CUT em campanha pelo Estado Palestino, já!
20/06/2011
Embaixador da Palestina, Ibrahim Alzeben é recebido por lideranças cutistas na sede nacional
Escrito por: Leonardo Wexell Severo
Quintino Severo, João Felício e Artur Henrique (CUT), Embaixador Ibrahim Alzeben, Elayan Alladin e Emir Mourad |
O embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, visitou a sede nacional da CUT na tarde desta segunda-feira (20) onde foi recebido por membros da executiva, que manifestaram a solidariedade da Central à luta contra a agressão israelense e pelo reconhecimento do direito do povo palestino a uma nação livre e soberana.
“Vamos colocar nas ruas nos próximos dias uma campanha absolutamente ativa em defesa da criação do Estado palestino, já! A hora é de ampliar a mobilização e colocar pressão articulada, nacional e internacionalmente, para que se faça justiça”, afirmou o presidente da CUT, Artur Henrique, lembrando que a ONU deverá levar o tema à votação até o mês de setembro.
Em recente reunião com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em Brasília, Artur foi escolhido para falar em nome das centrais sindicais brasileiras. Na oportunidade, cobrou três questões da entidade internacional: o fim da agressão militar da OTAN à Líbia, o fim do criminoso bloqueio dos EUA a Cuba e o reconhecimento do Estado palestino. “Temos historicamente uma relação de respeito e solidariedade à causa palestina. A campanha que vamos desenvolver no Brasil contempla a necessidade de formação e informação, uma vez que os meios de comunicação desinformam com uma linguagem que apenas reproduz preconceitos”, sublinhou o presidente cutista.
De acordo com o secretário de Relações Internacionais da CUT, João Antonio Felício, que visitou recentemente a Palestina, a ideia da campanha é dar muita visibilidade ao tema, colocando a questão entre as prioritárias na agenda da ONU. “Estivemos em Ramalah e em várias cidades palestinas e pudemos ver de perto o que significa a ocupação militar israelense, a agressão e o desrespeito aos direitos humanos a que a população vem sendo submetida e segregada pelo muro do apartheid, pelo assalto à sua terra e sua água, pela multiplicação dos postos militares de controle. Nossa campanha será ampla, envolvendo a Confederação Sindical Internacional (CSI), as entidades sindicais e movimentos sociais que desejaram somar sua voz contra os reiterados abusos praticados por Israel, pela paz e a justiça”, sublinhou João Felício.
Agradecendo “as palavras de estímulo e solidariedade”, que se concretizam com a realização campanha “que se estenderá nacional e horizontalmente”, o embaixador Ibrahim Alzeben destacou a importância do Conselho de Segurança da ONU levar à votação a criação do Estado palestino até o mês de setembro. A quase totalidade dos países é contrária à colonização e os Estados Unidos, que diz oficialmente ser contra, ficará isolado caso se pronuncie em favor de Israel, avalia o embaixador. “Por isso é importante dar a dimensão do apoio que estamos recebendo”.
“Defendemos a retomada do diálogo com Israel e um acordo sobre as bases do direito internacional, seguindo um calendário a ser respeitado. A crescente solidariedade nos ajuda para que a ONU se pronuncie e reconheça o direito dos palestinos ao seu Estado, dentro das fronteiras de 1967”, acrescentou Ibrahim. O embaixador condenou a “política de fato consumado”, onde os israelenses vão expandindo suas colônias com base em territórios roubados, logo plenamente militarizados. “Precisamos reconstruir a confiança entre os dois povos e isso se dará com o respeito ao direito internacional, com a retirada das tropas e o direito ao retorno dos refugiados, com paz e justiça. Por isso buscamos a negociação, mas também somamos apoios para que, após tantos anos, finalmente tenhamos reconhecido o Estado palestino”, frisou.
Também participaram da reunião o secretário-geral da CUT, Quintino Severo, e dirigentes de entidades árabes no Brasil como Elayyan Alladin e Emir Mourad.
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