07 de agosto de 2014
Jornalismo B - Alexandre Haubrich
O acordo entre o governo do estado do Rio Grande do Sul e a
AEL, subsidiária da israelense Elbit, tem boas chances de ser cancelado, de
acordo com fontes de dentro do governo consultadas pelo Jornalismo B.
A Elbit
Systems é uma das principais empresas de armas de Israel, e foi a responsável
pela construção do muro na Cisjordânia, território palestino ocupado por
Israel. Prejudicado pela perda de um edital no valor de R$ 2,4 bilhões da
Finep, ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, e pela pressão social após
os ataques israelenses à Faixa de Gaza, o acordo poderá ser enterrado nas
próximas semanas.
Segundo as fontes consultadas pelo Jornalismo B, o acordo entre
o governo gaúcho e a AEL havia nascido de um objetivo concreto, a disputa do
edital da Finep chamado “Inova Aerodefesa”. Como não houve a conquista do
edital, cujo resultado saiu ainda no ano passado – sem grande divulgação para
não atrapalhar um possível avanço do acordo – o que sobra é a questão política.
Com a atual ofensiva israelense em Gaza, a pressão de lado a lado aumentou.
O acordo dava conta da construção de um polo de pesquisas
aeroespacial, em uma parceria que incluía também universidades gaúchas. O
programa aeroespacial gaúcho tem outros projetos, inclusive com a Universidade
Federal de Santa Maria, o que não tornaria necessário insistir em um acordo que
pode ser prejudicial politicamente e trazer pouca vantagem econômica. A
gravidade dos acontecimentos na Palestina e a pressão da comunidade palestina e
de movimentos de solidariedade fortaleceram a tese de cancelar o acordo.
Enquanto isso, em reunião realizada na tarde desta
quinta-feira entre o governador Tarso Genro e o embaixador palestino Ibrahim Al
Zeben, ficou definido que o governo iniciará uma campanha de solidariedade aos
refugiados com coleta de alimentos, remédios e recursos para a reconstrução de
Gaza.
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07/08/2014
11/08/2014
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