A FEPAL – Federação Árabe Palestina do Brasil, em nome dos
palestinos no Brasil e seus descendentes, prestamos nossas condolências à
França, povo e governo e às famílias das vítimas dos atentados terroristas
executados pelo Estado Islâmico.
Da mesma forma, prestamos nossas condolências ao Líbano,
povo e governo, e às famílias das vítimas do atentado ocorrido em Beirute,
executado pelo mesmo grupo terrorista no dia anterior ao atentado na França.
Lamentamos que as vítimas de terrorismo, originárias de países,
continentes e nacionalidades distintas, tenham um tratamento diferenciado por
parte da mídia em geral e de governos. Lamentamos que essa seletividade seja um
guia nefasto de discriminação quanto à importância midiática ocidentalizada da
origem das vítimas do terror.
O Estado Islâmico não nos representa, nem de longe e nem de
perto e não tem nenhuma relação com o povo palestino e seus objetivos nacionais
legítimos e reconhecidos pelo mundo: o direito nacional ao seu estado independente e soberano e o
retorno dos refugiados conforme as resoluções da ONU.
Da mesma forma que denunciamos o terrorismo que atinge o
povo palestino através da ocupação militar do Estado de Israel, que já dura 67
anos, denunciamos qualquer outro tipo de terrorismo que fale em nome do
islamismo e de qualquer outra religião, inclusive o cristianismo e judaísmo.
Devemos refletir e questionar: o que possibilitou que a
ideologia e às ações desse grupo terrorista viessem a se tornar uma realidade?
Todas as intervenções das potencias ocidentais no Oriente Médio, desde o fim da
Primeira Guerra Mundial até os dias de hoje, trouxeram mais progresso ou
destruição para a região? Qual o resultado de um século de intervenção de
países ocidentais, sendo as mais recentes no Iraque, Afeganistão e Síria? Qual
o resultado de tanta intervenção que atinge casas, hospitais, escolas, cidades
inteiras arrasadas, foi em nome da democracia que produziram tantos escombros e
cadáveres?
A pior forma de terrorismo advém de estados e governantes
que usam do seu poderio econômico e militar e sua áurea de “legitimidade” para
atingir, de forma muito mais destrutiva e sangrenta, países soberanos, povos e
minorias sociais. Os que hoje citam apenas os grupos terroristas deveriam olhar
ao redor e ver que “não se brinca” em combater o terrorismo de grupos como o
terrorismo de estados. Quando fechamos os olhos para os estados terroristas,
estamos avalizando e criando a cultura necessária para o surgimento e ação de
grupos terroristas.
Que os criadores de terrorismo cuidem de eliminar a sua
criação pela raiz dos problemas e não pela falácia ilusionista das intervenções
militares para o saque de riquezas e imposição dos seus domínios geopolíticos.
Nesse momento, nos solidarizamos com o povo francês e os
familiares das vítimas. Estendemos nossa solidariedade ao povo sírio,
iraquiano, palestino, afegão, libanês e tantos outros povos vítimas de
terrorismo de estado ou de grupo, ambos alheios aos interesses legítimos desses
povos que lutam pela sua liberdade e autodeterminação e merecem respeito,
consideração e solidariedade de todos que se mobilizam por um mundo mais justo
e igualitário.
Elayyan Aladdin – Presidente Emir Mourad – Secretário
Geral
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