quarta-feira, 2 de novembro de 2011

UNESCO ACOLHE PALESTINA COMO ESTADO





CAMPINAS CELEBRA O
INGRESSO DO ESTADO DA PALESTINA NA UNESCO

Dois importantes momentos nesta celebração:

1-      Conferência do Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães na   
         FACAMP

2-      Reportagem de página inteira no Correio Popular – (abaixo)


Conferência do Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães na FACAMP

Atualmente ocupa o cargo de Alto Representante-Geral do Mercosul, foi Ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República e Secretário-Geral do Itamaraty.


Ontem, dia 1º. de novembro o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães proferiu brilhante palestra sobre o Brasil e as Relações Internacionais, para alunos e pesquisadores do Curso de Relações Internacionais da FACAMP.

Estiveram presentes professores, alunos do curso de RI e alunos/pesquisadores do Núcleo de Estudos e Pesquisas Árabescoordenado pelo professor Ali  El-Khatib. 

O embaixador discorreu sobre este tema com muita sabedoria por mais de uma hora e mais um bom tempo para perguntas. Dentre os tema tratados a Palestina teve um grande destaque ao analisar com leveza e didática ímpar este assunto tão delicado e que conhece e defende tão bem. Analisou a admissão do Estado da Palestina na UNESCO de forma que todos pudessem entender o sentido mais amplo da negativa estadunidense. 

No momento em que A Palestina é 195º. membro da UNESCO, os EUA de Obama retalham com o corte de verbas. É dinheiro estadunidense e dele destinam como querem, preferencialmente para a guerra.

Como entender que esta acolhida do Estado da Palestina pela UNESCO possa prejudicar o processo de paz como disse Obama?

Israel anuncia novos assentamentos na Cisjordânia Ocupada e é a Palestina na UNESCO que prejudica o processo de Paz?

O embaixador Samuel destacou a importância do Núcleo de Estudos e Pesquisas Árabes por se dedicar nesta questão e a importância de ter enviado dois alunos/pesquisadores à Palestina em 2011 e que além dos 41 alunos/pesquisadores em duas turmas, básico e avançado prepara três pesquisadores para teses sobre a Palestina.

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Velhas potências

Como não existe poder de veto na UNESCO de nada adiantou a oposição dos EUA, da Alemanha, do Canadá, e dos demais países que se opuseram.

Ao final a saudação de VIVA A PALESTINA foi o momento que marcou a vitória.

Frases

Ghasan Khatib, porta-voz o governo da Palestina:
“Nós consideramos este voto como especialmente importante porque parte da nossa luta contra a ocupação de Israel é sobre a tentativa para apagar a historia da Palestina. A UNESCO vai ajudar a manter a tradicional herança palestina"


David Killion embaixador dos EUA:

A votação “complica” esforços do seu país para apoiar a UNESCO.

Israel
Esta decisão é “uma tragédia”.  “A UNESCO lida com a ciência e não com ficção científica”.

Viva o Estado da Palestina!
Viva o Povo Palestino!



domingo, 30 de outubro de 2011

A BATALHA DA PALESTINA NA ONU


Por Emir Mourad*


Quando Yasser Arafat, em seu famoso discurso na ONU, em 1974, disse: “trago em uma das mãos o fuzil de um combatente e na outra o ramo de oliveira, não deixem o ramo de oliveira cair de minhas mãos” e repetiu três vezes para que não deixem o símbolo da paz, o ramo de oliveira, cair de suas mãos. O então presidente da OLP – Organização para a Libertação da Palestina, proclamada pela ONU como única e legítima representante do povo palestino, foi ovacionado de pé pelos países membros daquela Assembléia Geral.

Essa frase do líder palestino sintetizava a estratégia dos palestinos em sua luta de libertação nacional: a luta armada não era um fim em si mesmo, é um instrumento de resistência contra a ocupação estrangeira de sua pátria natal, a Palestina. O objetivo não era a guerra, mas a libertação de sua pátria, o estabelecimento do Estado da Palestina independente, com Capital Jerusalém e a solução do direito ao retorno dos refugiados palestinos (hoje somam cerca de 5 milhões) à sua terra palestina e seus lares. O objetivo final era consolidar a paz entre Israel e a Palestina.

Passados 37 anos, em setembro último, o sucessor de Arafat, Mahmud Abbas, faz um discurso também histórico na Assembléia Geral da ONU. Foi interrompido várias vezes por aplausos demorados, ovacionado tal qual Arafat.

Na prática, a mensagem dos palestinos de hoje não difere substancialmente da mensagem de ontem. Mudou o método, não o objetivo. No lugar da resistência armada, a resistência das pedras, das marchas, das manifestações pacificas, das greves de fome, dos gritos e das canções, da pena e da diplomacia, da palavra que não cala.

Nesse intervalo de quase 40 anos entre esses dois discursos, uma coisa não mudou: a posição dos Estados Unidos e de Israel, aliados de sempre, unha e carne. Um casamento perverso que coloca em perigo a própria paz mundial, gerando guerras, percas de milhares de vidas, recursos matérias e humanos a serviço de ocupar a palestina para matar, roubar e rezar para um Deus que não é o Deus dos humanos!  Sem dúvida que petróleo e vigilância dos interesses ocidentais nessa região do planeta tem muito a ver com a não solução da questão palestina.

Obama é totalmente refém do discurso e ação do governo de Israel e de seu primeiro ministro Netanyahu. Humilhante para Obama, mas é o preço dos milhões de dólares do lobby judaico nos EUA investidos na campanha do primeiro negro presidente dos norte americanos e que carrega uma origem islâmica e árabe de família e no próprio nome: Barack Hussein Obama. Qualquer presidente, seja democrata e republicano, acabou compactuando com as regras e compromissos da cartilha israelense.

Na ONU os palestinos pedem que o Estado da Palestina seja admitido como membro de pleno direito. Hoje são mais de 130 países que já reconhecem esse Estado e tem embaixadas palestinas em seus países. Israel teve seu reconhecimento pela ONU e agora não admite que os palestinos tenham. Para ser encaminhado à votação na Assembléia Geral da ONU, o pedido dos palestinos precisa ser aprovado pelo Conselho de Segurança, ou seja, precisa de 9 votos dos 15 e que nenhum dos países com assento permanente no Conselho vete a proposta. Como Obama já prometeu vetar, o pedido pode ser encaminhado à Assembléia Geral para que o Estado da Palestina seja admitido como membro Observador e não mais como membro pleno. Israel rejeita as duas propostas, tal qual Obama, não querem ver um Estado palestino fazendo interpelações judiciais junto ao Tribuna Penal Internacional contra as ações israelenses de guerra e seus crimes cometidos nos territórios palestinos ocupados. Seria um estado palestino negociando com um estado israelense, de igual para igual no terreno jurídico, o que muito fortaleceria a posição dos palestinos. Seria Israel ocupando territórios de outro estado, e ai o mesmo argumento usado quando Saddam Hussein invadiu o Kuwait em 1990 poderia ser usado contra Israel: qualquer pais membro da ONU ao ter suas fronteiras invadidas sofrerá asa ações penais, econômicas e militares cabíveis.

A segunda fase da batalha palestina na ONU se aproxima, dia 11 de novembro o Conselho de Segurança decidirá e Obama poderá ser derrotado pela segunda vez . Ironia da história, mas foi Mahmud Abbas, Presidente da OLP e da Autoridade Nacional Palestina, cercado pelas máquina de guerra, politica e econômica de Israel, aliado da maior potencia mundial, impôs ao chefe do império, Obama, uma derrota politica quando discursou na Assembléia Geral da ONU. O mundo apoiou o discurso e as reinvindicações dos palestinos e Obama se prestou a ser um mero papagaio da posição israelense, obrigado a repetir o que o mundo inteiro não esperava: a guerra continua contra os palestinos!

O Presidente americano sabe que a sua reeleição depende do lobby judeu, mas caso mude de posição e apoie os palestinos, o que realmente não se espera, seria surpreendido com uma avalanche de votos da comunidade árabe dos EUA como nunca tinha visto antes. Quem disse que os árabes não podem formar um lobby também?

Emir Mourad, Engenheiro e Diretor da FEPAL – Federação Árabe Palestina do Brasil



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