sexta-feira, 1 de julho de 2011

Palestinos irão a ONU brigar por seu Estado


Palestinos irão a ONU brigar por seu Estado

Por Ana Flávia Marx
anaflaviamarx@gmail.com

AFP

Palestinos prometem levar à votação o reconhecimento de seu Estado na Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas, em articulação unilateral. Enquanto isso, o Governo de Israel se movimenta para barrar a discussão no fórum internacional e solicita que seus correligionários divulguem a posição do país no mundo a fora.

A Organização para a Libertação Palestina – OLP- reiterou que fará a discussão em setembro no fórum da ONU.  O pleito dos palestinos é que a ONU reconheça seu Estado nas fronteiras antes da Guerra dos Seis Dias Arábico-Israelense de 1967, o que deixaria assentamentos judaicos fora de Israel. Estima-se que cerca de 300 mil colonos israelenses vivam na Cisjordânia.

O pedido será avaliado pelo Conselho de Segurança da ONU e depois segue para votação, em que os palestinos devem ter pelo menos dois terços dos votos da Assembleia Geral, que é constituída de 128 países. Mesmo em momento de campanha, os palestinos encontram dificuldades quanto à sustentação política do processo, pois forte aliado do governo Israelense e com grande articulação dentro da Assembleia da ONU, os Estados Unidos, que mantém o status ilegal de ocupação e domínio sobre os palestinos, podem usar o poder de veto para retirar a discussão da pauta.

Segundo o presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil, Emir Mourad, as próprias resoluções da ONU, reconhecem o direito inalienável do povo palestino ao retorno e autodeterminação. Os refugiados palestinos, cadastrados pela ONU, somam mais de cinco milhões e pela própria resolução do fórum internacional, eles têm o direito ao retorno aos seus lares na Palestina de onde foram expulsos a partir de 1947 pelas milícias sionistas e que mais tarde resultou na criação do estado de Israel. Nessa época foram destruídas, varridas do mapa, mais de 500 aldeias e cidades palestinas.

“A ONU já emitiu várias resoluções onde Israel tem que se retirar dos territórios palestinos ocupados para que possa estabelecer seu estado independente e soberano. Estados Unidos e Israel e outras potências militares, mantém pela força das armas essa situação ilegal e criminosa”, argumenta Emir.

Durante o lançamento da campanha pelo Estado Palestino no Brasil, o embaixador da Palestina no Brasil Ibrahim al-Zeben, demonstrou estar otimista com o momento palestino, após “Primavera Árabe”, movimento que levou milhares de manifestantes às ruas no Oriente Médio por mudanças políticas e econômicas.

“Estamos melhor que antes, com a perspectiva de restaurar a unidade nacional e transformar a OLP, com o retorno do diálogo entre o Hamas e o Fatah. As massas disseram: chega de divisão e pediram a unidade nacional para já”, disse Ibrahim durante ato em São Paulo.

Histórico

A briga entre palestinos e israelenses é antiga e frequentemente faz parte da pauta mundial. Isso se deve porque desde a proclamação do Estado de Israel, em 1947, quando a Organização das Nações Unidas recomendaram a partição da Palestina em um Estado Judeu, um Estado Árabe e uma administração direta das Nações Unidas em Jerusalém. A proposta foi aceita pelos israelenses, porém rejeitada pelos líderes árabes.

 A Organização para Libertação da Palestina - OLP - é membro observador da ONU desde 1974. Tem embaixadas em mais de 120 países que reconhecem a OLP como única e legitima representante do povo palestino. No Brasil, desde 1979, a OLP tem seu escritório que foi aumentando de status e hoje atua praticamente como uma embaixada no país.

terça-feira, 28 de junho de 2011

CUT em campanha pelo Estado Palestino, já!


CUT em campanha pelo Estado Palestino, já!

20/06/2011

Embaixador da Palestina, Ibrahim Alzeben é recebido por lideranças cutistas na sede nacional


Quintino Severo, João Felício e Artur Henrique (CUT), Embaixador Ibrahim Alzeben, Elayan Alladin e Emir Mourad
O embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, visitou a sede nacional da CUT na tarde desta segunda-feira (20) onde foi recebido por membros da executiva, que manifestaram a solidariedade da Central à luta contra a agressão israelense e pelo reconhecimento do direito do povo palestino a uma nação livre e soberana.

“Vamos colocar nas ruas nos próximos dias uma campanha absolutamente ativa em defesa da criação do Estado palestino, já! A hora é de ampliar a mobilização e colocar pressão articulada, nacional e internacionalmente, para que se faça justiça”, afirmou o presidente da CUT, Artur Henrique, lembrando que a ONU deverá levar o tema à votação até o mês de setembro.

Em recente reunião com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em Brasília, Artur foi escolhido para falar em nome das centrais sindicais brasileiras. Na oportunidade, cobrou três questões da entidade internacional: o fim da agressão militar da OTAN à Líbia, o fim do criminoso bloqueio dos EUA a Cuba e o reconhecimento do Estado palestino. “Temos historicamente uma relação de respeito e solidariedade à causa palestina. A campanha que vamos desenvolver no Brasil contempla a necessidade de formação e informação, uma vez que os meios de comunicação desinformam com uma linguagem que apenas reproduz preconceitos”, sublinhou o presidente cutista.

De acordo com o secretário de Relações Internacionais da CUT, João Antonio Felício, que visitou recentemente a Palestina, a ideia da campanha é dar muita visibilidade ao tema, colocando a questão entre as prioritárias na agenda da ONU. “Estivemos em Ramalah e em várias cidades palestinas e pudemos ver de perto o que significa a ocupação militar israelense, a agressão e o desrespeito aos direitos humanos a que a população vem sendo submetida e segregada pelo muro do apartheid, pelo assalto à sua terra e sua água, pela multiplicação dos postos militares de controle. Nossa campanha será ampla, envolvendo a Confederação Sindical Internacional (CSI), as entidades sindicais e movimentos sociais que desejaram somar sua voz contra os reiterados abusos praticados por Israel, pela paz e a justiça”, sublinhou João Felício.

Agradecendo “as palavras de estímulo e solidariedade”, que se concretizam com a realização campanha “que se estenderá nacional e horizontalmente”, o embaixador Ibrahim Alzeben destacou a importância do Conselho de Segurança da ONU levar à votação a criação do Estado palestino até o mês de setembro. A quase totalidade dos países é contrária à colonização e os Estados Unidos, que diz oficialmente ser contra, ficará isolado caso se pronuncie em favor de Israel, avalia o embaixador. “Por isso é importante dar a dimensão do apoio que estamos recebendo”.

“Defendemos a retomada do diálogo com Israel e um acordo sobre as bases do direito internacional, seguindo um calendário a ser respeitado. A crescente solidariedade nos ajuda para que a ONU se pronuncie e reconheça o direito dos palestinos ao seu Estado, dentro das fronteiras de 1967”, acrescentou Ibrahim. O embaixador condenou a “política de fato consumado”, onde os israelenses vão expandindo suas colônias com base em territórios roubados, logo plenamente militarizados. “Precisamos reconstruir a confiança entre os dois povos e isso se dará com o respeito ao direito internacional, com a retirada das tropas e o direito ao retorno dos refugiados, com paz e justiça. Por isso buscamos a negociação, mas também somamos apoios para que, após tantos anos, finalmente tenhamos reconhecido o Estado palestino”, frisou.

Também participaram da reunião o secretário-geral da CUT, Quintino Severo, e dirigentes de entidades árabes no Brasil como Elayyan Alladin e Emir Mourad.


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