terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Dirigente cutista presencia assassinato à queima-roupa de jovem palestino por soldado de Israel


16/12/2011

Polícia israelense detém presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre por mais de três horas, apreende laptop e vasculha e-mails


Escrito por: Leonardo Severo

Palestinos protestam contra assassinato de Mustafa Tamimi
Palestinos protestam contra assassinato de Mustafa

Policiais israelenses mantiveram incomunicável, sob pressão, chantagens e ameaças, “numa verdadeira tortura”, durante mais de três horas no aeroporto Internacional de Telavive, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Porto Alegre, Lírio Segalla, que viajou em missão oficial de representação da CUT ao Congresso Sindical da Federação de Sindicatos Palestinos (PGFTU).

Após ser levado a uma sala em separado no aeroporto Bem Gurion, Lírio foi submetido a um extenso interrogatório e teve seus objetos pessoais vistoriados. Sob ameaça, os policiais vasculharam o conteúdo do seu celular e do laptop, incluindo e-mails e redes sociais, anotando tudo, numa clara violação de privacidade. “Queriam saber os meus contatos, nomes, telefones, e-mails, endereços, o que eu achava de Israel e da Palestina, o que eu tinha ido fazer lá. Um insulto já ao descer do avião, na imigração”, denunciou Lírio, que é negro.

Mustafa Tamimi, de 27 anos, vítima do terrorismo do Estado de Israel
Mustafa Tamimi, de 27 anos, a mais nova vítima do terrorismo do Estado de Israel

Chegado na última quarta-feira de Ramalah, na Cisjordânia, onde permaneceu por cerca de uma semana, Lírio denuncia “a grave crise humanitária a que vem sendo submetido o povo palestino pela ocupação israelense, que toma suas terras, destrói suas casas, ergue assentamentos ilegais, usurpa, humilha”. “É uma situação muito mais absurda e criminosa do que pensamos, é uma política de terrorismo de Estado que atinge indistintamente a todos os palestinos”, frisou.

Em relação às crianças e jovens que tomam a frente das manifestações contra a agressão israelense, denunciou o dirigente cutista, “a situação é ainda pior, pois as tropas atiram para matar, na altura dos olhos e à curta distância”. “Eu mesmo presenciei o assassinato à queima-roupa de um jovem palestino pelo exército de Israel. Dispararam um tipo de bomba de gás que é proibida internacionalmente. O invólucro é de aço e, como são lançados de muito perto, destroem a cabeça das pessoas. Foi isso o que aconteceu com o jovem Mustafa, de apenas 27 anos, assassinado na minha frente às 10 horas da manhã do dia 10 de dezembro em Nabi Saleh”.

Bomba de gás utilizada por Israel vira bomba de fragmentação
Bomba de gás utilizada por Israel vira bomba de fragmentação. Arma foi banida internacionalmente


Impedido de circular pela Cisjordânia e barrado de entrar na Faixa de Gaza, Lírio denuncia a multiplicação dos “pontos de controle” israelenses por todo o território palestino, num cerco total: “há mais de 750 quilômetros de muros do apartheid, com seis metros de altura, arames farpados e todo tipo de sensores e alarmes”.

“A ocupação ilegal vai encurralando os palestinos, tomando as suas terras e construindo assentamentos. Nestes locais os israelenses são doutrinados para hostilizar os árabes. Em Hebron, cidade milenar palestina, eu vi locais onde os israelenses jogam lixo e ácido nos árabes, que tentam se proteger como podem. Nesta mesma cidade milenar eu vi os israelenses caminhando tranquilos pelas avenidas, protegidos pelas suas tropas, e os palestinos obrigados a andar por estreitos corredores. Quando os israelenses estão mais próximos, eles cospem, chamam de porco, insultam de tudo o que é jeito”, relatou o sindicalista.

Conforme Lírio, “esta realidade não aparece nos meios de comunicação do Brasil. Não dá para ter noção, as pessoas estão sitiadas, desempregadas, humilhadas. Tudo o que vi me deixou com um nojo muito grande dos israelenses. É algo de embrulhar o estômago. Não quis comprar nada de Israel, não quero ter nada que me lembre aquele país”, acrescentou.

CUT defende punição exemplar aos criminosos


O secretário de Relações Internacionais da CUT, João Antonio Felício, enviou carta nesta sexta-feira ao Embaixador de Israel no Brasil, Rafael Eldad, e ao ministro de Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, defendendo a investigação do assassinato de Mustafa Tamimi e cobrando a apuração do crime e a punição exemplar dos responsáveis no âmbito da lei internacional, em especial a IV convenção de Genebra.

Em relação à afronta a Lírio, a CUT exige uma retratação formal das autoridades israelenses, bem como solicita às autoridades brasileiras que acompanhem o caso, a fim de que tão vergonhosos fatos não mais se repitam.

Fonte: CUT Brasil

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O ASSASSINATO DE MUSTAFA TAMIMI



الى روح الشهيد مصطفى التميمي الذى روى بدمه الطاهر ارض النبي صالح بعد ان اطلق جندي حاقد قنبلة غاز من فوهة بندقيته ومن مسافة قصيرة جدا في الذكرى 23 للانتفاضة المجيدة والذكرة الثالثة للمقاومة الشعبية في النبي صالح. رحم الله الشهيد

Em memória do mártir Mustafa Tamimi, assassinado por um soldado israelense durante manifestação em sua cidade Nabi Saleh. Os manifestantes comemoravam o 24º aniversário da primeira Intifada (revolta popular) e o 3º aniversário da Resistência Popular em Nabi Saleh. 


In memory of the martyr Mustafa Tamimi, who was murdered by an Israeli soldier during a demonstration in his village of Nabi Saleh on the 24th anniversary of the First Intifada and on the 3rd anniversary to popular resistance in Nabi Saleh.


Fonte: You Tube

Toda a Palestina celebra a libertação dos prisioneiros




Israel conclui troca de soldado por 550 palestinos


20/12/2011

Israel completou, neste domingo (19)  o acordo firmado para o retorno do soldado Gilad Shalit mediante a libertação de 550 palestinos, entre os quais apenas dois cometeram crimes envolvendo morte, na segunda fase da troca iniciada há dois meses.

Esta segunda lista de presos, publicada na quarta-feira passada, foi elaborada por Israel (como previam os termos da troca) e, por isso, não incluiu membros do Hamas e do Jihad. Quase todos voltarão a suas casas na Cisjordânia, embora na relação haja 43 da Faixa de Gaza, dois de Jerusalém Oriental e outros dois jordanianos, segundo a agência palestina Ma'an.

A maioria dos detentos foi condenados a um máximo de cinco anos de prisão e grande parte deles estava perto de cumprir a pena. Mais da metade pertence ao Fatah, liderado pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, o que foi recomendado pelo Exército israelense para reforçar diante dos palestinos a imagem de Abbas (que aposta pela negociação com Israel) frente à do Hamas, grande beneficiário da primeira fase da troca, que ocorreu em outubro.

Na ocasião, Israel liberou 477 presos palestinos (incluindo responsáveis diretos de atentados que deixaram dezenas de mortos) em troca do soldado Shalit, que tinha sido capturado cinco anos antes por três milícias palestinas, entre elas o braço armado do Hamas.

Na sexta-feira, como era esperado, a Corte Suprema eliminou o último impedimento para a conclusão do acordo, cuja realização tinha sido colocada em dúvida neste mês pela recente escalada da violência entre Israel e as milícias palestinas de Gaza.

A presidente da corte, Dorit Beinisch, e outros dois juízes, Asher Grunis e Elyakim Rubinstein, rejeitaram o pedido de adiamento da libertação apresentado pela organização de direita Shurat HaDin e duas famílias de vítimas israelenses.

No processo, era alegado que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, deveria acertar com seu governo uma lista clara de critérios para a seleção dos presos que recuperarão a liberdade. A corte respondeu, por outro lado, que a troca era uma decisão política que já tinha começado a ser aplicada.

Na quinta-feira, os presos receberam notificação de sua libertação e foi efetuada uma identificação preliminar e exames médicos. Em seguida, foram levados às prisões de Ayalon, situada entre Jerusalém e Tel Aviv, e de Ofer, perto de Ramala, das quais saíram escoltados neste domingo.

Em Ramallah, uma multidão agitando bandeiras lotou a Muqata, complexo presidencial, e ocupou as ruas vizinhas enquanto as autoridades palestinas recebiam os ex-prisioneiros. O presidente Mahmud Abbas não estava presente, pois está em viagem à Turquia.

Com agências

Fonte: Portal Vermelho

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