O chefe de gabinete da Autoridade Nacional Palestina (ANP) e da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) Hussein Al-Araj recebeu a 2ª Missão de Solidariedade ao Povo Palestino em Ramallah, Cisjordânia, neste sábado (20). O grupo apresentou as entidades que o compõem e falou da importância da causa palestina no Brasil, enquanto Al-Araj ressaltou o papel do governo brasileiro no reconhecimento do Estado da Palestina.
Antônio Barreto de Souza, representante do Cebrapaz, entrega documentos a Hussein Al-Araj, chefe de gabinete do presidente da OLP e da ANP Mahmoud Abbas. Foto: Moara Crivelente |
O oficial representa o presidente da ANP e da OLP, Mahmoud Abbas, que está na Jordânia. Em seu nome,Al-Araj reconheceu o empenho do Brasil pela causa palestina e agradeceu pelo apoio, primeiro, quando o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou o reconhecimento do Estado da Palestina na América Latina, em 2010.
Os membros das entidades que formam o Comitê pelo Estado da Palestina, organizador da missão, falaram da causa palestina e da solidariedade que prestam ao povo palestino na sua luta pela
Os membros das entidades que formam o Comitê pelo Estado da Palestina, organizador da missão, falaram da causa palestina e da solidariedade que prestam ao povo palestino na sua luta pela
libertação contra a ocupação sionista, promovida pelo governo de Israel, e ressaltou o objetivo primordial de estabelecimento e reconhecimento internacional do Estado independente e soberano da Palestina.
Al-Araj falou da estratégia que a OLP escolheu empregar, abdicando da luta armada pelo investimento nas parcerias estratégicas com países como o Brasil, assim como pelo direito internacional, através das agências da ONU e através do Tribunal Internacional de Justiça, para o qual uma denúncia contra Israel é elaborada pela ANP.
A OLP é formada por 13 partidos políticos palestinos, entre os quais está o Fatah, partido do presidente Abbas e do ex-presidente e líder da resistência palestina, Yasser Arafat; a Frente de Libertação da Palestina; o Partido Popular Palestino; a Frente Popular de Libertação da Palestina; a Frente de Luta Popular Palestina; entre outros.
Entre os maiores partidos palestinos, estão ausentes da OLP apenas o Hamas, que governa a Faixa de Gaza desde 2007; a Jihad Islâmica e o Partido de Libertação. Entretanto, Al-Araj garantiu que as negociações de aproximação entre esses partidos e a OLP seguem ativas, com previsões otimistas para que eleições nacionais sejam realizadas ainda antes de outubro de 2013, já que os três partidos representam 23% do eleitorado palestino na Cisjordânia.
A OLP foi estabelecida em 1964 e é declarada pelos partidos que a integram, assim como pela comunidade internacional, como o único representante legítimo do povo palestino. Por isso, foi incorporada como entidade observadora na Assembleia Geral da ONU e reconhecida até mesmo por Israel, através dos Acordos de Oslo da década de 1990, como “o único representante do povo palestino”.
A OLP é formada por 13 partidos políticos palestinos, entre os quais está o Fatah, partido do presidente Abbas e do ex-presidente e líder da resistência palestina, Yasser Arafat; a Frente de Libertação da Palestina; o Partido Popular Palestino; a Frente Popular de Libertação da Palestina; a Frente de Luta Popular Palestina; entre outros.
Entre os maiores partidos palestinos, estão ausentes da OLP apenas o Hamas, que governa a Faixa de Gaza desde 2007; a Jihad Islâmica e o Partido de Libertação. Entretanto, Al-Araj garantiu que as negociações de aproximação entre esses partidos e a OLP seguem ativas, com previsões otimistas para que eleições nacionais sejam realizadas ainda antes de outubro de 2013, já que os três partidos representam 23% do eleitorado palestino na Cisjordânia.
A OLP foi estabelecida em 1964 e é declarada pelos partidos que a integram, assim como pela comunidade internacional, como o único representante legítimo do povo palestino. Por isso, foi incorporada como entidade observadora na Assembleia Geral da ONU e reconhecida até mesmo por Israel, através dos Acordos de Oslo da década de 1990, como “o único representante do povo palestino”.
Representações políticas
A missão brasileira também se reuniu com outros membros do Conselho Nacional Palestino, entre representantes do partido Fatah, da Frente Popular para a Libertação da Palestina, do Partido de Luta Popular, da União Geral de Mulheres Palestinas e da Juventude do Fatah.
Na sede do Fatah, Mohamed Odeh, presidente do Comitê da América Latina, também falou sobre o apoio dado pelo governo brasileiro à causa palestina e à criação de um Estado independente, em contraposição à negligência imperialista de potências como os Estados Unidos e outras europeias.
Odeh comentou sobre a visita do presidente dos EUA Barack Obama a Israel e à Palestina, quando tentou reavivar as conversações de paz com declarações retóricas e carentes de conteúdo efetivo, em março.
Os assessores de Obama foram enviados à sede do Fatah, segundo Odeh, para perguntar qual é a postura do partido e o que espera das negociações. Indignado com a motivação da visita, uma vez que os EUA têm se envolvido diretamente nas negociações entre Israel e Palestina principalmente desde as negociações de Oslo e já sabem qual é a postura palestina, Odeh pergunta: “mas o que os EUA estiveram fazendo nesses 20 anos em que se dizem mediadores? O que queremos é ser tratados como seres humanos”.
Abdallah Abdallah, membro do Conselho Legislativo palestino, também do Fatah, reafirmou a importância das parecerias internacionais para a luta palestina por um Estado independente, embora Omar Shehade, da Frente Popular para a Libertação da Palestina (de orientação marxista-leninista, fundada em 1967), disse não acreditar em uma “solução de dois Estados”, uma vez que Israel faz de tudo para não permitir que isso aconteça, principalmente através da construção de colônias judias em território palestino.
Convidada à sede da Frente de Luta Popular Palestina por Muna Namura, membro do partido e da União Geral de Mulheres Palestinas que apresentou a postura da Frente dentro da OLP e no governo palestino, a missão brasileira encontrou-se com Riziq Namura para conhecer a linha geral do partido (socialista, estabelecido em 1967 e que forma parte importante da OLP), e da unidade da luta palestina contra a ocupação israelense.
Pontos gerais para o Brasil
As reuniões deste sábado com representantes de importantes entidades palestinas teve um importante ponto em comum com relação ao papel do Brasil, para além do apoio e da solidariedade: o pedido para que as entidades brasileiras organizem campanhas legais contra o complexo militar-industrial e o comércio internacional que se fortalece entre Israel e o Brasil.
A denúncia da estreita relação militar e comercial entre os dois países, através de exemplos como os treinamentos policiais dados por israelenses a policiais brasileiros, a venda de armas pesadas de Israel ao Brasil (que chega a estar entre os maiores compradores de materiais bélicos israelenses) e acordos comerciais entre o Mercosul e Israel foram ressaltados, apesar do reconhecimento pelo apoio geral do governo brasileiro à causa palestina.
A preocupação pelas relações comerciais internacionais com Israel foi ressaltada por praticamente todas as entidades com que a missão se reuniu, já que é clara a ligação entre as empresas militares e comerciais israelenses (sejam de “equipamentos de segurança” ou construtoras que participam no estabelecimento dos assentamentos) e a ocupação dos territórios palestinos, assim como a própria opressão das forças armadas e das instituições administrativas israelenses contra o povo palestino.
2ª Missão de Solidariedade ao Povo Palestino presta homenagem no mausoléu do ex-presidente da ANP e da OLP e líder da resistência palestina Yasser Arafat. Foto: Leandro Taques |
Neste sentido, a missão reafirmou não só a solidariedade ao povo palestino e sua luta pela liberdade anti-imperialista e anti-colonialista, em resistência contra o sionismo, mas também o compromisso com os esforços necessários para o reconhecimento efetivo e o estabelecimento de um Estado palestino independente e soberano, por ver nisso um passo crucial para a libertação do povo palestino, através da autodeterminação.
Neste sábado, o grupo também visitou o mausoléu do ex-presidente Yasser Arafat e o museu do maior poeta palestino, Mahmoud Darwish, cuja obra foca na resistência, na expulsão e na vida palestina em exílio, traduzida para 22 línguas. Darwish nasceu na Palestina, morou no Líbano, depois da criação do Estado israelense, em 1948, e morreu em 2008.
Neste sábado, o grupo também visitou o mausoléu do ex-presidente Yasser Arafat e o museu do maior poeta palestino, Mahmoud Darwish, cuja obra foca na resistência, na expulsão e na vida palestina em exílio, traduzida para 22 línguas. Darwish nasceu na Palestina, morou no Líbano, depois da criação do Estado israelense, em 1948, e morreu em 2008.
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