Aqsa e o Muro Ocidental judeu, também conhecido por "Muro das Lamentações", que teria feito parte do Templo Judeu, destruído pela segunda vez no ano 70 d.C pelos romanos.


Enquanto guiava o Papa pela mesquita Al-Aqsa, o xeique Mohammad Hussein entregou uma carta que denuncia o sofrimento dos palestinos e o tratamento aos locais sagrados islâmicos e cristãos em Jerusalém, que passa por um processo de "judaização" amplamente denunciado. O xeique também abordou os efeitos destrutivos do muro que o governo israelense constrói desde 2002 para cercar os palestinos, pedindo o fim da ocupação, a paz e a segurança para todos.

O Papa Francisco surpreendeu os que o seguiam, enquanto passava pelo muro próximo a Belém, que fica na Cisjordânia palestina. O representante da Igreja Católica e do Estado do Vaticano pediu uma parada inesperada e aproximou-se para rezar. Para Ualid Rabah, diretor de Relações Institucionais da Federação Árabe Palestino-Brasileira (Fepal), a ocasião é oportuna para a divulgação do que é, para os palestinos, o seu “Muro das Lamentações”.

Francisco havia dito que a sua visita de três dias, iniciada pela Jordânia, não teria caráter político, enquanto grupos extremistas judeus atacaram locais cristãos. Mas em seu discurso, o Papa condenou o antissemitismo, a intolerância religiosa e aqueles por trás dos conflitos no Oriente Médio, de acordo com a agência palestina de notícias Maan. “Trabalhemos pela paz” disse ele, em Jerusalém, mas o pontífice não se deteve nas declarações gerais.


Papa Francisco é recebido pelo presidente Mahmoud Abbas
Papa Francisco é recebido pelo presidente palestino Mahmoud Abbas
em Belém. Foto: Palestine News Network (PNN)


A parada diante do muro da segregação – que continua confiscando terras palestinas e deve atingir 800 quilômetros e oito metros de altura em grande parte da sua extensão, mais alto que o muro de Berlim – foi um recado claro. Ainda assim, o Papa convidou os presidentes de Israel e da Autoridade Palestina para rezarem com ele no Vaticano pelo fim de um conflito “cada vez mais inaceitável”.

Para alguns observadores, a oportunidade de mediação foi lançada. Meses depois da retomada de mais um episódio em um “processo de paz” ineficiente, que só tem o aumento da ocupação como resultado, o posicionamento do Papa retoma a proposta: é preciso um mediador alternativo, já que os Estados Unidos mostram-se claramente tendenciosos em sua negligência face às violações israelenses dos direitos humanos palestinos.

O presidente palestino Mahmoud Abbas e outras autoridades receberam o Papa no domingo (25), quando ele chegou a Belém. Ambos pediram a paz na região e as garantias de justiça e dignidade para os palestinos e israelenses. Abbas também disse que saudaria as sugestões do Papa para a resolução da questão e garantiu que continua disposto a retomar a diplomacia com Israel.


Leia também:

Diálogo é reavaliado, mas Israel busca estatuto discriminatório


Palestina-Israel: Diálogos encerram-se com aumento da ocupação


Muro da ocupação israelense na Cisjordânia completa 11 anos



Seguidores: