Embaixador da Palestina busca apoio na Aleac para criação de Estado
25 de Agosto de 2011
O embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Al Zeben, discursou na tribuna da Aleac nesta quinta-feira, 25, solicitando apoio dos deputados para a criação de um Estado Palestino independente, que será defendido na próxima Conferência Anual da ONU, em setembro, pela presidente brasileira Dilma Roussef, entre outros chefes de governo e de Estado.
“Se o ministro brasileiro Oswaldo Aranha, presidiu a conferência da ONU que criou o Estado de Israel em 1947, a presidente Dilma vai ler a mensagem para a criação do Estado Palestino”, lembrou Al Zeben.
O pronunciamento foi feito durante solenidade na Aleac. Atendendo a requerimento dos deputados Moisés Diniz (PCdoB), líder do governo, e Ney Amorim (PT), 1º secretário da Mesa Diretora, o presidente Elson Santiago (PP) suspendeu a sessão desta quinta-feirapara receber o embaixador e realizar uma solenidade de apoio à criação do Estado Palestino.
Moisés destacou que entre os deputados há vários com posições bem definidas pró-Israel, mas que permaneciam no recinto em deferência ao visitante. O líder do governo fez uma explanação ao embaixador sobre a história do Acre e suas semelhanças com a luta do povo palestino para ter um território e deixou claro que este projeto não tem bandeira política ou de raça, mas é um anseio de todos os que defendem uma sociedade livre.
Al Zeben, por sua vez, esclareceu que os palestinos vão à ONU, em setembro, não para fazer confusão, pedir sanções contra Israel ou negociar as fronteiras para assentamentos. “Estamos indo para sermos admitidos como a 194ª nação da ONU. É um direito do povo da Palestina. Por quê foi criado o Estado de Israel e não o da Palestina?”, indagou. “Isto é um ato de justiça”, concluiu. O embaixador informou que o Estado Palestino já tem o apoio de 130 países, entre os quais, o Brasil que o reconheceu em 1º de dezembro de 2010 pelo ex-presidente Lula.
O diplomata pediu apoio aos deputados dizendo que veio ao Estado para levar a voz dos acreanos aos ouvidos de Israel, dos Estados Unidos e das Nações Unidas. “Esperamos que todos os representantes do povo do Acre, independentemente da política interna, participem deste ato. Admitir a Palestina como Estado das Nações Unidas é um ato soberano e justo. Agradecemos esse espaço e juntos seguiremos à Palestina independentes e livres. Todos vocês são bem-vindos à Palestina”, conclamou.
Depois do pronunciamento do embaixador, as lideranças dos partidos se revezaram em homenagens ao povo palestino. O líder do PT, deputado Geraldo Pereira, fez pronunciamento em apoio aos palestinos comentando o quanto difícil deve ser a vida de famílias em uma região sob constantes bombardeios. “Só tem quem tem família lá sabe da pressa e da necessidade de ter reconhecido o lugar onde vive”, disse.
O ativista Abrahim Lhé Farhat, representante do povo palestino no Acre, também se pronunciou comparando a história da conquista do Acre com a luta no Oriente Médio, mas ressaltou que aqui o Tratado de Petrópolis, que estabeleceu as fronteiras, foi respeitado e vigora ainda hoje. Mas, no caso da criação do Estado de Israel, o tratado presidido pelo ministro brasileiro Oswaldo Aranha nunca foi respeitado. “A Lei da Partilha, assinada entre israelenses e palestino , com o testemunho de 55 nações, jamais foi cumprido por influência dos EUA e da Inglaterra, os satãs do mundo”, comentou.
Ao final da solenidade, o presidente Elson Santiago presenteou Al Zeben com uma obra em marchetaria do artista cruzeirense Maqueson e ganhou uma faixa da futura nação palestina.
Fonte: http://www.oriobranco.net/politica/17353-embaixador-da-palestina-busca-apoio-na-aleac-para-criacao-de-estado.html
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