quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Massacre de Sabra e Chatila - 16,17e 18 /09/1982







CHORA ALMA

Minha alma estraçalhada
Grita , chora alma
De  pilhas de cadavares
Sobressai o cheiro fecundo
A rosa mais perfumada
De corpos que regam
O futuro que não chega
A injustiça consentida
De um mundo hipócrita
De tão falso
De tão cruel
Seguem os massacres
Sangue jorra
E minha alma chora, grita
Que venham as Intifadas
Sigamos a jornada
Amada Palestina
Voltaremos

por Emir Mourad


SOUL CRIES

Translated by Flávio Intifada 
My soul is shattered
Screams, cries the soul
Piles of cadavares
Stands the smell fruitful
The more fragrant pink
That water bodies
The future is not enough
Injustice consented
In a hypocritical world
So fake
So cruel
Following the massacres
blood spurts
And my soul cries, screams
Let the Intifadas
Let us follow the journey
beloved Palestine
return
Emir Mourad




Massacre de Sabra e Shatila - foto 1




"Massacres foram parte integrante do projeto sionista na Palestina. Tiveram como objetivo intimidar os árabes e fazê-los sair do país.


Dezenas de massacres foram cometidos contra os árabes a partir do massacre em Baldat al-Shaikh, em Dezembro de 1947 e não termina com o
massacre em Qana no sul do Líbano em 1996 e 2006.

Outro massacre brutal está sendo cometido em Gaza hoje. Centenas de árabes palestinos foram mortos e / ou feridos."  
por Nizar Sakhnini


Massacre de Sabra e Shatila - foto 2



Por que Sharon é um criminoso de guerra


Relato de uma testemunha ocular do massacre de 1982 em Sabra e Shatila

Pelo Dr. Ben Alofs

Media monitors Networks

Posted: June 06, 2001
     




     Sou um médico holandês, vivendo atualmente no norte do País de Gales. No verão de 1982 eu trabalhava como enfermeiro em Beirute Ocidental que, à época, estava sob sítio do exército israelense.

O negociador americano Philip Habib tinha intermediado um acordo mediante o qual o exército israelense abster-se-ia de ocupar Beirute Ocidental, depois que os fedayeens (combatentes palestinos) palestinos tivessem partido. Um segundo aspecto fundamental do acordo era que os EUA garantiriam a segurança da população civil palestina remanescente. A evacuação, supervisionada por uma força de manutenção de paz internacional, seguiu tranqüila e foi completada em 1º de setembro. Muito antes de 26 de setembro, a data que tinha sido acordada, a força de manutenção de paz internacional partiu entre 10 e 13 de setembro. No dia 3 de setembro, aconteceu a primeira violação do acordo Habib, quando as forças israelenses ocuparam Bir Hassan, na área suburbana ao sul de Beirute. Antes disso, Sharon havia afirmado que queria as forças de manutenção de paz fora de Beirute.

Depois do assassinato de Bashir Gemayel, o carismático e cruel líder dos falangistas, aliados de Israel, Ariel Sharon ordenou a invasão de Beirute Ocidental a pretexto da restauração da “lei e da ordem”. Contrariando essa afirmação, Beirute Ocidental estava perfeitamente tranqüila naquele momento. A invasão foi uma séria violação do acordo Habib. Mas mais importante era que desde o início da ocupação de Beirute Ocidental, o exército israelense, sendo uma força de ocupação sob a Quarta Convenção de Genebra e o Protocolo 1, tornou-se responsável pela segurança da população civil sob seu controle.

Massacre de Sabra e Shatila - foto 3

     Os jornalistas israelenses Zeev Schiff e Ehud Ya’ari descrevem como Sharon insistiu no envio de milicianos falangistas aos campos de refugiados palestinos de Sabra e Shatila [ver “Israel´s Lebanon War” (“A guerra libanesa de Israel”)]. Para realizar isso, Sharon tinha tido encontros em 15 de setembro com Elie Hobeika, Fadie Frem e Zahi Bustani (líderes das milícias), assim como com Amin e Pierre Gemayel, os líderes políticos do partido falangista. Os líderes do exército israelense, Sharon incluído, estavam muito bem a par do modo de agir dos falangistas, logo depois do assassinato do seu líder. Qualquer pessoa com um conhecimento mínimo dos sentimentos dos falangistas com relação aos palestinos sabia o que iria acontecer se eles tivessem permissão para entrar nos acampamentos de refugiados.

“Tell al-Zaater” é um nome muito bem conhecido no Líbano e em Israel. Esse acampamento em Beirute Oriental, onde encontrei refugiados palestinos pela primeira vez em 1975, tinha sido sitiado durante 53 dias pelas milícias falangistas e das milícias maronitas “Tigres” no verão de 1976. Depois que os palestinos capitularam, a Cruz Vermelha Internacional, que deveria dar “salvo conduto” à população do acampamento, foi incapaz de impedir o assassinato de cerca de 1000 civis.

Os comandantes do exército israelense Eitan, Drori e Yaron fizeram comentários sobre como os falangistas estavam obcecados de vingança, falando de um “mar de sangue” e “kasash” (palavra árabe para “golpe” ou “corte”). Quando eles fizeram essas observações, Ariel Sharon deu luz verde aos falangistas para entrar em Sabra e Shatila. Eles assim o fizeram no anoitecer de 16 de setembro.

Massacre de Sabra e Shatila - foto 4

     Enquanto o massacre estava sendo cometido, eu trabalhava no hospital de Gaza em Sabra. A situação era caótica e confusa. Muitos feridos foram levados ao hospital e nossa morgue encheu dentro de pouco tempo. A maioria das vítimas sofreu ferimentos à bala, mas uns poucos foram feridos por fragmentos de balas. Em 17 de setembro ficou claro que o “kataeb” (falangistas) e/ou as milícias de Saad Haddad (fundada e armada por Israel) estavam trucidando a população civil. Um garoto de 10 anos foi levado ao hospital. Ele tinha sido atingido por um tiro, mas estava vivo. Ele passou toda a noite ferido, deitado entre os corpos mortos de seus pais, irmãos e irmãs. À noite, os assassinos foram assistidos por holofotes israelenses.

     Eu estava trabalhando com uma equipe de médicos e enfermeiros ingleses, americanos, holandeses e alemães. Tínhamos insistido em que a diretoria do hospital palestino fugisse para a parte norte de Beirute Ocidental. No sábado pela manhã, 18 de setembro, fomos presos pelas milícias falangistas/Haddad. Eles nos forçaram a deixar nossos pacientes para trás e nos levaram para fora de Sabra e Shatila pela via principal. Passamos por centenas de mulheres, crianças e homens que tinham sido cercados. Vimos corpos na estrada e em pequenas passagens estreitas. Os milicianos gritavam para nós e nos chamavam de "Baader Meinhof". Um enfermeiro palestino que julgava que ficando conosco estaria em segurança, foi identificado e levado para trás de um muro. Um momento depois vieram os tiros.

Momentos antes de alcançarmos a saída do acampamento vi uma imagem que estará para sempre em minha mente: um monte enorme de terra vermelha com braços e pernas aparecendo. Junto do monte, uma escavadeira militar com insígnias hebraicas. Um pouco fora do acampamento recebemos ordens de retirar as vestimentas hospitalares e fomos alinhados contra um muro. Foi nesse momento que um oficial do exército israelense passou num veículo militar. Ele salvou nossas vidas, ordenando aos milicianos que nos entregassem aos israelenses. Perto das fronteiras a sul a oeste dos acampamentos, vimos tanques e veículos militares israelenses.

Massacre de Sabra e Shatila - foto 5

Após uma interrogação nos quartéis militares os falangistas nos levaram para o posto de comando avançado israelense distante apenas 75 metros (250 pés). Era um edifício de quatro ou cinco andares à margem de Shatila. (Algumas semanas mais tardes eu estive no andar mais alto. Oferecia umas vistas excelentes da destruição de Shatila). Os soldados israelenses estavam visivelmente pouco à vontade, confrontados com mais de 20 europeus e americanos. Perguntaram o que queríamos. Respondemos que queríamos voltar para o hospital de Gaza. Impossível, disseram-nos, perigoso demais. Finalmente, dois de nós tiveram permissão de voltar ao hospital com um passe em hebraico e árabe.

Certamente havia uma coordenação entre os israelenses e os milicianos. O controle era na maior parte israelense. Era impossível para eles ver exatamente o que estava acontecendo nos becos estreitos de Sabra e Shatila. Mas logo que o massacre começou, soldados israelenses entraram com relatos das chacinas. Nem uma única vez o comando militar israelense tentou pôr um fim na matança. Grupos de civis, saindo dos acampamentos com bandeiras brancas, eram mandados de volta.

Até na manhã do Sábado, 18 de setembro, quando fomos retirados dos acampamentos, vimos novos grupos de falangistas entrarem nos acampamentos sob supervisão israelense. Cerca de 20 minutos depois que havíamos passado por grandes grupos de mulheres, crianças e idosos na estrada principal de Sabra, ouvimos uma orgia de fogo de metralhadoras. Swee, um médica ortopedista, disse-me que uma mãe palestina tinha tentado dar-lhe sua filhinha, como se adivinhasse o que estava prestes a acontecer. A criança foi arrebatada das mãos de Swee e devolvida à sua mãe. No Domingo, 19 de setembro, voltei a Sabra e Shatila junto com dois jornalistas, um dinamarquês e um holandês. O exército libanês havia cercado o acampamento e tentado manter fora os jornalistas. Encontramos uma entrada. Todos nós ficamos profundamente chocados com a extensão da destruição e selvageria dos assassinatos. Os israelenses tinham ordenado aos milicianos para deixarem os acampamentos em algum momento do Sábado. Estes últimos tinham conseguido provocar mais uma terrível destruição e matança depois que fomos retirados dos acampamentos na manhã do Sábado. A Defesa Civil Libanesa tinha dado início ao recolhimento dos corpos que não tinha sido enterrados pelas escavadeiras. Nunca saberemos quantas pessoas foram exatamente trucidadas durante aqueles terríveis dias 16, 17 e 18 de setembro de 1982. 1.500 talvez? 2.000? Ou até mais?

Massacre de Sabra e Shatila - foto 6

Quando as chuvas do outono começaram a cair no final de novembro, esgotos entupidos causaram alagamentos em Sabra e Shatila. O entupimento foi causado em parte pelos corpos que tinham se amontoado nos canos. Os corpos que foram recolhidos pela Defesa Civil Libanesa foram enterrados numa sepultura coletiva em Shatila. Uma grande sepultura coletiva num campo de golfe próximo, e outras sepulturas coletivas nunca iriam ser abertas. Proibidas pelo governo libanês e seu novo presidente Amin Gemayel, irmão de Bashir. O primeiro-ministro Begin disse: "Goyim mata goyim e acusam os judeus". É evidente que Hobeika, Frem e seus bandos foram diretamente responsáveis pelo massacre. Mas isso nunca teria acontecido se Sharon voluntária e conscientemente não tivesse dado a autorização para a operação.

Sharon queria destruir os últimos remanescentes da infra-estrutura da OLP no Líbano a qualquer custo. Eu estava em Sabra e Shatila. Não havia "2.000-3.000 terroristas", como alegou Sharon. Os únicos "terroristas" restantes foram um número de meninos de 10 a 12 anos que tentaram proteger seus familiares com pequenos rifles usados para caçar aves. Se pelo menos uma centena de fedayeens estivesse na retaguarda, nada daquilo teria acontecido.

Quando alguém põe uma serpente venenosa no berço de um bebê e o bebê morre, a responsabilidade recai diretamente sobre a pessoa que pôs a serpente no berço. Portanto, os comandantes israelenses Eitan, Dori e Yaron são diretamente responsáveis. Mas acima de todos, Ariel Sharon. Ele era o chefe. Poderia ter impedido essa tragédia. Mas ele queria expulsar os palestinos de Beirute para a Jordânia, que era "o estado palestino", de acordo com Sharon. Deir Yassin revisitado. "Animais bípedes", foi como Begin chamou os palestinos em 1982. Eitan falava sobre "baratas numa garrafa". Essa desumanização dos palestinos foi e ainda é a causa do frio desprezo do exército israelense pela vida dos palestinos.

Massacre de Sabra e Shatila - foto 7

     Os 400.000 israelenses que protestaram em Telavive devem ser louvados. Em Israel, pelo menos houve um inquérito sobre o massacre pela comissão Kahane. O juiz libanês de investigação Germanos, para sua vergonha, não pôde sequer determinar a identidade dos autores libaneses. As conclusões da comissão Kahane foram fatalmente invalidadas e Sharon apenas considerado indiretamente responsável e portanto inadequado para ser ministro da Defesa. Mas isso o torna adequado para ser primeiro-ministro de Israel? Como a Suprema Corte de Israel explica isso? É minha opinião, com base no que descrevi acima, que Ariel Sharon é um criminoso de guerra. Vítimas de crimes de guerra clamam por justiça. Essa é razão pela qual Augusto Pinochet deve ser processado, Radovan Karadzjic, Ratko Mladic e Slobodan Milosevic.

O assassinato de Intissar Ismael clama por justiça. Intissar Ismael era uma atraente enfermeira palestina de 19 anos com quem trabalhei no hospital Akka, em Shatila, na noite de 14 para 15 de setembro. Nosso setor estava tranqüilo e ouvíamos o rádio. O apresentador do noticiário confirmou a morte de Bashir Gemayel. Pude ver o medo no rosto de Intissar. Tentei tranqüilizá-la. Na manhã seguinte, às sete horas, deixei o hospital e tomei a estrada principal de Shatila.

De repente aeronaves militares israelenses trovejavam sobre os acampamentos a baixa altitude. No lado de fora dos acampamentos tomei um táxi para Ras Beirute.

Nos cantos das ruas vi jovens libaneses. Estavam armados e olhavam em direção ao sul. O que eles estavam esperando? Seis dias mais tarde do que o planejado, voltei para o calcinado hospital Akka. O motorista de uma ambulância disse-me que Intissar tinha estado na residência das enfermeiras no departamento subterrâneo do hospital quando os falangistas entraram. Ela foi estuprada por um bando e depois assassinada. Seu corpo foi mutilado a ponto de ficar irreconhecível. Somente pelos anéis nos seus dedos seus pais puderam identificá-la.

Intissar clama por justiça. Duas mil pessoas inocentes clamam por justiça. Isso daria uma satisfação. Se Sharon – numa visita à Europa – fosse detido e transferido para a prisão de Scheveningen. Serei cínico demais quando digo que a Europa falha quando se trata de levar ao tribunal os crimes de guerra de Israel? E serei pessimista demais quando digo que Sabra e Shatila não foi nem o primeiro nem o último crime de guerra cometido por Ariel Sharon?



Massacre de Sabra e Shatila - foto 8
















دعوة لمحاكمة مرتكبي مجزرة صبرا وشاتيلا في الذكرى الـ28

دائرة المغتربين*******
دعوات لإبقاء هذه الذكرى حيّة بأذهان الأجيال الفلسطينية

دعت هيئة العمل الوطني الفلسطيني في غزة إلى ضرورة التحرك الفلسطيني الرسمي والشعبي على كافة المستويات, وتوفير كل الوثائق والشهود لمحاكمة مرتكبي مجزرة صبرا وشاتيلا, وإدراجها في إطار محكمة الجنايات الدولية وتقديم المجرمين للعدالة.

وأكدت الهيئة في بيان لها بمناسبة الذكرى 28 للمجزرة على ضرورة إحياء هذه الذكرى في كافة تجمعات ومخيمات شعبنا في الوطن والشتات, عبر تنظيم المسيرات وإقامة معارض لصور شهداء المجزرة.

وحثت جماهير شعبنا لإبقاء هذه الذكرى حيّة في أذهان الأجيال الفلسطينية المتعاقبة, وتذكير العالم بأيام 16–17–18 سبتمبر من العام 1982م.

وقالت : " إن ذكرى مجزرة صبرا وشاتيلا وما تعرضت له مخيماتنا في لبنان يجب أن تسلط الأضواء مجددًا على معاناة اللاجئين بشكل عام وفي لبنان بشكل خاص", مؤكدة أن حل قضية اللاجئين يتمثل بعودتهم لديارهم".

http://www.pead.ps/news.php?action=show&id=6162


terça-feira, 6 de agosto de 2013

Dia de Jerusalém é celebrado em SP com mensagem de resistência

Dia Mundial de Jerusalem é celebrado em São Paulo


Na última sexta-feira (2) foi comemorado em todos os continentes o Dia Mundial de Al Quds (Jerusalém), com manifestações de rua e atos políticos em diferentes cidades. No Brasil, teve lugar uma solenidade em São Paulo, na Mesquita do Brás, organizada pela Associação Beneficente Muçulmana do Brasil.


O Dia Mundial de Al Quds (Jerusalém) foi instituído pela Revolução Iraniana, em 1979, sob a liderança do Aiatolá Khomeini, para ativar a luta pela libertação da cidade ocupada pelos sionistas israelenses.

Falando em nome da Embaixada iraniana no Brasil, o vice chefe da missão diplomática, Mahdi Rounagh destacou que o Dia Mundial de Al Quds (Jerusalém) se comemora neste ano quando a luta dos povos do Oriente Médio está vivendo um momento decisivo, por ele caracterizado como “despertar islâmico”. O diplomata enfatiza que está havendo na região uma intensificação da luta contra as potências imperialistas, nomeadamente os Estados Unidos e o regime sionista israelense.

De acordo com Mahdi, essas potências revelam a todo momento as “más intenções” dessas potências, que pretendem apropriar-se do levante dos povos da região para favorecer os seus interesses. O representante da República Islâmica iraniana ressaltou que esses levantes se voltam contra o “inimigo sionista” e que uma das lutas mais importantes que ali se desenvolvem é pela libertação de Jerusalém ocupada. “Os palestinos esperam a libertação da cidade e de toda a Palestina”, assinalou.

Mahdi Rounagh fez críticas à retomada das negociações anunciadas na semana passada pelo secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, entre a Autoridade Nacional Palestina e Israel. “O inimigo sionista e os Estados Unidos querem levar adiante o inútil e equivocado diálogo entre o regime israelense e a Palestina. É em vão, pois Israel não adere a nenhum acordo e a nenhuma norma”. O diplomata denunciou que Israel continua a política de assentamentos nos territórios palestinos, usurpando os direitos deste povo e levando adiante seu plano de tornar a Palestina um território judaico.

Ressaltando que “o mundo islâmico não reconhece a ocupação", o vice chefe da missão iraniana no Brasil fez um chamamento pela unidade nacional palestina, “para enfrentar o inimigo e recuperar o território usurpado”.

Por seu turno, o embaixador da Autoridade Nacional Palestina no Brasil, Ibrahim Al Zeben, discursou para os defensores da paz, saudando todos os que no Brasil lutam pela paz e defendem a devolução de Al Quds (Jerusalém) aos palestinos. Al Zeben disse ser grato pela solidariedade que seu povo recebe dos movimentos sociais e partidos políticos brasileiros, destacando o papel do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) e de sua líder, Socorro Gomes, que é também a presidenta do Conselho Mundial da Paz (CMP).

O embaixador palestino foi duro nas críticas “aos inimigos que querem acabar com nossa existência”. E reafirmou o compromisso de luta do seu povo e da Autoridade Nacional Palestina. “Lá permaneceremos, como as pedras, como as oliveiras, como a terra. Não abandonaremos os nossos prisioneiros. Seguiremos lutando até que a justiça chegue e ela chegará mais cedo do que tarde, pois o mundo árabe está mudando”.

Com um discurso vibrante, interrompido várias vezes por calorosos aplausos, a presidenta do Conselho Mundial da Paz e do Cebrapaz declarou que “ao celebrar o Dia Mundial de Jerusalém, reafirmamos a defesa que fazemos da causa palestina, que é uma causa de toda a humanidade”.

Socorro Gomes destacou que em pleno século 21 não podemos conviver com “as políticas e ações de uma poucas potências que revelam extrema crueldade”. Como exemplo dessas políticas e ações, citou as que o Estado sionista leva a cabo na Palestina ocupada.

Ressaltando que “não podemos admitir que os sionistas israelenses impeçam os palestinos de viverem livres”, a dirigente reiterou a exigência dos movimentos sociais de que “Israel devolva aos palestinos os territórios ocupados, devolva aos palestinos a sua capital, Jerusalém, e liberte os prisioneiros palestinos”. Segundo Socorro, este “é um clamor de toda a humanidade, um compromisso que vem do fundo de nossa alma”.

Socorro Gomes analisou o quadro político em desenvolvimento na região do Oriente Médio. Denunciou que “as políticas dos Estados Unidos e do regime sionista israelense são políticas terroristas levadas a efeito por inimigos da paz, que visam a controlar o Oriente Médio e suas riquezas, violando o direito internacional, praticando políticas intervencionistas, desencadeando guerras, vilipendiando a própria ONU e corrompendo o significado das palavras como liberdade e direitos humanos”.

A líder pacifista reafirmou a plena solidariedade com os povos que resistem e lutam contra essas políticas. Destacando que “cada povo é dono do seu destino”, defendeu a união dos povos, enalteceu “a heroica luta da Síria e de seu povo pela soberania” e o papel do Irã, “que resiste e é solidário com os povos em luta”.

Ao finalizar, Socorro Gomes lembrou que o imperialismo estadunidense, que se encontra em declínio, não é invencível, que sua derrocada é previsível e que a humanidade é solidária com os palestinos. “A unidade dos povos vai derrotar o sionismo e o imperialismo”, concluiu.

O ato em homenagem ao Dia Mundial de Al Quds (Jerusalém) foi saudado também por lideranças muçulmanas das Mesquitas xiitas e sunitas de São Paulo e da Igreja Cristã Ortodoxa.

 Fonte: Redação do Vermelho 

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domingo, 4 de agosto de 2013

Acordo de paz ou jogada de marketing?

Por Marino Boeira*

Um acordo de paz permanente entre palestinos e judeus é uma meta que deve ser desejada por todos, mas as novas conversações entre Israel e a Autoridade Palestina, promovidas pelo Secretário de Estado Norte-Americano, John Kerry, parecem mais uma jogada de marketing político do governo Obama do que realmente um esforço para superar as antigas divergências que separam os dois povos.

A partir de 1993, em Oslo, sob o patrocínio de outro presidente americano, Bill Clinton, judeus e palestinos começaram uma série de reuniões que terminaram em setembro de 1995, com os chamados acordos Oslo II, que permitiriam a criação de um Estado Palestino, ainda que fragmentado, cinco anos mais tarde, nas regiões da Cisjordânia e Faixa de Gaza.

Sob pressão americana, o dirigente histórico da Autoridade Nacional Palestina, Yasser Arafat, foi obrigado a assinar um acordo pelo qual a Palestina era dividida em três áreas. A Zona A, sob total controle da ANP, representava 3% dos territórios ocupados e 20% da população, enquanto a Zona B (controle militar israelense e civil palestino) compreendia 24% do território e 68% da população (os territórios das Zonas A e B são completamente fragmentados, sem continuidade). A Zona C, incluindo Jerusalém Oriental, com 73% do território e 12% da população, permanecia sob total controle israelense e nela se intensificou a construção de colônias judaicas e rodovias estratégicas

Outras reivindicações históricas dos palestinos desde a criação do Estado de Israel, em 1948, como a volta às fronteiras existentes até 1967, o retorno dos palestinos expulsos de suas terras e a questão da divisão de Jerusalém, sequer foram discutidas.

Mesmo com todas estas concessões, Israel nunca cumpriu o que prometera em Oslo. Yitzhak Rabin, que assinou o acordo de paz com Arafat, seria assassinado por extremistas judeus de direita cinco semanas após e o seu governo de centro esquerda, substituído, mais adiante, por outro formado por uma coalizão de direitistas e partidos religiosos, para os quais nenhuma concessão deveria ser feita aos palestinos.

Na visão estratégica dos fundadores e dos principais líderes do Estado de Israel, como David Bem-Gurion, Golda Meir, Moshe Dayan e Menachen Begin, a paz com os árabes nunca foi uma perspectiva aceitável, muito menos a consolidação de um Estado Palestino na região. Na visão militarizada desses líderes, a sobrevivência de Israel, além do permanente apoio material dos Estados Unidos, só seria possível com apropriação das terras e dos mananciais de água dos palestinos. Por isso, a guerra, muito mais do que a paz, sempre esteve entre seus principais objetivos.

Com algumas nuances pouco marcantes, esta foi sempre a estratégia dos governos de Israel. Quando a pressão internacional era muito grande, eram feitas algumas concessões aos palestinos, mas no essencial a política de ocupação das terras árabes por colonos judeus nunca foi interrompida.

Sem perspectivas de alcançar algum sucesso pelas vias políticas, os palestinos, também estimulados pela expulsão dos judeus do sul do Líbano, lançaram a segunda Intifada (guerra das pedras) contra os soldados e os colonos israelenses nas regiões ocupadas, a partir do ano 2.000, causando em seis anos mais do que 5 mil mortos, a maioria palestinos.

No final do ano passado, a ONU aprovou o pedido da Autoridade Palestina para se tornar um Estado observador nas Nações Unidas por 138 votos a favor, inclusive com o voto do Brasil, 9 contra e 41 abstenções. Na prática, porém, pouco mudou e o que mudou foi para pior: os fundos de auxílio dos Estados Unidos à Autoridade Palestina foram congelados pelo Congresso Americano e Israel bloqueou o repassemensal de US$ 100 milhões em taxas alfandegárias e impostos sobre vendas, a que a Autoridade Palestina tem direito sobre o seu comércio com outros países.

Com isso, a dívida da Autoridade Palestina chegou a 2 bilhões de dólares e o governo praticamente quebrou, tornando-se incapaz de continuar mantendo sua estrutura administrativa. Nessa situação, tornou-se impossível para o presidente da ANP, Mahamoud Abbas, recusar o convite americano para voltar a negociar com Israel, mesmo sabendo que obterá poucas concessões e verá ainda tornar-se mais tensa sua relação com o Hamas, que controla a Faixa de Gaza e não aceita negociar com Israel nas condições propostas pelos americanos.

Há semanas atrás, antecedendo à vista de Kerry, Obama esteve na Palestina para negociar a realização da chamada Conferência de Paz. Primeiro, anunciou que o atual acordo de ajuda militar a Israel, que terminaria em 2017, será ampliado por mais 10 anos a um custo de 3 bilhões de dólares anuais. Depois, garantiu o repasse imediato de 200 milhões de dólares à Autoridade Palestina e mais 500 milhões nos próximos dias, dos fundos que estavam congelados.

Satisfeitas as necessidades financeiras dos palestinos e militares dos israelenses, foi possível a Obama assumir o papel de mediador no processo de paz.

Para mostrar colaboração, Israel libertou 140 presos políticos palestinos.

Armado o circo, John Kerry anunciou que a gestação do acordo de paz deve durar nove meses, assim como acontece com os seres humanos.

Vamos esperar que não seja parido um monstro, embora a negociadora israelense, a ministra Tzipi Livni, já tenha antecipado poucas esperanças de sucesso na empreitada.

Disse ela: ”Temos ministros que não querem chegar a um acordo, nem ouvir falar da ideia de dois Estados, temos outros ministros que são indiferentes, mas que esperam que nenhum resultado seja alcançado, e outros membros do governo que desejam alcançar o fim do conflito”.

Ela fazia referência aos ministros da ala radical do Likud, partido do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, e do nacionalista Lar Judeu, que são hostis à criação de um Estado palestino.

Livni também fez referência ao partido de centro-direita Yesh Atid de Yair Lapid, o ministro das Finanças, que até o momento não considera que o processo de paz seja uma prioridade

Enquanto isso quem vai ganhar ou perder nesses nove meses?

Em primeiro lugar, ganha o Presidente Obama, pelo menos enquanto durar a conferência entre palestinos e judeus.

Depois, os israelenses, que poderão continuar com suas políticas expansionistas sobre terras palestinas sem a ameaça de maiores represálias.

Ganha o governo da Autoridade Palestina, que terá alguns meses de desafogo financeiro.

Quem perde?

Como sempre aconteceu até agora, serão os palestinos na sua esperança de construir um estado nacional, independente, moderno e democrático.

* Marino Boeira é professor universitário

Fonte: Sul2

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'É normal o ceticismo quanto à paz', diz negociador palestino DIOGO BERCITO DE JERUSALÉM

Saeb erekat sobre as negociações de pas entre palestina e Israel
Mike Theiler - 30.jul.13/Efe  - Negociador Saeb Erekat, ao lado do secretário
de Estado dos EUA, John Kerry; para ele, ceticismo sobre paz é normal


Não é de surpreender que as pessoas ao redor do mundo estejam céticas a respeito do processo de paz, diz o negociador-chefe palestino Saeb Erekat à Folha.

Afinal, duas décadas de negociações, desde os Acordos de Oslo, "trouxeram mais colonos, mais assentamentos e mais extremistas".

Erekat irá liderar as conversas com autoridades israelenses durante os nove meses de processo de paz. "Não quero que meus filhos passem pelo que estou passando. Queremos ser como qualquer outro povo no mundo", diz ele.


sábado, 20 de julho de 2013

“Reconhecimento da Palestina e condenação do apartheid de Israel são logros dos últimos anos”

Secretário geral da Federação Árabe Palestina do Brasil, Emir Mourad destaca papel de Lula na luta pela paz e por uma nova ordem mundial.


Escrito por: Leonardo Severo, de São Bernardo
18/07/2013


Conferência Nacional 2003-2013 Uma nova Política Externa
Carlos de Oliveira, Paulo Farah, Emir Mourad e
Salem Nasser

A mesa de debate sobre o Oriente Médio da “Conferência Nacional 2003-2013 Uma nova Política Externa” destacou o protagonismo da diplomacia brasileira nestes dez anos em torno a uma “cultura de diálogo e de paz” na região, ecoando uma sonora condenação à política de apartheid movida por Israel contra o povo palestino. Ao mesmo tempo, foi denunciado o papel alienante e manipulador dos conglomerados de comunicação que, atrelados ideológica e financeiramente aos Estados Unidos, identificam as vítimas como agressores com o intuito de justificar a presença militar e o assalto às imensas riquezas petrolíferas da região.

Coordenado por Paulo Farah, diretor da Biblioteca e Centro de Pesquisa América do Sul-Países Árabes (Bibliaspa), o debate teve lugar na Universidade Federal do ABC, nesta quarta-feira à tarde, reunindo o secretário geral da Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL), Emir Mourad; o chefe da Divisão Oriente Médio do Itamaraty, Carlos Oliveira, e o professorde Direito Internacional da Escola de Direito de São Paulo (FGV), Salem Nasser.

Mourad assinalou o protagonismo desempenhado pelo ex-presidente Lula, que reconheceu o Estado Palestino e “fez uma severa crítica ao muro do apartheid”. “São mais de 700 quilômetros de um muro que cerca, divide e rouba terras árabes. O atual estado palestino corresponde a apenas 22% do território original e Israel insiste em manter a divisão em cantões, em bantustões, como no regime de segregação racial da África do Sul”, condenou Emir, denunciando que Israel não pode continuar como um Estado acima da lei.

“Eventos como esse ampliam a denúncia e a pressão para que o governo israelense dialogue com base no direito internacional, para que se chegue a uma paz justa e duradoura”, disse o dirigente da Fepal, saudando a iniciativa de unir estudiosos das relações internacionais, movimentos sociais e governo para debater um tema tão relevante quanto invisibilizado.

O dirigente da Fepal rechaçou “o absurdo reducionismo e a mitologia negativa com que a grande mídia apresenta o povo árabe, e especialmente o povo palestino, como bárbaro e terrorista”. Diferente desta compreensão, esclareceu, “o que estamos afirmando aqui é a política da multilateralidade, do diálogo, do respeito à soberania, à cultura, à tolerância com o diferente”.

Emir Mourad lembrou que o idioma português conta com mais de três mil palavras de origem árabe, citando várias delas cuja primeira sílaba é “al”: como alecrim, almoxarifado e algodão. “São precedentes da presença árabe em Portugal, que colonizou o Brasil”, recordou, frisando que a própria navegação pelo Atlântico até as nossas costas só foi possível por um invento árabe: o astrolábio.

CONTRA A DESINFORMAÇÃO E O PRECONCEITO

Nos últimos dez anos, destacou o diplomata Carlos Oliveira, além de haver uma estruturação do relacionamento com os países árabes, foram estreitados os vínculos com um arcabouço jurídico apropriado para assegurar a sua continuidade. Para dar esses passos, o representante do Ministério das Relações Exteriores lembrou que foi preciso enfrentar uma enorme carga de desinformação e preconceito. “Havia perguntas do tipo ‘O que o Brasil está fazendo no Oriente Médio?’ Como se a matriz árabe não fosse uma das grandes matrizes da nossa formação, uma visão falsa de que não temos nada com a região”, explicou.

Oliveira lembrou que foi no Iraque – no período anterior à invasão estadunidense – “onde as nossas empresas aprenderam a exportar serviços, com a atuação das grandes construtoras”, e que a aproximação brasileira com a região abriu um processo exponencial, de relações duradouras, altamente frutífero para o conjunto dos nossos países. “Nós atuamos respeitando as características culturais de cada povo, não interferindo, não impondo venda de armas, sem jogar um contra o outro para especular com o seu petróleo”, declarou o diplomata, frisando que a concepção do Itamaraty “não é a de doutrinar nem catequisar”, mas de partilhar experiências. “É assim que superamos diversos obstáculos”.

Professor de Direito Internacional da Escola de Direito de São Paulo (FGV), Salem Nasser defendeu a necessidade de que a justiça tenha um papel central nas relações entre os países, condenando o fato de milhões de palestinos continuarem sendo vítimas da ocupação ilegal de seu território. “Ter uma política externa progressista e de esquerda significa apoiar a causa palestina”, afirmou Salem. Na sua avaliação, “se houvesse uma liga do futebol das relações internacionais, estaria no Oriente Médio o grande jogo”.

Paulo Farah enfatizou a relevância de Lula como presidente do Brasil, “que é a maior comunidade árabe fora dos países árabes”, ter feito uma gira pela região - que só havia sido visitada por Dom Pedro II. A promoção do multilateralismo, com vistas à intensificação de relações diplomáticas e econômicas consistentes, acredita, deve ser nossa prioridade.

Ao encerrar os trabalhos, o coordenador da mesa exortou a todos os presentes que “acreditam na educação como poder de transformação”, a se dedicarem ao “combate à discriminação”, lutando para que a política externa brasileira continue “ativa e altiva” na construção de relações internacionais justas, essenciais para a consolidação de nações soberanas.


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Em nome da FEPAL - Federação Árabe Palestina do Brasil, entidade que representa a comunidade palestina no Brasil, quero parabenizar todos os idealizadores e organizadores da Conferencia pelo sucesso do evento.

Ao expor o tema Relações Externas e juntar representantes da academia, governo e sociedade civil a Conferencia traçou mais um novo rumo da politica externa, onde a conjunção e participação de todos deve fortalecer cada vez mais o Brasil e sua tomada de decisões nos principais temas internacionais e na inclusão do Brasil, cada vez mais forte, no mundo..

Parabenizo também a Universidade Federal do ABC, estudantes, professores e reitoria, pela brilhante organização e participação ativa nos debates.

Um carinhosa e especial saudação aos alunos da Universidade e de outras Universidades do Brasil que se fizeram presentes, pela sua participação engajada e interessada. Vocês foram o brilho mais importante desse sucesso.

Saudações fraternas,

Emir Mourad
Secretário Geral


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Conferência Nacional 2003-2013 Uma nova Política Externa - Lula
    Alunos da Universidade Federal do ABC e de outras Universidades com Lula após a sua apresentação de encerramento da Conferencia ( Vejam aqui o discurso de encerramento de Lula)


terça-feira, 9 de julho de 2013

Conferência Nacional de Política Externa: 2003 - 2013

Conferencia Nacional



Democratização da política externa será debatida em conferência.

O Grupo de Reflexão sobre Relações Internacionais (GRRI), que agrupa diversos partidos políticos, movimentos sociais, acadêmicos e instituições dedicadas ao estudo da política externa, realizou a sua sétima reunião nesta terça-feira (11), na sede da Confederação Sindical das Américas, em São Paulo. Em coletiva de imprensa, o grupo anunciou a Conferência Nacional 2003-2013: Uma Nova Política Externa, que será realizada em julho.


O objetivo do GRRI é refletir sobre a política de relações exteriores do Brasil, inserido em um contexto de mudança no mundo, atualmente em crise econômica aguda com importantes mudanças geopolíticas. Neste sentido, de acordo com a apresentação da temática feita pelo grupo, “as relações internacionais, de forma inédita, passaram a fazer parte explícita da agenda política interna do Brasil nos últimos anos”, e por isso devem ser abertas à participação da sociedade civil na sua formulação.

Sob a insígnia da democratização da política externa brasileira, o GRRI lança a conferência a ser realizada entre 15 e 18 de julho, no campus da Universidade Federal do ABC (UFABC) em São Bernardo do Campo, São Paulo, com a presença de importantes atores políticos, acadêmicos da área de relações internacionais e representantes de diversos movimentos sociais.

O professor Giorgio Romano, da UFABC, apresentou de forma geral a conferência durante a coletiva de imprensa, ressaltando a necessidade de abertura das relações internacionais ao debate público, e a professora Maria Regina Soares de Lima, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), preconizou a importância da atividade como “um marco histórico na política externa brasileira”.

Por isso, a professora enumerou três novidades impulsionadas a partir do Governo Lula, em política externa: a saída do âmbito estritamente econômico para o plano político (citando como exemplo o papel de mediação desempenhado pelo Brasil, em conjunto com a Turquia, na questão do Irã e seu programa nuclear); o direcionamento voltado para a América Latina; e a cooperação internacional, especialmente a “cooperação sul-sul”, em que o Brasil tem se destacado.


                         VEJA AQUI A PROGRAMAÇÃO DA CONFERENCIA NACIONAL DE POLITICA EXTERNA


Conferencia Nacional de Política Externa: 2003 - 2013



Política interna refletida exteriormente

Internamente, o aprofundamento da democracia, a expansão no número de atores envolvidos na política externa e a reafirmação do regime presidencialista no Brasil, segundo a professora Maria Regina, proporcionaram o novo rumo das relações internacionais do país, o que precisa ser impulsionado com a participação da sociedade na formulação da agenda externa como parte das políticas públicas.

A professora lembra que “a prerrogativa constitucional é do presidente para a condução da política externa”, e a reafirmação deste fato deve proporcionar e dar impulso ao debate público.

Neste sentido, Rubens Diniz, da Fundação Maurício Grabois e do IECint, disse ser necessário “identificar a política externa como instrumento de desenvolvimento nacional”, fazer um balanço e também avançar com novos desafios, respondendo à questão sobre qual será o papel do Brasil nas relações internacionais, com valorização da integração regional, redução das assimetrias e aprofundamento das relações solidárias.

Também por isso, Arthur Henrique, ex-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), colocou a importância do balanço e do avanço para o debate sobre um modelo de desenvolvimento, tendo em conta o seu impacto para os trabalhadores, mobilizados em solidariedade internacional, e o impacto das empresas transacionais e multinacionais, por exemplo, ainda dentro da democratização da política externa.

O objetivo da conferência é "refletir sobre a política externa brasileira nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, no contexto de um mundo pautado por uma aguda crise econômica, pelo enfraquecimento dos organismos multilaterais e pelo estabelecimento de novas parcerias políticas, econômicas e culturais por parte do governo brasileiro", de acordo com a nota da organização.

O evento pretende trazer ao público o debate já realizado em diversos âmbitos no país, com a intenção de provocar o impulso da participação da sociedade na elaboração da agenda política externa e na configuração da mesma como uma política pública aberta ao debate, através da maior representatividade. Para isso, serão realizadas palestras, debates e oficinas com dirigentes governamentais, lideranças políticas, acadêmicos e estudantes.

Entre os participantes da conferência estão o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro de Relações Exteriores e atual ministro da Defesa, Celso Amorim, o atual chanceler, Antônio Patriota, o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra João Pedro Stedile, o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, representantes da CUT, da CTB, da UNE, do Movimento de Atingidos por Barragens, Marco Aurélio Garcia, assessor-chefe da Assessoria Especial da Presidenta da República, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, o Ministério do Meio Ambiente, professores de Relações Internacionais e Economia da Universidade Federal de Integração Latino-americana, da UERJ, da PUC, da UFRS, da UFABC, da Unifesp, da USP e da Universidad Nacional de Quilmes (Argentina), entre muitos outros, além de representantes de vários partidos políticos.


Por Moara Crivelente / Publicado originalmente pela redação do Portal Vermelho em 12 de junho de 2013.

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Inscrições e informações: www.conferenciapoliticaexterna.org.br

Taxa de inscrição: R$ 20,00 (certificado de presença, almoços e material da Conferência)

Contato: info@conferenciapoliticaexterna.org.br


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UMA DAS ATIVIDADES DA CONFERENCIA:


Mesa 11: A Política Externa Brasileira e o Oriente Médio

Eduardo Uziel, chefe da divisão do Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores

Emir Mourad, secretário geral da Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL)

Salem Nasser, professor de Direito Internacional da Escola de Direito de São Paulo (FGV)

Coordenação: Paulo Farah, diretor da Biblioteca e Centro de Pesquisa América do Sul-Países Árabes (Bibliaspa)


17 de julho de 2013 - quarta-feira - Local: sala 203, bloco alfa

Campus São Bernardo da Universidade Federal do ABC
Rua Arcturus, 03 - Jardim Antares São Bernardo do Campo






quinta-feira, 27 de junho de 2013

Mohammed Assaf, o novo herói do povo palestino


Mohammad Assaf canta com a Kuffieh ou hata palestina

O povo palestino comemora seu novo herói, Mohammed Assaf, um jovem humilde, um refugiado palestino que ganhou o concurso mais popular do mundo árabe, o Ídolo Árabe.Com sua voz de “timbre de ouro” e  suas canções palestinas arrebatou as mentes e corações dos palestinos e de milhões do povo árabe.


Assaf, 23 anos, é da cidade de Khan Yunis na Faixa de Gaza que há seis anos encontra-se cercada por ar, mar e terra pelo exército terrorista de Israel, num bloqueio que sufoca sua população e eleva o grau de miséria e desemprego a níveis tão brutais que foram denunciados pela ONU, por vários países e entidades de direitos humanos em todo o mundo.

Antes do inicio do concurso em março de 2013, Assaf era pouco conhecido e sempre teve, desde a infância, a música e o canto como paixão. Cantava em festas de casamento e em ocasiões comemorativas.
Desde o inicio do programa, em março de 2013, foi aumentando a onda de parar tudo para assistir o jovem cantor a cada sexta-feira e sábado. Milhares se reuniam com bandeiras, fotos e telões em centenas de cidades e vilas palestinas. As comunidades palestinas ao redor do mundo também se mobilizaram em apoio ao cantor palestino.

Esse jovem cantor pouco a pouco foi ganhando o apoio das multidões palestinas e  árabes com sua bela voz, sua alegria contagiante, sua postura no palco, sua humildade, suas canções sobre o sofrimento e a luta do povo palestino. Um dos jurados do programa afirmou que um talento igual ao de Assaf só aparece a cada 100 anos.

Povo palestino comemora vitória de Mohammed Assaf no Arab Idol

Ele cantou a luta dos prisioneiros palestinos nos cárceres israelenses, cantou o sofrimento e a luta dos refugiados palestinos pelo seu direito ao retorno, cantou Jerusalém como capital do futuro estado palestino, cantou a luta do seu povo contra a ocupação e o apartheid israelense.Também cantou o amor e a vida, a nobreza dos seres humanos e seus mais belos sentimentos. Assaf mostrou que o povo palestino também dança e canta, tem uma milenar cultura e que celebra a vida com alegria. 

Na grande final do programa, no último sábado, Mohammed, além do premio como vencedor do programa, recebeu da ONU o título de Embaixador dos refugiados palestinos e o presidente palestino, Mahmud Abbas, através de seu representante enviado ao programa, entregou a Assaf o título de Embaixador da Boa Vontade a nível mundial. Abbas já havia oferecido apoio ao jovem Assaf e transmitiu aos embaixadores palestinos para que mobilizassem as comunidades palestinas em vários países para que apoiassem e votassem no candidato Assaf durante as etapas do programa Ídolo Árabe.

A mensagem revolucionária em forma de canto faz parte da luta popular desse povo magnífico que não se dobra, resiste e luta!

O povo palestino canta e luta, chora e dança, vive as dores e as alegrias.

De Yasser Arafat: "um povo que luta é um povo que canta!"

Parabéns Mohammed Assaf, parabéns Palestina!


Emir Mourad
Secretário Geral da Fepal
Federação Árabe Palestina do Brasil




Mohammad Assaf é consagrado vencedor doo Arab Ido

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Apresentações de  Mohammed Assaf no Arab Idol


1. Assaf canta ostentando o lenço palestino "Kuffieh",  consagrado por Yasser Arafat como símbolo da luta e resistência palestina




2. Penúltima apresentação onde apresenta sua famosa canção "Aalle alkufieh" :



3. Momento do anuncio da vitória e sua nomeação como Embaixador da ONU para os refugiados palestinos e Embaixador da Boa Vontade pelo Presidente da Palestina:



4. A última apresentação de Assaf após a vitória:




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Gaza e Cisjordânia celebram triunfo de jovem cantor palestino no "Arab Idol"

De voz marcante, Mohammad Assaf, nascido em Misrata (Líbia), mas residente em Khan Yunis, era o favorito à frente de seus adversários egípcios e sírios.

Na sexta-feira à noite, o júri e todos os palestinos se emocionaram com a interpretação de uma popular canção nacionalista, "Ally al-Kofiya" ("Levante o kefiye: o tradicional lenço palestino imortalizado por Yasser Arafat).

Leia a matéria no Yahoo! Noticias


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Jovem palestino vence 'Ídolos' árabe e ganha status de herói

Assita ao vídeo reportagem da BBC

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El ganador de Arab Idol, embajador de los refugiados palestinos

Leia a matéria na europapress

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Gaza recibe como un héroe al 'Arab Idol', el cantante que ha unido a los palestinos

Leia a matéria: Rtve.es


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Palestinos saem às ruas para comemorar vitória de cantor no Arab Idol

Leia a matéria: Opera Mundi


quarta-feira, 26 de junho de 2013

Nota de Falecimento - Embaixador Arnaldo Carrilho



NOTA DE FALECIMENTO


EMBAIXADOR ARNALDO CARRILHO -  1937 - 2013


Embaixador Arnaldo Carrilho no Forum Social Mundial Palestina Livre
Embaixador Carrilho na Conferência do Fórum Social Mundial Palestina Livre- Novembro/2013


Externamos nosso profundo pesar pelo falecimento do Embaixador Arnaldo Carrilho. Nossos sentimentos aos familiares e amigos desse homem que lutou com diplomacia e entusiasmo contra as injustiças e pela autodeterminação dos povos.

Primeiro embaixador do Brasil em Pyongyang, na Coreia do Norte, aos 72 anos, Carrilho teve 47 anos de carreira no Itamaraty, tendo passado 37 anos no exterior, sendo 12 no mundo islâmico e 10 na ásia. Abriu cinco postos: Jeddah, na Arábia Saudita, Berlim Oriental, Bissau, Praia, e Pyongyang. Além disso, serviu em quatro países comunistas: Polônia, Alemanha Oriental, Laos e Coreia do Norte. Antes de chegar a Pyongyang, Carrilho foi designado embaixador extraordinário junto à cúpula América do Sul – Países Árabes, uma iniciativa emblemática da lógica de cooperação sul – sul perseguida pela diplomacia nacional. Antes, ainda, em 2006, foi designado o primeiro representante do Brasil junto à Autoridade Nacional Palestina, em Ramalah.

Foi o primeiro embaixador brasileiro na Palestina de 2006 a 2007.

Nosso querido Embaixador sempre foi solidário, amigo e apoiador da luta do povo palestino por seus direitos ao retorno e autodeterminação.

Quando da morte, em 2008, do maior poeta palestino, Mahmud Darwish, recebemos do Embaixador Carrilho a seguinte mensagem:

“ Máhmude Deruíche vive! Para sempre! É próprio do destino dos que sofrem da doença-esperança. Vamos herdá-la, com vigor fortalecido. Abraço do Arnaldo C.”

Nossa eterna gratidão ao amigo do povo palestino.


Elayyan Aladdin - Presidente

Emir Mourad - Secretário Geral


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