sexta-feira, 25 de julho de 2014

Quando o anão moral Israel atacará o gigante Brasil?

Quando o anão moral Israel atacará o gigante Brasil?


Por Ualid Rabah*


                A reação de Israel à nota diplomática brasileira de condenação dos crimes em andamento em Gaza é consoante ao seu momento de barbárie mais aguda, que faz haver, em suas diligências civil e militar, cegueira quase que total do que se dá no mundo. Na verdade, sua reação verbal se deu nestes termos porque Israel não pode atacar belicamente o Brasil. Ou seja: atacaram com as palavras com a virulência que se auto impuseram por não lhes ser possível fazer o que de fato desejavam, qual seja, atacar o Brasil por sua insolente independência, tal qual fazem hoje com Gaza.


                Israel, com isso, prova o quanto é um país agressivo, arrogante, que imagina poder resolver as questões que lhe afetam pela imposição, através das armas ou por meio da chantagem imoral à devassidão, de seus pontos de vista unilaterais e ao arrepio de todo o regramento legal internacional, algo que lhe vinha sendo possível desde que passou a existir sob os escombros e cadáveres da Palestina limpada etnicamente. O atual momento, no qual as realidades parecem destoar do que espera a mimada Israel, leva seus dirigentes à insânia e às manifestações tresloucadas, agora dirigidas contra o Brasil, uma nação soberana e com a qual mantém relações diplomáticas e econômicas plenas.


                Esta manifestação absolutamente inaceitável é, para muito além de razão de indignação de cada brasileiro, um alerta do que de mais grave há por trás: o quanto Israel representa de perigo para a humanidade, algo já detectado em sondagens de opinião na Europa, nas quais o estado pretendido como judaico é apontado pela maioria dos consultados como o maior perigo à paz mundial. Frente à grosseira manifestação de Israel, repercutida por organizações que se auto intitulam representativas das comunidades judaicas, especialmente no Brasil, fica a pergunta: o que este estado fará quando instado pela comunidade internacional, por meio de resoluções cogentes não vetadas pelos EUA, a cumprir com suas obrigações e, ao fim e ao cabo, estar obrigado a reconhecer todos os direitos civis, humanitários e nacionais dos palestinos? Utilizará as armas nucleares que detém e seus arsenais químicos e bacteriológicos em insana reação armada, com a qual visará intimidar o mundo por meio de ameaça de hecatombe?


                Não são poucos os que assim suspeitam, seja pela forma com que nasceu Israel, baseado na expulsão de metade ou mais de toda a população palestina, seja pela forma com que existiu até os dias atuais, sempre optando pela guerra em lugar das soluções negociadas, e destas, quando impostas pelas circunstâncias, desviou o quanto pôde, sempre construindo, tempos a seguir, e artificialmente, novas razões de ruptura da calmaria e em novo banho de sangue fazendo mergulharem os palestinos e os povos vizinhos, destacando-se o libanês.


                O mundo precisa estar alerta. A reação despropositada de Israel para com um país que sempre foi, em muitas medidas, seu amigo, nos dá muitas pistas do que de fato está se transformando este estado. O ataque sem precedentes ao Brasil, em linguagem que a diplomacia, em regra, não admite, é equivalente à sua reação às reivindicações palestinas, com a diferença de que contra o povo palestino a reação se dá por meio de armas, sem nenhuma medida de proporcionalidade ou cuidado com as destruições e mortes, olímpicas quando comparadas com qualquer consequência sofrida por Israel. Por enquanto suas reações, ainda que tresloucadas, frente a postura justas de países como o Brasil, são verbais. No entanto, ela se dará por meio das armas, um dia, contra qualquer país que ouse lhe reprimir frente aos crimes que comete se nada for feito para frear a sanha assassina de Israel.

Além do mais, Israel, na condição de anão moral que é, não reúne nenhuma condição que lhe autorize classificar o Brasil como anão político, algo inclusive longe de ser verdadeiro, visto que o Brasil vive seu momento de maior protagonismo internacional, qual seja, deixando de ser o anão político e diplomático que já foi, bem como de irrelevante, ao menos na ilógica ótica de Israel, país artificial e baseado na limpeza étnica. Inclusive Israel deve ao Brasil, em boa medida, a aprovação da malfadada resolução 181 da ONU, a da partilha da Palestina, da qual resultou a sua auto criação e a varrição étnica dos palestinos, esta a causa direta do que hoje ocorre, nada mais do que o mero efeito da verdadeira causa.


A nossa máxima indignação aos insultos israelenses se dá, inclusive e especialmente, porque o anão diplomático, e que prefere recorrer às armas contra população indefesa, e irrelevante, inclusive para o Brasil altivo de hoje, é Israel. Relevantes, para o Brasil, são as nações que respeitam os direitos humanos e o direito internacional, jamais o contrário. Israel, pela sua atitude frente ao Brasil, deu mais provas de sua inaptidão para a diplomacia e de sua já manifesta e perceptível irrelevância para o concerto das nações, já por demais demonstrada, em sucessivas ocasiões na ONU, organismo no qual este estado facínora só conta com seu próprio voto, o dos EUA, este com poder de veto, garantidor da sua olímpica impunidade, e de no máximo mais três a cinco outros votos, não raro de micro estados insulares cujas atividades são "bancárias" e sem fiscalizações, ou seja, que lavam dinheiro oriundo de toda a criminalidade global.


O Brasil, ao contrário do que diz Israel, é um gigante em muitos sentidos, dos quais vale destacar, como marca verdadeira de sua já visível condição de potência a: econômica (está entre as 6 maiores economias do mundo, a julgar como aceitáveis os atuais parâmetros de medição das riquezas produzidas a cada ano), alimentar, hídrica (hidráulica para a energia e para a água potável indispensável á vida), biogenética, ambiental, científica, territorial, energética (inclusive e muito fortemente em termos nucleares, com um dos processamentos mais modernos de urânio, com planta industrial nacional, bem como gasífera e petrolífera quase inigualável, para não falar das capacidade e tecnologia em energias renováveis a partir da biomassa), marítima (pela extensão continental de sua costa oceânica e pelo complexo sistema de embarcações e submarinos que vem desenvolvendo para sua defesa, especialmente, neste momento, das riquezas do pré-sal), política e diplomática (lidera o Mercosul e a Unasul e é um dos países integrantes dos chamados BRICs, cuja união e últimas resolução estão a impor um novo mundo multipolar, que desafia o atual, unipolar e no qual se sustentam regimes párias, como o israelense) e, por fim, ainda que haja quem disto não goste, militar, especialmente agora que o Brasil resolveu construir um exército à altura de sua importância estratégica, engajado na defesa nacional frente aos perigos provocados pelos inimigos notórios deste novo mundo que busca nossa nação arquitetar, juntamente com outras grandes nações desejosas deste mesmo novo alvorecer global.


As circunstâncias acima elencadas são aquelas em regra perceptíveis para a definição de uma potência, ainda que apenas nascente fosse. Entretanto, há outros fatores menos conhecidos e presentes no Brasil de hoje. Destacam-se dois, ao menos: o combate à miséria e o combate ao racismo. Como o Brasil vem promovendo estas duas agendas internamente com indubitável sucesso, não há dúvidas de que nosso país cria novos paradigmas que servem de exemplos para outros países, o que implica dizer, em grossas palavras, que esta nova potência da solidariedade está, com seu exemplo, mexendo num mundo em que poucas nações se servem justamente da miséria e do racismo para pilhar nações e continentes inteiros, algo que se dá por meio de intrincados mecanismos econômicos, financeiros, políticos e diplomáticos, universo no qual se inserem as malfadadas patentes de alimentos e medicamentos (pequeno exemplo, pois há muito mais) e militares, estes últimos somente possíveis porque o mundo após a chamada 2ª guerra mundial foi arquitetado para obedecer ao que ditado por organismos multilaterais absolutamente hegemonizados pelas potências vencedoras deste conflito armado, no qual, portanto, são possíveis desde que deles sejam beneficiárias as mesmas nações que o construíram. E o Brasil não tem se limitado a dar o exemplo. Nestes dois particulares (combates à miséria e ao racismo), o Brasil tem exportado suas experiências, mais fortemente para o continente africano e para outras nações sul americanas, mas já ensaiando leva-las para mais longe.


Assim colocada as coisas, não há como restarem dúvidas quanto ao estado que detém a condição de anão, no caso político, mas também moral. Este é olimpicamente Israel, hoje um estado pária, cujos dirigentes, civis e militares, têm seus movimentos limitados a pouquíssimos países devido ao temor de prisão para responderem por seus inauditos crimes de lesa humanidade, mais notoriamente promovidos contra os palestinos, mas não só, posto que já é de conhecimento da humanidade sua implicação em crimes de escala planetária, sendo pequeno exemplo sua atuação ativa em quase todos os golpes militares havidos nas Américas do Sul e central, regimes golpistas aos quais emprestou treinamento em torturas e assassinatos. E, de outro lado, não há nenhuma dúvida quanto ao colossal Brasil como o gigante que é em nossos dias, inclusive como a primeira nação que se faz potência sem ser imperialista, o que coloca, em igual tempo, os anões políticos e diplomáticos nas prateleiras das irrelevâncias históricas que, no caso de Israel, conta com a agravante de ser um anão moral, pois nenhuma outra nação no mundo se serve de aberto regime de apartheid e da limpeza étnica para existir, desde o nascedouro até nossos dias.



* UALID RABAH é Diretor de Relações Institucionais da FEPAL – Federação Árabe Palestina do Brasil



FEPAL-Federação Árabe Palestina do Brasil


Leia também:


DE CEGOS E DE ANÕES    


Por Mauro Santayana no Jornal do Brasil: http://migre.me/kDAyg




O brasil não entende nada de diplomacia, diz o imoral Israel




































2 comentários:

  1. O Brasil ,em nenhum momento dirigiu palavras de ofensas ao estado de Israel,que sem pensar em respeito diplomático ,foi logo taxando o país sulamericano de anão diplomático e agora entrando num assunto que não tem nada a haver ,citando a histórica goleada de 7x1 sofrida pela seleçao! Coisa de quem não tem argumento e só sabe apelar! O Brasil é mais que uma mera seleção de futebol e não cabe comparação,só disseram isso porque sabem como os brasileiros são loucos por futebol e acharam que os brazucas ficariam furiosos! Mas e daí? Então quem é o anão na história? Atitude típica de muleque criança que não tem argumento pra nada e mete qualquer assunto na resposta!O Brasil só reclamou da desproporcionalidade de mortes de cada lado .o certo era não morrer ningué pela guerra, ou melhor :O certo , seria não haver nenhuma guerra!Mas tem alguma coisa errada: há 800 e tantas mortes de um lado e trinta e poucas de outro! È desproporcional mesmo! Parece até que Israel pensa assim:Deixemos que matem trinta e poucos dos nossos e depois ,como justificativa ,matemos oitocentos deles.Assim ,em pouco tempo ,exterminaremos todos os palestinos!Parece loucura,mas me parece também que é exatamente isso que está acontecendo! O Brasil é inegavelmente um país com muitas injustiças e desigualdades sociais com falta de segurança pública,políticos corrúptos,mas é o que tem em muitos países,uns menos e outros mais como o nosso país.Mas nosso país tem muita coisa boa,como cita o texto acima,e os Israelenses ,antes de nos taxarmos como anões,nos devem pelo menos respeito e gratidão! Respeito porque somos um país que tem uma política(não é perfeita)de acolhimento de povos de boa parte do mundo! E têm que ter gratidão porque dentre esses povos que estão no "país anão",muitos são judeus ! Abraço a todos e que Deus nos abençõe e assuma o controle desse mundo !

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  2. Muita covardia para com os palestinos e pouco respeito para com o Brasil por parte de israel! O Brasil em nenhum momento faltou com respeito com Israel que vem com esse papo de país anão e papo de futebol que não tem nada a haver com o assunto,querendo tirar o foco e cobrir a visão do mundo para a carnificina que estão cometendo a anos! Parece até que pensam assim:Deixemos que matem 40 dos nossos e depois como justificativa matemos 900 deles! Assim em pouco tempo exterminaremos todo o povo Palestino! Sinceramente ,é isso que me parece! Nosso Brasil tem muitos defeitos mas tem muita coisa boa também!Os Israelenses devem saber e ao menos por isso respeitarem o "país anão" ou ao menos um pouco de gratidão ,pois o Brasil tem uma política (boa ou falha)de acolhimento de povos e entre esses povos que vivem em nosso país,muitos deles são Judeus! Abraço e que Deus nos abençõe !

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