quinta-feira, 14 de abril de 2011

As relações militares entre Brasil e Israel - 06




BRASIL – ISRAEL – FORÇAS ARMADAS – IV

TERÇA-FEIRA, 12 DE ABRIL DE 2011

Laerte Braga

Laerte Braga
Em tempos passados – não sei hoje – era comum entre estudantes o “ajeitar aquela menina para você”, ou “aquele menino”. Era um jogo simples. O menino ou menina tímidos não chegavam à menina ou menino desejados. Um terceiro funcionava como pombo correio e não raro esse pombo correio acabava ficando ou com a menina, ou com o menino.

Com um país é diferente.

A política externa do chanceler Celso Amorim, a presença de Samuel Pinheiro Guimarães no governo (primeiro no Itamaraty e em seguida na Secretaria Geral de Assuntos Estratégicos), aliada aos avais de Lula às suas atitudes desses ministros gerou um descontentamento sem tamanho nos EUA. De saída, nos primeiro momentos do governo Lula, em meio às muitas bombas de efeito retardado deixadas por Fernando Henrique Cardoso, o presidente, literalmente, segurou o governo do venezuelano Hugo Chávez, eleito e reeleito pelo voto – foi confirmado também num referendo popular.

Bush ainda era o presidente dos EUA e sua secretária de Estado Condoleezza Rice andou por aqui tentando algum espaço para as políticas imperiais e totalitárias do Calígula de plantão na Casa Branca (sede do conglomerado EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A).

Tirando o rapapé de ser recebida pelo ministro Amorim, pelo presidente a senhora em questão programou uma palestra em São Paulo (onde mais?) e à falta de público a segurança norte-americana pediu aos repórteres que cobriam o evento que se assentassem nos lugares vazios impedindo o fracasso total.

O Brasil foi “ajeitado” para Israel num momento que tanto nos EUA, como aqui – elites militares, grandes empresários, bancos e latifúndios – se percebeu que o País despontava como protagonista no processo político e econômico em todo o mundo e de uma forma tal que não agradava aos senhores da chamada nova ordem econômica.

A Marinha Brasileira dispõe de tecnologia nacional para a fabricação de submarinos movidos a energia nuclear desde os tempos do governo de FHC. As verbas para que esse objetivo fosse alcançado – quatro submarinos nucleares são suficientes para garantir a costa brasileira – sumiram, não foram liberadas.

A Força Aérea Brasileira desde o governo de FHC vem tendo protelado o processo de compra de caças indispensáveis à segurança nacional no sentido real da palavra (não aquele de câmaras de tortura), mas de garantia da integridade do nosso território e da soberania brasileira, por pressões de norte-americanos, sócios da EMBRAER – EMPRESA BRASILEIRA DE AERONÁUTICA – que, já àquele tempo, despontava como das mais promissoras em todo o mundo no setor de construção aeronáutica.

De cara descartaram, nas pressões, o melhor caça na opinião dos entendidos do assunto, o russo SUKHOI 22, num acordo que implicava em transferência de tecnologia. Há dias a presidente Dilma Rousseff adiou a solução do problema (os norte-americanos não admitem que sejam comprados aviões que não os da BOEING, assim controlam a FAB).

Nesse processo todo, figuras execráveis como Nelson Jobim, comandantes militares, banqueiros (o sistema bancário brasileiro é todo ele controlado por bancos estrangeiros, exceto os estatais – CEF e Banco do Brasil e o BRADESCO, mesmo assim com participação de grupos estrangeiros no caso desse último) e empresas de armas do Brasil, empresas de armas do exterior (à época que a IMBEL e a ENGESA funcionavam, numa história que os senhores da ditadura ocultam, um navio brasileiro com armas brasileiras, foi abordado por uma frota pirata norte-americana e as armas confiscadas, tal a qualidade em relação às norte-americanas).

O curso de todo esse processo implicou numa coisa simples. Se o Brasil não se alinha aos EUA – governo Lula – vamos ajeitar, as figuras acima citadas, comandantes militares que obedecem ao comando de Washington, para que Israel fique com o País.

A despeito da política externa de Lula, o Brasil hoje sofre um processo constante e acelerado de intervenção do estado terrorista de Israel tanto na indústria bélica, como em todos os setores, inclusive no Judiciário, depois do acordo assinado pelo presidente sionista do STJ com o Banco Mundial.

A AEL, ARES AEROESPACIA E DEFESA S/A, PERISCÓPIO, OPTRÔNICOS EQUIPAMENTOS S/A, ELBIT (que adquiriu a AEROELETRÔNICA indústria de componentes aviônicos em negócio de dois bilhões e trezentos milhões de dólares), tudo no tal de “ajeitar” o Brasil para Israel e permitir uma política que implicasse, como implica, no controle da maioria das ações da Força Aérea Brasileira – NORTHROP F-5. Isso num outro “ajeite”, digamos assim, uma prática destinada a ganhar concessões e contratos do governo federal.

A AEL funciona em Porto Alegre e emprega 130 trabalhadores. Desenvolve e fabrica sistemas aviônicos vendidos no Brasil e na América Latina e fornece – o pulo do gato - a manutenção para estes sistemas (vale dizer que na eventualidade de um impasse entre o Brasil e Israel eles param a FAB. A dependência é quase que absoluta.

Em 2009 a ELIBIT adquiriu outras duas empresas brasileiras produtoras de armas, a ARES e a PERISCÓPIO. Ver em: Elbit becomes majority share holder in AEL, também em: Elbit Systems hiring locals to win large Brazilian tenders (artigo de Yoram Gabison) Os certificados e especificações estão em: Elbit Systems Ltd..

As duas empresas (AEL e Elbit) fornecem sistemas eletrônicos de defesa ao Exército brasileiro, como a outros países latino-americanos e operam no Rio de Janeiro, onde empregam cerca de setenta trabalhadores. Num impasse em que esses sistemas sejam necessários o Exército brasileiro só marcha se Israel consentir.

Têm contratos com a FAB para o PROGRAMA BRASILEIRO DE MODERNIZAÇÃO DE AERONAVES F-5 no valor de 230 milhões de dólares e em 2009 houve um adicional para a produção de “sistemas mais avançados”. O Brasil tem 46 aeronaves F-5. Só saem do chão se os interesses de Israel não estiverem contrariados, caso contrário é ferro velho.

Com a EMBRAER privatizada por FHC o Brasil e a empresa (os EUA têm o poder de vetar vendas como fizeram em relação ao desejo da Venezuela de comprar Tucanos, a tecnologia dos aviônicos é deles e não nossa) a ELBIT trabalha sistemas de produção e apoio logístico ao programa Aeronaves Super Tucano AL-X (começaram a ser desenvolvidas no País com a empresa estatal, foram ajeitadas para Israel no jogo da traição e prostituição de boa parte dos militares e das elites políticas e econômicas do Brasil. Por exemplo, um dos que recebe soldo dessa gente é o deputado tucano Eduardo Azeredo).

Essas empresas trabalham fornecer sistemas EW de guerra eletrônica para o programa de atualização do jato AMX para a FAB num contrato de 187 milhões de dólares. Todo esse espaço vem sendo ocupado à medida que o Brasil é “ajeitado” para Israel.

Uma subsidiária da ELBIT, a ELISRA executa contratos obtidos pela empresa principal e fornecerá o computador central da missão de batalha do AMX; os sistemas de exibição e gerenciamento de munições e sistemas adicionais, tudo num emaranhado de empresas empreiteiras do setor e sub-empreteiras, todas de Israel. Leia em Elbit Systems acquires two Brazilian companies

Em 2009, após assumir o comando da FAB a ELBIT consegue o seu primeiro contrato com o Exército brasileiro. Torres não tripuladas para serem instaladas em veículos blindados. A subsidiária da AEL ganhou um contrato de 260 milhões de dólares para torres de veículos armados não tripulados para o Projeto Guarani do Brasil (quer dizer, de Israel). Em adicionais no curso do contrato as novas torres suportam canhões de montagem automática de 30 milímetros, mas só disparam se Israel deixar.

Essas torres serão integradas aos veículos VBTP-MR GUARANI blindados 6X6, desenvolvidos pela IVECO. Isso, de acordo com a DEFESA UPDATE, uma publicação israelense. Implica em torre blindada que inclui cabo coaxial para montar metralhadora de 7,62 milímetros num sistema de controle fogo avançado com acompanhamento automático do alvo. Computação balística, gestão de sensores e displays. A entrega das torres vai ser determinada dentro de um calendário e um perfil de financiamento plurianual que, em tese, será definido pelas partes.

Na prática, como ajeitaram o Brasil duma maneira tal que já está na cama, isso significa transformar o nosso País no Israel latino-americano que, por sua vez, significa eventuais e futuros conflitos militares (previstos num relatório da ONU da década de 70) com países vizinhos hostis aos EUA, caso da Venezuela, Bolívia e outros.

O Exército brasileiro disporá de três mil novos tanques em 2030, mas que só funcionarão em favor dos interesses de Israel e dos EUA. Caso contrário será só ferro velho. Abrimos mão de dispor de nossas tecnologias para entregar o País. A subsidiária FIAT/IVECO ganhou o contrato para produzir os novos tanques com opção anfíbia e estão sendo produzidos em Sete Lagoas, Minas Gerais. 

Em 11 de dezembro de 2010 o Brasil comprou duas UAVs HERMES 450 e uma estação terrestre da Aeroeletrônica em Porto Alegre para uso militar. Pode ser verificado em vários artigos, em inglês, que listamos a seguir:


Num show que percorreu o Brasil (enquanto a censura deixou) na década de 60, o cantor e humorista Ary Toledo, costumava cantar uma canção que falava sobre a descoberta do Brasil e num determinado momento tratava da nossa independência.

Ao final pronunciava assim a palavra independência – “ind’é pendente.”

Teve que explicar aos nossos gênios militares o que queria dizer com isso.

O Brasil foi e continua sendo ajeitado no seu todo para Israel.

O conglomerado EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A constrói aqui o futuro da América Latina. Semelhante ao do Oriente Médio nos dias atuais.

Tem a cumplicidade de figuras do governo, chefes militares, políticos, banqueiros, grandes empresários que no efeito cascata se beneficiam dos “negócios” – empresários não têm pátria – e do latifúndio interessado e lutando pela volta do modelo antigo de escravidão (ainda não se adaptou ao atual).


quarta-feira, 13 de abril de 2011

Posição do governo brasileiro sobre a Líbia


Entrevista com o Embaixador do Brasil na Líbia, George Ney, concedida a Radio Vaticano em 13/04/2011:


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Nota nº 120

Situação na Líbia

Ao lamentar a perda de vidas decorrente do conflito no país, o Governo brasileiro manifesta expectativa de que seja implementado um cessar-fogo efetivo no mais breve prazo possível.

Situação na Líbia

21/03/2011 - Ao lamentar a perda de vidas decorrente do conflito no país, o Governo brasileiro manifesta expectativa de que seja implementado um cessar-fogo efetivo no mais breve prazo possível, capaz de garantir a proteção da população civil, e criar condições para o encaminhamento da crise pelo diálogo.

O Brasil reitera sua solidariedade com o povo líbio na busca de uma maior participação na definição do futuro político do país, em ambiente de proteção dos direitos humanos.

O Governo brasileiro reafirma seu apoio aos esforços do Enviado Especial do Secretário-Geral da ONU para a Líbia, Abdelilah Al Khatib, e do Comitê ad hoc de Alto Nível estabelecido pela União Africana na busca de solução negociada e duradoura para a crise.

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Situation in Libya

While mourning the loss of lives due to the conflict in the country, the Brazilian Government expects that an effective cease-fire be implemented with the utmost brevity, so as to ensure the protection of the civil population and to create the conditions to solve this crisis through dialogue.

Brazil reiterates its solidarity toward the Libyan people in their search for greater say in their country’s political future, within an environment of human rights protection.

The Brazilian Government reaffirms its support to the efforts of the United Nations Secretary-General Special Envoy to Libya, Abdelilah Al Khatib, and of the High Level Ad Hoc Committee established by the African Union to seek a negotiate and lasting solution to the crisis.


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Nota nº 103

Aprovação da Resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU sobre a Líbia

Intervenção da Representante Permanente do Brasil junto à ONU, Embaixadora Maria Luisa Viotti, na sessão do Conselho.

N Photo/Paulo Filgueiras
Aprovação da Resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU sobre a Líbia
Conselho de Segurança, 17/03/11


17/03/2011 -
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas aprovou, hoje, 17/3, a Resolução 1973 que autoriza o uso da força na Líbia com base no Capítulo VII da Carta da ONU. A Resolução foi aprovada por 10 votos a favor, nenhum contra e 5 abstenções - da Alemanha, Brasil, China, Índia e Rússia.

Segue, abaixo, a intervenção da Representante Permanente do Brasil junto à ONU, Embaixadora Maria Luisa Viotti, na sessão do Conselho.

“Senhor Presidente,

O Brasil está profundamente preocupado com a deterioração da situação na Líbia. Apoiamos as fortes mensagens da Resolução 1970 (2011), adotada por consenso por este Conselho.

O Governo do Brasil condenou publicamente o uso da violência pelas autoridades líbias contra manifestantes desarmados e exorta-as a respeitar e proteger a liberdade de expressão dos manifestantes e a procurar uma solução para a crise por meio de diálogo significativo.

Nosso voto de hoje não deve de maneira alguma ser interpretado como endosso do comportamento das autoridades líbias ou como negligência para com a necessidade de proteger a população civil e respeitarem-se os seus direitos.

O Brasil é solidário com todos os movimentos da região que expressam suas reivindicações legítimas por melhor governança, maior participação política, oportunidades econômicas e justiça social.
Condenamos o desrespeito das autoridades líbias para com suas obrigações à luz do direito humanitário internacional e dos direitos humanos.

Levamos em conta também o chamado da Liga Árabe por medidas enérgicas que dêem fim à violência, por meio de uma zona de exclusão aérea. Somos sensíveis a esse chamado, entendemos e compartilhamos suas preocupações.

Do nosso ponto de vista, o texto da resolução em apreço contempla medidas que vão muito além desse chamado. Não estamos convencidos de que o uso da força como dispõe o parágrafo operativo 4 (OP4) da presente resolução levará à realização do nosso objetivo comum – o fim imediato da violência e a proteção de civis.

Estamos também preocupados com a possibilidade de que tais medidas tenham os efeitos involuntários de exacerbar tensões no terreno e de fazer mais mal do que bem aos próprios civis com cuja proteção estamos comprometidos.

Muitos analistas ponderados notaram que importante aspecto dos movimentos populares no Norte da África e no Oriente Médio é a sua natureza espontânea e local. Estamos também preocupados com a possibilidade de que o emprego de força militar conforme determinado pelo OP 4 desta resolução hoje aprovada possa alterar tal narrativa de maneiras que poderão ter sérias repercussões para a situação na Líbia e além.

A proteção de civis, a garantia de uma solução duradoura e o atendimento das legítimas demandas do povo líbio exigem diplomacia e diálogo.

Apoiamos os esforços em curso a esse respeito pelo Enviado Especial do Secretário-Geral e pela União Africana.

Nós também saudamos a inclusão, na presente resolução, de parágrafos operativos que exigem um imediato cessar-fogo e o fim à violência e a todos os ataques a civis e que sublinham a necessidade de intensificarem-se esforços que levem às reformas políticas necessárias para uma solução pacífica e sustentável. Esperamos que tais esforços continuem e tenham sucesso.

Obrigada.”

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Adoption of United Nations Security Council Resolution 1973 on Libya

The Security Council of the United Nations Organization adopted, on 17 March 2011, Resolution 1973, which authorizes the use of force in Libya based on Chapter VII of the United Nations Charter. The Resolution was adopted by a vote of 10 to zero, with 5 abstentions: Brazil, China, Germany, India and Russia.

The explanation of the vote by the Permanent Representative of Brazil to the UN, Ambassador Maria Luisa Viotti, on the UNSC session, follows bellow.

“Mr. President,

Brazil is deeply concerned at the deteriorating situation in Libya.
We regret that the strong messages of Resolution 1970 have not been heeded so far.

The Government of Brazil has publicly condemned the use of violence by the Libyan authorities and called on them to uphold and protect the right of free expression of the protesters and to seek a solution to the crisis through meaningful dialogue.

Our vote today should in no way be interpreted as condoning the behaviour of the Libyan authorities or as disregard to the need to protect civilians and respect their rights.

Brazil stands in solidarity with all movements in the region expressing their legitimate demands for better governance, more political participation, economic opportunities and social justice.  

We condemn the Libyan authorities’ disregard for their obligations under international humanitarian law and human rights.  

We also pay due regard to the Arab League’s call for strong measures to stop the violence, through a no-flight zone.   We are sensitive to their call and understand and share their concerns.

It is our view, however, that the text of the resolution before us contemplates measures that go much beyond such call.  We are not convinced that the use of force as contemplated in the present resolution will lead to the realisation of our most important objective – the immediate end of violence and the protection of civilians.

We are also concerned that such measures may have the unintended effect of exacerbating tensions on the ground and causing more harm than good to the very same civilians we are committed to protecting.

Many thoughtful commentators have noted that an important aspect of the popular movements in the North of Africa and the Middle East is their spontaneous, home grown nature.  We are also concerned at the possibility that the use of military force as called for by today’s resolution change that narrative in ways that can have serious repercussions for the situation in Libya and in the broader Middle East. 

No military action alone will succeed in bringing the conflict to an end. Protecting civilians, ensuring a lasting settlement, and addressing the legitimate demands of the Libyan people demand a political process. 

We support the efforts being made in this regard by the Special Envoy of the Secretary-General and by the African Union.  

We also welcome the inclusion, in today’s resolution, of operative paragraphs demanding an immediate cease-fire and a complete end to violence and all attacks against, and abuses of, civilians, and stressing the need to intensify efforts conducive to the political reforms necessary for a peaceful and sustainable solution.

Thank you”


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DEMAIS NOTAS EMITIDAS PELO ITAMARATY:


  • 79 - 28/02/2011 




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Itamaraty desativa sua embaixada na Líbia
São Paulo, sábado, 05 de março de 2011

DE BRASÍLIA
DE PEQUIM
DO ENVIADO A BREGA


O aumento da violência levou o Itamaraty a retirar os dois funcionários brasileiros que trabalhavam na embaixada na Líbia. O único a ficar foi o embaixador George Ney de Souza Fernandes, que não tem previsão de volta.

Sem funcionários, a representação do Brasil na Líbia foi desativada na prática, apesar da presença do embaixador. O Itamaraty tem tido dificuldade de contato com ele. Durante toda a tarde de ontem, as comunicações foram feitas apenas por fax.

O ministério disse que o embaixador ficaria, pelo menos, até garantir que todos os brasileiros deixem a Líbia. Mas não foi decidido ainda se ele permanece ou volta ao Brasil depois disso.
Os brasileiros repatriados são o diplomata Márcio Augusto dos Anjos e sua mulher, além da oficial de chancelaria Ludmilla Henriques.

O técnico em manutenção de aviões André Luís Claro Poças, último brasileiro na Líbia com exceção de jornalistas e diplomatas, espera deixar hoje o país.

Poças estava até anteontem em Brega, onde trabalha na empresa Petroair, mas foi retirado depois que a cidade se tornou foco de violentos confrontos. Com a ajuda do Itamaraty, Poças espera deixar a Líbia hoje de navio pelo porto de Benghazi.

Ele deixa um país completamente diferente daquele que encontrou quando chegou à Líbia em 2007. "As pessoas evitavam até falar no nome do Gaddafi", diz. "Agora perderam o medo."

Ontem, em Pequim, o chanceler Antonio Patriota afirmou que o Brasil se opõe a qualquer ação militar na Líbia sem o aval da ONU.

Em nota, o chanceler diz que o Brasil só apoia uma zona de proibição de voos no espaço aéreo líbio ou "qualquer outra iniciativa militar naquele país" dentro do "marco estrito do respeito à Carta da ONU, no âmbito do Conselho de Segurança".

A declaração ocorre um dia após o presidente americano, Barack Obama, levantar possibilidade de uma ação militar na Líbia para solucionar a crise no país.




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