sábado, 7 de maio de 2016

Londres elegeu seu novo prefeito: ele é muçulmano, de esquerda e filho de um motorista de ônibus


"Refugiados são bem-vindos", diz cartaz. Foto: Swlondoner




O muçulmano Sadiq Khan é eleito o novo prefeito de Londres


No El País Brasil


O trabalhista Sadiq Khan será o novo prefeito de Londres. Com 99% dos votos apurados, o candidato trabalhista abria na tarde desta sexta-feira nove pontos de vantagem sobre seu rival conservador, Zac Goldsmith, tornando-se assim o primeiro prefeito muçulmano a governar uma capital ocidental.

A vitória em Londres, governada há oito anos pelo conservador Boris Johnson, era crucial para o Partido Trabalhista, que saiu desta superquinta com um balanço agridoce. O partido de oposição, em seu primeiro teste nas urnas desde que o socialista Jeremy Corbyn assumiu sua liderança, em setembro, continua dominante nos municípios ingleses – perde seis pontos percentuais de apoio desde o último pleito municipal, mas subiu quatro em relação à eleição geral de 2015. Na Escócia, por outro lado, os trabalhistas sofreram um revés e perderam o domínio para os consevadores – o que já era esperado, mas nem por isso é menos notável. Ganhar em Londres, portanto, contribuiria para acalmar os numerosos deputados que veem a guinada à esquerda sob Corbyn como um suicídio eleitoral.

A disputa pela prefeitura de Londres – terceiro maior mandato pessoal da Europa, atrás dos presidentes de França e Portugal – foi acirrada. Os ataques pessoais entre os dois principais candidatos (de um total de 12) ofuscaram o necessário debate sobre os colossais desafios que a capital enfrenta. Goldsmith acusou Khan de radical, por compartilhar palanque com extremistas islâmicos, e Khan reagiu tachando seu adversário de islamofóbico.

Nos últimos dias, a campanha ficou ainda mais turvada por causa de um escândalo de antissemitismo surgido no seio do Partido Trabalhista, que resultou na suspensão de uma deputada e do veterano Ken Livingston, prefeito de Londres entre 2000 e 2008, e numa investigação interna ordenada por Corbyn. Mas seus críticos o acusaram de reagir tarde demais, e o próprio Khan admitiu que o caso poderia ter prejudicado a sua campanha.

Os perfis dos dois candidatos não poderiam ser mais diferentes. Sadiq Khan, de 46 anos, é filho de um motorista de ônibus paquistanês. Zac Goldsmith, de 41, é o bilionário herdeiro de uma dinastia de banqueiros. Khan cresceu num imóvel subsidiado pelo Estado; Goldsmith, numa mansão. Khan estudou em colégio público; Goldsmith, no elitista Eton. Khan é muçulmano praticante, defende o casamento homossexual e trabalhou como advogado pró-direitos humanos antes de se eleger parlamentar pelo distrito de Tooting, na zona sul da cidade, em 2004. Goldsmith é um judeu não praticante, que dirigiu uma revista de assuntos ambientais e foi eleito em 2010 por Richmond, na zona oeste.


O referendo de 23 de junho sobre a permanência do país na União Europeia também pairou sobre a campanha eleitoral. Khan é um europeísta convicto, ao passo que Goldsmith – filho de um fervoroso eurocético que fundou nos anos noventa o Partido do Referendo – faz campanha pelo Brexit. Por isso, muita gente tentará ver nesta eleição uma antessala da consulta a ser realizada daqui a um mês e meio.

Fonte: O cafezinho 

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Diga sim à democracia! - Nota da Federação Palestina

Intolerencia e ódio - islamofobia
Universidade Mackenzie- São Paulo - 28/03/16 - Todos os
cartazes e faixas tem o fundo amarelo e a faixa "Não islamização no Brasil -
Fechar fronteiras" esteve em dois lugares distintos no mesmo dia (foto abaixo),
o que indica a atuação de um grupo organizado. 
(Foto de Taís Taís - Jornalistas Livres)


islamofobia, intolerencia e ódio
Av. Paulista - em frente ao prédio da FIESP - 28/03/16 
(As fotos foram extraidas de um vídeo gravado dentro de um ônibus




NOTA DA FEPAL - FEDERAÇÃO ÁRABE PAELESTINA DO BRASIL

 03/03/2016


DIGA SIM À DEMOCRACIA 



Aos nossos amigos e amigas, a todos e todas da comunidade muçulmana, palestina e árabe em geral,
Por todo o Brasil, aumentam os casos de muçulmanos e muçulmanas (as mais vulneráveis) que são ameaçadas e atacadas na rua. Mesquitas são invadidas e vandalizadas. Também, se multiplicaram os casos de agressões e ameaças nas redes sociais. Somente no Estado do Rio de Janeiro, os casos denunciados de violência contra os muçulmanos aumentou 1016% em 2015 em relação à 2014. Denunciamos e repudiamos que setores da imprensa incitem o preconceito e o ódio ao relacionar o terrorismo com os árabes, palestinos e a religião islâmica e seus mais de 1,6 bilhões de fiéis no planeta. Na lista anexa, vários artigos e denuncias, datados a partir de 2011, abordam o assunto do aumento da violência e como setores da imprensa contribuem para que isso aconteça.
Observamos, que a partir de 2015, tem acontecido, com maior frequência, tanto no plano virtual das redes sociais como no cotidiano real, invasões e depredações à sede de sindicatos, entidades estudantis e partidos políticos (houve até um atentado com bomba), ameaças e violencias verbais e físicas a mulheres e homens públicos, seguidores de religiões afro-brasileiras, grupos das mais diversas orientações sexuais, etc. Pode-se constatar que as componentes motivadoras dessa violência são de ordem ideológica, política, religiosa, e/ou racial.
Muitos analistas sociais e políticos viam essa situação de violência não como um fenômeno generalizado, mas como ações de indivíduos e pequenos grupos, agindo na calada da noite ou em comentários de indivíduos nas redes sociais, sem nenhuma ligação direta com grupos mais organizados ou pertencentes a este ou aquele partido. O quadro mudou, a situação não é mais a mesma!
O momento conturbado por que passa o país fez confluir diversos agentes promotores e executores da violência que agora mostram a cara em público, na rua e na universidade (ver fotos abaixo), levantando a palavra de ordem “Não Islamização no Brasil – fechar as fronteiras”.
A violência passou a atingir, de forma mais virulenta e orgânica, não só os muçulmanos e muçulmanas, mas outros segmentos sociais, políticos, religiosos, étnicos e ideológicos da sociedade. Esse novo quadro é muito preocupante e nos impõe imperiosas indagações para refletirmos: que Brasil queremos para nossos filhos, netos, amigos, familiares e o povo da nossa pátria brasileira? Quando uma sociedade começa atingir esse nível de cultura do ódio e desumanização do outo, os meios para sanar e pacificar a sociedade estão previstos na Constituição que rege o Estado Democrático de direito e as garantias individuais ou não ? A saída é exigir que os três poderes constituídos dialoguem com a sociedade organizada e reafirmem que a lei é para todos e dever ser cumprida ou devemos nos guiar cada um por seus interesses individuais e da tribo a que pertencemos, assumindo a aplicação imparcial e flexível das leis?
Não há solução fora da lei, fora da Constituição. Todos nós brasileiros estamos no mesmo barco, independente de classe social. Não permitamos que um muçulmano seja culpado de terrorismo até que ele prove o contrário! A Constituição diz: todos os cidadãos são iguais perante a lei, ninguém acima da lei, todos os cidadãos são inocentes até que o acusador apresente as provas materiais e prove o teor de sua acusação.
Não se trata de defender esse ou aquele partido, de ser contra ou favor do governo, se trata de defender a democracia para todos os brasileiros para que possam exercer a sua cidadania em sua plenitude conforme os preceitos da Constituição da República Federativa do Brasil.
Defendamos a manutenção do Estado Democrático de Direito e as garantias individuais, antes que seja tarde e não tenhamos mais liberdade para pensar, para cultuar nossas tradições e costumes, nem para recorrer à JUSTIÇA!!!
O golpe contra a democracia já está em marcha, não permitamos que o Estado de Excessão se estabeleça!
A unidade de todos em torno do regime democrático e das normas constitucionais é a saída única. Não queremos, tememos e lutaremos para que outra saída não seja permitida.
Só a democracia para todos tolera e respeita a diversidade cultural e religiosa! Só a democracia pode resguardar os direitos das minorias e maiorias! Só na democracia constitucional vigente o país poderá encontrar a solução politica, sem a qual, não se resolverão os problemas da economia.
Só a democracia definida na Constituição, obedecida sem nehum subterfúgio, sem nenhum atalho, poderá garantir a estabilidade política, social e econômica que todos almejam.
Nossos filhos e netos haverão de escrever a história de hoje, aquela que seus pais e avós estão fazendo hoje!
Os brasileiros saberão evoluir a partir dos ensinamentos da história de um passado recente!
Diga sim à Democracia!

Saudações democráticas,

Elayyan Aladdin - Presidente
Emir Mourad - Secretário geral
Ualid Rabah - Diretor
Fátima Ali - Diretora



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