sábado, 4 de agosto de 2012

CRIANÇAS PALESTINAS APRENDEM CAPOEIRA


 




Crianças palestinas aprendem capoeira para superar realidade do conflito

Em parceira com a ONU, ONG liderada por brasileiro ensina as técnicas da capoeira nos territórios ocupados

Sob uma enorme tenda na Cidade Velha de Jerusalém Oriental, cerca de 20 adolescentes e crianças palestinas se movem ao som dos tambores de capoeira, uma expressão cultural afro-brasileira que mistura dança, acrobacia e artes marciais e que está se enraizando na Cisjordânia.

                                            IPS

Crianças palestinas praticam a capoeira em Jerusalém Oriental
Crianças palestinas praticam a capoeira em Jerusalém Oriental. 
Prática ajuda a amenizar os impactos da ocupação israelense

"Na capoeira eles encontram um espaço seguro para despejar a energia e a agressividade. Há muito o que se aprender sobre o controle dos nossos movimentos, de nós mesmos, da capacidade de nos expressar e também dos cuidados com aqueles que estão ao nosso redor", explica Jorge Goia, professor brasileiro responsável pela aula.

"Por ser um tipo de arte marcial, requer muita disciplina para se fazer parte de um grupo e trabalhar juntos. Eu acho que tem um forte impacto sobre os meninos", diz Goia ao IPS.

A ONG Bidna Capoeira (queremos capoeira, em árabe) começou a ensinar crianças e jovens em março do ano passado em campos de refugiados da Cisjordânia. Cerca de 800 pessoas já participaram do programa.

Hoje os cursos são desenvolvidos nos campos de refugiados de Shuafat, em Jerusalém Oriental, e Jalazone, em Ramallah, no centro de Cisjordânia. O objetivo continua sendo capacitar os jovens e oferecer-lhes um espaço saudável e positivo para desabafar suas frustrações.

"A capoeira pode ser uma ferramenta poderosa para aumentar a confiança das crianças e o sentimento de pertencimento. [A capoeira] é praticada em grupos e é necessário que as pessoas cantem e toquem instrumentos, e é assim que se cria a ideia de que você faz parte de algo e que todos se ajudam a se desenvolver e a aprender ", afirma.

Ahmad, de 6 anos, começou em fevereiro as aulas de capoeira na Cidade Velha. "É algo novo. Ele tinha feito karatê e natação, mas a mudança é boa", diz o pai, Sahar Qawasmeh, de Beit Hanina, Jerusalém Oriental. "Eu tinha visto isso em alguns festivais. [Com a capoeira], Ahmad percebe sua força e gosta disso", conta.

Superação

O impacto tem sido evidente, segundo Ilona Kassissieh, oficial de informação pública da UNRWA (Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio), que colaborou com a Bidna Capoeira na organização de aulas nos acampamentos da Cisjordânia.

"As crianças aprenderam muito, estavam entusiasmadas e puderam evoluir muito rápido", afirma Kassissieh à IPS. Oferecer atividades extracurriculares para crianças que vivem em campos de refugiados abre uma oportunidade para que elas fujam das dificuldades diárias.

"Os refugiados em geral, e as crianças em particular, estão em um setor vulnerável porque vivem em circunstâncias muito difíceis. A infraestrutura não ajuda para que eles recebam os elementos necessários para se levar uma vida normal", explica.

"Este tipo de atividade extracurricular é sempre benéfico e deixa um impacto positivo. Cria um mecanismo de sobrevivência que lhes permite pensar a partir de outras perspectivas e colocar suas energias em algo que eles gostam e que gostariam de saber mais", afirma Kassissieh.

Além disso, disse Jorge Goia, a história da capoeira como movimento de base das comunidades oprimidas no Brasil permite uma conexão direta com os palestinos que suportam a ocupação e a dominação de Israel.

"A capoeira foi criada pelos escravos no Brasil, pessoas oprimidas que a usavam para se fortalecer, ganhar confiança sobre si mesmas e, assim, atender todas as necessidades que se tem quando você vive em condições opressivas", diz.

"O interesse é em fugir e aprender a lidar com uma situação onde você é o fraco. Não possui armas, apenas seu corpo. Como se faz para sobreviver? Como você pode escapar da opressão?”.

domingo, 29 de julho de 2012

PALESTINA NAS OLIMPIADAS 2012: VITÓRIA DE UMA NAÇÃO MASSACRADA!




Os atletas palestinos nos jogos olímpicos de Londres-2102 são embaixadores do seu povo, embaixadores da paz, justiça e liberdade.

Não importam as medalhas, a presença da Palestina representa uma importante vitória. Os atletas embaixadores afirmam para o mundo que a Palestina é uma nação, é um povo, é um território, é uma cultura milenar, é uma causa e que a brutalidade da ocupação e colonização israelense não dobrará de joelhos esse povo altivo, esse povo que luta pelo retorno dos refugiados aos seus lares e propriedades e pelo estabelecimento do seu Estado livre, soberano e independente, com Jerusalém Capital.


         Desfile da delegação palestina e o orgulho do judoca Maher Abu 
Rmeileh ao erguer a bandeira 




A  atleta Wourud Sawalha : “tenho grande responsabilidade, estou cumprindo uma missão nacional”.  Israel e EUA, a despeito da vontade dos países do mundo, jogam para que a missão de Woroud não seja cumprida.


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A vitoriosa delegação palestina nas Olimpíadas de Londres


Delegação palestina nas Olimpíadas de Londres


Por Ana Helena Tavares(*)

O que é mesmo vencer e perder numa Olimpíada? Será que naquela que tantas vezes se define como uma confraternização mundial através do esporte vencer se resume a uma medalha de ouro no peito? Não posso crer.

E a pequena, porém sorridente, delegação palestina, desfilando livre na cerimônia de abertura, onde fica nessa história?

Por que será que a imprensa não lhes dá destaque? Será porque eles não têm chance de medalha ou será porque não estão preocupados com isso?

Já chegam vencedores. A sombra do belicismo daqueles a quem a paz não interessa não foi capaz de lhes deter. Em Londres, o amanhã se apressa.

Clareia-se o sol entre os descendentes dos filisteus. E flâmulas tremulam elevando o nome de uma terra maltratada pelo imperialismo.

Os generais de Israel – e da América fel – se roem. Após lançar tantos fungos danosos à humanidade, cravando de mortes a terra onde Cristo escolheu viver, impedindo o broto de chegar à mocidade, fazendo vidas valerem menos que poder e tapando o sol com balas de canhão.

Mas em Londres, apesar do olhar gélido da rainha, misturam-se cores num mundo de muitos ventos e costura-se a esperança como um jogral.

Sim, lágrimas em Gaza ainda jorram, o mal continua aí. Mas o reconhecimento desse povo como delegação transforma a vida numa possibilidade menos vil.

Faz da noite dama menos prepotente e faz do futuro algo viável de sonhar.

*Ana Helena Tavares é editora do site “Quem tem medo da democracia?”


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Atleta palestino faz história ao conquistar índice olímpico



O judoca Maher Abu Rmeileh fez história ao se tornar o primeiro atleta palestino a garantir índice para participar dos Jogos Olímpicos, em Londres, entre julho e agosto deste ano. Desde 1996, a Palestina só tinha participado do evento com delegação de esportistas convidados pelo Comitê Olímpico Internacional. Comerciante nos arredores de Jerusalém, o atleta de 28 anos acorda diariamente às 5h para treinar duas horas pela manhã, antes do expediente em uma loja de roupas e bolsas. Após o horário de trabalho, são mais duas horas de treino. Apesar de sonhar com uma medalha de ouro, o lutador carrega consigo um desejo mais imediato: que o Comitê Olímpico Palestino lhe conceda a honra de ser o porta-bandeira da Palestina na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, que acontecerá no próximo dia 27 de julho.



Judoca palestino dribla rivalidade com Israel e será o primeiro do país a competir por mérito


O técnico de Rmeileh, Hani Halabi, que também é o chefe da confederação de judô palestina, diz que não há cooperação entre os países. “A confederação israelense tentou organizar eventos conjuntos várias vezes, mas nós recusamos. Eu não posso pedir que um menino palestino compita contra um israelense enquanto seu pai está na cadeia ou sua casa foi demolida. E ele não pode passar pelos postos de controle”, diz Halabi.




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NATAÇÃO


Delegação participa apenas pela quinta vez dos Jogos Olímpicos



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Palestina nas Olimpíadas de Londres - 2012
A partir da esquerda: 
- Maher Abu Rmeilah, 28 anos, judô,  de Jerusalém - Capital da Palestina -  TPOI -Território Palestino Ocupados por Israel

- Woroud Sawalha, 20 anos, corrida 800 metros, de  Alshemalia - Distrito de Nablus - TPOI 
- Ahmed Gebril, 21 anos, natação 400 metros estilo livre, pais palestinos, nascido no Egito

- Sabine Hazboun, 18 anos, natação 50 metros estilos borboleta e livre, de Belém -TPOI

- Bahha Al Farra, 21 anos, corrida de 400 metros, de Khan Younes - Faixa de Gaza - TPOI


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