quarta-feira, 7 de setembro de 2011

"COLONOS JUDEUS CÃES" : NÃO AO ESTADO DA PALESTINA!


Cães de guerra: quando setembro vier

3/9/2011

Uri Avnery, Gush Shalom [Bloco da Paz], Israel























Não se ouvia falar de cães de guerra mais aterrorizantes, desde O Cão dos Baskervilles.

Foram cevados por um antigo admirador do falecido ‘rabino’ Meir Kahane, que até a Suprema Corte de Israel definiu como fascista. A tarefa deles é proteger os colonos judeus e atacar os palestinos. São cães colonos judeus ou, melhor, colonos judeus cães.

Todos os canais de televisão em Israel os mostraram demoradamente, louvando-lhes a eficácia e o ardor.

Tudo isso, em preparação para “Setembro”.

Setembro não é só nome de mês, o sétimo do antigo calendário romano. Setembro é símbolo de um terrível perigo, de uma inominável ameaça existencial.

Em poucas semanas, os palestinos pedirão à ONU que reconheça o Estado da Palestina. Já têm ampla maioria na Assembleia Geral. Depois, segundo avaliação oficial pelo exército de Israel, abrir-se-ão as portas do inferno. Multidões de palestinos se levantarão, atacarão o muro ‘de separação’, atacarão as colônias exclusivas para judeus, desafiarão o exército, criarão o caos.

“A Autoridade Palestina está planejando um banho de sangue”, disse Avigdor Lieberman, animadíssimo. E quando Lieberman prevê violência, não é prudente ignorá-lo.

O exército de Israel prepara-se, há meses, para essa eventualidade. Essa semana, anunciou que está treinando os colonos, também, para que conheçam perfeitamente os casos em que estão autorizados a atirar para matar. Isso confirma o que todos já sabemos: não há qualquer diferença clara entre o exército e os colonos que vivem nas colônias exclusivas para judeus – muitos colonos são oficiais do exército, e muitos oficiais vivem nas colônias. A frase oficial é “o exército de Israel defende os israelenses onde estejam”.

Um dos cenários para os quais o exército de Israel está preparado, como disseram, é o caso de os palestinos atirarem contra militares e colonos “de dentro das manifestações públicas”. É declaração terrível. Participei de centenas de manifestações e jamais vi ninguém atirar em ninguém “de dentro” de alguma manifestação. Esse atirador teria de ser louco, porque quem atira “de dentro” de uma manifestação de massa expõe todos os que estão à volta à retaliação. Mas foi o pretexto que Israel encontrou para atirar contra manifestantes em manifestações não-violentas.

Soa tão assustador e horrendo, porque já aconteceu no passado. Depois da primeira intifada, uma história de sucesso dos palestinos (e levou ao acordo de Oslo), o exército israelense preparou-se diligentemente para a segunda. A arma escolhida foram ‘atiradores de elite’.

A segunda (“al-Aqsa”) intifada começou depois do fim da conferência de Camp David em 2000 e da ‘visita’ de deliberada provocação, de Ariel Sharon, ao Templo do Monte. Os palestinos faziam manifestações de massa, não violentas. O exército de Israel respondeu com ‘assassinatos seletivos’. Duplas de um atirador ‘de elite’ e um oficial do exército tomavam posição em diferentes pontos do percurso por onde passariam os manifestantes; o oficial do exército selecionava os alvos – manifestantes que lhe parecessem “animadores”. Foram assassinados.

A tática foi considerada altamente efetiva. Em pouco tempo, as manifestações não violentas acabaram, substituídas por ações muito violentas, ditas “terroristas”. E, assim, o exército de Israel voltou à brutalidade que conhece bem, terreno familiar.

No total, na segunda intifada, foram assassinados 4.546 palestinos, 882 dos quais crianças; e 1.044 israelenses, 716 dos quais civis, 124 crianças.

Temo que as preparações para a terceira intifada, prevista para começar no próximo mês, seguem as mesmas linhas. Mas as circunstâncias serão bem diferentes. Depois dos eventos no Egito e Síria, os manifestantes palestinos podem reagir de outro modo, e o “banho de sangue” pode ser muito maior. E também será maior a reação internacional e dos árabes. Imagino cartazes e faixas contra Binyamin al-Assad e Bashar Netanyahu.

Mas a maioria dos israelenses não estão preocupados. Acreditam que todo o cenário é resultado de maquinações de Netanyahu, como truque para pôr fim aos enormes protestos sociais que agitam Israel. “Os jovens que protestam querem justiça social e estado de bem-estar, como crianças que querem sorvete, enquanto o desastre espreita na próxima esquina” – nas palavras de um dos coronéis (aposentado). 

Os colonos judeus e seus cães mal podem esperar.

Até faz sentido, porque os colonos judeus desempenham papel central no conflito. São eles que impedem que se faça qualquer tipo de acordo de paz. Não admitem, sequer, qualquer tipo de negociações de paz significativas.

É até bem simples: qualquer tipo de paz entre Israel e o povo palestino terá de basear-se em devolver a Cisjordânia, Jerusalém Leste e a Faixa de Gaza ao futuro Estado da Palestina. Já há, sobre isso, amplo consenso mundial. A única questão é saber exatamente por onde passarão as fronteiras, uma vez que também há consenso sobre algumas pequenas trocas de território.

Isso implica que a paz, necessariamente, implicará remoção de grande número de colônias hoje ocupadas por judeus e a evacuação de todos os colonos das colônias exclusivas para judeus espalhadas por toda a Cisjordânia.

Os colonos e seus aliados dominam completamente a coalizão que hoje governa Israel. Opõem-se à devolução de qualquer palmo do território que Deus prometeu só aos judeus. (Até os colonos judeus que não acreditam em deus, acreditam que fazem jus à terra que deus prometeu só aos judeus.) Por isso, não há negociações de paz, não tem fim a construção de prédios e mais prédios em territórios ocupados, nem se vê qualquer movimento em direção a qualquer tipo de paz.

Os colonos judeus foram postos onde estão, na Cisjordânia, especificamente para essa finalidade: criar “fatos em campo” que destruíssem qualquer possibilidade de criar-se um Estado Palestino viável. Portanto, nem interessa discutir se são os colonos judeus ocupantes que impedem que os territórios ocupados sejam devolvidos em troca de paz, ou se o governo de Israel usa os colonos como força de ocupação, para o mesmo objetivo. Dá sempre na mesma: os colonos judeus ocupantes boicotam qualquer esforço de paz na região.

Como diriam os norte-americanos: São os colonos judeus ocupantes, estúpido!

Muitos bons judeus israelenses estão fazendo papel de idiotas, ou são idiotas.

Anda ‘na moda’, em alguns círculos, “abraçar” a causa dos colonos judeus ocupantes, em nome da unidade nacional. Judeus não devem brigar entre eles, dizem, como ensinava a velha sabedoria dos guetos. Colonos judeus ocupantes e armados são como nós.

Destaca-se entre os que dizem isso a deputada Shelly Yachimovitch, candidata, com outros cinco candidatos, à liderança do moribundo Partido Trabalhista (Labor). Durante anos, trabalhou na defesa da justiça social, falava de paz, ocupação, colônias, Palestina e temas afins. Agora, como parte da campanha pela liderança, aparece como defensora apaixonada dos colonos ocupantes. Como ela mesma disse, “É claro que não considero a empreitada dos colonos como pecado ou crime. No início, houve perfeito consenso. O Partido Trabalhista foi quem promoveu a colonização dos territórios [ocupados]. Esse é um fato histórico.”

Há quem acredite que Yachimovitch apenas finge que pensa assim, para conquistar os votos de que precisa para chegar ao comando do partido, e que planeja atrair o que resta do Partido Kadima, para tentar deslocar Tzipi Livni e, talvez, chegar ao posto de primeiro-ministro.

Pode ser. Pessoalmente, acho que ela realmente acredita no que diz – o que, sei, é raro em políticos, homens ou mulheres.

Falando sério: não é possível abraçar, ao mesmo tempo, a causa dos colonos judeus armados e a luta por justiça social em Israel. Não é pensável, não há meio possível, ainda que alguns líderes do movimento de protesto social defendam essa via, como recurso tático.

Não há nem pode haver estado de bem-estar em Israel, enquanto houver guerra. Os incidentes de fronteira, nas duas últimas semanas, mostram como é fácil distrair a opinião pública e silenciar os protestos: basta desfraldar a bandeira da segurança. E como é fácil, para o governo, alimentar e prolongar qualquer tipo de incidente.

Semear o medo de “quando setembro chegar” é outro exemplo.

Mas as razões pelas quais o governo não se interessa por separar justiça social e segurança são mais profundas. Reformas sociais sérias exigem dinheiro, muito dinheiro. Mesmo depois da reforma do sistema de impostos – impostos diretos mais “progressivos”, impostos indiretos menos “regressivos” – e ainda que tivéssemos posto fim aos cartéis dos ‘magnatas’, são necessários dezenas de bilhões de dólares para recuperar as escolas, os hospitais e os serviços sociais em Israel.

Esses bilhões só podem vir do orçamento militar e das colônias. Investem-se somas astronômicas nas colônias – não só na moradia fortemente subsidiada para colonos judeus, salários pagos pelo Estado a muitos colonos (em porcentagem muito superior à que se vê na população em geral), mas, também, em infraestrutura (estradas, fornecimento de água e eletricidade, etc.) e no enorme contingente militar necessário para proteger as colônias. As preparações em curso para “quando setembro vier” mostram outra vez o quanto tudo isso custa.

Mas essa ainda não é toda a história. Por trás de todos esses fatos jaz a principal razão para a deformação de tudo, em Israel: o próprio conflito entre israelenses e palestinos.

Por causa do conflito, é preciso manter gigantesco establishment militar. Cada israelense paga, para manter as forças armadas, mais do que qualquer outro cidadão em qualquer outro país ocidental. Israel, com população de apenas 7,5 milhões de habitantes, mantém o 4º ou 5º maior establishment militar do mundo. A ajuda militar que os EUA paga a Israel cobre apenas pequena parte dos custos.

Assim sendo, o fim da guerra é condição necessária para qualquer esforço que vise a converter Israel em estado de bem-estar com padrões “escandinavos”, com satisfatória justiça social. O conflito não é um fator a mais das dificuldades sociais em Israel: é o principal fator.

Pode-se amar ou odiar os colonos judeus armados, fazer-lhes oposição ou abraçar aquela causa, como cada um entenda. Nada disso altera o fato de que as colônias exclusivas para judeus armados, nos territórios palestinos ocupados, são o principal obstáculo à paz e ao estabelecimento, em Israel, de algum estado de bem-estar. Não só pelo muito que custam em dinheiro; não só por causa dos pogroms que colonos judeus armados fazem, de tempos em tempos; não só pelo modo como hoje controlam o sistema político. Mas, sim, porque existem.

Diferentes do cão dos Baskervilles, no romance de Sherlock Holmes, que era pista importante justamente porque não latiu na noite do crime, os cães das colônias exclusivas para judeus em Israel estão latindo muito alto. É latido de guerra.


11 de setembro de 2011 às 19:16

Bernardo Kucinski e a tradução da Vila Vudu

por Luiz Carlos Azenha
A Vila Vudu é um coletivo de tradutores que distribui textos em listas da internet.
Os textos traduzidos pela Vila Vudu são frequentemente reproduzidos em blogs, por cobrirem uma ampla gama de assuntos internacionais: do Pepe Escobar, no Asia Times Online, ao Tom Dispatch, do blogueiro americano Tom Engelhardt; do Michael Moore ao London Review of Books.
Viomundo já reproduziu muitos destes textos, na confiança de que representavam uma tradução fiel do conteúdo original.
Na semana passada, por exemplo, reproduzimos a tradução de um texto do pacifista Ury Avnery, do Gush Shalom, cujo original está aqui.
No texto, intitulado Dogs of War (Cães de Guerra), Avnery fala da possível reação de colonos que vivem em territórios palestinos ocupados ao reconhecimento de um Estado palestino pelas Nações Unidas.
Tempos depois, no espaço dos comentaristas, surgiu uma observação do professor Bernardo Kucinski, segundo a qual a tradução não era fiel ao texto original e, ao fazer isso, era manifestação de antissemitismo.
Kucinski perguntava sobre o financiamento do Coletivo da Vila Vudu, que assinava a tradução.
Viomundo retirou o texto do ar preventivamente, encaminhou o comentário de Kucinski por e-mail à coordenadora do Vila Vudu, Caia Fittipaldi, e pediu a ela que se manifestasse a respeito.
Eis a resposta:
“Bernardo Kucinski tem alguma razão, mas pouca, no que diz da tradução. Traduções são sempre aventuras arriscadas. Se se der o mesmo texto a traduzir para cem tradutores, haverá cem traduções e, embora todas sejam diferentes entre elas, pode perfeitamente acontecer de nenhuma estar errada.
É verdade que Avnery não escreveu tantas vezes a palavra “judeu” quanto nós escrevemos. Entendemos que ele não precisava escrever, porque não escrevia para leitores brasileiros, ‘educados’ e ‘informados’ pelo Grupo GAFE (Globo-Abril-Folha-Estadão).
Shakespeare usa centenas de vezes a palavra “judeu” em por exemplo, “O Mercador de Veneza” e, se foi acusado de antissemitismo, só o foi depois de a propaganda sionista ter desgraçado os judeus e o mundo.
Também escrevemos mais vezes do que há no original, a expressão “colônias exclusivas para judeus” — pq nos pareceu melhor tradução para “settlements”, do que “assentamentos”, palavra que nada diz e mascara significados relevantes.
No Brasil, quem leia “assentamento”, pensa em assentamentos de sem-terra, improvisados, precários, e não pensa em prédios de muitos andares, com perfeita infraestrutura e condições de conforto que, no Brasil, correspondem a apartamentos de luxo. Então, quem queira fazer-ver os “settlements” que Israel constrói em território ilegalmente ocupado na Palestina, depois de destruir com tratores casas de palestinos que haja nos terrenos, não pode traduzir “settlement” por “assentamento” e DEVE traduzir por “colônias exclusivas para judeus”.
Não vemos que haja qualquer antissemitismo em pôr à vista significados que não apareciam à vista, no texto de Avnery, mas lá estavam, pressupostos sabidos. Importante, sempre, é não tergiversar e traduzir para fazer-ver, não para mascarar.
Evidentemente, há antissionismo, mas não há qualquer antissemitismo, em tirar a peneira da frente do sol.
Algum incômodo que o adjetivo “judeu” cause, associado a práticas terroristas, é efeito hipnótico que a propaganda sionista sempre buscou empenhadamente, e que a propaganda fascistizante dos governos de Israel também procura. Mas é preciso, em nome da democracia e da civilização resistir à propaganda sionista.
Grandes judeus, sábios, bem informados, intelectuais planetários lúcidos e progressistas, como, dentre muitos outros Hosbawm, já escreveram sobre tudo isso.
O que Hobsbawm escreveu pode ser lido, em português, em tradução desse Coletivo de Tradutores Vila Vudu em artigo de 4/3/2009, em centenas de blogs brasileiros, dentre os quais http://sonia-pordentrodahistria.blogspot.com/:
“Desde 1945 os judeus, dentro e fora de Israel, beneficiaram-se muito da má consciência de um mundo ocidental que se recusou a receber migrantes judeus nos anos 30, antes de o mesmo ocidente ou cometer genocídio ou não lutar contra ele.
Quanto, dessa má consciência, que conseguiu eliminar virtualmente o antissemitismo ocidental por 60 anos e produziu uma era de ouro para a diáspora dos judeus, sobrevive hoje?
A cada nova aventura militar, como em Gaza e no Líbano, mais essa solução de conciliação vai-se tornando difícil e mais se reforça o poder da direita israelense e dos colonos judeus fanáticos da Cisjordânia que jamais desejaram qualquer solução de conciliação.
Como já aconteceu na guerra do Líbano em 2006, o massacre de Gaza torna ainda mais sombrio o futuro de Israel. E também tornou mais sombrio o futuro dos nove milhões de judeus da diáspora. Não sejamos hipócritas: criticar Israel não implica qualquer antissemitismo.”
Fazemos nossas as palavras de Hobsbawm. Não sejamos hipócritas.
[assina] Coletivo de Tradutores Vila Vudu
PS – Esse Coletivo de Tradutores é grupo de cidadãos, tradutores voluntários, que se autofinancia e não recebe dinheiro de ninguém, nem de universidade, nem de partido político, nem de empresa jornalística.
Nossas traduções são produzidas por tradutores voluntários, distribuídas gratuitamente e publicadas por exclusiva decisão e sob exclusiva responsabilidade de quem as publica. Corremos conscientemente, inclusive, o risco, assumido, de nossas traduções serem corrigidas — e portanto, alteradas — por quem as reproduza. Nossas traduções são manifestação da voz dos tradutores. E ninguém que escolha falar livremente aos muitos pode pressupor que esteja protegido de todos os riscos.
Cuidamos, apenas, de preservar os nomes individuais dos tradutores, exclusivamente porque são cidadãos comuns, que não gozam de qualquer proteção, seja pela notoriedade midiática, seja de partido ou instituição política ou governamental.
*****
Para além da polêmica sobre a fidelidade da tradução ao original, o Viomundo considera essencial o princípio de que os tradutores são responsáveis pelos textos traduzidos.
Se o Coletivo da Vila Vudu considera que não é assim, mantemos nossa decisão de retirar a tradução do site.
Concordamos que traduzir é uma tarefa difícil. Nossas próprias traduções, que não são poucas, frequentemente são corrigidas por leitores e comentaristas. Considerando o “efeito Google”, incorporamos as mudanças com rapidez, para impedir que nossos erros sejam replicados.
Concordamos com a proposta de Bernardo Kucinski de que é preciso debater abertamente o assunto.
Para efeito de polemizar, o texto original de Ury Avnery se encontra aqui e a tradução da Vila Vudu se encontra aqui ou aqui ou aqui ou aqui.
Bom debate a todos!
PS do Viomundo: Numa primeira leitura dos comentários, apesar do lamento de muitos sobre a não publicação futura de textos da Vila Vudu, consideramos adequada a nossa decisão. Este site é feito por quatro pessoas (uma delas cuidando de mantê-lo no ar), não é dedicação exclusiva de nenhum de nós e não temos capacitação profissional adequada para confrontar originais com traduções com a perícia necessária para evitar erros, omissões e interpretações equivocadas. Portanto, a partir de agora, só traduções que tragam claramente o nome do tradutor, para que ele responda plenamente pelo conteúdo do trabalho. Quanto às críticas específicas de Bernardo Kucinski à tradução do Coletivo da Vila Vudu, achamos que seria mais justo que ele as fizesse depois de ler e considerar a resposta de Caia Fittipaldi. A Conceição Lemes diz que isso será feito nas próximas horas. Obrigado a todos pela participação!

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