domingo, 3 de janeiro de 2016

Roger Waters envia mensagem de paz e amor ao povo palestino

Roger Water envia mensagem de ano novo ao povo palestino


Além de ser um dos músicos mais renomados do mundo do Rock, Roger Waters é também um destacado militante pelos direitos humanos. Para começar 2016 o ex-baixista do Pink Floyd dedicou sua mensagem de ano novo ao povo palestino: “Estamos juntos. Paz e amor em 2016”.

Em sua página oficial no Facebook, o músico apresenta uma nova versão de clipe para a canção Hey You, lançada originalmente em 1979, no disco The Wall. Mesmo 37 anos depois, os versos – ilustrados com cenas de uma Palestina invadida – soam mais atuais que nunca. “O muro era muito alto/ como você pode ver/ Não importa o quanto ele tentasse/ ele não conseguia se libertar”.

O clipe traz a história de duas crianças palestinas que devido ao muro construído por Israel não conseguem mais chegar à praia e, em meio a bombardeios e territórios ocupados, encontram na imaginação fértil uma forma de “escapar” do cerco sionista.

Sensível e comovente, o clipe leva o espectador a refletir sobre a causa palestina por meio do cotidiano de uma população que teve sua rotina invadida e sua cultura violada.

O interesse de Roger Waters pela causa palestina começou em 2006 quando ele decidiu conhecer a Cisjordânia depois de fazer um show em Telavive. Desde então o músico faz ações e se manifesta em shows e entrevistas em defesa do povo palestino, além de apoiar o boicote aos produtos fabricados em Israel e condenar as atitudes sionistas do governo do país.

Assista neste link.



Do Portal Vermelho, Mariana Serafini


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quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Na terra do Natal - por Salem Nasser




Nos últimos tempos, um fenômeno apenas parece nos convidar a olhar de novo para a Palestina e ficar de novo perplexo


Por Salem Nasser*




Um slogan me fez lembrar o que não se deveria esquecer, que a Palestina é a terra do Natal.

Uma sequência de imagens convidava, justamente, a imaginar como seria o Natal na terra do Natal para seus habitantes históricos, e a comparar com o que aconteceria em outros lugares quaisquer.

Lado a lado eram contrapostas as cenas de celebração e de brilho e aquelas outras de destruição e de olhos de crianças desprovidos de brilho.

Duas personagens de um romance para ler nas férias lembram, talvez não sem algum ceticismo, que evocar o Natal atrai quase que necessariamente a frase paz na terra aos homens de boa vontade.

Não sei se por falta desses homens ou dessa boa vontade, mas não é paz que o Natal promete à Palestina.

Foto: Reprodução/UNRWA (2015)
Foto: Reprodução/UNRWA (2015)


A tragédia palestina tem já traços conhecidos, familiares. É um rosto tão machucado, cujas feridas nos foram expostas tantas vezes, que já não queremos olhar para ele. Ou pior, já não o notamos quando cruza agonizando o nosso caminho.

Não há nada, ou quase nada, de novo. Trata-se apenas de uma contabilidade incremental da desgraça: mais mortes, mais expulsões, mais casas demolidas, mais colônias e assentamentos, mais discriminação…

Nos últimos tempos, um fenômeno apenas parece nos convidar a olhar de novo para a Palestina e ficar de novo perplexo.

Vários jovens palestinos, outros menos jovens, algumas mulheres, no mais das vezes agindo sozinhos, com base numa decisão que é ela também tomada solitariamente, sem a inspiração ou a instigação de lideranças de qualquer natureza, sem qualquer motivação religiosa, tomam de uma faca de cozinha ou do volante de um carro e atacam soldados ou colonos israelenses.

O resultado, invariavelmente, é que soldados e colonos ficam feridos e o palestino ou a palestina morre. Essa morte não é apenas previsível, ela é praticamente certa e conhecida de antemão.

Quando essas notícias nos chegam, se prestamos alguma atenção a elas, a nossa tendência é a de condenar os palestinos que se comportam assim. Ou bem o fazemos porque, compreensivelmente, não sabemos simpatizar com esta violência que, montada sobre a surpresa, nos parece gratuita. Ou então o fazemos porque percebemos como essa violência que logo será dita terrorista machuca a imagem do palestino e de sua causa.

A pergunta que não fazemos é, no entanto, a única que faria algum sentido: quantas vezes e de que modos terríveis foi ferida a alma desta pessoa que se vê impelida ao gesto de violência impotente que resultará na sua morte? Como é que esta ocupação e esta máquina de humilhação cotidiana assassina a humanidade do sujeito e todas as suas esperanças?

A terra do Natal há muito nos mostra apenas a sua cara reversa, aquela das chagas e da Paixão.



*Salem Nasser é professor de Direito Internacional da FGV Direito SP.





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