terça-feira, 28 de junho de 2011

CUT em campanha pelo Estado Palestino, já!


CUT em campanha pelo Estado Palestino, já!

20/06/2011

Embaixador da Palestina, Ibrahim Alzeben é recebido por lideranças cutistas na sede nacional


Quintino Severo, João Felício e Artur Henrique (CUT), Embaixador Ibrahim Alzeben, Elayan Alladin e Emir Mourad
O embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, visitou a sede nacional da CUT na tarde desta segunda-feira (20) onde foi recebido por membros da executiva, que manifestaram a solidariedade da Central à luta contra a agressão israelense e pelo reconhecimento do direito do povo palestino a uma nação livre e soberana.

“Vamos colocar nas ruas nos próximos dias uma campanha absolutamente ativa em defesa da criação do Estado palestino, já! A hora é de ampliar a mobilização e colocar pressão articulada, nacional e internacionalmente, para que se faça justiça”, afirmou o presidente da CUT, Artur Henrique, lembrando que a ONU deverá levar o tema à votação até o mês de setembro.

Em recente reunião com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em Brasília, Artur foi escolhido para falar em nome das centrais sindicais brasileiras. Na oportunidade, cobrou três questões da entidade internacional: o fim da agressão militar da OTAN à Líbia, o fim do criminoso bloqueio dos EUA a Cuba e o reconhecimento do Estado palestino. “Temos historicamente uma relação de respeito e solidariedade à causa palestina. A campanha que vamos desenvolver no Brasil contempla a necessidade de formação e informação, uma vez que os meios de comunicação desinformam com uma linguagem que apenas reproduz preconceitos”, sublinhou o presidente cutista.

De acordo com o secretário de Relações Internacionais da CUT, João Antonio Felício, que visitou recentemente a Palestina, a ideia da campanha é dar muita visibilidade ao tema, colocando a questão entre as prioritárias na agenda da ONU. “Estivemos em Ramalah e em várias cidades palestinas e pudemos ver de perto o que significa a ocupação militar israelense, a agressão e o desrespeito aos direitos humanos a que a população vem sendo submetida e segregada pelo muro do apartheid, pelo assalto à sua terra e sua água, pela multiplicação dos postos militares de controle. Nossa campanha será ampla, envolvendo a Confederação Sindical Internacional (CSI), as entidades sindicais e movimentos sociais que desejaram somar sua voz contra os reiterados abusos praticados por Israel, pela paz e a justiça”, sublinhou João Felício.

Agradecendo “as palavras de estímulo e solidariedade”, que se concretizam com a realização campanha “que se estenderá nacional e horizontalmente”, o embaixador Ibrahim Alzeben destacou a importância do Conselho de Segurança da ONU levar à votação a criação do Estado palestino até o mês de setembro. A quase totalidade dos países é contrária à colonização e os Estados Unidos, que diz oficialmente ser contra, ficará isolado caso se pronuncie em favor de Israel, avalia o embaixador. “Por isso é importante dar a dimensão do apoio que estamos recebendo”.

“Defendemos a retomada do diálogo com Israel e um acordo sobre as bases do direito internacional, seguindo um calendário a ser respeitado. A crescente solidariedade nos ajuda para que a ONU se pronuncie e reconheça o direito dos palestinos ao seu Estado, dentro das fronteiras de 1967”, acrescentou Ibrahim. O embaixador condenou a “política de fato consumado”, onde os israelenses vão expandindo suas colônias com base em territórios roubados, logo plenamente militarizados. “Precisamos reconstruir a confiança entre os dois povos e isso se dará com o respeito ao direito internacional, com a retirada das tropas e o direito ao retorno dos refugiados, com paz e justiça. Por isso buscamos a negociação, mas também somamos apoios para que, após tantos anos, finalmente tenhamos reconhecido o Estado palestino”, frisou.

Também participaram da reunião o secretário-geral da CUT, Quintino Severo, e dirigentes de entidades árabes no Brasil como Elayyan Alladin e Emir Mourad.


Embaixador da Palestina visita MST e agradece solidariedade


Embaixador da Palestina visita MST e agradece solidariedade
27 de junho de 2011


Da Página do MST

Esteve presente na Secretaria Nacional do MST o embaixador do Estado da Palestina no Brasil, Ibrahim Al Zeben, no dia 20 de junho. Junto com ele estava o representante da Federação de Entidades Palestinas do Brasil (Fepal), Emir Mourad.

Ibrahim agradeceu a solidariedade prestada pelo MST à luta do povo palestino e relembrou momentos importantes desse apoio - como em 2002, quando uma delegação da Via Campesina esteve, por 22 dias, junto de Yasser Arafat no quartel general da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), em Ramallah-Cisjordânia.

Marcelo Buzetto, da coordenação do MST, fez um relato das viagens que membros do MST fizeram para a Palestina em 2010 e 2011, dos contatos com movimentos de camponeses, de mulheres e com organizações políticas e sociais palestinas, além da esquerda israelense.

Condições favoráveis

Segundo Ibrahim, as mobilizações populares no mundo árabe e a situação internacional criaram condições favoráveis para que ocorresse a unidade entre as forças políticas da resistência palestina. Celebrando o recente acordo firmado entre os partidos Al-Fatah (Movimento de Libertação Nacional) e Hamas (Movimento de Resistência Islâmica) - que governam a Cisjordânia e Gaza, respectivamente - ressaltou que a pressão do próprio povo palestino ajudou a acelerar tal união. "Como disse certa vez Yasser Arafat: 'o povo sempre está à frente das lideranças'", relembrou o embaixador.

De acordo com ele, todos os partidos políticos que integram a OLP assinaram o acordo, inclusive a Frente Popular pela Libertação da Palestina (FPLP), a Frente Democrática pela Libertação da Palestina (FDLP) e o Partido do Povo Palestino (PPP), que representam os comunistas e marxistas no interior da OLP.

A necessidade de unificar todas as forças políticas da resistência palestina num mesmo espaço de debate, articulação e ação conjunta levou lideranças de partidos como HAMAS e Jihad Islâmica a debater sua incorporação à OLP, já que esses dois partidos representantes do nacionalismo islâmico palestino sempre estiveram fora dessa organização.
Como parte do processo de unificação das forças políticas palestinas está o esforço de democratização da OLP e de ampliação da participação de diferentes partidos nas instâncias da direção desta frente nacional e patriótica que, desde 1964, vem lutando cotidianamente pela criação de um Estado Palestino Laico e Democrático.

Apoio da CMS

Buzetto e Emir Mourad também aproveitaram para informar o Embaixador sobre as iniciativas que estão sendo organizadas por entidades ligadas à Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) e à comunidade árabe-palestina, no sentido de desencadear, no Brasil, uma forte e ampla Campanha pela criação do Estado da Palestina Já!.
Seguindo as orientações e atendendo aos anseios do próprio povo palestino e de seus legítimos representantes, MST e Fepal reafirmaram a disposição em priorizar a luta para que a Organização das Nações Unidas (ONU) aprove, em setembro, a integração do Estado da Palestina como membro pleno, com todos os direitos e deveres que tal decisão implica.

De julho a setembro, a OLP e seus aliados em todo o mundo estarão travando essa batalha pela justiça e pelos direitos inalienáveis do povo palestino.

A coordenação do MST entregou para o Ibrahim e para Emir Mourad uma bandeira, um boné e livros que contam a história da luta pela Reforma Agrária no Brasil, e foi reafirmado o compromisso das trabalhadoras e dos trabalhadores rurais Sem Terra de continuar a luta pela criação do Estado da Palestina, livre, democrático e soberano.

Ibrahim convidou o Movimento para uma visita à Embaixada da Palestina, em Brasília, para continuar o debate sobre ações conjuntas para os próximos meses.

Na tarde do dia 20, houve uma reunião da Via Campesina Brasil para discutir a construção do 1° Encontro de Camponeses, Trabalhadores Rurais e Pescadores da Palestina: construindo a Via Campesina e a formação de uma brigada de trabalho voluntário para a colheita de azeitonas, entre outubro e novembro, na própria Palestina.

MST, Comissão Pastoral da Terra-CPT, FEPAL, Ibrahim e diversas outras organizações e pessoas participaram de uma reunião da Campanha Pelo Estado da Palestina Já!.


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