terça-feira, 29 de julho de 2014

Onde está a linha moral de Israel em Gaza?


Massacre de Israel em Gaza na Palestina. Charge de Carlos Latuff.



Por Yuli Novak, 32 anos, foi oficial da Força Aérea de Israel de 2000 a 2005, completou o seu serviço até ao posto de primeira-tenente. Desde 2013, é a diretora executiva da associação Breaking the Silence.

Há exatamente 12 anos, em Julho de 2002, a Força Aérea israelita lançou uma bomba de uma tonelada para cima da casa de Salah Shehadeh, chefe da ala militar do Hamas, em Gaza. Não é preciso ser-se um especialista para imaginar o que resta de uma casa atingida por uma bomba de uma tonelada. Não resta muito. Essa bomba matou não só Shehadeh mas também 14 civis, incluindo 8 crianças inocentes.

Nessa altura, eu era oficial de operações na Força Aérea israelita. Como muitos dos meus amigos, dei por mim, aos 20 anos, a carregar o fardo de uma enorme responsabilidade. Era responsável pelo esquadrão de aviação no terreno, passando ordens e informação do quartel-general da Força Aérea aos pilotos, preparando os aviões para operações, e dando apoio aos pilotos durante as saídas.

Depois da operação em que Shahadeh foi assassinado, Israel tremeu. Mesmo quando as Forças de Defesa de Israel insistiram que havia justificação operacional para o ataque, o público não conseguia aceitar este ataque a civis inocentes.

Vários intelectuais fizeram uma petição ao Supremo Tribunal, pedindo que examinasse a legalidade da ação. Poucos meses mais tarde, um grupo de pilotos na reserva publicou uma carta criticando a natureza destas ações de eliminação.

Enquanto soldados e oficiais habituados a levar a cabo as nossas missões sem perguntas desnecessárias, fomos afectados pela crítica do público. Mas Dan Halutz, o comandante da Força Aérea na altura, disse aos pilotos que deveriam “dormir bem à noite – não prestem atenção às críticas.”

Um mês mais tarde, perguntaram a Halutz o que sentia um piloto quando lança uma bomba de uma tonelada sobre uma casa. Ele disse: “Um leve abanão na asa do avião.” Para quem estivesse de fora, esta afirmação poderia soar fria e desligada, mas os meus amigos e eu confiávamos que os nossos comandantes tomassem as decisões moralmente certas, e voltávamos a focar-nos nas “coisas importantes” – a execução precisa das operações seguintes.

Uns meses mais tarde, fui nomeada comandante de um curso para oficiais da Força Aérea. Ensinei aos cadetes como levar a cabo as suas tarefas de modo profissional, e como aceitar responsabilidade pelas suas ações como oficiais. Estudamos as conclusões tiradas de anteriores operações da Força Aérea e as lições aprendidas com elas. Ensinei-lhes que as Forças de Defesa de Israel (IDF) são o exército mais moral do mundo, e que a Força Aérea é a força mais moral dentro das IDF. Tinha 20 anos, acreditava, com todo o meu coração, que estávamos a fazer o que tinha de ser feito. Se houvesse baixas, seriam um mal necessário. Se houvesse erros, seriam investigados, e seriam tiradas lições.

As coisas mudaram e agora não consigo ter esta certeza. Em 2002, o lançamento de uma bomba de uma tonelada numa casa resultando na morte de 14 civis era a excepção. Alguns meses depois do ataque à casa de Shehadeh, as IDF reconheceram que tinham errado ao lançar a bomba. Classificaram o incidente como uma falha de informação e disseram que se soubessem que havia civis na casa não teriam levado a cabo a operação.

Alguns anos depois, durante a operação Chumbo Endurecido [2008-2009], houve utilização generalizada da táctica de bombardear zonas densamente povoadas na Faixa de Gaza. Hoje, na operação Margem Protetora, a Força Aérea gaba-se de ter bombardeado Gaza com mais de 100 bombas de uma tonelada. O que antes era a excepção é hoje a regra.

Isto é o que se passa hoje. Notificamos os habitantes da destruição iminente de uma casa minutos antes de cair uma bomba – via mensagem de texto ou lançando uma pequena bomba como aviso. É o suficiente para transformar a casa num alvo legítimo de um ataque aéreo. Nas últimas duas semanas, dezenas de civis foram mortos através desta prática.

Casas de membros do Hamas tornaram-se alvos legítimos, independentemente do número de pessoas dentro das suas paredes. Ao contrário do que aconteceu em 2002, ninguém se preocupa em justificar ou apresentar uma desculpa. O que é pior é que quase ninguém protesta. Famílias inteiras desaparecem num segundo, e a opinião pública continua indiferente. De ano a ano, de uma operação militar a outra, as nossas linhas vermelhas morais estão a ser empurradas para cada vez mais longe. Já não é claro onde estão, nem sequer se sabemos que as estamos a ultrapassar. Onde estarão na próxima operação? Onde estarão daqui a dez anos?

Sei por experiência própria quão difícil é fazer perguntas durante alturas de conflito ativo quando se é um soldado. A informação que os oficiais no terreno e no ar obtêm em tempo real é sempre parcial. Por isso é que a responsabilidade de traçar a linha vermelha moral, e alertar quando a ultrapassamos, é da opinião pública.


Fonte: http://www.publico.pt/mundo/noticia/onde-esta-a-linha-moral-de-israel-em-gaza-1664390

segunda-feira, 28 de julho de 2014

BRASIL-PALESTINA: FERIADO DO TÉRMINO DO RAMADAN, EID AL FITR.




Criança palestina e o ramo de oliveria da paz





Que a palavra de Allah no sagrado Alcorão e as mensagens do Profeta Muhammad (SAW) tragam saúde, alegria, paz e prosperidade para todos os muçulmanos, para todos os amigos e amigas de todas as religiões, etnias e nacionalidades.

Hoje, ao término do sagrado mês do Ramadan para todos os muçulmanos no mundo, oramos para que a cada ano se renovem as esperanças e energias para continuarmos a árdua jornada de construção de um mundo mais justo e solidário.

Oramos para que os governantes árabes reflitam e revejam as suas prioridades, que as riquezas produzidas e os poderes conquistados estejam a serviço dos povos, que as suas consciências sejam iluminadas pelos clamores de sua população pobre e oprimida.

Oramos para que o povo e governo brasileiro continuem trilhando o caminho da eliminação da miséria e das desigualdades sociais. Continuem elevando os níveis de desenvolvimento da economia, da distribuição de renda, da saúde e educação. Que cada brasileiro possa continuar tendo orgulho dele mesmo e do seu país, gigante que é, não se apequene.

Oramos pelo sofrido e heróico povo palestino para que no próximo Ramadan seja hasteada  a bandeira palestina em Jerusalém livre, capital do Estado da Palestina soberano e independente. Que reine a justiça, a liberdade e a paz na Palestina e em todo o oriente médio.

Oramos para que os direitos nacionais inalienáveis do povo palestino ao retorno e autodeterminação sejam implementados conforme o direito internacional e as resoluções da ONU – Organização das Nações Unidas.

Oramos para que os governantes de Israel e dos Estados Unidos da América parem de massacrar o povo palestino, seus homens e mulheres, crianças e idosos. Que nunca mais usem suas armas para matar a Palestina nação, a Palestina história e cultura.

Oramos para que entre o céu e a terra, nenhum país, nenhum governante, nenhum ser humano apresente consideração politica, militar, religiosa, econômica ou de segurança que justifique o  genocídio de um povo, a limpeza étnica que se comete na palestina.

No início desse mês sagrado do Ramadan nossa mensagem tratou de situações de tristezas e alegrias. As tristezas aumentaram e a esperança também!

Depois da oração, a fé verdadeira determina ação.

Vimos essa fé pela justiça e contra as barbaridades que Israel comete contra a população palestina transformada em ações dignas do Brasil,  um ator politico e diplomático  de moral gigante, nobre, respeitador e amigo dos povos e nações, desafiando, com a força do direito e da legitimidade, um gigante anão imoral, transgressor das leis internacionais , colonizador e ocupante de terras que não lhe pertencem, nem por força de lei divina e nem pelas leis do direito internacional.

Agradecemos ao governo brasileiro pelas atitudes históricas de apoio à Palestina e as recentes decisões, a nível nacional e internacional,  para que o sofrimento trágico do povo palestino seja abreviado e se estabeleça o cessar fogo e se investigue a situação dos direitos humanos na faixa de gaza.

Agradecemos ao povo brasileiro e suas entidades civis pelo apoio e solidariedade histórica com o povo palestino e pelas manifestações que acontecem em inúmeras cidades de norte a sul do país.

Pedimos que esse clamor por paz, justiça e liberdade para o povo palestino continue aumentando. Que a voz do Brasil não se cale até que Israel ponha fim ao bloqueio econômico e geográfico da faixa de gaza por ar, mar e terra e que dura sete anos. Até que cessem os ataques, até que os direitos nacionais do povo palestino sejam respeitados e cumpridos.

Pedimos que as bandeiras do brasil e da palestina sigam levantadas em todo o país.



Que a cada ano vocês estejam em paz, saúde e prosperidade!

Kullu a’am ua antum bikhair!



FEDERAÇÃO ÁRABE PALESTINA DO BRASIL



FEPAL - Federação Árabe Palestina do Brasil











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LEIA TAMBÉM:

CARTA DA FEPAL À PRESIDENTE DILMA

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Quando o anão moral Israel atacará o gigante Brasil?

Quando o anão moral Israel atacará o gigante Brasil?


Por Ualid Rabah*


                A reação de Israel à nota diplomática brasileira de condenação dos crimes em andamento em Gaza é consoante ao seu momento de barbárie mais aguda, que faz haver, em suas diligências civil e militar, cegueira quase que total do que se dá no mundo. Na verdade, sua reação verbal se deu nestes termos porque Israel não pode atacar belicamente o Brasil. Ou seja: atacaram com as palavras com a virulência que se auto impuseram por não lhes ser possível fazer o que de fato desejavam, qual seja, atacar o Brasil por sua insolente independência, tal qual fazem hoje com Gaza.


                Israel, com isso, prova o quanto é um país agressivo, arrogante, que imagina poder resolver as questões que lhe afetam pela imposição, através das armas ou por meio da chantagem imoral à devassidão, de seus pontos de vista unilaterais e ao arrepio de todo o regramento legal internacional, algo que lhe vinha sendo possível desde que passou a existir sob os escombros e cadáveres da Palestina limpada etnicamente. O atual momento, no qual as realidades parecem destoar do que espera a mimada Israel, leva seus dirigentes à insânia e às manifestações tresloucadas, agora dirigidas contra o Brasil, uma nação soberana e com a qual mantém relações diplomáticas e econômicas plenas.


                Esta manifestação absolutamente inaceitável é, para muito além de razão de indignação de cada brasileiro, um alerta do que de mais grave há por trás: o quanto Israel representa de perigo para a humanidade, algo já detectado em sondagens de opinião na Europa, nas quais o estado pretendido como judaico é apontado pela maioria dos consultados como o maior perigo à paz mundial. Frente à grosseira manifestação de Israel, repercutida por organizações que se auto intitulam representativas das comunidades judaicas, especialmente no Brasil, fica a pergunta: o que este estado fará quando instado pela comunidade internacional, por meio de resoluções cogentes não vetadas pelos EUA, a cumprir com suas obrigações e, ao fim e ao cabo, estar obrigado a reconhecer todos os direitos civis, humanitários e nacionais dos palestinos? Utilizará as armas nucleares que detém e seus arsenais químicos e bacteriológicos em insana reação armada, com a qual visará intimidar o mundo por meio de ameaça de hecatombe?


                Não são poucos os que assim suspeitam, seja pela forma com que nasceu Israel, baseado na expulsão de metade ou mais de toda a população palestina, seja pela forma com que existiu até os dias atuais, sempre optando pela guerra em lugar das soluções negociadas, e destas, quando impostas pelas circunstâncias, desviou o quanto pôde, sempre construindo, tempos a seguir, e artificialmente, novas razões de ruptura da calmaria e em novo banho de sangue fazendo mergulharem os palestinos e os povos vizinhos, destacando-se o libanês.


                O mundo precisa estar alerta. A reação despropositada de Israel para com um país que sempre foi, em muitas medidas, seu amigo, nos dá muitas pistas do que de fato está se transformando este estado. O ataque sem precedentes ao Brasil, em linguagem que a diplomacia, em regra, não admite, é equivalente à sua reação às reivindicações palestinas, com a diferença de que contra o povo palestino a reação se dá por meio de armas, sem nenhuma medida de proporcionalidade ou cuidado com as destruições e mortes, olímpicas quando comparadas com qualquer consequência sofrida por Israel. Por enquanto suas reações, ainda que tresloucadas, frente a postura justas de países como o Brasil, são verbais. No entanto, ela se dará por meio das armas, um dia, contra qualquer país que ouse lhe reprimir frente aos crimes que comete se nada for feito para frear a sanha assassina de Israel.

Além do mais, Israel, na condição de anão moral que é, não reúne nenhuma condição que lhe autorize classificar o Brasil como anão político, algo inclusive longe de ser verdadeiro, visto que o Brasil vive seu momento de maior protagonismo internacional, qual seja, deixando de ser o anão político e diplomático que já foi, bem como de irrelevante, ao menos na ilógica ótica de Israel, país artificial e baseado na limpeza étnica. Inclusive Israel deve ao Brasil, em boa medida, a aprovação da malfadada resolução 181 da ONU, a da partilha da Palestina, da qual resultou a sua auto criação e a varrição étnica dos palestinos, esta a causa direta do que hoje ocorre, nada mais do que o mero efeito da verdadeira causa.


A nossa máxima indignação aos insultos israelenses se dá, inclusive e especialmente, porque o anão diplomático, e que prefere recorrer às armas contra população indefesa, e irrelevante, inclusive para o Brasil altivo de hoje, é Israel. Relevantes, para o Brasil, são as nações que respeitam os direitos humanos e o direito internacional, jamais o contrário. Israel, pela sua atitude frente ao Brasil, deu mais provas de sua inaptidão para a diplomacia e de sua já manifesta e perceptível irrelevância para o concerto das nações, já por demais demonstrada, em sucessivas ocasiões na ONU, organismo no qual este estado facínora só conta com seu próprio voto, o dos EUA, este com poder de veto, garantidor da sua olímpica impunidade, e de no máximo mais três a cinco outros votos, não raro de micro estados insulares cujas atividades são "bancárias" e sem fiscalizações, ou seja, que lavam dinheiro oriundo de toda a criminalidade global.


O Brasil, ao contrário do que diz Israel, é um gigante em muitos sentidos, dos quais vale destacar, como marca verdadeira de sua já visível condição de potência a: econômica (está entre as 6 maiores economias do mundo, a julgar como aceitáveis os atuais parâmetros de medição das riquezas produzidas a cada ano), alimentar, hídrica (hidráulica para a energia e para a água potável indispensável á vida), biogenética, ambiental, científica, territorial, energética (inclusive e muito fortemente em termos nucleares, com um dos processamentos mais modernos de urânio, com planta industrial nacional, bem como gasífera e petrolífera quase inigualável, para não falar das capacidade e tecnologia em energias renováveis a partir da biomassa), marítima (pela extensão continental de sua costa oceânica e pelo complexo sistema de embarcações e submarinos que vem desenvolvendo para sua defesa, especialmente, neste momento, das riquezas do pré-sal), política e diplomática (lidera o Mercosul e a Unasul e é um dos países integrantes dos chamados BRICs, cuja união e últimas resolução estão a impor um novo mundo multipolar, que desafia o atual, unipolar e no qual se sustentam regimes párias, como o israelense) e, por fim, ainda que haja quem disto não goste, militar, especialmente agora que o Brasil resolveu construir um exército à altura de sua importância estratégica, engajado na defesa nacional frente aos perigos provocados pelos inimigos notórios deste novo mundo que busca nossa nação arquitetar, juntamente com outras grandes nações desejosas deste mesmo novo alvorecer global.


As circunstâncias acima elencadas são aquelas em regra perceptíveis para a definição de uma potência, ainda que apenas nascente fosse. Entretanto, há outros fatores menos conhecidos e presentes no Brasil de hoje. Destacam-se dois, ao menos: o combate à miséria e o combate ao racismo. Como o Brasil vem promovendo estas duas agendas internamente com indubitável sucesso, não há dúvidas de que nosso país cria novos paradigmas que servem de exemplos para outros países, o que implica dizer, em grossas palavras, que esta nova potência da solidariedade está, com seu exemplo, mexendo num mundo em que poucas nações se servem justamente da miséria e do racismo para pilhar nações e continentes inteiros, algo que se dá por meio de intrincados mecanismos econômicos, financeiros, políticos e diplomáticos, universo no qual se inserem as malfadadas patentes de alimentos e medicamentos (pequeno exemplo, pois há muito mais) e militares, estes últimos somente possíveis porque o mundo após a chamada 2ª guerra mundial foi arquitetado para obedecer ao que ditado por organismos multilaterais absolutamente hegemonizados pelas potências vencedoras deste conflito armado, no qual, portanto, são possíveis desde que deles sejam beneficiárias as mesmas nações que o construíram. E o Brasil não tem se limitado a dar o exemplo. Nestes dois particulares (combates à miséria e ao racismo), o Brasil tem exportado suas experiências, mais fortemente para o continente africano e para outras nações sul americanas, mas já ensaiando leva-las para mais longe.


Assim colocada as coisas, não há como restarem dúvidas quanto ao estado que detém a condição de anão, no caso político, mas também moral. Este é olimpicamente Israel, hoje um estado pária, cujos dirigentes, civis e militares, têm seus movimentos limitados a pouquíssimos países devido ao temor de prisão para responderem por seus inauditos crimes de lesa humanidade, mais notoriamente promovidos contra os palestinos, mas não só, posto que já é de conhecimento da humanidade sua implicação em crimes de escala planetária, sendo pequeno exemplo sua atuação ativa em quase todos os golpes militares havidos nas Américas do Sul e central, regimes golpistas aos quais emprestou treinamento em torturas e assassinatos. E, de outro lado, não há nenhuma dúvida quanto ao colossal Brasil como o gigante que é em nossos dias, inclusive como a primeira nação que se faz potência sem ser imperialista, o que coloca, em igual tempo, os anões políticos e diplomáticos nas prateleiras das irrelevâncias históricas que, no caso de Israel, conta com a agravante de ser um anão moral, pois nenhuma outra nação no mundo se serve de aberto regime de apartheid e da limpeza étnica para existir, desde o nascedouro até nossos dias.



* UALID RABAH é Diretor de Relações Institucionais da FEPAL – Federação Árabe Palestina do Brasil



FEPAL-Federação Árabe Palestina do Brasil


Leia também:


DE CEGOS E DE ANÕES    


Por Mauro Santayana no Jornal do Brasil: http://migre.me/kDAyg




O brasil não entende nada de diplomacia, diz o imoral Israel




































quinta-feira, 24 de julho de 2014

Carta aberta à Presidente Dilma - Massacre em Gaza





FIM IMEDIATO DO MASSACRE ISRAELENSE EM GAZA: CESSAR FOGO JÁ!





Porto Alegre, 24 de julho de 2014.




Excelentíssima Presidente da República Federativa do Brasil


Senhora Dilma Vana Rousseff,




Desde o primeiro dia (08/07/14) da ofensiva criminosa de Israel à Faixa de Gaza, na Palestina, até o seu 15º dia (22/07/2014) o resultado é um verdadeiro massacre contra o povo palestino:


- 631 mortos, entre eles, 161 crianças, 66 mulheres e 35 idosos.


- 4010 feridos, entre eles, 1213 crianças, 698 mulheres e 161 idosos.


- O número de desabrigados já ultrapassou os 100.000.


Até o dia 21/07/2014, 14º dia da ofensiva, Israel executou 15041 ataques, sendo disparados 4349 mísseis pela força aérea, 4367 bombas pela marinha e 6325 bombas pelo exército.


Cerca de 50 famílias palestinas tiverem a maioria dos seus membros mortos, num total de 231 vítimas. A casa da família “Abu Jamea”, na cidade de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza , que abrigava 5 famílias em seus três andares, foi dizimada, resultando na morte de 26 pessoas, incluindo 18 crianças. A casa da família “Al Kilani”, no centro da Cidade de Gaza, matou 11 pessoas, incluindo 5 crianças, além do pai, mãe e irmãos.


Foram alvejadas 45 mesquitas, das quais 7 foram destruídas completamente. No Bairro de Shijahia, na região leste da Cidade de Gaza, 75 pessoas foram mortas e as famílias procuravam a Igreja Ortodoxa de São Porfírio para se refugiarem. Os dois cemitérios, cristão e muçulmano, adjacentes à Igreja foram bombardeados. Dez hospitais e clínicas médicas e 6 estações de água e esgoto que atendem a mais de 600 mil palestinos foram bombardeadas. Os prejuízos materiais já ultrapassam os 3 bilhões de dólares.


Desde 2006 Israel impõe um bloqueio politico, econômico e militar por ar, mar e terra à Faixa de Gaza, ocasionando terríveis  consequências humanitárias aos palestinos, onde um dos resultados denunciados é o índice de desemprego que passa dos 50%.


Acusamos Israel como único responsável por essa tragédia humanitária, por esse massacre da população civil palestina. Nenhuma consideração politica justifica o massacre que Israel executa aos olhos do mundo e de seu principal protetor, o governo dos Estados Unidos da América.


Considerando a posição do Brasil pela resolução pacifica do conflito palestino israelense em consonância com as resoluções da ONU;


Considerando o crescente papel que o Brasil vem exercendo na solidariedade com o povo palestino, através de acordos de cooperação em diversas áreas com o governo palestino;


Considerando a nota do Itamaraty de 17/07/2014, onde “O Governo brasileiro condena veementemente os bombardeios israelenses a Gaza, com uso desproporcional da força”;


Considerando que o Brasil mantém relações diplomáticas, comerciais e científicas com Israel, que  viola sistematicamente o Direito Internacional, as resoluções do Conselho de Segurança da ONU e sua Assembleia Geral, as Convenções de Genebra e seus Protocolos Adicionais e a Declaração Universal dos Direitos Humanos;


Solicitamos à Senhora, com todo o respeito e consideração, presidenta do nosso querido país, onde povo e governo sempre foram solidários com o sofrimento e a causa do povo palestino, que :


- Envide todos os esforços necessários para que se estabeleça o cessar fogo imediato;


- Ordene a retirada do  Embaixador de Israel do território brasileiro e que seu regresso esteja condicionado ao estabelecimento do cessar fogo reconhecido pelas partes envolvidas;


- Envie toda a ajuda humanitária para a Faixa de Gaza, especialmente suprimentos para assistência médica de emergência e hospitalar em geral;


- Exija que Israel cesse incondicionalmente o bloqueio  à Faixa de Gaza;


- Suspenda os estudos, análises e financiamentos dos Acordos de Cooperação Bilateral em Pesquisa e Desenvolvimento Industrial com Israel;


- Cesse toda e qualquer cooperação militar com Israel.




Respeitosamente,






Elayyan Aladdin                                                             Emir Mourad

Presidente                                                                     Secretário Geral


FEPAL – FEDERAÇÃO ÁRABE PALESTINA DO BRASIL




FEPAL - Federação Árabe Palestina do Brasil













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Seis anos do Blog Sanáud-Voltaremos: coletânea de 120 artigos







quarta-feira, 23 de julho de 2014

Pela Palestina livre, Blog SANAÚD-VOLTAREMOS completa seis anos


Caros leitores e leitoras,



O Blog SANAÚD-VOLTAREMOS completou 6 anos desde a sua primeira postagem em 20 de julho de 2008.

De um total de 300 postagens, a equipe de colaboradores do Blog  reuniu uma coletânea de 120 artigos que apresentamos  aqui a vocês.

Nesses seis anos de existência recebemos mais de 106.000 visitas do Brasil e de inúmeros países de todos os continentes.

A nossa página no Facebook completou dois anos e meio e já conta com mais de 5.800 curtidas.

Agradecemos a cada um dos leitores pelo marco de referencia que o Blog se tornou nos assuntos da comunidade palestina no Brasil, da Questão Palestina e do Mundo Árabe em geral.

Nesses tristes e trágicos momentos  em que o povo palestino sofre mais um massacre por parte de Israel, pedimos a todos nossos leitores que as armas, o texto e a voz, continuem disparando até que a Palestina se torne uma nação livre, soberana e independente.


Muito obrigado,


Emir Mourad

Editor




Sanaud - Voltaremos - Palestina Livre
2014


















































































Palestine, we will return
2013



















































Yasser Arafat, líder da nação palestina
2012







































































Comitê pelo Esatado da Palestina Já
2011















































































Charge do cartunista Latuff: a justiça israelense
2010





















































Boicote ao apartheid israelense
2009


* O Blog sofreu um ataque de Hackers e os arquivos foram deletados.


















Sanaúd - Voltaremos, um filme sobre o povo palestino e sua causa
2008































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