UMA BOA TEORIA DA CONSPIRAÇÃO
O Cafezinho - Por Miguel do Rosário, postado em 21/08/2014
Como bom jornalista, eu odeio teorias de conspiração. Mas os
últimos anos não foram saudáveis para pessoas como eu.
As revelações do Wikileaks, de que os EUA se envolveram em
tudo que é golpe das últimas décadas, depois as informações de Snowden, sobre
programas de computador ultrapoderosos, capazes de fazer, roboticamente,
espionagem em massa e elaborar mapas de comportamento de países inteiros,
reviveram todas as paranoias de conspiração que nós, do terceiro mundo,
vínhamos tentando extirpar.
Hoje eu ainda odeio teorias de conspiração e luto para
afastá-las do meu espírito, mas admito que sou um homem atormentado. Os EUA tem
poder demais, é difícil acreditar que eles não usariam todas aquelas
ferramentas mostradas por Snowden para exercer seus planos de domínio
planetário.
Seja como for, o acidente aéreo que matou Eduardo Campos trouxe
à baila novas teorias de conspiração. Tanto é que militantes do PSB foram ao
enterro aos gritos de “Justiça!”
Nas redes sociais, a direita golpista tratou de disseminar a
conspiração de que Dilma seria a responsável pela morte de Campos.
Só que isso não faz sentido. Mesmo a teoria de conspiração
mais bizarra tem de respeitar um fundamento: a quem interessa?
Dilma foi a principal prejudicada com a morte de Campos,
porque a substituta, Marina Silva, sempre foi muito mais perigosa
eleitoralmente do que o ex-governador de Pernambuco.
A única teoria de conspiração que faz sentido envolve o nome
de Marina Silva. Então, se algum desmiolado (ou gênio, nunca se sabe) quiser
alimentar teorias de conspiração, reproduzo abaixo uma belíssima referência.
É um artigo escrito por Wayne Madsen, um blogueiro e
jornalista investigativo que se tornou um dos maiores especialistas em teorias
de conspiração dos Estados Unidos. É respeitado por grupos de esquerda e
direita. Dezenas de sites importantes publicam frequentemente seus artigos. É
entrevistado constante em diversos canais de TV.
Pois então, segundo Madsen, a morte de Campos e a ascensão
de Marina podem envolver um plano orquestrado por bilionários americanos, com
objetivo de derrotar Dilma Rousseff, cuja defesa da soberania nacional é vista
como um estorvo aos interesses imperiais dos EUA e especuladores
internacionais.
MARINA SILVA, GEORGE SOROS…
E MAIS UM SUSPEITO ACIDENTE DE AVIÃO
Interesses dos EUA e Globalistão de Soros na América Latina
19/8/2014,
[*] Wayne Madsen, Strategic Culture
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu, no Blog Castorphoto
As eleições presidenciais no Brasil marcadas para outubro
estavam sendo dadas como resolvidas, com a reeleição da atual presidenta Dilma
Rousseff. Isso, até a morte, num acidente de avião, de um candidato
absolutamente sem brilho ou força eleitoral próprios, economista e
ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Dia 13/8, noticiou-se que o avião
que levava Campos – candidato de centro, pró-business, que ocupava o 3º lugar
nas pesquisas, atrás até do candidato do partido mais conservador (PSDB), Aécio
Neves, também economista e defensor da ‘’austeridade’’ – espatifara-se numa
área residencial de Santos, no estado de São Paulo, Brasil. Campos era
candidato do Partido Socialista Brasileiro, antigamente da esquerda, mas hoje
já completamente convertido em partido pró-business.
Como aconteceu nos partidos trabalhistas da Grã-Bretanha, da
Austrália e Nova Zelândia, nos liberais e novos partidos democráticos
canadenses, e no Partido Democrata dos EUA, interesses corporativos e sionistas
infiltraram-se também no Partido Socialista Brasileiro e o converteram num
partido da “Terceira Via”, pró-business e só muito fraudulentamente ainda
denominado partido “socialista”.
Já é bem visível que os EUA tentam desestabilizar o Brasil,
desde que a Agência de Segurança Nacional dos EUA espionou correspondência
eletrônica e conversações telefônicas da presidenta Dilma Rousseff do Partido
dos Trabalhadores (PT) e vários de seus ministros, o que levou ao cancelamento
de uma visita de estado que Rousseff faria a Washington; e com o Brasil
hospedando o presidente russo Vladimir Putin e outros líderes do bloco
econômico dos BRICS em recente encontro de cúpula em Fortaleza.
Dilma, Aécio e Campos (e Marina) em maio/2014
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O Departamento de Estado dos EUA e a CIA só fazem procurar
pontos frágeis no tecido social do Brasil de Rousseff, para criar aqui as
mesmas condições de instabilidade que fomentaram em outros países na América
Latina (Venezuela, Equador, Argentina – na Argentina mediante bloqueio de
créditos para o país, em operação arquitetada por Paul Singer,
capitalista-abutre sionista) – e na Bolívia.
Mas Rousseff, que antagonizou Washington ao anunciar, com
outros líderes BRICS em Fortaleza, o estabelecimento de um banco de
desenvolvimento dos países BRICS, para concorrer contra o Banco Mundial
(controlado por EUA e União Europeia) parecia imbatível nas eleições de
reeleição. A atual presidenta era, sem dúvida, candidata ainda imbatível
quando, dia 13 de agosto, Campos e quatro de seus conselheiros de campanha,
além do piloto e copiloto, embarcaram no avião Cessna 560XL, que cairia em
Santos, matando todos a bordo.
A queda do avião empurrou para a cabeça da chapa do PS a
candidata que concorria como vice-presidente, Marina Silva. Em 2010, Silva
recebeu inesperados 20% dos votos à presidência, como candidata de seu Partido
Verde. Esse ano, em vez de concorrer sob a legenda de seu partido, Marina optou
por agregar-se à chapa pró-business, mas ainda dita “socialista” de Campos.
Hoje, Marina já está sendo apresentada – talvez com certo exagero muito
precipitado! – como melhor aposta para derrotar Rousseff nas eleições
presidenciais de outubro próximo.
Marina, que é pregadora cristã evangélica em país
predominantemente cristão católico romano, também é conhecida por ser muito
próxima da infraestrutura da “sociedade civil” global e dos grupos de “oposição
controlada” financiados por George Soros, capitalista e operador de hedge fund
globais. Conhecida por sua participação nos esforços para proteção da floresta
amazônica brasileira, Marina tem sido muito elogiada por grupos do
ambientalismo patrocinado pelo Instituto Open Society [Sociedade Aberta], de
George Soros. A campanha de Marina, como já se vê, está repleta de palavras-senha
da propaganda das organizações de Soros: “sociedade sustentável”, “sociedade do
conhecimento” e “diversidade”.
Marina Silva – Olimpíadas de Londres/2010
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Marina exibiu-se ao lado da equipe do Brasil na cerimônia de
abertura dos Jogos Olímpicos de Londres em 2012. O ministro dos Esportes do
Brasil, Aldo Rebelo, disse que a exibição de Marina naquela cerimônia havia
sido aprovada pela Família Real Britânica, e que ela “sempre teve boas relações
com a aristocracia europeia”.
Marina também apoia com muito mais empenho que Rousseff as
políticas de Israel para a Palestina. Como se vê também nas Assembleias de Deus
de cristãos pentecostais, Marina participa de uma facção religiosa que acolhe,
não raro nas posições de comando organizacional, membros do movimento mundial
dos “Cristãos Sionistas”, tão avidamente pró-Israel quanto organizações de
judeus sionistas como B’nai B’rith e o World Jewish Congress. As Assembleias de
Deus creem no seguinte, sobre Israel:
"Segundo a Escritura, Israel tem importante papel a cumprir
no fim dos tempos. Por séculos, estudiosos da Bíblia ponderaram sobre a
profecia de uma Israel restaurada. “Eis o que diz o Senhor Soberano: Tirarei os
israelitas das nações para as quais foram. Reuni-los-ei de todas as partes e os
porei juntos na sua própria terra”. Quando o moderno estado de Israel foi
criado em 1948, e os judeus começaram a ir para lá, de todos os cantos do
mundo, os estudiosos da Bíblia viram ali a mão de Deus em ação; e que nós
viveremos lá os últimos dias".
Marina Silva e Marco Feliciano… Parceiros? A foto acima é
uma montagem.
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Em 1996, Marina recebeu o Prêmio Ambiental Goldman, criado
pelo fundador da Empresa Seguradora Goldman, Richard Goldman e sua esposa,
Rhoda Goldman, uma das herdeiras da fortuna da empresa de roupas Levi-Strauss.
Em 2010, Marina foi listada, pela revista Foreign Policy,
editada por David Rothkopf, do escritório de advogados Kissinger Associates, na
lista de “principais pensadores globais”.
O mais provável é que jamais se conheçam todos os detalhes
do acidente que matou Campos. Participam hoje das investigações sobre o
acidente a National Transportation Safety Board (NTSB) e a Federal Aviation
Administration, do governo dos EUA. Membros dessas duas organizações com
certeza serão informados do andamento das investigações e passarão tudo que
receberem para agentes da CIA estacionados em Brasília, os quais tudo farão
para ter o título “Trágico Acidente” estampado no relatório final.
A CIA sempre conseguiu encobrir sua participação em outros
acidentes de avião na América Latina que eliminaram opositores do imperialismo
norte-americano naquela parte do mundo. Dia 31/7/1981, o presidente Omar
Torrijos, do Panamá, morreu quando o avião da Força Aérea panamenha no qual
viajava caiu perto de Penonomé, Panamá. Sabe-se que, depois que George H. W.
Bush invadiu o Panamá em 1989, os documentos da investigação sobre o acidente,
que estavam em posse do governo do general Manuel Noriega foram confiscados por
militares norte-americanos e desapareceram.
Super King Air- 200, Beechcraft
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Dois meses antes da morte de Torrijos, o presidente Jaime
Roldós do Equador, líder populista que se opunha aos EUA, havia também morrido
num acidente de avião: seu avião Super King Air (SKA), operado como principal
aeronave de transporte oficial pela Força Aérea do Equador, caiu na Montanha
Huairapungo na província de Loja. No avião, também viajavam a Primeira-Dama do
Equador, e o Ministro da Defesa e esposa. Todos morreram na queda do avião. O
avião não tinha Gravador de Dados do Voo, equipamento também chamado de “caixa
preta”. A polícia de Zurique, Suíça, que conduziu investigação independente,
descobriu que a investigação feita pelo governo do Equador encobria falhas
graves. Por exemplo, o relatório do governo do Equador sobre a queda do SKA,
não mencionava que os motores do avião estavam desligados quando a aeronave colidiu
contra a parede da montanha.
Cessna Citation 560XL
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Como o avião de Roldós, o Cessna de Campos também não tinha
gravador de dados de voo. Além disso, a Força Aérea Brasileira anunciou que
duas horas de conversas gravadas pelo gravador de voz da cabine de voo do
Cessna em que viajava Campos não incluem qualquer conversa entre o piloto,
copiloto e torre de controle naquele dia 13 de agosto. O gravador de voz da cabine
a bordo do fatídico Cessna 560XL foi fabricado por L-3 Communications, Inc.de
New York City. Essa empresa L-3 é uma das principais fornecedoras de
equipamento de inteligência e espionagem para a Agência de Segurança Nacional
dos EUA, a mesma empresa que fornece grande parte das capacidades de escuta de
seu cabo submarino, mediante contrato entre a ASN (Agência de Segurança
Nacional – NSA em inglês) e a Global Crossing, subsidiária da L-3.
Embora Campos não fosse inimigo dos EUA, sua morte em
circunstâncias suspeitas, apenas poucos meses antes da eleição presidencial,
substituído, como candidato, por elemento importante na infraestrutura política
coordenada por George Soros, cria alguma dificuldade eleitoral para a
presidenta Rousseff, que Washington, sem dúvida possível, vê como adversária.
A “pedra no sapato” de Soros, da CIA e dos EUA
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Os EUA e Soros pesquisam já há muito tempo várias vias para
invadir e desmontar, por dentro, o grupo das nações BRICS. A tentativa de
Soros-CIA para pôr na presidência da China um homem como Bo Xilai foi
neutralizada, porque os chineses conseguiram capturá-lo e condená-lo por
corrupção, antes.
Com Rússia e África do Sul absolutamente inacessíveis para
esse tipo de ardil, restam Índia e Brasil, como alvos dos esforços da CIA e de
Soros para fazer rachar e desmontar o grupo BRICS. Embora o governo do
direitista Narendra Modi na Índia esteja apenas começando, há sinais de que
pode vir a ser a cunha de que os EUA precisam para desarticular os BRICS. Por
exemplo, a nova Ministra de Relações Exteriores da Índia, Sushma Swaraj, é
conhecida como empenhada e muito comprometida aliada de Israel.
No Brasil, hoje governado por Rousseff, a melhor
oportunidade para infiltrar no governo um dos “seus” parece ser, aos olhos da
CIA e Soros, a eleição de Marina Silva. Seria como um “Cavalo de Tróia”
infiltrado no comando de um dos países do grupo BRICS, em posição para atacar
por dentro aquele bloco econômico, mais importante a cada dia.
A queda do avião que matou Eduardo Campos ajudou a empurrar
para muito mais perto do Palácio da Alvorada, em Brasília, uma agente-operadora
dos grupos financiados por George Soros.
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[*] Wayne Madsen é jornalista investigativo, autor e
colunista. Tem cerca de vinte anos de experiência em questões de segurança.
Como oficial da ativa projetou um dos primeiros programas de segurança de
computadores para a Marinha dos EUA. Tem sido comentarista frequente da
política de segurança nacional na Fox News e também nas redes ABC, NBC, CBS, PBS,
CNN, BBC, Al Jazeera, Strategic Culture e MS-NBC. Foi convidado a depor como
testemunha perante a Câmara dos Deputados dos EUA, o Tribunal Penal da ONU para
Ruanda, e num painel de investigação de terrorismo do governo francês. É membro
da Sociedade de Jornalistas Profissionais (SPJ) e do National Press Club. Reside em Washington, DC.
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