sexta-feira, 17 de abril de 2015

Palestina resistente: Brasileiros encontram a luta por libertação

Por Moara Crivelente*

Cruzar a fronteira do rei, da Jordânia para a Palestina, foi como retomar uma longa jornada. A ocupação israelense dos territórios e das vidas dos palestinos é multidimensional, onipresente e traz custos elevadíssimos à dignidade e à humanidade, e precisa ser investigada constantemente. A resistência nacional, entretanto, não se deixa dobrar.


Um grupo de brasileiros representantes de diversos movimentos sociais – inclusive do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) – viajou à Palestina com o intuito de entrar na Faixa de Gaza. Na véspera, enquanto participávamos do Fórum Social Mundial na Tunísia, recebemos a notícia de que o governo israelense, que controla duas passagens para o estreito território sitiado há oito anos, não permitiria a entrada demandada através da Chancelaria brasileira, alegando “motivos de segurança” e a proximidade do feriado religioso Judaico, o Pessach, no início de abril.

Colônia israelense de Beit El, a ilegalidade da ocupação
Colônia israelense de Beit El


Não bastasse, à entrada da Cisjordânia, dois membros do grupo, Soraya Misleh e Mohamad El-Kadri, da Frente em Defesa do Povo Palestino, foram barrados e banidos do retorno por cinco anos. O Itamaraty pronunciou-se a respeito ; o racismo e a segregação aos quais são submetidos os palestinos já ficaram demonstrados na fronteira Jordânia-Cisjordânia, com a inescrupulosa exclusão de dois descendentes de árabes.

A Faixa de Gaza não ficou esquecida enquanto visitávamos uma vila em dia de protesto contra a ocupação, as famílias de prisioneiros ou recém-libertos – como o caso de Ra’ed Zibar, membro da resistência da Frente Popular pela Libertação da Palestina (FPLP) detido durante a segunda intifada, em 2002, e libertado 13 anos depois – e representantes de entidades sociais, ou da Organização pela Libertação da Palestina (OLP). Embora tivéssemos a nova tarefa de coletar novas informações e expressar apoio firme à luta palestina pela paz e pela libertação, na Cisjordânia, impedidos de entrar em Gaza, a necessidade de abordar a ocupação por completo ficou evidenciada a todo o momento. A estratégia de fragmentação dos territórios, ou melhor, do Estado ocupado da Palestina, serve à tentativa sionista de dar por encerrada a discussão, como se houvesse uma discussão, e não centenas de resoluções da ONU e outras instituições que não só condenam as práticas da ocupação como reconhecem o direito dos palestinos de resistir.

Posto de controle de Calândia, Cisjordânia- Palestina
Posto de controle militar israelense em Calândia


Esses são, claro, temas essenciais no acompanhar da causa palestina, mas às vezes ficam perdidos nas análises mais profundas, também necessárias, sobre os matizes que agudizam as relações entre israelenses e palestinos e a própria ocupação sionista da Palestina. A aliança da maior potência bélica mundial – os EUA, que se apresentam como mediadores sem qualquer legitimidade – está abalada, mas não comprometida. Evidências disso são abundantes. Ainda, a radicalização da sociedade israelense assusta alguns observadores. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e seu partido de extrema-direita reeleito, Likud, agravaram a retórica para rechaçar agora abertamente o Estado da Palestina. Entretanto, a ponderação sobre a expressiva votação da Lista Conjunta de partidos árabes e um misto nas eleições de março em Israel e o maior número de votos para partidos ditos de “esquerda” é de elevada importância.

Netanyahu disse o que achou necessário para recobrar o postonas eleições. Por outro lado, isso lhe custou maior apoio internacional à causa palestina, agora levada aos tribunais internacionais para desvelar décadas de crimes de guerra na base de sustentação da ocupação. Em 1º de abril se efetivou a adesão do Estado da Palestina ao Estatuto de Roma, constitutivo do Tribunal Penal Internacional (TPI), iniciativa que custou a suspensão do repassasse de mais de US$ 130 milhões por mês, desde dezembro, em impostos recolhidos pela administração israelense, como sanção. Os salários de milhares de palestinos ficaram comprometidos.

Brasileiros com Mustafa Barghouti na Palestina
Brasileiros encontram Mustafa Barghouthi em Ramallah


Mesmo assim, inúmeros casos foram dirigidos ao TPI como amostras dos crimes perpetrados não só pelo Exército como por todo o aparato administrativo israelense nos territórios palestinos ocupados. Naquele dia, a reunião em Ramallah com Mustafa Barghouthi, diretor da Iniciativa Nacional Palestina, expunha mais uma vez, em imagens e números, a devastação na Faixa de Gaza, na terceira grande ofensiva israelense em cinco anos – que matou mais de 2.270 palestinos, sendo 83% civis e 580 crianças, com 91 famílias dizimadas, além de jornalistas e pessoal médico; são flagrantes crimes de guerra, apesar do contorcionismo israelense para justificá-los. Uma comissão de inquérito do Conselho de Direitos Humanos da ONU investiga as denúncias com grande dificuldade.

Tropas de ocupação israelense em Jerusalém
Tropas de ocupação israelense em Jerusalém


Barghouthi também explicou os vários instrumentos da segregação nos territórios palestinos, com referência ao uso desigual da energia elétrica e dos recursos aquíferos – em grande parte retirado dos próprios reservatórios palestinos, a quem a água é vendida por valor superior ao da taxa cobrada às colônias israelenses. Além disso, a malha rodoviária exclusiva para israelenses corta a Cisjordânia obrigando os palestinos a mais uma vez desviarem dos seus caminhos, além de já terem de mover vilas e plantações de lugar para a passagem do muro construído desde 2002 – a “barreira de segurança”, no linguajar israelense – com oito a 12 metros de altura e 800 quilômetros de extensão. As permissões para movimentação ou a construção, a emissão de documentos de identidade e até mesmo a configuração das famílias passam pelo crivo das autoridades israelenses. Bases e “áreas militares fechadas” roubam ainda mais terras, além daquelas dedicadas às cerca de 140 colônias – algumas consideradas ilegais pelo próprio governo israelense, mas que recebem luz e água – onde residem quase 600 mil israelenses.

Tentar criar uma realidade irreversível é o principalintuito da ocupação, cujas leis usam termos religiosos – como “Eretz Israel”, a Grande Israel de onde a Palestina seria eliminada – para expandir o controle a frações importantes, como a cidade de Jerusalém, anexada em 1967 e em 1980 – embora a Lei de Jerusalém não use abertamente o termo “anexação”. Numa conversa, um policial israelense que tentava ser simpático – uma raridade – à entrada da esplanada das mesquitas, onde fica Al-Aqsa, alegava que “Israel quer a paz e, por isso, permite que a Jordânia controle a esplanada e respeita o local, só adentrando quando necessário”. O policial, que parecia acreditar no título de Jerusalém, “capital una e eterna de Israel”, referia-se 1) a um reduzido local de Jerusalém Oriental, palestina, mas ocupada, onde os policiais e soldados israelenses não deveriam entrar, segundo acordo com a Jordânia e 2) às vezes em que a presença de israelenses leva a confrontos e à invasão dos soldados para conter, principalmente, os palestinos, que acabam sendo banidos do local por alguns dias.

Base militar da ocupação israelense na Cisjordânia


A fragmentação é um dos principais instrumentos, físicos e imaginários, para “quebrar a resistência” e a unidade nacional entre os palestinos. Não tem funcionado, porém. Alternativas nascem em grande dinâmica dos partidos políticos e dos movimentos sociais. É o caso dos comitês populares e de organizações como a União da Juventude Palestina, que realiza projetos nas áreas rurais mais impactadas pela ocupação para apoiar a geração de renda, a produção de comida – em alternativa ao consumo de produtos israelenses – e a permanência das pessoas, em resistência contra a expulsão.

As autoridades palestinas também intensificam esforços internos, como a recente resolução do Comitê Central da OLP, que adere ao boicote aos produtos israelenses e insta ao fim da chamada “cooperação securitária” com Israel, prevista nos Acordos de Oslo da década de 1990 e que aos palestinos tem se evidenciado como uma aceitação da ocupação, imposta por Israel e por seus parceiros “mediadores” . A resistência fortalece-se nas iniciativas nacionais e no aumento da solidariedade internacional. Se as portas da diplomacia com Israel são fechadas pela própria liderança israelense – a contragosto de uma grande porção da sociedade, que fique claro – o mundo deve oferecer alternativas e intensificar esforços pelo fim da impunidade e da ocupação israelenses na Palestina.


*Moara Crivelente é Cientista política, jornalista e membro do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), assessorando a presidência do Conselho Mundial da Paz.


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quarta-feira, 15 de abril de 2015

Fallece Eduardo Galeano: el escritor amigo de la causa palestina

Eduardo Galeano, amigo da causa palestina


Su piel aún estaba tersa y sus ojos celestes parecían ver todo con la misma claridad con la que escribía sus artículos.Tal vez, el único rastro evidente de sus 74 años, era su virulenta calvicie y la tinta blanca del cabello que aún seguía en pié.

Hace años que el cáncer se había alojado en sus pulmones, es por eso que no fue sorpresa cuando, durante el viernes recién pasado, Galeano debió internarse en el Centro de Asistencia del Sindicato Médico del Uruguay. Ahí se quedó, en un hospital de su país natal, esperando definiciones. Definiciones que llegaron durante el día de ayer, cuando el Cáncer terminó de ganar la batalla, creando un ambiente de conmoción en el mundo artístico y generando un gran aplauso mundial.


Galeano y Palestina

No es secreto que Galeano amaba las letras: era periodista y escritor. A pesar de que había nacido en el seno de una familia de clase alta y católica, escribió innumerables artículos y participó como columnista en diversos medios críticos, entre ellos, la revista literaria "Contra Punto". Desde aquella tribuna, aprovechó la ligereza de su pluma para escribir sobre temas cotidianos y otros que le parecían preocupantes: habló sobre fútbol, feminismo y política. En su publicación "Las Venas Abiertasde América Latina" (1971), traducida en 18 idiomas, retrató la opresión del continente americano; y en reiteradas oportunidades, aprovechó de analizar la crítica situación que viven los palestinos producto de las crueldades israelíes. Esto hace que Galeano se haya convertido en un gran amigo de la causa Palestina, los dejamos con parte de sus escritos.


"En Gaza, de cada diez daños colaterales, tres son niños. Y suman miles los mutilados, víctimas de la tecnología del descuartizamiento humano, que la industria militar está ensayando exitosamente en esta operación de limpieza étnica. Y como siempre, siempre lo mismo: en Gaza, cien a uno. Por cada cien palestinos muertos, un israelí. Gente peligrosa, advierte el otro bombardeo, a cargo de los medios masivos de manipulación, que nos invitan a creer que una vida israelí vale tanto como cien vidas palestinas. Y esos medios también nos invitan a creer que son humanitarias las doscientas bombas atómicas de Israel, y que una potencia nuclear llamada Irán fue la que aniquiló Hiroshima y Nagasaki"



"Los colonos invaden, y tras ellos los soldados van corrigiendo la frontera. Las balas sacralizan el despojo, en legítima defensa. No hay guerra agresiva que no diga ser guerra defensiva. Hitler invadió Polonia para evitar que Polonia invadiera Alemania. Bush invadió Irak para evitar que Irak invadiera el mundo. En cada una de sus guerras defensivas, Israel se ha tragado otro pedazo de Palestina, y los almuerzos siguen. La devoración se justifica por los títulos de propiedad que la Biblia otorgó, por los dos mil años de persecución que el pueblo judío sufrió, y por el pánico que generan los palestinos al acecho. Israel es el país que jamás cumple las recomendaciones ni las resoluciones de las Naciones Unidas, el que nunca acata las sentencias de los tribunales internacionales, el que se burla de las leyes internacionales, y es también el único país que ha legalizado la tortura de prisioneros.


¿Quién le regaló el derecho de negar todos los derechos? ¿De dónde viene la impunidad con que Israel está ejecutando la matanza de Gaza? El gobierno español no hubiera podido bombardear impunemente al País Vasco para acabar con ETA, ni el gobierno británico hubiera podido arrasar Irlanda para liquidar a IRA.¿Acaso la tragedia del Holocausto implica una póliza de eterna impunidad? ¿O esa luz verde proviene de la potencia mandamás que tiene en Israel al más incondicional de sus vasallos? El ejército israelí, el más moderno y sofisticado del mundo, sabe a quién mata. No mata por error. Mata por horror. Las víctimas civiles se llaman daños colaterales, según el diccionario de otras guerras imperiales"


"Esta guerra, esta carnicería de civiles, se desató a partir del secuestro de un soldado. ¿Hasta cuándo el plagio de un soldado israelí podrá justificar el secuestro de la soberanía palestina? ¿Hasta cuándo el plagio de dos soldados israelíes podrá justificar el secuestro de Líbano entero?


La cacería de judíos fue, durante siglos, deporte preferido de los europeos. En Auschwitz desembocó un antiguo río de espantos, que había atravesado toda Europa. ¿Hasta cuándo seguirán los palestinos y otros árabes pagando crímenes que no cometieron?


Hezbollah no existía cuando Israel arrasó Líbano en sus invasiones anteriores. ¿Hasta cuándo seguiremos creyendo el cuento del agresor agredido, que practica el terrorismo porque tiene derecho a defenderse del terrorismo? Irak, Afganistán, Palestina, Líbano... ¿Hasta cuándo se podrá seguir exterminando países impunemente?


Israel ha desoído 46 recomendaciones de la Asamblea General y de otros organismos de Naciones Unidas. ¿Hasta cuándo el gobierno israelí seguirá ejerciendo el privilegio de ser sordo?


Naciones Unidas recomienda, pero no decide. Cuando decide, la Casa Blanca impide que decida, porque tiene derecho de veto. La Casa Blanca ha vetado, en el Consejo de Seguridad, 40 resoluciones que condenaban a Israel.¿Hasta cuándo Naciones Unidas seguirán actuando como si fueran otro nombre de Estados Unidos?
Desde que los palestinos fueron desalojados de sus casas y despojados de sus tierras, mucha sangre ha corrido. ¿Hasta cuándo seguirá corriendo la sangre para que la fuerza justifique lo que el derecho niega?


La historia se repite, día tras día, año tras año, y un israelí muere por cada 10 árabes que mueren. ¿Hasta cuándo seguirá valiendo 10 veces más la vida de cada israelí? "


segunda-feira, 13 de abril de 2015

"Voy a abrir las puertas del infierno para Israel en la Corte Penal Internacional"

>ENTREVISTA con Raji Sourani, director del Centro Palestino de Derechos  Humanos, cree que la adhesión de Palestina a la Corte Penal  Internacional es una oportunidad para condenar la "guerra en  Gaza, el bloqueo o los asentamientos".

>Estamos  preparados, somos un ejército de abogados. Ahora  nadie podrá controlarnos ni presionarnos", afirma.


>"No hay ni un solo artículo de los Convenios de Ginebra, la ley     humanitaria internacional o la ley internacional que Israel no  haya violado", asevera.

Raji Sourani, director del Centro Palestino de Derechos  Humanos
Raji Sourani, director del PCHR en Gaza/ Isabel Pérez

Isabel Pérez - eldiario.es


Para muchos palestinos ha comenzado el Juicio Final para Israel. 67 años después de la Nakba, la expulsión forzada de más de 700.000 palestinos de sus hogares a manos de sionistas armados, después de tres guerras contra la Franja de Gaza y tras el rechazo, el pasado 30 de diciembre, del proyecto de resolución palestino presentado en el Consejo de Seguridad de la ONU con el que los palestinos proponían el fin de la ocupación israelí, el presidente palestino Mahmud Abbas decidió firmar 20 tratados y convenios internacionales, entre ellos, la adhesión a la Corte Penal Internacional (CPI) y al Estatuto de Roma. El bloqueo sobre Gaza, la construcción del Muro del Apartheid en Cisjordania, los crímenes de guerra y lessa humanidad cometidos por Israel, entre otras violaciones de los tratados y leyes internacionales, podrán ser juzgados a partir del 1 de abril, día en el que Palestina ingresará oficialmente en la CPI.

En la ciudad de Gaza, la actividad del Centro Palestino de Derechos Humanos (PCHR) es incesante. Raji Sourani, abogado y director del centro, afirma que "ha llegado el momento de abrir las puertas del infierno para Israel "usando el "imperio de la ley y la oportunidad que brinda la adhesión de Palestina en la CPI".

Con el Estatuto de Roma firmado, con la adhesión de Palestina a la Corte Penal Internacional, ¿qué panorama se presenta?

Respuesta- He estado trabajando en la CPI durante 20 años, veía que podría ser muy útil para nosotros. Tras la guerra 2008/9 pedimos a la Autoridad Palestina que firmara. Decían que al no tener estatus de Estado no serviría. Después de noviembre 2012, cuando Palestina fue nombrada Estado no-miembro, no había excusas, pero el problema fue la gran presión proveniente de Israel, EEUU, Europa y entre la OLP. La Autoridad Palestina se ha decidido, ya era hora. Misión cumplida. Yo me pregunto ¿qué pasaría si hubiera habido 540 niños y 324 mujeres israelíes muertos? ¿Cuál sería la reacción de Israel? Esta decisión llega en un momento único. Después de tanta sangre, tanta destrucción, crímenes, cuatro años después de que el sistema legal israelí se viniera abajo, después de que los países europeos -donde queríamos usar la Justicia Universal contra los crímenes israelíes- cambiasen sus leyes e hicieran de nuestra misión algo imposible.

Estamos en proceso, preparados, somos profesionales, un ejército de abogados. Ahora nadie podrá controlarnos ni presionarnos. Voy a abrir las puertas del infierno para Israel.

¿Cómo?

Hemos estado preparando nuestras luchas legales durante estos años y estamos determinados a seguir adelante. Somos revolucionarios románticos, creemos en los hechos, los estándares, las conclusiones. Tenemos los hechos y conocemos la ley. Sabemos qué resultados podríamos tener. Sabemos a quién vamos a llevar a la justicia, al menos en cuanto a la guerra en Gaza, el bloqueo, los asentamientos y el Muro del Apartheid.

¿Esto podría afectar a los dirigentes israelíes?

Tienen razón de estar muertos de miedo. Sin embargo, ¿tú crees que algún israelí, figura política o militar, sale de Israel sin estar seguro de tener el camino despejado? Esto pasa desde hace años.

Los palestinos también podrán ser llevados ante la CPI.

¡Qué intenten llevarnos a la CPI! ¡Qué intenten llevar a líderes de Hamas, la Yihad Islámica, o a Abu Mazen! ¿Por qué no lo hicieron antes? ¿Por misericordia? ¿A cuántos de ellos ha matado Israel? Ahora les decimos, vamos a sentarnos como personas civilizadas bajo el Imperio de la ley. ¿Por qué se enfurecen los israelíes, acaso nosotros los palestinos hemos inventado la CPI? Es la crème de la crème de la experiencia humana, queremos usarla, la Ley fue inventada para que la usen las víctimas.

Usted lleva 37 años defendiendo los derechos de los palestinos. ¿En qué momento exactamente y por qué decidió dedicarse a la defensa de los derechos humanos?

Al salir de prisión. Allí descubrí los periodos de interrogación, las torturas, las duras condiciones, la negligencia médica, la humillación. Comencé con una oficina privada donde tenía a once abogados ayudándome. Trabajábamos casos de prisioneros palestinos, casos relacionados con los Tribunales militares. En 1990, cuando Gaza estaba en total oscuridad, creé el Centro de Gaza para los Derechos y la Ley, y en 1995 el PCHR con dos agendas: la israelí y la palestina. Tenemos tres oficinas en la Franja de Gaza y una en Ramala. Para nosotros lo más importante es estar cerca de las víctimas.

Ha recibido múltiples premios en el campo de los Derechos Humanos. En 1991 el Robert F. Kennedy, en 1996 Premio de la República Francesa, en 2002 Premio Bruno Kreisky, en 1988 fue Preso de Conciencia de Amnistía Internacional. El último en 2013, el prestigioso Premio Nobel de la Paz Alternativo en Estocolmo.

Recibí el premio R. F. Kennedy incluso estando en la lista negra estadounidense. Algo parecido a lo que le ocurrió a mi héroe, Mandela, que fue a EEUU incluso estando en dicha lista.

Los premios son un reconocimiento. Te hace sentir bien saber que vas por el buen camino. Es el reconocimiento de las víctimas que representas. Las víctimas buscan gente fuerte que les proteja, que haga justicia. Si no tienes la fuerza, la imagen de ser un revolucionario romántico comprometido, y si no estás listo para pagar por ello, no lo seas. Esto no es para ganarse el pan, esto es para servir a una causa, la causa del Imperio de la ley, del Derecho y los Derechos Humanos.

Hablando de reconocimiento. ¿Qué piensa del reconocimiento de los Parlamentos europeos de Palestina como Estado?

Creo que la Declaración de Venecia (1980) ha sido el mejor apoyo europeo que ha habido. No comprendo el reconocimiento de un Estado palestino virtual después de 67 años de la Nakba. ¿Cuáles son las implicaciones? Estos países tienen la obligación legal de protegernos, como dice el Cuarto Convenio de Ginebra. Y no nos están protegiendo. Necesitamos más hechos y menos palabrería.

¿Existe una lista de las convenciones, tratados, leyes internacionales que Israel viola o ha violado?

Te lo pongo más fácil. No hay ni un solo artículo de los Convenios de Ginebra, la ley humanitaria internacional o la ley internacional que Israel no haya violado.

Israel es parte de los Convenios de Ginebra (1949), no de su I y II Protocolos Adicionales (1977). Firmó en 2002 el Estatuto de Roma, pero afirma que no tiene obligaciones legales. ¿Qué significa esto?

El Convenio de Ginebra se aplica cuando hay una ocupación y es la ley la que designa la relación entre la Potencia ocupante y el Pueblo ocupado. Israel nunca ha reconocido que está ocupando Cisjordania, Jerusalén o Gaza, excepto durante 43 días en 1967. Después dijo Oh, lo siento, no estamos ocupando, son territorios administrados o disputados. Israel es el único Estado en el mundo que afirma esto. Incluso el Departamento de Estado de EEUU dice ‘Territorios Ocupados’. El Comité Internacional de la Cruz Roja, guardián de los Convenios de Ginebra, dice ‘Territorios Ocupados’. Nosotros somos los Civiles protegidos bajo Ocupación. Eso significa que Israel debería garantizar nuestra libertad de movimiento, es su obligación legal. Israel no tiene derecho a poner a sus colonos en territorio ocupado, no tiene derecho a confiscar tierra, a construir asentamientos, a levantar el Muro del Apartheid; no tiene derecho a bloquear, a los asesinatos selectivos o a torturar.

Usted ha estado en Gaza durante la última guerra. El ejército más moral del mundo”, como lo llama Netanyahu, ¿qué ha hecho? ¿Cómo ha sido esta guerra en comparación con las anteriores?

R- Tengo 60 años y he vivido aquí toda mi vida y nunca, en mis peores pesadillas, imaginé que lo que ocurrió podría suceder. Israel ha llegado a la conclusión de que tiene libertad absoluta para hacer lo que quiera. Fueron objetivo: mujeres, niños, ancianos, casas, ambulancias, familias enteras, barrios enteros, fábricas, granjas, colegios con desplazados. Hubo más de medio millón de desplazados. No había ni un solo lugar seguro. El problema no es solo lo que hizo Israel, sino que todo estaba siendo emitido en vivo. El mundo nos estaba viendo y nadie movió un dedo a nivel gubernamental. ¿Cuál es la diferencia entre Bin Laden e Israel? ¿Entre Da’esh e Israel?


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domingo, 5 de abril de 2015

Israel barra brasileiros com ascendência árabe na Palestina

Soraya e Mohamad, brasileiros barrados em Israel
Soraya e Mohamad, brasileiros com ascendência árabe, barrados em Israel. Foto: Leonardo Severo


REPUDIAMOS E DENUNCIAMOS MAIS ESSE CASO DE RACISMO, XENOFOBIA E DESRESPEITO AO BRASIL POR PARTE DE ISRAEL AO NÃO PERMITIR A ENTRADA NA PALESTINA DOS BRASILEIROS SORAYA MISLEH E MOHAMAD KADRI.

ESSA PRÁTICA É COMUM POR PARTE DE ISRAEL. EM 2008 REMETEMOS UMA CARTA AO MINISTRO CELSO AMORIM RELATANDO A SITUAÇÃO, DENUNCIANDO CASOS OCORRIDOS E PEDINDO MEDIDAS ENÉRGICAS. TRECHOS DA CARTA:

"Não nos surpreendeu a detenção da filha do embaixador Pedro Motta no aeroporto de Ben Gurion. Trata-se de conduta das autoridades da “democracia israelense” imposta para centenas de brasileiros, sejam eles descendentes ou não de árabes. Todos são “terroristas” até que se prove o contrário.


“Se a filha do embaixador, na condição de turista, ficou detida por três horas por ter um nome árabe, bem sabe vossa excelência o que ocorre com os brasileiros de descendência árabe e palestina que tentam visitar, rever ou retornar ao convívio de suas famílias que residem nos Territórios Palestinos Ocupados por Israel.


Denunciamos que são inúmeros casos de detenção, tortura e humilhações, seguidos de deportação ou negação de renovação de vistos. A denúncia foi remetida ao conhecimento do governo brasileiro e até o momento não tivemos uma resposta enérgica e satisfatória.
(...)
Esperamos que o governo brasileiro, que mantém relações com Israel, que acaba de assinar um Tratado de Livre Comércio com Israel, juntamente com outros países da América do Sul, que mantém acordos de cooperação em várias áreas com esse Estado fora da lei, possa fazer valer o princípio da reciprocidade nos aeroportos brasileiros e intervir para garantir uma vida digna, a reunião familiar, a renovação dos vistos desses cidadãos brasileiros. E que a cada deportação convoque a representação diplomática israelense para esclarecimentos, desculpas e fazer valer o direito dos cidadãos brasileiros de origem árabe ou não.


(...)
Excelência, Senhor Ministro, solicitamos, mui respeitosamente, que desfralde a bandeira brasileira em Ramallah para dar um basta a mais esse crime cometido pelas autoridades israelenses contra os direitos humanos e a dignidade de cidadãos brasileiros.”

ATÉ O MOMENTO, CONSIDERAMOS INSATISFATÓRIA E PRECÁRIA A POSIÇÃO DO GOVERNO BRASILEIRO SOBRE O ASSUNTO. 

DEVIDO A AUSÊNCIA DE RESULTADOS CONCRETOS, PEDIMOS QUE A PRESIDÊNCIA DA REPUBLICA E O MINISTÉRIO DE RELAÇÕES EXTERIORES ATUEM COM ENERGIA E FAÇAM VALER O PRINCIPIO DA RECIPROCIDADE,  O DIREITO DOS CIDADÃOS BRASILEIROS E OS TRATADOS INTERNACIONAIS.

FEPAL- Federação Árabe Palestina do Brasil


Logotipo da Fepal- Federação Árabe Palestina do Brasil

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Israel barra brasileiros com ascendência árabe na Palestina


Escrito por: Leonardo Severo e Luiz Carvalho em CUT Nacional

CUT e entidades que compõem missão humanitária ao Estado Palestino cobrarão posicionamento do governo brasileiro

Após mais de 30 horas de uma viagem que partiu de Túnis e passou por Dubai e Amã, a delegação brasileira em missão humanitária à Palestina chegou na noite desta terça-feira (31) – horário local – à Cisjordânia e vivenciou parte do racismo e da xenofobia impostos por Israel. 

Dos 16 membros que compunham o grupo, dois foram impedidos de atravessar a fronteira entre a Jordânia e a Palestina. O militante pela Frente em Defesa do Estado Palestino Mohamad El Kadri, de origem libanesa, e a jornalista brasileira de origem palestina Soraya Misleh, os únicos de sobrenome árabe.

Segundo as autoridades israelenses, o visto foi negado por “razões çde segurança do Estado de Israel.” Apesar de não constar no documento entregue a eles, também foram informados que não conseguirão ingressar em Israel nos próximos cinco anos.

Muito emocionada, Soraya ressaltou que junto à solidariedade, também teve negado o direito de visitar familiares.

“Mais uma vez sofremos discriminação e racismo. Perguntei qual era o perigo que representava, mas não explicaram. Tenho família lá dentro da Palestina e novamente não pude vê-la. O sentimento é de tristeza e profunda indignação”, desabafou.

Ela cobrou ainda que o governo brasileiro cumpra o compromisso de repudiar a ação. “Eu gostaria que fosse feito o que o governo prometeu, de denunciar caso sofrêssemos discriminação.”

Mohamad El Kadri, também tradutor de árabe para o grupo, cobra que o Estado brasileiro atue de maneira recíproca. “A postura foi agressiva, sem nenhuma acusação e o governo brasileiro deve tratar os cidadãos israelenses da mesma forma que nos trataram”, defendeu.

Apesar de não prosseguir na viagem, ele deixou uma mala com 30 bolas de futebol que serão distribuídas a crianças palestinas.

Em contato com o embaixador brasileiro no território palestino, Paulo França, a CUT ouviu que acionará o embaixador em Israel, Henrique Sardinha Pinto, em busca de providências.

Burocracia e desrespeito

A ação acirra ainda mais o clima de tensão que Israel impõe à região. Segundo relatório da Organização das Nações Unidas divulgado no último dia 27, o ano de 2014 foi aquele em que o exército israelense mais matou civis palestinos em ações militares: foram 2.314 mortos e 17.125 feridos.

O cerco à Palestina se manifesta em posturas como a premedita demora na liberação da missão que conta com a CUT e parceiros brasileiros do Comitê Internacional do Fórum Social Mundial. Foram mais de três horas de espera na fronteira, apesar do diálogo prévio e da intermediação da embaixada brasileira. 

Israel ainda tenta impedir que o grupo chegue à Faixa de Gaza, onde 1,8 milhão de pessoas convivem em um território de 360 km² no qual 50% das mulheres grávidas são impedidas ou limitadas em realizar o pré-natal. A região sofre ainda com apagões que duram até 18 horas por dia por conta dos bombardeios israelenses que destroem a infraestrutura local.

Primeiras impressões

Seguir pelas estradas que cortam o Estado Palestino é vislumbrar exemplos de um apartheid invisível aos grandes meios de comunicação. Além do vergonhoso muro erguido por Israel para represar a Palestina, há check points sob comando israelense que atravancam o trânsito a qualquer hora do dia.

Enquanto carros emplacados em Israel podem circular livremente, aqueles de origem palestina só andam pela Cisjordânia. As placas de trânsito no idioma árabe estão localizadas apenas na Palestina. Em Israel as opções são o hebraico e o inglês.

À beira das vias chama atenção a presença cada vez maior de assentamentos israelenses, num processo de expansão incentivado pelo governo sionista agora comandado por Benjamin Netanyahu.

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Itamaraty reclama da proibição de acesso de brasileiros à 

Cisjordânia por Israel

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou que o embaixador brasileiro em Israel, Henrique Sardinha, manifestou nesta quinta-feira (2) a contrariedade com o fato de dois brasileiros integrantes da Missão Humanitária a Gaza do Fórum Social Mundial terem sido barrados pelo serviço de imigração israelense.

Por meio de nota, o Itamaraty acrescentou que o embaixador do Brasil em Tel Aviv já entrou em contato com as autoridades israelenses para manifestar contrariedade com o ocorrido com a delegação brasileira da Missão Humanitária a Gaza do Fórum Social Mundial”.

Soraya Misleh, jornalista brasileira de origem palestina, e Mohamad El Kadri, de origem libanesa, foram impedidos de entrar na Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel, sob a alegação de que poderiam oferecer riscos à segurança israelense. Questionados sobre os motivos que levaram à suspeita, os funcionários da fronteira limitaram-se a dizer que não poderiam dar mais informações.

Depois de barrados, os brasileiros foram informados que estão proibidos de retornar ao país por cinco anos. De acordo com diplomatas brasileiros, apesar de o embaixador Henrique Sardinha ter demonstrado verbalmente sua contrariedade à diplomacia israelense, historicamente Israel não costuma voltar atrás em suas decisões.

Há menos de um ano, em julho de 2014, o Brasil foi chamado de “anão diplomático” pelo então porta-voz do MRE de Israel, Yagal Palmor, após o governo brasileiro divulgar duas notas classificando como inaceitável a escalada da violência entre Israel e Palestina.


Além do governo brasileiro condenar “energicamente o uso desproporcional da força” por Israel na Faixa de Gaza, o embaixador brasileiro em Tel Aviv foi chamado ao Brasil para consultas, ato diplomático que representa desagravo.

Fonte: Agência Brasil

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