segunda-feira, 27 de março de 2017

Palestina: o Dia da Terra


Atualizado em  05/04/17:


Entidades sindicais realizam audiência pública em solidariedade ao povo palestino



A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e demais entidades sindicais filiadas à Federação Sindical Mundial (FSM) promoveram, nesta terça-feira (4) na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, uma audiência pública como parte das ações do Dia de Solidariedade ao Povo Palestino.

O evento contou com a participação do embaixador da Palestina do Brasil, Ibrahin Alzeben, que fez um resgate histórico sobre a resistência do povo daquele país e agradeceu o apoio internacional. Ele lembrou que o que ocorre na região “não é guerra é genocídio”, ao se referir ao poder belicista de Israel.


Saiba mais sobre a Audiência Pública: https://goo.gl/qa91cx


Conheça o documento de solidariedade ao povo palestino assinado pelas entidades entregue ao embaixador da Palestina no Brasil ao término da Audiência Pública: https://goo.gl/fNIwN5

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Comemoração do Dia da Terra da Palestina





Palestinos: O Dia da Terra

Publicado na Folha de S. Paulo em 29.03.1985.

Por Maurício Tragtenberg*

 Amanhã, dia 30, o povo palestino comemora o “Dia da Terra”, que surgiu como lembrança histórica da resistência que em 1976, os vários palestinos da Galiléia (território ocupado em 1948) manifestaram contra a invasão e ocupação de suas terras pelo Estado em Israel.

 Como acontece nessas ocasiões houve repressão e violência por parte das autoridades militares de ocupação, onde foram indiscriminadamente atingidos homens, mulheres, velhos e crianças. É impossível destruir um povo que por mais de trinta séculos construiu sua cultura, suas obras materiais e espirituais.

 Enquadrada no plano da destruição da cultura e identidade do povo palestino estão as universidades palestinas construídas nas ‘zonas ocupadas’ pelo Estado em Israel.

  Através da Ordenança Militar 854, uma das 1.080 ordenações militares que modificam a legislação jordaniana, em vigor na Cisjordânia, o Estado detém em suas mãos a permissão de funcionamento de qualquer instituição educacional, que implica no controle pelas autoridades do pessoal acadêmico, dos programas e manuais de ensino.

  Uma das iniciativas que afetou gravemente o funcionamento das universidades palestinas nas ‘zonas ocupadas’ foi que a partir de 1983 os professores estrangeiros –na realidade palestinos com passaportes de diversas nacionalidades estrangeiras – tenham que assinar uma declaração, segundo a qual, comprometem-se a não dar apoio algum à OLP nem a qualquer organização terrorista. Ante a recusa unânime do corpo de professores em assinar tal ignominioso papel, a repressão foi terrível.

  A Universidade d’An-Najah teve dezoito professores expulsos, enquanto outros três que estavam no Exterior foram proibidos de ingressar na Cisjordânia. Bir-Zeit perdeu cinco e a Universidade de Bethléem perdeu doze de seus professores.

  O fechamento temporário de universidades é outra medida que as “autoridades” de ocupação lançam mão; entre 1981/2 a Universidade de Bir-Zeit ficou fechada sete meses. A Universidade de An-Najah em 1982/3 ficou fechada durante três meses consecutivos, as Universidades de Bethléem e Hebron conheceram igual destino.

  Com o fim de vencer a resistência cultural palestina, a detenção de estudantes pelos motivos mais fúteis é coisa comum em todas as universidades da Cisjordânia. Os detidos são confinados na prisão de Fara’a, no Vale do Jordão. Segundo a advogada Lea Tsemel, o detido, conforme a “lei de urgência” (do período do Mandato Britânico) pode ficar incomunicável durante dezoito dias, sem culpabilidade definida nem visita de advogado. Por trazer consigo um panfleto ilegal o detido pode assim ficar durante 48 dias.

  O “tratamento” é o mais degradante possível: duchas frias, golpes, insultos.

  O presidente do Conselho de Estudantes de An-Najah, condenado a seis anos de prisão em 1974, não só afirmou ter sido torturado como também afirmou: “todos os prisioneiros palestinos são torturados.”

  Porém, a Universidade de Bir-Zeit é um foco de resistência cultural palestina; organiza atividades culturais fundada na cultura popular palestina. Possui uma biblioteca significativa aberta à consulta pública.

  Os dados a respeito da situação de resistência cultural palestina acima descrita nos foram fornecidos por Sônia Dayan-Herzbrun e Paul Kessler, que testemunham: “O fato de sermos judeus não afeta nossa objetividade em relação ao tema tratado. A consciência de nossa identidade judaica e das responsabilidades inerentes a ela nos levaram a participar do Centro de Cooperação com a Universidade Bir-Zeit.” (Le Monde Diplomatique, julho de 1984)

É o que também pensamos. O “Dia da Terra” é a reafirmação de um povo que pode ser expropriado, espezinhado, torturado, caluniado;vencido nunca.



* Maurício Tragtenberg, 54, professor do Departamento de Ciências Sociais da Fundação Getúlio Vargas SP) e da PUC-SP, escreveu, entre outros livros, “Administração, Poder e Ideologia.


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sábado, 11 de março de 2017

Apresentador israelense denuncia apartheid de Israel na Palestina

Assaf Harel criticou os seus conterrâneos por ignorarem a ocupação israelita em território palestino, num discurso emocionante.


Assef Harel faz dura critica a ocupação da Palestina



Assaf Harel não te deve ser um nome familiar. Trata-se de um humorista israelense de 41 anos, conhecido pelas declarações polêmicas que faz sobre o seu próprio país. Desta vez foi mais longe e tornou-se viral pelos melhores motivos.

Foi no monólogo final do último episódio do seu talkshow “Good Night With Assaf Harel” que o israelense denunciou a forma como Israel tem tratado a Palestina.



Pediu aos israelenses que abram os olhos e se apercebam que o que se passa entre os dois países é um verdadeiro Apartheid. O discurso é claramente dirigido aos seus conterrâneos, que critica por ignorarem a ocupação israelense em território palestino: “Como estamos do lado bom, nunca nos preocupamos”, “Nós temos abusado dos palestinos diariamente durante anos, temos-lhes negado direitos básicos”, “Nós estamos bem. Mas há milhões de pessoas por quem somos responsáveis que vivem num estado horrível.”

Harel atacou alguns dos assuntos mais tabu em Israel e o vídeo da sua intervenção tem sido muito partilhado nas redes sociais e chega numa momento político crucial para a região.

Depois de anos de um relacionamento frio entre Washington e Israel, quando tomou posse Donald Trump declarou que está do lado do primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu. Passado pouco tempo recuou. Os confusos compromissos diplomáticos entre os dois países já afetaram assuntos como a mudança da embaixada dos Estados Unidos de Telavive para Jerusalém, a construção de novos colonatos judaicos ou a polémica “solução de dois estados” para resolver o conflito israelo-palestino.

No meio de tudo isto, não fica claro em que fase está o processo de paz.

Os últimos desenvolvimentos com os Estados Unidos têm encorajado a direita radical israelense a achar que assistimos a uma “nova era”.

Importa dizer que “Good Night With Assaf Harel” era um dos programas mais controversos emitidos pela televisão israelense e que não vai ser renovado para mais uma temporada na sequência das fracas audiências – apesar de ter sido altamente seguido nas redes sociais.

O programa chegou a ser multado por causa de um episódio em que Harel ridicularizou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

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