sábado, 14 de novembro de 2015

Nota da Federação Palestina: França e os atentados terroristas

FEPAL - Federação Árabe Palestina do Brasil
A FEPAL – Federação Árabe Palestina do Brasil, em nome dos palestinos no Brasil e seus descendentes, prestamos nossas condolências à França, povo e governo e às famílias das vítimas dos atentados terroristas executados pelo Estado Islâmico.

Da mesma forma, prestamos nossas condolências ao Líbano, povo e governo, e às famílias das vítimas do atentado ocorrido em Beirute, executado pelo mesmo grupo terrorista no dia anterior ao atentado na França.

Lamentamos que as vítimas de terrorismo, originárias de países, continentes e nacionalidades distintas, tenham um tratamento diferenciado por parte da mídia em geral e de governos. Lamentamos que essa seletividade seja um guia nefasto de discriminação quanto à importância midiática ocidentalizada da origem das vítimas do terror.

O Estado Islâmico não nos representa, nem de longe e nem de perto e não tem nenhuma relação com o povo palestino e seus objetivos nacionais legítimos e reconhecidos pelo mundo: o direito nacional  ao seu estado independente e soberano e o retorno dos refugiados conforme as resoluções da ONU.

Da mesma forma que denunciamos o terrorismo que atinge o povo palestino através da ocupação militar do Estado de Israel, que já dura 67 anos, denunciamos qualquer outro tipo de terrorismo que fale em nome do islamismo e de qualquer outra religião, inclusive o cristianismo e judaísmo.

Devemos refletir e questionar: o que possibilitou que a ideologia e às ações desse grupo terrorista viessem a se tornar uma realidade? Todas as intervenções das potencias ocidentais no Oriente Médio, desde o fim da Primeira Guerra Mundial até os dias de hoje, trouxeram mais progresso ou destruição para a região? Qual o resultado de um século de intervenção de países ocidentais, sendo as mais recentes no Iraque, Afeganistão e Síria? Qual o resultado de tanta intervenção que atinge casas, hospitais, escolas, cidades inteiras arrasadas, foi em nome da democracia que produziram tantos escombros e cadáveres?

A pior forma de terrorismo advém de estados e governantes que usam do seu poderio econômico e militar e sua áurea de “legitimidade” para atingir, de forma muito mais destrutiva e sangrenta, países soberanos, povos e minorias sociais. Os que hoje citam apenas os grupos terroristas deveriam olhar ao redor e ver que “não se brinca” em combater o terrorismo de grupos como o terrorismo de estados. Quando fechamos os olhos para os estados terroristas, estamos avalizando e criando a cultura necessária para o surgimento e ação de grupos terroristas.

Que os criadores de terrorismo cuidem de eliminar a sua criação pela raiz dos problemas e não pela falácia ilusionista das intervenções militares para o saque de riquezas e imposição dos seus domínios geopolíticos.

Nesse momento, nos solidarizamos com o povo francês e os familiares das vítimas. Estendemos nossa solidariedade ao povo sírio, iraquiano, palestino, afegão, libanês e tantos outros povos vítimas de terrorismo de estado ou de grupo, ambos alheios aos interesses legítimos desses povos que lutam pela sua liberdade e autodeterminação e merecem respeito, consideração e solidariedade de todos que se mobilizam por um mundo mais justo e igualitário.



Elayyan Aladdin – Presidente        Emir Mourad – Secretário Geral



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domingo, 8 de novembro de 2015

Caetano Veloso, sobre Israel: “acho que nunca mais voltarei lá”

Gilberto Gil e Caetano Veloso em Susya na Palestina
Gil e Caetano visitam Susya na Palestina para conhecer a realidade da ocupação israelense


Em artigo, músico fala sobre suas impressões da visita que fez ao país e a áreas da Cisjordânia. “Eu quero a paz que se mostra desde sempre impossível. Mas agora eu a quero sentindo-me muito mais próximo dos palestinos do que jamais me imaginei –e muito mais longe de Israel do que suporia meu coração há apenas pouco mais de um ano”


Por Redação da Revista Fórum


O músico Caetano Veloso conta, em artigo publicado no caderno Ilustríssima, da Folha de S. Paulo, suas impressões a respeito de sua visita a áreas da Cisjordânia, em julho deste ano. Na ocasião, ele esteve em Israel para fazer um show com Gilberto Gil, tendo recebido diversos apelos, como do músico Roger Waters e do Nobel da Paz Desmond Tutu, para não ir ao país em função da política de opressão do Estado israelense contra os palestinos.

Caetano diz que Tel Aviv, a capital do país, tem para ele o “aspecto de uma das nossas capitais nordestinas, e o seu povo, o ar altivamente desencanado do carioca”. Mesmo tendo ido lá em outras ocasiões, desta vez estranhou o fato de não haver presença ostensiva de soldados nas ruas. “Era difícil reconhecer que essa paz refletia o maior poder adquirido pelo Estado de Israel, sua certeza de que a cúpula de proteção construída por sua defesa está firme. Será, como diz Marcelo Yuka, a paz que não quero?”, questiona, referindo-se à canção do grupo O Rappa.

O músico narra o encontro com membros do Breaking The Silence, grupo de israelenses crítico à política oficial do governo em relação aos palestinos. “Alguns apoiadores do BDS, movimento internacional de boicote a Israel, tinham nos procurado, a Gil e a mim, na tentativa de dissuadir-nos de ir a Tel Aviv. Pelo que ouvi da boca de Yehuda –e de Nasser, o palestino de Susiya que por ele nos foi apresentado– todas as queixas dos participantes do BDS são fundadas”, conta.

Ao visitar um acampamento palestino na Cisjordânia, Caetano também relata ter se lembrado do Brasil. “As favelas brasileiras ocupadas me vinham à mente. Eu não queria fazer um reducionismo político e usar um esquema único para avaliar questões brasileiras à luz da situação palestina, mas as imagens de fracassos pontuais das UPPs no Rio (não apenas o caso Amarildo) vinham à cabeça. Nós, os visitantes, não éramos estranhos às desumanidades que testemunhávamos no Oriente Médio. Era impossível não fazer paralelo com situações que vivemos no Brasil.”

“Eu quero a paz que se mostra desde sempre impossível. Mas agora eu a quero sentindo-me muito mais próximo dos palestinos do que jamais me imaginei –e muito mais longe de Israel do que suporia meu coração há apenas pouco mais de um ano”, refllete, em outro trecho do texto. Ao fim do artigo, o músico conclui: “Gosto de Israel fisicamente. Tel Aviv é um lugar meu, de que tenho saudade, quase como tenho da Bahia. Mas acho que nunca mais voltarei lá.”


Leia a íntegra do artigo aqui.

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