segunda-feira, 30 de maio de 2011

MST vai colher azeitonas na Palestina


ANBA – Agência de Notícias Brasil-Árabe

30/05/2011

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra vai enviar 40 voluntários para ajudar os palestinos na colheita da azeitona em outubro. O movimento tem relações com o país árabe há quase dez anos.


São Paulo – Um grupo com 30 a 40 pessoas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) vai participar da colheita da azeitona palestina em outubro deste ano. A informação é de Marcelo Buzetto, do setor de relações internacionais da organização, que esteve no país árabe participando de uma conferência de movimentos de esquerda no começo de maio. De acordo com Buzetto, o MST vai dar apoio aos produtores no período.
Buzetto já esteve algumas vezes na Palestina

Ele explica que os representantes do MST participarão efetivamente da colheita, trabalhando na terra, e ficarão hospedados em casas de camponeses palestinos. No ano passado, de acordo com Buzetto, duas pessoas do movimento já participaram.

Além disso, a organização trabalha para ajudar a viabilizar o comércio de produtos do país árabe, inclusive de azeitonas. Ele lembra que o Brasil, por exemplo, importa azeite de oliva de regiões como a Europa e poderia, em vez disso, comprar da Palestina. Integrantes do movimento conversaram com diplomatas do Brasil e Venezuela na região sobre o tema.

O MST tem, de acordo com relatos de Buzetto, uma relação de quase dez anos com os palestinos. Tudo começou em 2002, quando um integrante do movimento, Mário Lill, esteve por 22 dias com Yasser Arafat, quando ele se encontrava cercado pelo exército israelense, em Ramallah, na Cisjordânia. Na ocasião, ele entregou ao líder palestino, morto em 2004, uma bandeira do movimento, em sinal de solidariedade ao país.

Depois disso, representantes da organização estiveram outras vezes na Palestina, em oportunidades como o Fórum Social Palestino, em 2003, e no ano passado, quanto pela primeira vez houve ajuda na colheita de azeitonas.

O MST, junto com a Via Campesina, movimento mundial de trabalhadores rurais da qual o grupo brasileiro é um dos fundadores, quer fundar a Via Campesina no país árabe. Na verdade, a Palestina já tem uma série de movimentos organizados, como a União dos Comitês de Trabalhadores Agrícolas, União dos Comitês de Mulheres Palestinas e Centro de Informação Alternativa, e a idéia é reunir todos eles, dando-lhes um espaço comum, para que trabalhem no apoio aos camponeses, trabalhadores rurais e pescadores, que é a proposta da organização.

Buzetto explica que o objetivo da Via Campesina é lutar para que terra, água, sementes e recursos naturais não sejam controlados por poucos. “E lá são controlados por empresas israelenses”, explica. Alguns dos grupos sociais palestinos, como a União dos Comitês de Trabalhadores Agrícolas, já participam das ações da Via Campesina. A organização, aliás, deve promover em novembro, logo após a colheita de azeitona, uma conferência internacional, para a qual serão convidados integrantes do grupo da África, Ásia, Europa e Américas.

Na viagem de Buzetto à Palestina no começo deste mês, o MST foi homenageado. A conferência da qual o brasileiro participou, das esquerdas, em Hebron, teve como título “Uma luta conjunta para o fim da ocupação e do racismo” e teve o financiamento da Agência Catalã de Cooperação ao Desenvolvimento (ACCD), por meio da organização não-governamental Sodepau. “Nós fizemos uma homenagem a eles (entregando a bandeira do Brasil e do MST) e também fomos homenageados por ser uma organização que está mais presente a cada ano”, conta Buzetto. No final de novembro, o MST promove, no Brasil, um encontro nacional de solidariedade ao povo palestino.




Um comentário:

  1. É emocionante saber em detalhes tudo o que o MST está fazendo pelos palestinos. A causa palestina é a causa de todos os democratas, no mundo inteiro. Nossos inimigos, vítimas e imitadores dos nazistas, têm uma raiva infinita de suas vítimas e das oliveiras; quando foram escorraçados do Líbano, arrancaram tantas oliveiras quanto o seu ódio foi capaz e no lugar das arvores deixaram bombas enterradas para impedir que fossem replantadas. Os universitários libaneses e o Partido Comunista libanês promoveram o replantio e fui lá e plantei três oliveiras para demonstrar meu amor àqueles que sofrem nas mãos de exploradores. Se tiovesse um pouco menos de 83 anos me candidataria a ir ajudar na colheita. Obrigado MST. Senaúd, voltaremos. José Farhat josefarhat.a.uol.com.br

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