quarta-feira, 1 de setembro de 2010

"ANÁPOLIS II": JANTARES, CONVERSAS, FOTOS E TALVEZ O QUE MAIS?

Por Emir Mourad

"Todos os assuntos a negociar estão nas mãos de Israel: a terra, os refugiados, Jerusalém e a colonização. A parte palestina não pode oferecer aos israelenses nada mais que a paz." Abadallah Hurani, eminente politico palestino.


Em Novembro de 2007, escrevi o texto abaixo no boletim da FEPAL – Federação Árabe Palestina do Brasil, uns dias antes da Reunião de Anápolis nos EUA para a retomada das negociações entre palestinos e israelenses.

Onde se lê “Anápolis” favor substituir por "Anápolis II". Após três anos, o quadro volta a se repetir e em linhas gerais a correlação de forças a nível estratégico entre as partes não mudou muito de lá pra cá. Portanto, não receio escrever que o que poderia resultar de mais positivo  dessa "Anápolis II", que ora teve inicio em Washington, seria:

    -                   - Israel ser acusada de causar o fracasso das negociações.


        -  Os EUA chegarem à conclusão que para prosseguir as negociações teriam que exercer pressões que nunca exerceram antes contra Israel.


        - Os EUA também concluírem que se as negociações não estiverem baseadas na legitimidade internacional e nas resoluções da ONU, a sua responsabilidade e o preço a pagar pelas futuras guerras na região do Oriente Médio será diretamente proporcional a soma de todos os conflitos armados que os Estados Unidos já participaram ao longo de sua historia.


Os mais pessimistas diriam que estou sendo muito otimista e os mais otimistas poderiam dizer que devo ser mais otimista. Acho que fico por aqui no meu otimismo nem tanto assim exagerado.

A luta continua!

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A REUNIÃO DE ANAPOLIS

por Emir Mourad

Boletim  Fepal - Nº 31 - novembro 2007

Sempre defendemos uma Conferencia Internacional de Paz sob os auspícios da ONU, mas entendemos que para a  reunião de Anápolis, que tem como pauta a questão palestina, não nos restam duvidas de a OLP e a Autoridade Nacional Palestina estarem presentes, pois nenhuma liderança palestina responsável poderia se furtar de combater na batalha onde o assunto principal é a própria causa palestina.

Destacamos a importante participação do Brasil em Anápolis, construindo sua posição de liderança e afirmando o papel que pode desempenhar nas grandes e importantes questões internacionais.

Existem várias análises e posicionamentos na imprensa e na arena política nacional e internacional acerca dos resultados efetivos que podem resultar da reunião de Anápolis.

Não sabemos os resultados que virão, mas sabemos os motivos pelos quais o processo de paz e suas diversas etapas, desde 1990 até o presente momento, não deram nenhum resultado: o não reconhecimento explicito, por parte de Israel e Estados Unidos, dos direitos nacionais inalienáveis do povo palestino ao retorno e autodeterminação, direitos consagrados por inúmeras resoluções da ONU.

Para os palestinos será mais uma batalha para reafirmar as três linhas vermelhas que significam uma paz justa e duradoura: retorno dos refugiados (Resolução 194 da ONU), Estado Palestino soberano e independente nas fronteiras de 67 e Jerusalém Capital.

O Presidente Arafat, na cúpula de Camp David em 2002, recusou ceder quanto às três linhas vermelhas e morreu mártir, cercado e bombardeado pelo exército de ocupação israelense. Todas as concessões já foram feitas pelos palestinos e esperamos que os Estados Unidos e os países representados em Anápolis pressionem Israel a cumprir seu papel de responsável histórico pela tragédia do povo palestino.

Se em Anápolis houver algum tipo de entendimento para que o prosseguimento das negociações tenha como base principal os direitos nacionais do povo palestino, então poderemos dizer que houve um avanço.

Se a “montanha de Anápolis” parir um rato, o governo Bush e o governo Israelense serão responsabilizados pelo fracasso e a região poderá responder com mais intifadas até que uma próxima “Anápolis” se realize, até que a bandeira palestina tremule em Jerusalém livre.

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